Feiras dos polos de confecções retomam atividades no Agreste

A partir desta segunda-feira, o plano de flexibilização das atividades econômicas avança etapas de forma diferente em regiões de Pernambuco. Além da ampliação do horário de funcionamento dos serviços de alimentação e dos shoppings para até 22h na Região Metropolitana do Recife e nas Zonas da Mata Norte e Sul, o Agreste também passa para uma etapa importante para fazer a economia local se movimentar. O governo do estado liberou o funcionamento das feiras do polo de confecções da região, seguindo protocolos específicos para a atividade. Apenas a feira de Toritama teve a abertura antecipada e começou a funcionar desde ontem. As demais retomam as atividades hoje.

Para Bruno Schwambach, secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, o retorno das feiras do polo de confecção é um movimento importante para o Agreste, mas todos os cuidados terão que ser tomados. “O decreto vai permitir voltar a dar oportunidade para um polo de confecções para Pernambuco, mas vai delegar para os municípios o estabelecimentos dos protocolos. É fundamental que empreendedores e clientes tenham disciplina com as medidas”, disse.

O Moda Center Santa Cruz, que estava fechado desde março e que desde o fim de abril funcionava apenas como ponto de entrega de mercadorias às transportadoras, é um dos que retoma as atividades hoje, seguindo vários protocolos. Entre eles estão a redução do número de acesso à área dos boxes e lojas, que passou de 48 para 10 pontos, limitação de um vendedor por box, três vendedores e três clientes por loja, disponibilização de álcool em gel, aferição de temperatura, uso de máscara obrigatório, instalação de 20 pias para que as pessoas possam lavar as mãos, reforço na higienização.

“Durante o período de paralisação das atividades, iniciamos a avaliação do que precisava ser adequando em nosso espaço para a retomada do atendimento ao público, por entendermos a necessidade de equilibrar as ações de reabertura do Moda Center e os cuidados com a saúde de nossos colaboradores, condôminos e clientes”, disse José Gomes Filho, síndico do Moda Center Santa Cruz.

Outra feira de confecção que volta a funcionar hoje é a Feira da Sulanca de Caruaru, com protocolos rígidos assim como no Moda Center, além de uma unidade móvel disponível para fazer o teste da Covid-19 em quem apresentar sintomas. Além disso, haverá barreiras sanitárias no entorno do parque e nas entradas da cidade. Ainda assim, o delivery Sulanca vai continuar funcionando mesmo com a retomada das atividades presenciais.

Atividades liberadas nesta segunda-feira, 10 de agosto:

– Região Metropolitana do Recife e Zonas da Mata Norte e Sul
serviços de alimentação e shoppings com horário ampliado para 22h

– Agreste, que compreende os municípios de Caruaru, Garanhuns e entorno
retomada das feiras do polo de confecção

– Sertão, com Arcoverde, Afogados da Ingazeira e Serra Talhada como principais polos
reabertura dos serviços de alimentação e shoppings com 50% e das 6h às 20h, além das academias de ginástica e polo de confecções

– Sertão, nos municípios com Gerência Regional de Saúde com sede em Salgueiro e Petrolina
liberação de serviços de escritório com 50% e concessionárias de veículos com 100%

– Araripina e Ouricuri
isolamento mais rígido até o próximo dia 16, apenas com funcionamento das atividades consideradas essenciais

Diario de Pernambuco

Com 652 indígenas mortos pela Covid-19, aldeias vivem drama da pandemia

Brasília- Indígenas protestam no Congresso Nacional, contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, que altera a demarcação de terras indígenas. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A pandemia do novo coronavírus escancarou as fragilidades de um Brasil desigual e injusto. Entre inúmeras tragédias, a doença feriu de morte a memória dos povos originários. Mitos, línguas e a história indígena passaram a sangrar por rodovias e rios, após os modais de transporte se transformarem em vetores de um vírus que é ainda mais letal aos anciãos. De caminhão ou de barco, a covid-19 infecta etnias do Sul ao Norte, passando pelo Centro-Oeste e Nordeste. Em questão de dias, o novo coronavírus mata os mais velhos. Extingue bibliotecas vivas, receptáculos de culturas milenares, enquanto a carga puxada pela boleia ou embarcação, essencial para o desenvolvimento do país, segue em frente estrada acima, rio abaixo. Até ontem, levantamento da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) contabilizava 652 indígenas mortos e ao menos 23.453 infectados pelo coronavírus.

