OMS: recuperação econômica global pode ser mais rápida com vacina

Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom

A recuperação econômica em todo o mundo pode vir mais rápido se uma vacina contra a covid-19 for disponibilizada a todos como um bem público, afirmou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, nessa quinta-feira (6).

“O compartilhamento de vacinas ou o compartilhamento de outras ferramentas efetivamente ajuda o mundo a se recuperar junto. A recuperação econômica pode ser mais rápida e os danos da covid-19 podem ser menores”, disse Tedros, que participou de um painel de discussão online com membros do Fórum Aspen Security, dos Estados Unidos, moderado pela rede NBC.

“O nacionalismo com vacinas não é bom, não vai nos ajudar”, acrescentou Tedros, em alusão à disputa competitiva entre diversas nações e seus laboratórios para criar uma vacina eficaz e pedir o máximo de doses possível com antecedência.

Na segunda-feira (3), Tedros disse que o coronavírus é a maior emergência de saúde desde o início do século 20, e que a corrida internacional por uma vacina também é “sem precedentes”.

“Precisamos aproveitar este momento para nos juntarmos em unidade nacional e solidariedade global para controlar a covid-19”, afirmou ele no fórum. “Nenhum país estará seguro até todos estarmos seguros.”

O diretor de Emergências da OMS, Michael Ryan, questionado sobre a proposta da vacina russa, disse ao painel que são necessários dados de estudo para garantir que os produtos sejam seguros e eficazes.

Ryan disse também que as autoridades devem ser capazes de demonstrar a eficácia de uma vacina contra o novo coronavírus por meio de ensaios clínicos tradicionais, em vez de estudos de “desafio humano”. Ele se referiu à exposição intencional de voluntários para verificar se o produto funciona.

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, disse ontem que é possível que o país tenha uma vacina contra o novo coronavírus antes das eleições de 3 de novembro – uma previsão mais otimista do que o tempo apresentado pelos próprios especialistas em saúde da Casa Branca.

Trump acusou a OMS de se tornar um fantoche da China – onde o surto do novo coronavírus surgiu pela primeira vez no ano passado, e avisou que os Estados Unidos sairão da agência dentro de um ano.

Os EUA são o maior doador geral da OMS e contribuíram com mais de US$ 800 milhões até o fim de 2019 para o biênio 2018-19.

Tedros Adhanom, que negou que a OMS responda à China ou a qualquer outro país, disse ao painel que o principal dano da iniciativa do governo Trump, de sair da agência, não será a perda de financiamento.

“O problema não é o dinheiro, não é o financiamento, é realmente o relacionamento com os EUA. Isso é mais importante para a OMS – o vácuo, não o financeiro. E esperamos que os EUA reconsiderem sua posição”, declarou.

Agência Brasil

Visando a Série C, executivo de futebol do Santa Cruz diz que elenco vai passar por “ajustes”

Depois da dura eliminação contra o Salgueiro nesta quarta-feira, pela final do Campeonato Pernambucano, o Santa Cruz volta os olhos para a disputa da Série C, o principal objetivo do clube do ano. Já neste sábado, em Belém, o Tricolor estreia na Terceirona diante do Paysandu.

E para a disputa do campeonato, o time comandado pelo técnico Itamar Schülle vai passar por ‘alguns ajustes’. De acordo com o executivo de futebol do Santa Cruz, Nei Pandolfo, as primeiras mudanças estão relacionados à chegada de novos reforços, a princípio.

“A gente está tocando algumas situações. Uma carência inicial é um atacante de lado que está bem encaminhado e outras possíveis necessidades que a gente vai analisar e avançar se necessário”, declarou o cartola.

Ao que tudo indica, a negociação ‘bem encaminhada’ a que se refere Nei Pandolfo é a chegada do atacante Negueba. Um dos empresários do jogador, Sandro Duarte, em contato com a reportagem do Diario, disse que o acordo pelo atacante estaria resolvido até esta sexta-feira.

