Sexta é dia de cozido no Asala Lounge

O Asala Lounge traz de volta para as sextas-feiras o seu delicioso cozido. Um prato perfeito para quem aprecia uma comida regional.

O Asala funciona na Avenida Marcionilo Francisco, na esquina com a Rodrigues de Abreu, no Bairro Maurício de Nassau. De segunda a quinta-feira, está aberto do meio-dia às 22h30. Já às sextas e sábados, do meio-dia às 2h da manhã.

O almoço é servido durante toda a tarde.

Jogador de basquete do Paulistano é o primeiro atleta com coronavírus no Brasil

O jogador de basquete Maique, do Paulistano, tornou-se na quinta (19) o primeiro caso conhecido de um atleta que atua no Brasil a ter um diagnóstico positivo para o coronavírus.

De acordo com nota oficial do clube, o atleta foi internado com sintomas da Covid-19 na sexta (13). O resultado do teste saiu na terça (17), e Maique teve alta hospital na quarta (18).

Segundo o Paulistano, todos os atletas, integrantes da comissão técnica e funcionários do clube que tiveram contato com o jogador entraram em quarentena. Dois jogadores de futebol brasileiros que atuam no exterior já receberam diagnóstico da Covid-19: Dorielton (Dori), do Meizhou Hakka, clube da segunda divisão chinesa, e Jonathas Jesus, do Elche, da segunda divisão espanhola.

Folhapress

Caixa não perderá dinheiro ao prestar socorro por coronavírus, diz presidente do banco

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou que, mesmo liberando R$ 78 bilhões de crédito a mais para tentar conter os efeitos da crise causada pelo coronavírus, as perdas para o banco serão menores que 1%.

À reportagem, Guimarães disse que os empréstimos, vigentes e novos, estão “muito bem protegidos” especialmente no caso das Santas Casas e hospitais filantrópicos, que vivem em uma situação financeira complicada e se tornarão epicentro do atendimento de contaminações pelo vírus na população de baixa renda.

Banco não faz filantropia. Ou, no caso da Caixa, haverá flexibilização para a oferta das linhas de crédito de ajuda à população e à economia?
Somos o banco de todos os brasileiros, mas somos um banco. A Caixa é a instituição com mais folga de capital [índice de Basileia de 19%], temos centenas de bilhões de reais para colocar no mercado, mas faremos isso de acordo com a necessidade da economia e com a análise de crédito de cada tomador.

Como conceder mais R$ 3 bilhões para hospitais filantrópicos e Santas Casas que estão à beira da calamidade financeira e não tomar prejuízo?
Podemos e vamos emprestar para quem está em situação financeira complicada desde que nos apresentem garantias.

Foi um pedido especial do presidente Jair Bolsonaro?
Faço parte do grupo de trabalho criado pelo governo para conter os danos causados pelo vírus na saúde e na economia. Foi uma demanda [atendimento aos hospitais] que chegou ao grupo não somente por meio da federação das Santas Casas, mas também por meio de deputados que vieram a mim.

Em muitos casos Brasil afora, caberá a essa rede o atendimento da população mais carente. Esses hospitais estão presentes nos municípios mais afastados e que não têm, como nos hospitais maiores, estrutura financeira para lidar com os problemas. Muitos não atendem nem por plano de saúde.

Qual é a demanda desses hospitais, afinal?
Nesse caso, haverá não só um aumento de recursos para novos empréstimos [R$ 3 bilhões] como redução de até 23% nas taxas de juros com carência de seis meses em contratos de dez anos.

Quem tem empréstimos com a Caixa pode trocar um pelo outro, dependendo da negociação. Mas o que isso significa?
Com a diferença de taxas de juros e o prazo para começar a pagar de seis meses, esses benefícios, na prática, se traduzem em mais dinheiro no caixa dos hospitais para a compra de suprimentos ou ampliação de leitos para o atendimento de coronavírus.

Como são hospitais da rede SUS, esses empréstimos estarão garantidos pelos repasses do governo?
Isso. Nossa carteira de crédito está muito bem protegida. Temos cerca de R$ 100 bilhões com financiamentos de projetos de infraestrutura que vão muito bem. De outros R$ 100 bilhões, a maior parte está com o consignado, com um risco muito baixo porque estão garantidos com os pagamentos de aposentadorias do INSS.