A história da primazia das rodovias no país tem início com a construção da capital federal, quando os políticos atenderam ao lobby de empresas automobilísticas norte-americanas e alemãs em nome do progresso. Em 1969, alinhados com os Estados Unidos, militares construíram a Transamazônica, outro episódio em que a estrada se sobrepôs à vida dos povos originários. Hoje, para as etnias que sofrem com a chegada do coronavírus pelas estradas, a pandemia é continuação de um conto de invasão e morte. Os vetores do vírus podem ser motoristas curiosos ou caminhoneiros que executam um trabalho fundamental para o país, mas param em terras indígenas por variados motivos, muitas vezes sem máscara. Sem saber, deixam para trás o rastro de contaminação.

Coube aos próprios povos se protegerem, contando com diagnósticos tardios, a máscara e, muitas vezes, longas viagens até o hospital mais próximo. Os territórios demarcados também servem à proteção de biomas e para frear a extração indiscriminada de minérios. A BR-070, importante rota do agronegócio, corta o território do povo Bororo, no Mato Grosso. E pela rodovia, o coronavírus chegou à aldeia Meruri.

Uma das lideranças locais, Eloenia Ararua relata que o contato entre caminhoneiros e a população é constante. Ela lembra que o município mais próximo fica a cerca de 30km. Ainda assim, motoristas param para fazer lanches ou almoçar. “Normalmente, não usam máscara. Na região, somos os mais contaminados. No Xavante tem muitos casos, mas com uma população bem maior. Caminhoneiros não deveriam parar. Temos baixa imunidade”, diz.

Eloenia conta os mortos. “Perdemos quatro pessoas na faixa de 70 anos para cima. O primeiro que morreu era uma grande liderança e foi o primeiro vereador que tivemos. Tinha vários trabalhos. O segundo ajudou na demarcação do nosso território quando houve conflito entre fazendeiros e a comunidade. O outro foi um fundador da aldeia, conhecedor da medicina tradicional, da cultura e dos cantos”, lamenta.

No Pará, a BR-222 corta a reserva Mãe Maria, do povo Gavião, em Bom Jesus do Tocantins. São mais de mil indígenas, 15 aldeias presas ao fluxo da rodovia. Coordenadora da Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa), Tuxati Parkateje conta que, em reservas no estado, a barreira sanitária não funcionou: aqueles que lá ficavam, acabaram sendo infectados pelos viajantes. Na Mãe Maria, a decisão foi por fechar a entrada das aldeias. Ainda assim, o vírus chegou.

Quando o primeiro caso foi confirmado, o pânico foi total. Tuxati conta que famílias pegaram alimentos, como arroz e feijão, e deixaram as aldeias na tentativa de ficar mato adentro, ainda mais distante de qualquer contato. Foi o caso dos seus tios, que correram para a mata — mas quando o fizeram, levaram com eles o vírus. A tia morreu antes de chegar ao hospital. Muitos indígenas não retornaram às aldeias até hoje. Para ela, houve ausência de política pública para o combate ao vírus nas comunidades.

O eixo da infecção
O coordenador executivo da Apib, Dinamam Tuxá, avalia que o trânsito nas rodovias é um dos principais vetores do novo coronavírus. E ele dá uma lista de situações na qual caminhoneiros se encontram com as etnias: em pequenas paradas para almoçar ou mesmo para colher uma fruta na beira da estrada. “BRs como a 101, a 116, que cortam o Brasil, passam por várias comunidades. No Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, berço do agro, há fluxo grande de carga. Muitas comunidades são ponto turístico, como na Bahia. As pessoas param para almoçar, conhecer, descansar. E esse trânsito está levando a covid-19. O próprio estado não fez medida de prevenção e contenção pensando no trânsito nessas vias”, diz.