No entanto, as formulações que devem ser feitas no elenco do Santa Cruz visando a Série C não dizem respeito apenas às chegadas de novos nomes. De acordo com informações apuradas pela Rádio Jornal, a tendência é de que o Tricolor tenha algo próximo de sete mudanças de peças no plantel, liberando alguns atletas que não renderam o esperado neste início de temporada.

Super Esporte

Confinamento deixa 75% dos alunos ansiosos, irritados ou tristes, diz pesquisa

Com o ensino remoto imposto pela pandemia, metade dos pais desses estudantes diz acreditar que eles não estarão preparados para concluir o ano letivo, e 70% dos que têm filhos entre o 6º e o 9º ano acham que seria melhor que ficassem na mesma série em 2021.

As crianças e os jovens não estão motivados a estudar em casa (57%) e enfrentam problemas na rotina de estudo (62%). O temor de que os filhos abandonem a escola atinge 33% dos pais.

Esse é o resultado de um levantamento que tem o objetivo de mapear as dificuldades decorrentes do fechamento das escolas, realizado pelo Datafolha, em parceria com a Fundação Lemann, o Itaú Social e a Imaginable Futures. Os dados foram encaminhados para o governo do Estado, que nesta sexta-feira (7) anuncia se haverá ou não mudanças no plano de retomada na educação.

Por ora, a regra é que as escolas só serão abertas quando pelo menos 80% da população do estado estiver há 28 dias na fase amarela e 20% há 14 dias. Até a última reclassificação, cerca de 60% estavam no amarelo e, para que se cumpra a previsão de volta às aulas presenciais em 8 de setembro, é preciso que 20% avancem para essa etapa no anúncio de amanhã do governo.

A pesquisa do Datafolha mostra que os estudantes têm se esforçado no confinamento, na medida do possível. Foram 79% os entrevistados que responderam que os filhos haviam feito alguma atividade escolar na última semana.

Apesar disso, é baixo o tempo dedicado aos estudos: apenas 28% dedicam mais de três horas diárias. E, ainda mais grave do que isso: 15% dos alunos não têm nenhum acesso à internet ou contam com redes de má qualidade. São mais de 470 mil crianças e jovens no estado.

Apesar de todas essas dificuldades com as aulas remotas, a volta às presenciais é vista com preocupação, o que é natural e aconteceu também em outros países vitimados pela pandemia que já reabriram as escolas. Dentre os pais da rede estadual paulista, 88% receiam que os filhos possam contrair a Covid-19 na reabertura das escolas. É diferente da sensação dos estudantes: apenas 23% têm medo de voltar.

A pesquisa mostra o que os pais da rede estadual consideram que valerá a pena para que os filhos se recuperem após a retomada das aulas presenciais: seguir com aulas remotas somadas às presenciais (84%), ter aulas aos sábados (69%), ter mais horas de aula por dia (67%) e prorrogar o ano letivo para 2021 (73%).

O Datafolha entrevistou 424 responsáveis por 598 estudantes de 6 a 18 anos matriculados na rede pública, com uma margem de erro de cinco pontos percentuais, para mais ou para menos. A confiabilidade dos resultados é de 95%.

A decisão sobre a retomada na educação deve levar essa realidade em consideração, somada a um cálculo seguro sobre os riscos de propagação da pandemia.

O medo dos pais, ainda que a maioria das pesquisas internacionais apontem como baixa a contaminação de crianças, deve ser visto como consequência inevitável de um tempo traumático e imerso em desinformação. Tornar a volta uma opção das famílias, que poderão equacionar riscos e temores particulares, é o primeiro passo para uma decisão acertada. E o segundo, mais improvável, é tirar da conta o jogo político.

Folhapress

Ministério da Saúde lança sistema de mapeamento em educação na saúde

Nesta quinta-feira (5), o ministério da Saúde lançou o Sistema de Mapeamento em Educação na Saúde (SIMAPES), ferramenta nova que vai permitir a coleta, análise e disponibilização de informações sobre educação em saúde no país.

