Medicamentos ficam em média 12,5% mais caros

Pedro Augusto

Com a decisão da Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), que fixou em 12,5% o aumento máximo permitido aos fabricantes na definição dos valores dos medicamentos, ficou mais caro adquirir este tipo de produto nas farmácias de Caruaru. Os novos preços, inclusive, já estão sendo praticados desde o último fim de semana causando dor de cabeça e esvaziando ainda mais os bolsos da população que tem assumido, sem poder, a conta da crise.

Sem se atentar para o reajuste, a assistente social Giselda Silva de Melo tomou um susto, quando foi adquirir o remédio para a continuidade de um tratamento. “Como não esperava um aumento tão alto, deixei para comprar as três caixas do medicamento por partes. Na semana passada adquiri a segunda caixa por R$ 86 enquanto nesta o mesmo volume não saiu por menos de R$ 96. Se já estava difícil manter as contas em dia com os reajustes constantes de outros produtos, agora, ficou ainda mais complicado render o dinheiro, porque remédio é um item básico, que não pode deixar de ser adquirido”, lamentou.

De acordo com a Intrafarma – associação que representa os laboratórios farmacêuticos do país – esta foi a primeira vez nos últimos dez anos que o aumento dos remédios ficou acima da inflação. Esta última, que é calculada pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), correspondeu a 10,36% no período de março de 2015 até fevereiro de 2016. Tal elevação chamou bastante a atenção dos proprietários de farmácias locais. “Fomos pegos de surpresa, já que o reajuste ficava geralmente no mesmo patamar da inflação, porém desta vez, ele acabou sendo mais elevado. Desde o último sábado (2) que os novos preços já estão sendo praticados”, confirmou o proprietário da Canaã, José Botelho Maurício.

Ao todo, nove mil medicamentos entre antibióticos, anti-inflamatórios e vitaminas tiveram os seus valores alterados com a decisão da Cmed. Para chegar até o percentual do reajuste, além de tomar como parâmetro a inflação do período citado, o órgão vinculado ao Governo Federal, ainda analisou a melhor forma de compensar o aumento dos custos provocados pela alta do dólar – já que grande parte da matéria-prima utilizada na indústria farmacêutica é importada – e os acréscimos nos valores de produção da energia elétrica.

Já acostumado com as transformações do mercado, o proprietário da rede de farmácias Diariamente, Maurício Neves, espera que o reajuste provoque ao menos uma mudança nos hábitos de consumo dos caruaruenses. “Agora, a expectativa é de que haja uma demanda maior pelos remédios genéricos. Eles possuem boa qualidade bem como causam o efeito esperado pelo paciente. Quanto ao aumento, infelizmente, nós proprietários de farmácias, não podemos fazer nada, porque os novos valores são repassados diretamente pelos fabricantes”.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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