É possível observar de forma clara o avanço da doença acompanhando o traçado da BR-153, segundo o antropólogo e professor de ciências sociais da Universidade Federal do Tocantins (UFT), André Demarchi. A rodovia, que é rota de grandes caminhões e atravessa o estado, passa próxima a terras indígenas e carregou o vírus para as aldeias. O primeiro povo atingido, segundo ele, foram os Apinajés, que ficam em uma área que engloba quatro municípios e duas rodovias federais. Os autóctones criaram barreiras sanitárias, mas, segundo o professor, isso não impediu que o coronavírus chegasse às aldeias.

Um dos líderes dos Apinajés, Antônio Veríssimo Apinajé aponta que o fluxo de caminhões e as grandes rodovias na proximidade da terra carregaram a covid. De acordo com ele, um dos primeiros casos foi justamente o de um caminhoneiro. Dentre os que vivem nas 42 aldeias, no entanto, não houve casos. Ouvindo as histórias dos anciãos e de doenças que no passado atingiram indígenas, como a varíola, Antônio conta que as aldeias levaram a pandemia a sério desde o início. Logo, fizeram uma barreira sanitária para frear a entrada na terra e os idosos foram removidos às aldeias mais isoladas.

Em Aquidauana (MS), nas terras do povo Terena, a assinatura de uma ordem de serviço de pavimentação de uma rodovia para ligar o território com a cidade em julho foi o pontapé da infecção de indígenas nas aldeias, segundo o biólogo Eriki Paiva Terena, que atua no Conselho do Povo Terena. O evento contou com a presença de vereadores, deputados e outros políticos, além de candidatos aos pleitos municipais. Quatorze dias depois, quatro pessoas apresentaram sintomas, uma delas morreu. A população havia feito barreira sanitária para tentar impedir a chegada do vírus mas, mais uma vez, uma rodovia o levou. Para Eriki, faltou ação por parte do governo para proteger as comunidades. “Virou um jogo de empurra. E tivemos tempo antes (da chegada do vírus). É uma completa ineficiência”, diz.

Professor de antropologia da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Antônio Hilário Aguilera Urquiza ressalta que toda construção de rodovia, ou duplicação, que é próxima a terras indígenas exige um estudo para se analisar o impacto socioambiental, algo previsto em legislação federal.

“A princípio, toda estrada de rodagem, de asfalto ou não, é uma forma de invasão. Existe esse impacto. Imagine, então, em tempo de pandemia”, afirma. Urquiza, que trabalha com povos originários há mais de 30 anos, pontua que todos que transitam dentro ou próximo desses territórios, como chacareiros e caminhoneiros, são foco de contágio para as populações nas aldeias.

Ausência do Estado
Em meio ao aumento de casos e mortes que atingem as aldeias, mesmo as mais longínquas, as lideranças indígenas reclamam da ausência do Estado. Integrante da Coordenação das Organizações dos Indígenas Amazônia Brasileira (Coiab) e articuladora da Fundação Nacional do Índio (Funai) Angela Kaxuyana avalia a necessidade de testar quem entra ou sai dos territórios. “As rodovias são uma perigosa porta de entrada do coronavírus em aldeias e outras comunidades, pois não se tem controle e monitoramento para fazer testagem dessas pessoas”, destaca. Para ela, o governo deve fazer ações de monitoramento de acesso aos territórios indígenas.

Coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Dinamam Tuxá ressalta a importância da fiscalização. “Quando montamos barreira, somos repreendidos. Se houvesse um plano estruturante de contingenciamento dentro das terras indígenas, com fortalecimento das barreiras, não teríamos esse número de contaminados que se tem hoje. Há que ter um controle. Os caminhoneiros estão trabalhando, prestando um serviço. Então, precisamos do Estado.”

Como as etnias têm relações comerciais com os municípios, a assessora da Federação dos Povos Indígenas do Mato Grosso (FepoiMT) Eliane Xunakalo destaca que o cuidado precisa de duas vias. “Temos relações de consumo, de parcerias. O melhor seria que a rodovia não passasse nas terras indígenas. Os Caiapós fecharam (a rodovia), mas a competência é do governo e isso gera conflitos. E nesse período o governo não está preocupado com nossos povos. Não nos é reconhecido o direito à saúde na prática.”