Anunciamos que vamos comprar até R$ 30 bilhões da carteira de crédito de bancos menores que estiverem em dificuldades nesse período de crise. Vamos atender prefeituras e governos que têm garantia do Tesouro. Eu diria que nosso risco é maior entre pequenas e médias empresas e, mesmo assim, inferior a 1% da carteira [menos de R$ 300 milhões].

Então, a ajuda solicitada pelo governo também funcionará como oportunidade de negócios?
Além de ser um banco social, a Caixa, ao menos nessa gestão, tem forte conexão com os padrões técnicos. É o banco da matemática. Estamos nas duas pontas. Ao mesmo tempo em que prestamos os serviços operacionais de programas de governo fazemos negócios. Vamos, por exemplo, operacionalizar o pagamento dos vouchers para profissionais liberais (R$ 200), anunciados como ajuda para os informais. Provavelmente, vamos usar nossa rede de casas lotéricas [isso gera remuneração ao banco]. Estamos analisando ainda. Pode ser via celular também. Recentemente, pagamos milhares de pessoas que tinham FGTS pra sacar via celular.

Em outra frente, desde o ano passado, começamos a migrar nossa carteira de crédito de grandes empresas para outros nichos, dando mais atenção para pequenas e médias.

Firmamos uma parceria com o Sebrae para detectar oportunidades [tanto para o banco quanto para as empresas]. Essas companhias estão presentes em todo o país e a Caixa está presente em 5.500 municípios.

Vamos atender aos cooperados do agronegócio do Centro-Oeste, por exemplo, com a oferta de R$ 5 bilhões. Foi outro pedido que recebemos agora no meio dessa crise. Esse público, normalmente é atendido pelo Banco do Brasil.

Além dos R$ 30 bilhões em compra de carteira, a Caixa anunciou mais R$ 40 bilhões em linhas para capital de giro. Pequenos e médios são os mais carentes desse recurso e, no entanto, os que têm menos condições de conseguir. Como resolver esse impasse?
Desde que apresentem recebíveis ou alguma outra garantia firme, vamos fazer. Não faremos nada que exponha o balanço do banco. Basta lembrar que, recentemente, vendemos R$ 8,5 bilhões que a Caixa tinha em ações da Petrobras para evitar uma perda de patrimônio da ordem de R$ 5 bilhões.

A carteira de crédito de pequenas e médias empresas da Caixa é de cerca de R$ 30 bilhões. Qual o peso do comércio e das empresas de serviços, os mais afetados pela crise?
Esse grupo tem uma participação de cerca de R$ 9 bilhões nessa carteira e estamos trabalhando para ampliá-la. Anunciamos, por exemplo, uma redução de 45% nos juros para capital de giro como medida emergencial.

As medidas anunciadas pela Caixa têm impacto pequeno no banco, mas e se a crise aumentar?
Estamos preparados para isso. Temos sobra de capital e, à medida que for preciso, podemos entrar com novos remédios. Podemos ampliar para 90 dias, 120 dias a pausa de pagamentos. O Banco Central liberou até 180 dias de prazo de postergação sem que o banco seja punido por isso. Nosso grupo tem reuniões diárias e tomaremos medidas reativas ou pro-ativas caso seja necessário.

Folhape

HPV está ligado a mais de 70% dos casos de câncer de colo de útero, no Brasil

Cerca de 17 mil mulheres devem desenvolver câncer do colo de útero no Brasil, em 2020. E a maioria desses prováveis casos pode ser em decorrência do HPV, como estima o Instituto Nacional de Câncer, o Inca.

O HPV é uma Infecção Sexualmente Transmissível e, de acordo com a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS), é responsável por desenvolver mais de 70% dos cânceres do colo uterino, nas mulheres.

O oncologista do Inca, Cícero Martins, explica que o HPV não apresenta sintomas na fase inicial e, por isso, é comum que a pessoa descubra a infecção após o surgimento do câncer. Ele lembra, que se a pessoa esteve em relações sexuais desprotegidas, sem uso de preservativos, a melhor forma de prevenção as ISTs é a realização de testes rápidos de diagnósticos, disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde.