“O Brasil começa a dar novos passos na reorganização da formação em Saúde no país e todo mundo sai ganhando: a população, que terá assegurado pelo Governo Federal, mais qualidade da saúde; os profissionais, que poderão obter a garantia de uma formação mais adequada; e o Governo Federal, que terá mais um instrumento para estabelecer políticas públicas de educação em saúde”, declarou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

O SIMAPES terá ligação com cinco banco de dados: E-MEC (Sistema eletrônico de acompanhamento dos processos que regulam a educação superior no país), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), Contrato Organizativo de Ação Pública de Ensino-Saúde (COAPES) e o E-SUS Atenção Básica.

Esses sistemas irão auxiliar a identificação das demandas que cada região necessita e também irá avaliar se determinado local ou serviço de saúde possui estrutura suficiente para ampliar ou criar cursos na área da saúde.

A ferramenta também irá observar a relação entre a oferta de cursos de graduação, técnicos e a estrutura de serviços da saúde, além de conferir a sua qualidade e averiguar as necessidades de formação e qualificação dos gestores e profissionais no âmbito do SUS, para o Ministério da Saúde obter informações para a tomada de decisões no âmbito da educação em Saúde.

Diario de Pernambuco

Senado limita a 30% juros do cartão e do cheque especial durante a pandemia

O Senado aprovou, nesta quinta-feira (6/8), o projeto de lei 1.166/2020, que limita a 30% ao ano a taxa de juros de cartão de crédito e cheque especial até o fim do período de calamidade pública, previsto para acabar em 31 de dezembro deste ano. Dos senadores presentes na sessão remota, 56 votaram a favor e 14 foram contra. A matéria ainda precisa ser avaliada pela Câmara e, em seguida, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro.

O objetivo do projeto, apresentado pelo senador Alvaro Dias (Podemos-PR), é aliviar as contas dos brasileiros com capacidade de pagamento prejudicada durante a pandemia do novo coronavírus. Passado o período de emergência, as taxas poderão voltar aos patamares anteriores. Além de segurar o aumento, o texto, relatado por Lasier Martins (Podemos-RS), impede que os limites de crédito disponíveis em 19 de março deste ano sejam reduzidos até dezembro.

O projeto prevê, ainda, que os empréstimos dessas linhas de crédito estarão isentos do pagamento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) até o fim do ano. O relator incluiu um dispositivo para garantir um limite maior para a taxa anual, de 35%, para as chamadas fintechs — startups ou empresas que desenvolvem produtos financeiros oferecidos de forma completamente digital, como cartões, contas, empréstimos e seguros.

Lasier lembrou que muitas pessoas estão perdendo renda e recorrendo a cartões de crédito para cobrir gastos correntes na crise. “Mas, continuando sem renda nesses meses de paralisação e no início da retomada da economia, muitos não conseguirão pagar a totalidade da fatura dos cartões e entrarão no parcelamento rotativo, onde os juros superam 300% ao ano, chegando a até 600%”, alertou.

A cobrança vai para o rotativo quando o cliente não consegue pagar a fatura do cartão. Nesse caso, a dívida é parcelada pelo banco, com juros, e os valores são pagos nas faturas seguintes. De acordo com o Banco Central (BC), os juros anuais do rotativo chegaram a 300,3% em junho. Do cheque especial, a 110,2%. São as duas modalidades mais caras do mercado.

O projeto também determina que o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleça um teto de juros para todas as modalidades de crédito ofertadas por meio do cartão de crédito, inclusive o rotativo, depois que acabar o estado de calamidade pública. A medida foi incluída por destaque, apresentado pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE).

Resistência

O banco que não cumprir o limite previsto no projeto cometerá crime de usura, para o qual a pena é de seis meses a dois anos de prisão, além do pagamento de multa. Para o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), o projeto terá consequências negativas. Contrário à limitação, ele argumenta que o resultado será aumento de juros em outras modalidades de crédito.

“Ao estabelecer um limite, a instituição financeira não poderá precificar corretamente o risco do crédito e tenderá a não conceder para tomadores com elevado risco”, explicou Bezerra. “Os cartões de crédito hoje são importantíssimos para o comércio varejista. Tenho absoluta certeza que isso vai representar uma restrição a recuperação da atividade econômica do varejo brasileiro”, completou.

