Artigo – Stakeholder: que bicho é esse?!

Um dia desses, dando aula sobre visão holística, soltei um “palavrão”, stakeholders, e todos me olharam com olhos arregalados, boquiabertos e uns até cochichando entre si. Quem não a conhece pode pensar num xingamento, ou mesmo achar bonito e pôr o nome do filho. Imagina uma mãe chamando seu filho para lhe dar um carão: Stakeholder da Silva, venha cá! Mas não é nada disso. Depois que você entender o que este palavrão significa, vai facilitar sua percepção de mercado.

Ao pé da letra, esta expressão em inglês quer dizer “partes interessadas”, mas interessadas em quê, que história é essa? A sua empresa é composta por você, possíveis sócios, funcionários e gerentes, todos, por motivos óbvios, interessados no negócio, envolvidos em torno de um objetivo comum. No entanto você convive também com clientes, fornecedores, concorrência, governo e às vezes até a política e a imprensa. Pois é, estes também são “parte interessada” no seu empreendimento, e a todos eles podemos dar o nome de stakeholders.

Costumamos considerar que o cliente seja tratado com preferência, afinal de contas sem eles nossos negócios não sobreviverão. Mas se você parar para pensar, sem fornecedor, a loja fica desabastecida, sem o funcionário, o cliente não é atendido, a não ser que sua empresa seja bem pequena ao ponto de você fazer tudo sozinho. Mas sem seu sócio, muitas vezes não seria possível nem iniciar o negócio. Sem o poder público não haveria a cobrança de impostos, que maravilha, mas não haveria a ordem e a regulação do mercado no combate à concorrência desleal por exemplo.

Cada stakeholder tem a sua importância e por isso mesmo precisa de sua atenção. Tratar todos como parceiro é um importante caminho, até mesmo quando se trata de concorrentes. Se não vejamos o caso das associações comerciais ou de classe, câmaras de lojistas, sindicatos patronais ou mesmo federações dos mais variados segmentos, são frutos do associativismo, tema para um próximo artigo.

O associativismo une numa mesma mesa vários concorrentes em torno de assuntos que sejam do interesse de todos. Seu mercado fica mais fortalecido quando o bolo a ser dividido fica maior, assim a sua fatia cresce e todos ficam mais sadios. A união faz a força.

Vivemos a era do relacionamento, ganha mercado que se relaciona melhor com ele e o mercado não é composto somente de seus clientes, mas todos os seus stakeholders.

Se você está cuidando bem dos seus stakeholders, ou seja, de todos que se relacionam com a sua empresa, você está cuidando bem do seu negócio e no caminho certo para o sucesso, afinal de contas, todos são “partes interessadas” e o sucesso de um, na maioria das vezes, significa o sucesso de todos.

Por Marco Sodré – administrador, Especialista em Marketing, Coordenador do curso de Administração Faculdade UNINASSAU Caruaru e Diretor Executivo da ACIC (Associação Comercial e Empresarial de Caruaru)

Programa Cooperativo Estadual de Energia Solar será lançado em Caruaru

O mercado de energia solar fotovoltaica tem mostrado sua força em todo o mundo, principalmente por ser uma energia limpa, renovável e sustentável, além de proporcionar uma redução de gastos com energia elétrica aos consumidores. E o Brasil é um dos dez países que mais investiram nesse tipo de energia limpa, segundo dados de 2017 apresentados pela International Energy Agency Photovoltaic Power Systems Programme (IEA PVPS), com sede na Suíça. Entre os estados brasileiros, o que tem a maior geração distribuída de energia solar, conforme levantamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), é Minas Gerais, com 148,4 megawatts (MW); Pernambuco ocupa a 10ª colocação com 19 MW. Mas o crescente número de empresas que se instalam no Estado confirma a expansão do setor, o que deve colocá-lo em posições superiores em breve.

Visando o crescimento da implantação de usinas de energia solar em todo o Estado, a Federação das Cooperativas de Energia e Desenvolvimento de Pernambuco (Fecoerpe), sediada em Caruaru, criou o Programa Cooperativo Estadual de Energia Solar (PCESOL), em que suas doze cooperativas filiadas passam a ser franqueadas da empresa Insole Energia Solar S.A e, com isso, vão comercializar toda a estrutura necessária (painéis solares, inversores de energia e string box) para a implantação de usinas em residências e empresas. O lançamento do Programa será neste sábado (27/04), na sede da Cooperativa de Energia, Comunicação e Desenvolvimento do Agreste Pernambucano (CERAPE), em Caruaru, às 10h. Estarão presentes o presidente da Fecoerpe, Jurandi Araújo; o diretor-presidente da Insole Energia Solar S.A., Ananias Gomes; o presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Pernambuco (OCB/PE), Malaquias Ancelmo de Oliveira; o presidente da CERAPE, José Aniceto de Oliveira; empresários e autoridades.