A deputada federal Joênia Wapichana (Rede-AP) destaca que, além das rodovias e hidrovias, existem casos em que os próprios agentes de saúde e militares levaram o vírus para territórios isolados, de avião. Isso, sem contar os garimpeiros e madeireiros ilegais. “O principal ponto que sempre nos preocupou para garantir o isolamento social é que tivesse uma fiscalização na entrada.”

Funai
A Funai afirma que bloqueios trazem risco de comprometimento do abastecimento. Em março, o órgão suspendeu as autorizações de entrada em terras demarcadas em todo o país. Em nota, a fundação informa que o órgão reforçou ações de prevenção em conjunto com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e que já investiu R$ 26 milhões em medidas de combate ao coronavírus. A Funai diz, ainda, garantir a segurança alimentar e higiene de famílias indígenas, com distribuição de cerca de 500 mil cestas básicas e quase 62 mil kits de higiene pessoal e limpeza.

Também afirma que realizou “ações de vigilância e monitoramento territorial” e participa de 271 barreiras sanitárias para impedir a entrada de não indígenas em aldeias. O órgão contabiliza 151 ações de fiscalização em 63 terras demarcadas para coibir “extração ilegal de madeira, garimpo e pesca predatória.”

Correio Braziliense

Pernambuco retoma e amplia setores em regiões do Estado a partir desta segunda-feira (10)

Os dados do contágio da Covid-19 permitem que, a partir de hoje, regiões de Pernambuco avancem etapas de reabertura do Plano de Convivência com a Covid-19 ou ampliem as atividades econômicas já retomadas, com protocolos de segurança e higiene. A exceção fica em algumas cidades do Sertão, que não apresentaram resultados satisfatórios da saúde. Na Macrorregião 1, que compreende a Região Metropolitana do Recife (RMR) e Zonas da Mata Norte e Mata Sul, foi possível avançar para Etapa 7, ampliando até às 22h o horário de funcionamento dos shoppings centers e serviços de alimentação. Na Macrorregião 2, que abrange as cidades do Agreste, a Etapa continua sendo a 6, mas houve reabertura das feiras dos polos de confecções. Nas Macrorregiões do Sertão, ocorreram distinções devido aos números da saúde.

O governo liberou, nas cidades da RMR e das Zonas da Mata Norte e Sul, o funcionamento dos serviços de alimentação, como restaurantes, bares e lanchonetes, das 6h às 22h (antes só podiam ser das 6h às 20h). Para o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Pernambuco (Abrasel-PE), André Araújo, a ampliação do horário pode gerar mais incremento. “Esperamos um crescimento entre 25% e 30% na movimentação do setor devido à reabertura de novos bares, que antes não abriam por causa do horário, e pelo aumento da base de fluxo do movimento”, explicou Araújo.

De acordo com o governo, os shoppings centers podem funcionar das 10h às 22h (antes só podiam das 10h às 20h). Com a liberação, os shoppings Guararapes, Tacaruna, Recife, RioMar e Paulista North Way funcionam das 10h às 22h, de segunda a sábado, e das 12h às 21h, aos domingos. O Patteo adota esse mesmo horário a partir do dia 15, antes dessa data é facultativo para os lojistas. O Plaza e o Costa Dourada funcionam também das 10h às 22h, de segunda a sábado, mas fecharão às 20h aos domingos. O Shopping Boa Vista funciona das 10h às 21h, de segunda a sábado, e aos domingos não funcionará. E o Camará funciona das 10h às 22h, de segunda a sábado, e das 13h às 21h, aos domingos.

A reabertura tão esperada para os municípios do Agreste foi a das feiras dos polos de confecções. Segundo o governo do Estado, cada cidade regulamenta a atividade com os protocolos de segurança. No centro atacadista Moda Center Santa Cruz, em Santa Cruz do Capibaribe, por exemplo, haverá retomada da realização das feiras, às segundas e às terças-feiras, das 6h às 18h. Alguns protocolos a serem adotados são: redução do número de acesso à área dos boxes e lojas; disponibilização de álcool em gel e aferição de temperatura corporal dos clientes em todas as entradas e limitação de um vendedor por box e de três vendedores e três clientes por loja.