Além do governo, bancos criticam o projeto desde que ele foi apresentado, em março. Na visão das instituições financeiras, trata-se de tabelamento de preços, que pode levar à redução do crédito. “A imposição de limites tem como consequência a redução ou interrupção de sua oferta, o desabastecimento e o estímulo aos mercados informais ou paralelos”, diz a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em nota.

Apesar das críticas, o relator entende que o setor financeiro precisa contribuir além da “simples postergação de empréstimos”. No parecer, ele pontua que os bancos não deixarão de ter lucros por conta da medida. “Não podemos deixar de mencionar que o setor financeiro possui um retorno sobre o patrimônio que tem girado ao redor de 20% ao ano, mesmo em situações de crise aguda, como a que tivemos em 2015 e 2016”, diz, no texto.

“Mesmo que considerássemos que as linhas de crédito emergenciais iriam se tornar deficitárias, as instituições financeiras possuem larga margem de lucros correntes, lucros acumulados e de patrimônio líquido de referência para contribuir com o país e com seus clientes neste momento de extrema crise humanitária e econômica”, afirma Lasier.

Correio Braziliense

Com PT na pauta, João Campos, Geraldo e Paulo Câmara se reúnem

Pré-candidato à Prefeitura do Recife, o deputado federal João Campos tem cuidado pessoalmente de cada etapa da construção de seu projeto majoritário. Ontem, um dia depois de o senador Humberto Costa, liderança maior do PT em Pernambuco, declarar que seguiria resolução da nacional, apoiando a pré-candidatura de Marília Arraes, o herdeiro de Eduardo Campos almoçou, no Palácio das Princesas, com Paulo Câmara.

O governador é também o vice-presidente nacional do PSB. À mesa, também estavam o prefeito Geraldo Julio e Antonio Figueira. O encontro ocorreu enquanto a poeira, levantada pela decisão do PT de manter a candidatura própria na Capital pernambucana em detrimento da aliança com o PSB, ainda não baixou. Socialistas não pretendem tomar qualquer iniciativa em meio à tempestade, mas, como a coluna antecipou, a tendência de exigir, dos petistas, a entrega dos cargos segue de pé. Não houve ainda decisão concreta.

Essa, no entanto, é a linha de raciocínio que passou a predominar no PSB após os últimos movimentos dos petistas. Humberto Costa, como registramos em primeira mão em conversa na CBN, na última quarta, vacinou: “A campanha (do PT) não é contra o PSB!”. Destacou que o diretório nacional definiu uma linha de atuação para todo Brasil. Isso inclui quatro eixos: o resgate do legado do PT nacional, a disputa política com o governo Bolsonaro, a defesa do ex-presidente Lula e do legado do PT local.

A despeito dessa projeção, na prática, socialistas estão cientes de que o perfil de Marília não é de amenizar no embate, ainda que ela não vá recorrer a “baixarias”, como advogou a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Essa não é a intenção da deputada. Ela, no entanto, não tem planos de pegar leve nas cobranças. Os socialistas não duvidam do esforço feito pela ala aliancista do PT e admitem que esse grupo foi “entubado” pela direção nacional. Ao mesmo tempo, no entanto, sinalizam que, mais cedo ou mais tarde, a devolução dos cargos será inevitável. Virou só uma questão de tempo.

Folhape

Caixa credita auxílio emergencial para nascidos em junho nesta sexta

A Caixa credita, nesta sexta-feira (7), auxílio emergencial para 3,9 milhões de beneficiários nascidos em junho. O auxílio, com parcelas de R$ 600 (R$ 1,2 mil para mães solteiras), foi criado para reduzir os efeitos da crise econômica causada pela pandemia de covid-19.

A Caixa tem disponibilizado o auxílio em uma poupança digital, acessível pelo aplicativo Caixa Tem. Pelo aplicativo é possível fazer compras online em estabelecimentos autorizados e pagar boletos.