“Aquilo fica anos na pessoa e se desenvolve no câncer. Aí, sim, resulta em um câncer de colo de útero e a pessoa começa a ter sintomas, como dor na relação sexual, sangramentos, odor fétido. Mas, só nas fases mais graves. A infecção em si ela é assintomática.”

O Ministério da Saúde alerta que a transmissão do HPV se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada, e pode ocorrer por meio de sexo oral e até pelo beijo.

O Sistema Único de Saúde disponibiliza a vacina do HPV para meninas entre nove e 14 anos, e para os meninos idade entre 11 e 14 anos, que é a forma mais segura de garantir proteção às gerações futuras, como ressalta Cícero Martins.

“A vacinação é a melhor forma de prevenir contra o HPV porque deixa a pessoa imune antes do contato com o vírus.”

Além disso, o uso da camisinha em relações sexuais pode evitar o HPV e outras ISTs, como sífilis, herpes genital e gonorreia.
Proteja-se! Usar camisinha é uma responsa de todos. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/ist. Ministério da Saúde, Governo Federal. Pátria Amada, Brasil.

Vamos juntos sair dessa: uma mensagem para os tempos de crise

Diante de todas as incertezas sobre o nosso futuro, o processo eleitoral, a situação econômica do Brasil e do mundo, não é o momento de ficarmos em efeito suspensivo, nem entrar numa espécie de medo coletivo, mas sim nos prepararmos para todos os possíveis cenários.

Mais do que antes, os profissionais de comunicação devem estar prontos para cumprir o seu papel, que é o de estabelecer vínculos entre cidadãos e políticos ou instituições. É no momento de crise que a comunicação se torna ainda mais importante.

Uma palavra mal colocada ou uma frase fora do tom, pode levar a desdobramentos ainda piores. Por outro lado, quem souber aproveitar o momento, se posicionando de forma correta, além de cumprir seu papel de acolhimento e equilíbrio social, sairá dos próximos meses muito mais fortalecido.

Em momentos como os que estamos vivendo, em que a ansiedade toma conta das pessoas, ainda mais com o confinamento por conta do Coronavírus, é preciso manter a sobriedade, compreender o momento de cada um, e planejar muito bem cada ato de comunicação.

Posicionamentos públicos precisam ser muito bem estudados para não serem interpretados como oportunismo, nem tampouco, entendidos como omissão.

É das crises que grandes nomes emergem.

E é preciso ter em mente que a nossa crise passará dentro de alguns meses. Você já se perguntou que país teremos após essa etapa? No que as pessoas estarão pensando? Quais as expectativas que elas terão?

O processo eleitoral brasileiro pode sim sofrer um pequeno adiamento. Creio ser difícil adiar para outro ano porque isso significaria aumentar o tempo de mandato daqueles que estão no cargo, e também por crer que em agosto o surto de Coronavírus já esteja perto do seu fim. Provavelmente, podemos ter um processo eleitoral “encurtado”, acontecendo em novembro. Isso é a minha projeção, não há posição oficial alguma.

O que é importante? Que você aproveite esse tempo com uma postura adequada. Substitua o nervosismo e a ansiedade por foco. Eu costumo falar sempre nas minhas aulas, que um dos maiores diferenciais de um profissional é o acervo que ele carrega.

Com essa bagunça causada pelo Coronavírus, sugiro que veja a situação com outros olhos: você acabou de ganhar um semestre inteiro para se preparar, sem a pressão habitual, podendo estudar política, uso de tecnologia e estratégias de comunicação.

É preciso parar de olhar para baixo, para o que está acontecendo e, ao mesmo tempo, olhar mais adiante, para o momento que nos recuperaremos. É vislumbrar o futuro que nos faz humanos.

Quando este momento chegar, melhores estarão aqueles que tiverem aproveitado os meses anteriores se preparando.

Você pode até encarar os próximos seis meses como meses de reclusão e sofrimento, mas eu lhe digo o que farei: serão os meses de mais estudo, de mais determinação e de mais foco, de toda a minha carreira.

A epidemia não fará de mim uma vítima. Nossos antepassados sobreviveram a coisas muito piores e cresceram durante os períodos de dificuldade que enfrentaram. Isso nos trouxe até aqui. Farei o mesmo e sugiro fazermos isso juntos.