Já no Sertão, cada Macrorregião teve sua particularidade. A Macrorregião 3, que abrange os municípios de Arcoverde, Afogados da Ingazeira e Serra Talhada, avança para Etapa 6. Os serviços de alimentação podem retomar com 50% da capacidade de clientes e horário das 6h às 20h. Os shoppings podem reabrir das 10h às 20h com 50% da capacidade, além das academias de ginásticas e polos de confecções, ambos com novos protocolos de segurança. O comércio varejista pode funcionar com um cliente para cada 10 metros quadrados de loja.

Na Macrorregião 4, houve ainda mais particularidades. Os municípios da 7ª Gerência Regional de Saúde, com sede em Salgueiro, e da 8ª Gerência Regional de Saúde, sediada em Petrolina, avançam para a Etapa 5. Está permitido o funcionamento dos serviços de escritório com 50% da carga e serviços e vendas de veículos com 100% da carga.

Os municípios da 9ª Gerência Regional de Saúde, com sede em Araripina, permanecem na Etapa 4. No entanto, houve exceção para as cidades de Araripina e Ouricuri, que voltam para Etapa 2 por causa dos casos da Covid-19. Desde a última sexta-feira, só funcionam os serviços essenciais nesses dois municípios, que seguirão assim até o próximo dia 16.

Folhape

Pernambuco registra 247 novos casos da Covid-19 e 29 mortes nas últimas 24h

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) registrou, nesta segunda-feira (10), 247 novos casos da Covid-19. Também foram confirmados 29 óbitos, ocorridos desde o dia 26 de junho. Entre os novos infectados, 40 (16%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 207 (84%) são leves, ou seja, pacientes que não demandaram internamento hospitalar e que já estavam curados, ou na fase final da doença. Agora, Pernambuco totaliza 105.381 casos já confirmados, sendo 24.247 graves e 81.134 leves.

Do total de mortes do informe desta segunda, 13 (45%) ocorreram nos últimos três dias, sendo 4 mortes registradas no dia de ontem (domingo, 09/08), 6 mortes em 08/08 e 3 em 07/08. Os outros 17 óbitos (55%) ocorrem entre os dias 26/06 e 06/08. Com isso, o Estado totaliza 6.970 mortes pela Covid-19. Os detalhes epidemiológicos serão repassados ao longo do dia pela Secretaria Estadual de Saúde.

Folha de Pernambuco

Procuradoria-Geral do Líbano ouve responsáveis pela segurança

Manifestantes carregam bandeiras nacionais durante um protesto contra o governo no centro de Beirute, Líbano, em 20 de outubro de 2019

O procurador-geral libanês, Ghassan al Khoury, ouviu hoje (10) os responsáveis pelos sistemas de segurança do Estado no âmbito do processo sobre as explosões no porto de Beirute, que deixaram 158 mortos e mais de 6 mil feridos.

Segundo a agência estatal de notícias ANN, Al Khoury já recolheu os testemunhos do diretor-geral do Serviço de Segurança do Estado, o general Tony Saliba, que foi ouvido no Palácio da Justiça de Beirute.

Desde o dia da explosão, 4 de agosto, vários países, políticos e cidadãos libaneses pedem uma investigação internacional sobre os acontecimentos.

As 2.750 toneladas de nitrato de amônia, que aparentemente provocaram a tragédia, encontravam-se armazenadas no porto de Beirute há seis anos.

Mesmo assim, o presidente libanês, Michel Aoun, considerou “o pedido de investigação internacional sobre o caso do porto uma perda de tempo” acrescentando que o “Poder judiciário do país deve ser rápido para descobrir quem são os culpados e quem são os inocentes”.

O presidente francês, Emmanuel Macron, visitou a capital libanesa dois dias depois da catástrofe e pediu às autoridades locais para iniciarem uma investigação independente.

As declarações sobre a investigação foram reiteradas nesse domingo (9), durante a conferência internacional online dos doadores de ajuda financeira ao Líbano.