O saque em dinheiro do benefício, em uma agência do banco, é autorizado posteriormente, conforme calendário definido pelo governo, considerando o mês de nascimento do beneficiário. As transferências para outros bancos ou para contas na própria Caixa seguem o mesmo calendário de saque. Nesse caso, os recursos são transferidos automaticamente para as contas indicadas pelo beneficiário.

O crédito para os beneficiários nascidos em junho faz parte do Ciclo 1 de pagamentos do auxílio emergencial. Os saques e transferências estarão liberados no dia 22 de agosto.

No ciclo 1, o crédito na poupança social da Caixa está agendado para o período de 22 de julho a 26 de agosto, conforme o mês de nascimento. Os saques e transferências estão sendo feitos de 25 de julho a 17 de setembro. No total, o pagamento das quatro parcelas será feito para 46,4 milhões de pessoas.

Agência Brasil

Feira do Jeans de Toritama voltará neste domingo

Suspensa por quase 05 meses devido a pandemia de covid-19, a Feira do Jeans de Toritama voltará a acontecer neste domingo (09/08), a partir das 14 horas.

A autorização para a reabertura foi publicada num Decreto do Governo de Pernambuco, no final da tarde desta quinta-feira (06/08) e imediatamente comunicada por meio de um pronunciamento feito pelo Prefeito de Toritama, Edilson Tavares.

Entretanto, para a reabertura da feira, feirantes, compradores, excursionistas, lojistas e carroceiros terão que cumprir, individualmente, várias medidas de controle sanitário, estabelecidas com o objetivo de impedir o contágio do covid-19. O comércio ambulante ainda não foi autorizado.

Sem o cumprimento das medidas estabelecidas, a continuidade da Feira do Jeans será seriamente prejudicada. A Prefeitura pede a colaboração de todos e manterá ativa uma fiscalização para que tais medidas sejam cumpridas.

Embrapii e BNDES vão financiar projetos com foco no combate à covid-19

Os cientistas trabalham em um laboratório de nível 2 de bio-segurança no Instituto Rega de Pesquisa Médica da KU Leuven que atualmente está realizando pesquisas para encontrar tratamento contra o coronavírus em Leuven, Bélgica

A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), assinou acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com o objetivo de financiar projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) para a área da saúde, com foco nos produtos para combate à covid-19.

O diretor-presidente da Embrapii, Jorge Guimarães, afirmou, durante solenidade virtual de assinatura do acordo, que espera promover tantos projetos que, em poucas semanas, os R$ 20 milhões do Fundo Tecnológico (Funtec) do BNDES deverão ser duplicados e até atingir valores mais altos que R$ 40 milhões. Graças ao modelo de negócio copiado da Alemanha, baseado no tripé empresa/governo/universidade, que facilita a interação entre essas entidades, a Embrapii tem hoje 60 unidades de pesquisa credenciadas, 700 empresas associadas e quase mil projetos. “O projeto a empresa traz como sua demanda de desenvolver, buscando a competência”.

Guimarães disse que só na Amazônia há 100 tipos diferentes de vírus em plantas, que mutam para animais e desses para os homens. Por isso, acrescentou que os países, incluindo o Brasil, têm de se preparar adequadamente para enfrentar possíveis novas pandemias. O diretor-presidente da Embrapii afirmou que a meta é assinar um novo contrato de gestão, por dez anos, com o ministério e reunir 12 mil empresas, “que estão ávidas para atuar no modelo Embrapii”.

No acordo firmado com o BNDES, Guimarães adiantou que terá destaque a área da saúde e, especialmente, a biológica, em que o país tem mais dificuldade, porque nos últimos anos a indústria farmacêutica ficou de fora. Ele pretende atrair indústrias farmacêuticas que, no momento, são somente quatro das 700 companhias associadas, em especial para o setor da biotecnologia molecular, onde estão “os medicamentos realmente caros”.