Vamos enfrentar as perdas e nos preparar para a retomada, pois assim que ela começar, estaremos prontos para qualquer cenário que encontrarmos.

Contem comigo.

Marcelo Vitorino

Antonio Coelho solicita à Embrapa análise sobre mortalidade de peixes em Jatobá

Preocupado com a situação de piscicultores da cidade de Jatobá, na bacia do Rio São Francisco, que vem enfrentando a alta mortalidade de peixes, o deputado Antonio Coelho (DEM) solicitou a ajuda da Embrapa. Em conversa com Pedro Gama, Chefe Geral da Embrapa Semiárido, o parlamentar relatou a situação emergencial vivida pelos produtores locais e pediu a realização de um estudo a fim de identificar o que vem causando as mortes no município. Antonio Coelho pontuou, inclusive, a existência de casos em que os produtores perderam tudo.

“Ficamos alarmados com a mortalidade dos peixes, que está assolando o sustento de vários piscicultores ao longo do Rio São Francisco e, imediatamente, entramos em contato com a Embrapa para que ela possa fazer as pesquisas e estudos necessários a fim de evitar e combater os motivos dessa praga que anda solando e prejudicando a vida de centenas de famílias”, salientou o parlamentar.

A conversa com a Embrapa resultou em encaminhamentos imediatos. Ficou alinhado que a pesquisadora Josir Laine e equipe farão uma visita aos municípios de Jatobá e Petrolândia. O objetivo é coletar amostras de peixes e da água para a realização de análises laboratoriais e, assim, chegar ao diagnóstico do agente causador dessa mortalidade.

“Agradecemos a proatividade da instituição e do seu Chefe Geral Pedro Gama. Vamos acompanhar para que a gente possa dar mais esclarecimentos e orientações a todos os produtores de piscicultura do Rio São Francisco”, assinalou Antonio Coelho.

Compesa investe R$ 12 milhões em ações emergenciais

Diante da situação emergencial decretada devido à pandemia do novo coronavírus (COVID-19) em Pernambuco, a Compesa anunciou ontem (19) ações na Região Metropolitana do Recife (RMR) e no Interior, com o objetivo de levar mais água para a população. A primeira medida adotada é a suspensão da cobrança da conta para os 120 mil clientes enquadrados na tarifa social, além da ampliação da produção do Sistema Tapacurá a partir do aumento, em 500 litros por segundo, da vazão da água retirada da barragem de mesmo nome (de 2.500 l/s para 3.000 l/s). A estratégia se baseia nos estudos e no acompanhamento da previsão de chuvas para o trimestre de abril a junho da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), que prevê um aumento de 20% no volume de precipitações.

A ação é imediata e beneficia mais de 150 mil pessoas que moram nas áreas dos Morros da Zona Norte, a exemplo do Alto Santa Isabel, Alto do Mandú, Alto do Novo Mundo, Alto Treze de Maio, Alto Nossa Senhora de Fátima, Alto José do Pinho, Morro da Conceição e Alto do Eucalipto.

A segunda medida emergencial, que tem duração inicial de 30 dias e que receberá investimento de cerca de R$ 2,5 milhões, é o reforço de carro-pipa na RMR e interior. Na região metropolitana, o incremento será de 150% passando da utilização de 16 carros-pipas para 40 que realizarão 160 viagens por dia. Esta ação visa atender localidades desabastecidas – sem rede ou com pressão insuficiente -, no Recife, Olinda, Paulista, Camaragibe e Jaboatão dos Guararapes. Já no interior, a utilização de carros-pipa irá saltar de 145 para 320 que serão responsáveis por realizar mais de 1.200 viagens por dia. Serão beneficiadas as localidades desabastecidas dos municípios de Caruaru, Toritama, Santa Cruz do Capibaribe, Garanhuns, Paudalho, Carpina, Vitória de Santo Antão, Belo Jardim, Gravatá, Salgueiro, Serra Talhada, Afogados da Ingazeira e Ouricuri, entre outros.

Por fim, tendo em vista que a Região Metropolitana do Recife concentra a maior parte da população do Estado, a Compesa elaborou um plano emergencial que prevê a execução de 43 obras estratégicas na região, com um investimento de R$ 9,5 milhões. A medida é fruto de estudos realizados para viabilizar obras consideradas de pequeno e médio portes para otimizar a distribuição de água da RMR. Desta forma, serão executadas obras de curto prazo em 43 localidades, beneficiando 260 mil pessoas. A previsão é a de que as intervenções sejam concluídas no prazo de 30 a 120 dias.