“Essa oferta de ajuda inclui igualmente o apoio para uma investigação imparcial, credível e independente sobre as causas da catástrofe. Trata-se de um pedido importante e legítimo do povo libanês. É uma questão de confiança. Os meios estão disponíveis e devem ser canalizados”, afirmou Macron.

O Exército libanês deu por concluída a primeira fase dos trabalhos de busca e resgate das vítimas na área dos escombros.

A explosão reavivou os protestos de outubro de 2019 contra a classe política libanesa e já levou à demissão, no domingo, de dois ministros do governo de Hassan Diab.

A crise política está instalada e vários deputados e responsáveis por setores públicos demitiram-se nos últimos dias, marcados pelos protestos sobretudo em Beirute.

Pequim impõe sanções contra 11 funcionários dos EUA em retaliação

Uma mulher usando uma máscara passa pela sede do Banco Popular da China, o banco central, em Pequim, na China, quando o país é atingido por um surto do novo coronavírus, em 3 de fevereiro de 2020. REUTERS / Jason Lee

A China anunciou hoje (10) sanções contra 11 funcionários norte-americanos, por interferência nos assuntos de Hong Kong, depois de os Estados Unidos terem adotado medidas semelhantes contra várias autoridades da região semiautônoma chinesa.

As sanções impostas por Pequim afetam os senadores republicanos Ted Cruz e Marco Rubio, entre outros, informou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhao Lijian.

Zhao exigiu aos Estados Unidos que parem de interferir nos assuntos internos da China. “A China decidiu impor sanções a algumas pessoas que se comportaram mal em questões relacionadas com Hong Kong”, afirmou.

O líder da organização de defesa dos Direitos Humanos Human Rights Watch (HRW), Kenneth Roth, também foi visado.

A decisão é semelhante a uma medida retaliatória adotada por Pequim em meados de junho, quando baniu a entrada na China de membros do Congresso dos EUA e de um diplomata, depois de Washington ter feito o mesmo a líderes do Partido Comunista da China (PCC), devido a alegado envolvimento em abusos contra membros de minorias étnicas chinesas, de origem muçulmana, na região de Xinjiang, no extremo noroeste da China.

Na sexta-feira (7), Washington anunciou sanções contra 11 dirigentes de Hong Kong, incluindo a chefe do Executivo, Carrie Lam, acusados de restringir a autonomia do território e a “liberdade de expressão e reunião”.

O responsável pela polícia de Hong Kong, o secretário da Segurança e o da Justiça encontram-se também entre os atingidos pela medida.

A Lei de Segurança Nacional, imposta no fim de junho por Pequim a Hong Kong, “não apenas minou a autonomia do território, mas igualmente violou os direitos dos seus habitantes, permitindo aos serviços de segurança da China continental operar com toda a impunidade na região”, segundo o governo norte-americano.

Presidente do STF é internado em Brasília

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, durante reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, foi internado nesse domingo (9) em um hospital particular de Brasília com um quadro de pneumonite alérgica.

Segundo nota divulgada ontem pela assessoria de imprensa do STF, o ministro testou negativo para covid-19 e despachará normalmente durante a internação.

Pneumonite

A pneumonite por hipersensibilidade é um tipo de inflamação dentro e ao redor dos pequenos sacos de ar (alvéolos) e das menores vias aéreas (bronquíolos) dos pulmões provocada por uma reação de hipersensibilidade à inalação de poeiras orgânicas ou, menos frequentemente, de substâncias químicas.

Essa hipersensibilidade dos pulmões provoca tosse, febre, calafrios e falta de ar algumas horas após o contato com a substância.

Mercado financeiro projeta queda de 5,62% na economia este ano

A previsão do mercado financeiro para a queda da economia brasileira este ano foi ajustada de 5,66% para 5,62%. A estimativa de recuo do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – está no boletim Focus, publicação divulgada todas as semanas pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos.

Para o próximo ano, a expectativa é de crescimento de 3,50%, a mesma previsão há 11 semanas consecutivas. Em 2022 e 2023, o mercado financeiro continua a projetar expansão de 2,50% do PIB.

Inflação
As instituições financeiras consultadas pelo BC mantiveram a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 1,63%, neste ano.