“As doze cooperativas de energia e desenvolvimento espalhadas por Pernambuco, todas em funcionamento há mais de 40 anos, iniciaram nos anos 70 o processo de eletrificação de propriedades rurais no Estado, em parceria com a Celpe, atingindo 100% delas em 1995, o que corresponde a 70 mil associados atendidos com energia elétrica. Com a conclusão desse processo, nos reinventamos e buscamos novas maneiras de gerar recursos. E, há dois anos e meio, aproximadamente, realizamos um estudo e definimos como um dos caminhos para este objetivo a comercialização de sistemas de energia solar. Então, buscamos, entre diversos fornecedores de sistemas de energia solar, a Insole que é uma das maiores empresas do setor no país. Esta parceria faz nascer este primeiro empreendimento em Caruaru, um importante passo, inclusive para tornar nosso Estado um dos maiores produtores de energia renovável e limpa do país”, afirma Jurandi Araújo, presidente da Fecoerpe.

Serviço: Lançamento do Programa Cooperativo Estadual de Energia Solar (PCESOL)

Data: 27 de abril de 2019

Horário: 10h

Local: sede da Cerape – Rua Lamartine Figueiredo nº 110, bairro Agamenon Magalhães (por trás do prédio da TV Pernambuco)

Canpat: construção civil está entre os setores com maior risco de acidentes de trabalho

Um dos segmentos que mais registram acidentes de trabalho no Brasil, a construção civil é o primeiro do país em incapacidade permanente, o segundo em mortes (perde apenas para o transporte terrestre) e o quinto em afastamentos com mais de 15 dias. O setor é um dos alvos da Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Canpat), lançada em abril pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, que se estende até novembro.

O mais recente Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho (AEAT) aponta que em 2017 ocorreram 549.405 acidentes de trabalho em todo o país. Na construção civil, foram 30.025, equivalente a 5,46% de todos os casos. O número de afastamentos do emprego por mais de 15 dias por conta das atividades profissionais no Brasil foi de 142.782. No setor, o número chegou a 11.894 na construção – 8,3% do total.

Se comparado a outras ocupações, o número é alto, afirma o auditor-fiscal do Trabalho Jeferson Seidler, da Coordenação-Geral de Segurança e Saúde no Trabalho da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. Ele entende que é preciso considerar que o setor é bastante representativo – em 2017 havia 1,8 milhão de pessoas trabalhando na área – e que a natureza da atividade na construção civil é perigosa. Mas pondera que a maioria dos acidentes poderia ser evitada se fossem tomadas medidas preventivas.

Prevenção de acidentes

Para reduzir os riscos de acidentes de trabalho na construção civil existem regras dispostas na Norma Reguladora 18 (NR-18), que trata especificamente da saúde e segurança na Construção Civil. Para conhecimento e aplicação dessa regulamentação é preciso treinamento inicial e periódico (por fase da obra), com duração de seis horas. É importante também conhecer e seguir as Recomendações Técnicas de Procedimento publicadas pela Fundacentro- RTP.

Todo canteiro de obra deve contar com uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) ou um representante. É fundamental que o ambiente de trabalho esteja preparado de acordo com as normas e que os operários adotem medidas de segurança.

“É importante lembrar que a prevenção de acidentes não se resume aos Equipamentos de Proteção Individual. As proteções coletivas e a organização do trabalho são as principais medidas de gerenciamento dos riscos ocupacionais. Os EPI são complementares. A Canpat tem o objetivo justamente de contribuir para que no Brasil todos tenhamos uma cultura de prevenção, entendendo os riscos e as melhores soluções em cada atividade”, afirma o auditor.

Caso o empregado se sinta inseguro ou vítima de negligência, a orientação da Coordenação-Geral de Segurança e Saúde no Trabalho é conversar com a Cipa e o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) da empresa. Se não houver êxito, a denúncia deve ser feita ao sindicato da categoria ou na unidade mais próxima da Rede de Atendimento do Trabalhador.

Taxas

Em 2017, mil pessoas não puderam retornar ao trabalho ou retornaram com limitações porque ficaram com algum tipo de incapacidade permanente, o que representa 7,9% do total de 12.651 casos. E 227 pessoas morreram de um total de 2.096 (10,8%).