ACOMPANHAMENTO DOS MANANCIAIS – A Compesa está realizando monitoramento contínuo dos mananciais juntamente com a Apac com o objetivo de acompanhar o nível de acumulação devido às recentes chuvas registradas e, com isso, ampliar a oferta de água para a população. As primeiras melhorias já são sentidas no interior do estado, beneficiando cerca de 150 mil pessoas. Os mananciais que atendem os municípios de Jataúba, Santa Cruz do Capibaribe, Sanharó e Escada saíram de situação de pré-colapso ou colapso após registrarem aumento do volume de água acumulada. Já os municípios de Triunfo, Brejo da Madre de Deus, Belo Jardim, São Benedito do Sul e Pombos tiveram redução do rodízio.

A Compesa ressalta que esse cenário é dinâmico e que pode ser atualizado diariamente, à medida que sejam registradas chuvas em Pernambuco. Por isso, o monitoramento é realizado todos os dias e, sempre que a situação permitir, a Companhia atuará com o objetivo de reduzir os rodízios que se impõem devido ao cenário de déficit hídrico que atinge 90% do território pernambucano.

Prefeitura realiza trabalho de conscientização junto às categorias de transportes

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Autarquia Municipal de Defesa Social, Trânsito e Transportes (DESTRA), realizou, na manhã da quinta-feira (19), um trabalho de conscientização junto às categorias de transportes alternativos e taxistas sobre os cuidados e prevenção contra o COVID-19.

A ação contou com entrega de panfletos, cartazes e abordagens aos condutores. Os agentes estiveram no terminal leste, Rua dos expedicionários, Praça do Rosário, Rua 7 de setembro, Shopping Difusora, Av. Rio Branco e Terminal Rodoviário.

Vítimas do coronavírus são enterradas sem funerais em todo o mundo

.Enterro em cemitério de Bergamo, Itália no dia 16/3/2020

Abatido pelo coronavírus aos 83 anos de idade, Alfredo Visioli se despediu de sua vida longa com uma cerimônia curta em um cemitério próximo de Cremona, sua cidade natal no norte da Itália.

“Eles o enterraram assim, sem um funeral, sem seus entes queridos, só com uma bênção do padre”, disse sua neta, Marta Manfredi, que não pôde comparecer. Como a maior parte dos familiares do falecido, e do país, ela está confinada ao lar.

“Quando tudo isso passar”, promete, “nós lhe daremos um funeral de verdade”.

Em qualquer local que o coronavírus tenha atingido, independentemente de cultura ou religião, rituais antigos para homenagear os mortos e confortar os enlutados estão sendo abreviados ou descartados pelo medo de aumentar o contágio.

O vírus, que já matou quase 9 mil pessoas em todo o mundo, está reformulando muitos aspectos da morte, da objetividade de se lidar com corpos infectados à observância das necessidades espirituais e emocionais dos que ficam.

Na Irlanda, a autoridade de saúde está aconselhando os funcionários de necrotérios a colocarem máscaras em cadáveres para diminuir até o menor risco de infecção.

Na Itália, uma empresa de funerais está usando links de vídeo para permitir que famílias em quarentena vejam um padre abençoar o falecido. Na Coreia do Sul, o medo do vírus está provocando uma redução tão grande no número de pessoas nos funerais que empresas que servem refeições nestas ocasiões sofrem para se manter.

Há pouco tempo para cerimônias em cidades muito atingidas, como Bergamo, ao nordeste de Milão, onde os necrotérios estão lotados e o crematório está funcionando em tempo integral, disse Giacomo Angeloni, autoridade local a cargo dos cemitérios municipais.

A Itália já relatou quase 3 mil mortes decorrentes da Covid-19, a doença causadas pelo coronavírus – a cifra mais alta fora da China, onde o vírus surgiu. O Exército enviou 15 caminhões e 50 soldados a Bergamo na quarta-feira para transferir corpos para províncias menos sobrecarregadas.