Para 2021, a estimativa de inflação permanece em 3%, há oito semanas consecutivas. A previsão para 2022 e 2023 também não teve alteração: 3,50% e 3,25%, respectivamente.

A projeção para 2020 está abaixo do piso da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4% em 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,5% e o superior, 5,5%.

Para 2021, a meta é 3,75%, para 2022, 3,50%, e para 2023, 3,25%, com intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, em cada ano.

Selic
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 2% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic encerre 2020 em 2% ao ano. Para o fim de 2021, a expectativa é que a taxa básica chegue a 3% ao ano. Para o fim de 2022, a previsão é 4,9% ao ano e para o final de 2023, 6% ao ano.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. Entretanto, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Dólar
A previsão para a cotação do dólar permanece em R$ 5,20, ao final deste ano. Para o fim de 2021, a expectativa é que a moeda americana fique em R$ 5.

Premiê britânico diz que escolas precisam reabrir em setembro

Britain's Prime Minister Boris Johnson to return to work on Monday

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que a reabertura de escolas em setembro é um imperativo social, econômico e moral e insistiu que elas serão capazes de operar com segurança, apesar da ameaça contínua da pandemia do novo coronavírus.

Seus comentários foram feitos após um estudo,no início deste mês, alertar que o Reino Unido corre o risco de uma segunda onda de covid-19 no inverno (do Hemisfério Norte), duas vezes maior que o surto inicial, se as escolas abrirem sem um sistema de teste e rastreamento aprimorado.

Em mensagem nas redes sociais nesse domingo (9), Johnson disse que reiniciar as escolas é uma prioridade nacional. Segundo ele, as escolas serão os últimos lugares a fechar em futuros bloqueios locais.

As escolas na Inglaterra fecharam em março durante lockdown nacional, exceto para os filhos de trabalhadores-chave, e reabriram em junho para um pequeno número de alunos.

“Manter nossas escolas fechadas por mais um momento do que o absolutamente necessário é socialmente intolerável, economicamente insustentável e moralmente indefensável”, escreveu Johnson.

Os custos econômicos para os pais que não podem trabalhar se as escolas estiverem fechadas estão aumentando, e o país enfrenta grandes problemas se as crianças ficarem defasadas com os estudos, advertiu o primeiro-ministro.

“Esta pandemia não acabou, e a última coisa que qualquer um de nós pode fazer é tornar-se complacente. Mas agora que sabemos o suficiente para reabrir escolas para todos os alunos com segurança, temos o dever moral de fazê-lo”, acrescentou.

O jornal Sunday Times informou que Boris Johnson determinou a realização de uma campanha de relações públicas para garantir que as escolas abram no momento desejado e disse, em reunião na semana

Norte avança na reabertura; Sul toma medidas mais rígidas

Moradores usam máscaras para se protegerem do novo coronavírus.

Quando a pandemia do novo coronavírus impôs o isolamento social, para tentar conter o avanço do número de casos e mortes por covid-19, os governos dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal criaram planos que definem a retomada gradual das atividades econômicas. Em boa parte dos estados, esses planos resultaram em reabertura, com regras, de diversos setores. A Agência Brasil vem acompanhando, quinzenalmente, a execução desses planos. No final de junho, foi publicado o primeiro levantamento, no início de julho, o segundo e, na terceira semana de julho, o terceiro .

O Norte e o Nordeste, em geral, aumentaram a abertura de suas economias, enquanto o Sul tomou medidas mais rígidas para conter a pandemia.

Em alguns estados, como Acre e Rondônia, os governos locais reclassificaram municípios de acordo com planos de retomada, com expansão do funcionamento de mais setores, como no Amapá. Em outros casos, a retomada incluiu a abertura de novas atividades. O Amazonas, primeiro estado a sofrer com a pandemia, já marcou o cronograma de volta às aulas presenciais.

O Piauí e o Rio Grande do Norte estão com processo de retomada de diversos setores econômicos.

Já o governo gaúcho vai aumentar a testagem no estado. O programa Testar RS está ampliando o número de testes diários de RT-PCR que vai saltar de mil para 8 mil testes diários. Em Santa Catarina, 209 municípios estão com o transporte coletivo interrompido.