Soluções inovadoras

Os recursos do BNDES vão apoiar soluções inovadoras em fase final de produção. Os projetos devem estar direcionados para o desenvolvimento de testes diagnósticos, ventiladores pulmonares e componentes, equipamentos de proteção individual e coletiva para profissionais da saúde e pacientes, e soluções ligadas ao combate, tratamento e diagnóstico da covid-19, como tomógrafos, testes de medicamentos e vacinas e tecnologias associadas à indústria 4.0, que envolve inteligência artificial, softwares (programas de computador) e sensores, que contribuam para a retomada da atividade econômica de forma segura. A parceria permite financiar as fases finais do projeto, como lote piloto e certificações, demonstração em ambiente operacional e as etapas de validação de seu desempenho, considerando que o projeto já se encontra na fase de industrialização.

Na avaliação do presidente do BNDES, Gustavo Montezano, a parceria com a Embrapii é frutífera porque as duas instituições buscam a inovação e o desenvolvimento como forma de melhorar a vida da população e, no caso atual, a saúde no país. De acordo com Montezano, o BNDES vê com muito bons olhos o tripé governo/academia/empresa privada. “É justamente essa economia da colaboração, essa economia de propósito, que está ditando a nova fronteira da sociedade”. As distâncias entre público e privado estão diminuindo, assegurou. “Cada vez que a gente conseguir atuar em parceria, complementaridade, esse é o caminho do sucesso, do desenvolvimento”, afirmou. Montezano está convicto de que essa parceria entre o BNDES e a Embrapii vai trazer bons resultados para o Brasil.

A participação financeira do banco poderá chegar a até 50% do total do investimento apoiável; o restante será dividido por aportes não financeiros das unidades Embrapii e contrapartidas das empresas parceiras. O modelo Embrapii estabelece que as unidades credenciadas somente terão acesso aos recursos para a contratação de projetos que sejam realizados em parceria com, pelo menos, uma empresa industrial. Em todos os projetos, a empresa deverá aportar, no mínimo, 10% do valor total do investimento.

Ciência e tecnologia

O ministro Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia e Inovações, destacou, ao encerrar a cerimônia, que o atual momento de pandemia demonstra a importância do setor para o mundo e que os países desenvolvidos investiram, mantiveram e fizeram crescer seus sistemas de ciência, tecnologia e inovações. “Sabem que é por meio disso que se sai de crises, que se desenvolve a economia”.

Pontes lembrou que a ciência e a tecnologia são usadas na atualidade para combate direto ao vírus e aos seus efeitos. A tecnologia, disse o ministro, é importante para todo o aparato médico, para o tratamento da população e para a recuperação do país. “Vai ser por meio da ciência, tecnologia e inovações que o país vai se recuperar e conseguir, de forma rápida, ter retorno sólido dos investimentos e rapidamente aumentar a geração de empregos”. O Brasil tem que acompanhar esse conhecimento, afirmou Pontes.

O ministro disse ainda que a parte de financiamento para ciência e tecnologia sempre foi inconstante no Brasil. “Eu acho que é o momento ideal para que possamos fazer isso”. Segundo Pontes, a única coisa positiva que o novo coronavírus trouxe foi mostrar para o planeta a necessidade de união dos países e das organizaçaões, “de forma que a gente consiga sair melhor dessa pandemia e se preparar para próximas”. O país tem de estar preparado para responder, tanto em termos de ciência, quanto em termos de tecnologias, às ações necessárias para o enfrentamento e, depois, a recuperação desses sistemas, acrescentou

Embaixada do Líbano pede ajuda humanitária após explosão em Beirute

A Embaixada do Líbano em Brasília divulgou nota em seu site e nas redes sociais onde pede ajuda humanitária “para o atendimento às vítimas da tragédia e para a reconstrução da área atingida” em Beirute, após a explosão do porto da cidade, próximo a uma região de lazer, compras e escritórios –  onde funciona inclusive a Embaixada do Brasil.

De acordo com o comunicado da Embaixada do Líbano, o país precisa de assistência médica, “em todos os seus ramos” e suprimentos cirúrgicos e hospitalares. Também são pedidos materiais de construção, “incluindo equipamentos elétricos e vidro” e o fornecimento de instalações e equipamentos para a reconstrução do Porto de Beirute.