Uma proibição de aglomerações acabou com os rituais essenciais que nos ajudam a passar pelo luto, disse Andy Langford, principal chefe de operações da Cruse Bereavement Care, instituição de caridade britânica que oferece cuidados e aconselhamento gratuito.

Mão de obra extra
No Irã, assim como no norte da Itália, funcionários de hospitais e necrotérios lidam com uma sobrecarga de corpos. O vírus já matou 1.284 pessoas e infectou milhares na nação, de acordo com a televisão estatal.

As autoridades contrataram mais gente para cavar túmulos, disse o administrador do cemitério Behesht-e Zahra de Teerã. “Trabalhamos dia e noite”, contou. “Nunca vi uma situação tão triste. Não há funerais.”

A maioria dos corpos chega de caminhão e é enterrada sem o ritual de lavagem que o islamismo dita, explicou.

Mortes provocadas pela Covid-19 têm sido registradas como ataques cardíacos ou infecções pulmonares, disse o funcionário de um hospital de Kashan, cidade localizada a cerca de três horas de carro de Teerã, à Reuters.

“As autoridades estão mentindo a respeito do total de mortos”, afirmou.

Risco de infecção
Em vários países, levas de infecções surgiram depois de funerais. Na Coreia do Sul, onde mais de 90 pessoas morreram, o governo exortou as famílias de vítimas da Covid-19 a cremarem seus entes queridos primeiro e realizarem os funerais mais tarde.

Os funerais coreanos costuma acontecer nos hospitais e envolvem três dias de orações e banquetes.

Desde o surgimento do surto, o número de participantes de funerais despencou 90%, independentemente de o falecido ter o vírus ou não, disse Choi Min-ho, secretário-geral da Associação Coreana de Funerais.

As autoridades de Wuhan, o epicentro da epidemia na China e o local da maioria das mortes, identificou rapidamente o negócio dos funerais como uma fonte de transmissão em potencial.

No final de janeiro, a agência civil local ordenou que todos os funerais de vítimas confirmadas do Covid-19 ficassem a cargo de uma única agência funerária do distrito de Hankou. As cerimônias de luto, que normalmente são eventos sociais agitados na China, foram limitadas, assim como todas as outras aglomerações públicas.

No mês passado, um funcionário de uma agência funerária de Hankou que só se identificou com Huang escreveu um ensaio que circulou nas redes sociais. Ele disse que seus colegas de profissão estão tão sobrecarregados quanto os médicos da cidade, mas que testemunharam menos reconhecimento.

Doença cruel
Também na Espanha uma grande leva de casos foi ligada a um funeral em Vitória, cidade do norte, no final de fevereiro. Ao menos 60 pessoas que estiveram presentes foram diagnosticadas após o evento, segundo reportagens da mídia local.

Com mais de 600 mortes, a Espanha é o segundo país mais assolado da Europa, só ficando atrás da Itália, e agora a maioria das pessoas está isolada em casa.

Referindo-se a estas restrições, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, classificou o coronavírus como uma doença “cruel” que paralisa a necessidade humana de socialização

Na Irlanda, por enquanto ainda se permite até 100 convidados em todos os funerais, mas a maioria das famílias está optando por pequenas cerimônias particulares e incentivando outros a expressarem seus pêsames pela internet em sites como o RIP.ie, onde obituários e convites a funerais costumam ser publicados.

Itália registra 3.405 mortes por Covid-19 e supera China

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O número de mortos pelo surto de coronavírus na Itália aumentou nas últimas 24 horas em 427, para 3.405, ultrapassando o total de mortes até agora registradas na China, disseram autoridades nesta quinta-feira.

Os números desta quinta-feira na Itália representam uma ligeira melhora em relação ao dia anterior, quando a Itália registrou 475 mortes.

Cerca de 3.245 pessoas morreram na China desde que o vírus surgiu no final do ano passado. O início do surto da Itália foi noticiado em 21 de fevereiro.

O número total de casos na Itália subiu para 41.035 em relação aos 35.713 anteriores, um aumento de 14,9% — uma taxa de crescimento mais rápida do que a observada nos últimos três dias, informou a Agência de Proteção Civil.

Dos infectados originalmente, 4.440 haviam se recuperado totalmente, ante 4.025 no dia anterior. Havia 2.498 pessoas em terapia intensiva contra 2.257 anteriormente.