Natal alarga faturamentos de artesãos

Artesãos (36)

Pedro Augusto

Eles costumam vender esses produtos temáticos durante todo o ano, mas é justamente nas proximidades do Natal que as demandas provenientes de vários locais do país costumam redobrar. Mesmo com o fantasma da crise, que tratou de assombrar em 2016 a maioria dos setores econômicos de Caruaru, os discípulos do Mestre Vitalino não deixaram de comercializar em larga escala suas peças voltadas para arte sacra. Colocando ainda mais as mãos na massa, ou melhor, no barro para dar conta de tantas encomendas, os artesãos do Alto do Moura, na Capital do Agreste, confirmaram em entrevistas concedidas ao Jornal VANGUARDA, na manhã da última segunda-feira (12), em seus respectivos ateliês, o crescimento na procura por presépios e demais itens ante o mesmo período de 2015.

Tido como uma das principais referências vivas da arte do barro em Caruaru, Luiz Antônio afirmou estar contabilizando pedidos direcionados para a época desde o último mês de setembro. “Não sei em relação aos outros artesãos, mas pelo menos para mim o número de vendas relacionados a presépios encontra-se alto em 2016. Para se ter ideia, até hoje (segunda-feira) comercializei em torno de 30 conjuntos de diferentes tamanhos e preços. De início este volume pode até soar baixo, mas quando avaliado os seus valores praticados acaba sendo bastante satisfatório. Além de clientes de Caruaru e região, também estou atendendo desde setembro as encomendas de compradores de vários estados do Nordeste.”

De acordo com o artesão Cícero da Silva, que também não está tendo do que reclamar da demanda referente a peças temáticas de Natal, a alta procura deverá se estender até a esta terça-feira (20). “Indo de encontro à crise, este ano graças a Deus estou vendendo bem esses produtos de arte sacra como os presépios, o menino Jesus e as imagens dos santos. O fim do ano passado foi muito ruim em termos de vendas, mas em 2016 estou sendo recompensado. Somada à habitual gama de turistas que circula por aqui nos finais de semana e acaba fazendo as suas compras, também tenho vendido bastante para consumidores de fora que já conhecem e dão preferência ao meu trabalho. A partir desta terça, o movimento já deverá dar uma pequena caída.”

Com presépios em suas prateleiras a preços que variam de R$ 10 a R$ 200, o artesão Zé Galego está encontrando uma saída para driblar a crise, garantindo também a satisfação do cliente. “Para vender nesta época em larga escala, estou praticando, meu amigo, o velho e conhecido desconto nos preços. Quando observo que o comprador está interessado em adquirir uma determinada peça, mas o valor não está tão atrativo, acabo baixando-o e ele, satisfeito, tem levado mais de uma mercadoria. Desta forma, estou conseguindo comercializar bem neste fim de ano, o que já é um alento num 2016 tão difícil conforme todos nós que fazemos parte do comércio de Caruaru tivemos de encarar”, analisou.

Quem se submeteu à estratégia de vendas de Zé Galego e saiu com duas sacolas cheias foi a representante comercial, Renata Campos. Em visita ao Alto Moura, juntamente com a sua família, ela tratou de descer a Serra das Russas com presépios e demais produtos em barro em sua bagagem. “Podemos ir para qualquer local do país, mas os produtos daqui não têm comparação. Gostamos bastante de festejar o Natal e sempre fazemos questão de adquirir uma novidade a cada ano para renovarmos a nossa tradição. Desta vez viemos especialmente ao Alto do Moura e acabamos saindo satisfeitos com as nossas compras.”

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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