 Beirute, explosão, zona portuária
Bombeiros resgatam feridos após explosão na região portuária de Beirute – REUTERS/Mohamed Azakir/Direitos reservados

Conforme noticiado pela Agência Brasilo país está sem reserva de grãos por causa da destruição do silo de armazenamento no Porto de Beirute. Assim, a Embaixada do Líbano pede ainda a doação de trigo e farinha, entre outros gêneros alimentícios como comida enlatada.

Destruição, trabalho e solidariedade

Por WhatsApp, a reportagem entrevistou dois brasileiros que moram no Líbano, na região metropolitana de Beirute, e estiveram nesta quarta-feira (5) na área onde ocorreu a explosão. A professora universitária e tradutora Renata Vieira, 50 anos, que esteve na Síria no começo da guerra civil, iniciada em 2011, ficou impactada com o nível de destruição do local.

Também causou forte impressão a mobilização espontânea que viu. Segundo ela, a população da cidade, com máscaras, luvas e vassouras, começou a limpar as ruas. Algumas pessoas se encarregaram de fornecer alimento e água para quem estava trabalhando. “Isso foi sem nenhuma organização prévia. Não foi nenhum grupo que planejou essa ação. As pessoas foram para as ruas e começaram a limpeza”, descreveu.

As imagens de solidariedade também comoveram o fotógrafo e documentarista Mauricio Yazbek, 52 anos. “As pessoas se uniram muito rápido. A cidade está começando a ficar limpa”, disse ao comentar que já havia destroços separados para facilitar a circulação.

Segundo Yasbek, que é brasileiro e libanês (dupla nacionalidade), apesar de ter sido assolada com a explosão, Beirute mantinha sinais vitais de urbanidade e vida coletiva. “O Líbano é muito diferente. Não teve nenhum caso de vandalismo. Você não vê as pessoas, ao avistarem um carro arrombado [por causa da explosão}, tentando ver o que tem dentro (…) Tinha lojas abertas com equipamento lá dentro e não tinha ninguém invadindo”, comentou.

 Beirute, explosão, zona portuária
Pessoas correm após explosão – REUTERS/Mohamed Azakir/Direitos reservados

Brasileiros no Líbano

De acordo com o portal consular do Ministério das Relações Exteriores, “estima-se que haja mais de 16 mil brasileiros residentes no Líbano”. Alguns brasileiros têm função destacada na manutenção da paz na região.

Desde 2011, a Marinha do Brasil lidera a Força-Tarefa Marítima (FTM), com mais de 700 militares de navios da Alemanha, Bangladesh, Grécia, Indonésia, Turquia e Brasil, e que compõe a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil). Segundo as Nações Unidas, Após as explosões, 23 soldados da força interina tiveram que ser atendidos em hospital, 18 foram liberados. Dos restantes, dois capacetes azuis continuam em condições críticas, mas estáveis.” Nenhum deles é brasileiro.

A Embaixada do Brasil em Beirute se colocou disponível para informações sobre a situação dos brasileiros no Líbano pelo número +961 70108374. O núcleo de assistência a brasileiros do Ministério das Relações Exteriores em Brasília também foi posto à disposição para informações, de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, pelos telefones +55 61 2030 8820/6756/6753 e pelo e-mail dac@itamaraty.gov.br. Nos demais horários, poderá ser contatado o telefone do plantão consular da Secretaria de Assuntos de Soberania Nacional e Cidadania do Itamaraty pelo número +55 61 98197-2284.”

Um comitê instituído pelo governo do Líbano investiga as causas da explosão, inclusive se estaria relacionado ao armazenamento de 2.750 toneladas de nitrato de amônio no Porto de Beirute. A carga explosiva, utilizada para produzir fertilizantes, estava em um navio Russo com destino à Moçambique e foi apreendida em 2013 pelas autoridades portuárias libanesas.

Segundo a agência Reuters, pelo menos 135 pessoas morreram e 5 mil ficaram feridas na explosão, que também deixou até 250 mil pessoas desabrigadas, após ondas de choque destruírem fachadas de edifícios.