Enquanto a taxa de mortalidade no trabalho no Brasil é de 5,21 mortes para cada 100 mil vínculos, na construção civil a taxa é de 11,76 casos para cada grupo de 100 mil. As principais causas destes acidentes são impactos com objetos, quedas, choques elétricos e soterramento ou desmoronamento.

“Tem que considerar que o risco na construção civil é muito maior do que no serviço público, por exemplo. Mas também não dá para justificar o alto número de acidentes com isso, porque há procedimentos e equipamentos que, se adotados, evitariam esses acidentes e mortes”, afirmou Seidler.

Informalidade

Os dados presentes no AEAT se referem apenas ao mercado formal, não considerando a informalidade, onde os acidentes acontecem e não são registrados. “De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, a informalidade na construção civil gira em torno de 40% na média do Brasil e até 60% em alguns estados. Esses trabalhadores informais atuam certamente em situação mais precária, mas os acidentes que eles sofrem não entram na estatística”, disse.

Os casos de adoecimento no setor também são destacados pelo auditor. Segundo ele, os mais comuns são de lombalgia, perda auditiva induzida por ruído e doenças do sistema respiratório por exposição a poeiras. “Embora os dois últimos não apareçam nas estatísticas, sabe-se que são fatores importantes em todos os tipos de obra”, diz Seidler.

Prejuízos decorrentes de acidentes ocupacionais são muitas vezes imensuráveis, acrescenta o auditor. Os trabalhadores voltam ao serviço com medo e a imagem da empresa sofre desgaste. Em caso de negligência por parte do empregador, há a possibilidade de pagar indenização ao INSS ou até responder a processo criminal por lesão corporal ou homicídio culposo, dependendo da situação.

Shopping Difusora recebe exposição da Casa dos Pobres

A partir de hoje, sexta-feira (26), a Casa dos Pobres São Francisco de Assis inaugura uma exposição no Shopping Difusora. Batizada de “Idosos da Casa dos Pobres”, a exibição vem com a finalidade de apresentar o projeto “Calendário 2020”, que mostra um pouco do dia-a-dia dos idosos que vivem na instituição. A exposição está montada na Arena Difusora, no primeiro piso.

As fotos foram produzidas pela fotógrafa Janaína Pepeu, que fez questão de ceder para a causa. Quanto ao calendário com todas as fotos da exposição, ele será lançado em outubro, em comemoração ao Dia Internacional do Idoso. A renda arrecadada com a venda dos calendários servirá para custear despesas da instituição. É importante lembrar que a exposição é gratuita e aberta ao público.

A mostra fica em cartaz até o domingo (28), funcionando de acordo com o horário de abertura do centro de compras, sendo na sexta e sábado das 10h às 22h e no domingo, das 11h às 21h. “Essa é uma oportunidade que o público tem para conhecer um pouco mais sobre as pessoas que habitam a instituição”, enfatiza o gerente de Marketing do Shopping Difusora Welter Duarte.

Serviço

Exposição Idosos da Casa dos Pobres

Quando: Nos dias 26, 27 e 28 de abril

Onde: Arena Difusora (primeiro piso)

Horários: sexta e sábado, das 10h às 22h e domingo das 11h às 21h

A visitação é gratuita

Assala Lounge com novos pratos a partir de maio

O Espaguete a Bolonhesa será um dos deliciosos pratos que começarão a ser servidos a partir de maio no Assala Lounge. Mais novidades vêm por aí.

O Asala funciona na Avenida Marcionilo Francisco, na esquina com a Rodrigues de Abreu, no Bairro Maurício de Nassau. De segunda a quinta-feira, está aberto do meio-dia às 22h30. Já às sextas e sábados, do meio-dia às 2h da manhã.

Quatro pernambucanos na comissão da Previdência

Quatro deputados pernambucanos, entre eles Silvio Costa Filho (PRB), indicado para a vice-presidência, estão na comissão especial da Previdência. Os demais são Carlos Veras (PT), Fernando Rodolfo (PR), ambos titulares, e o pastor Eurico (Patriota), suplente. Outros parlamentares do estado podem fazer parte do grupo com indicações de partidos que ainda não se posicionaram.

No PSB, por exemplo, segundo o líder da bancada, Tadeu Alencar, 16 deputados demonstraram interesse em participar da comissão. Os socialistas podem fazer seis indicações, sendo três titulares e três suplentes. O socialista deverá apresentar os nomes até terça-feira.

Na condição de vice-presidente, Silvio Costa Filho afirmou que um dos motivos que o levou a aceitar representar o seu partido na comissão foi a possibilidade de retirar da proposta da reforma os pontos que se referem aos trabalhadores rurais e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). “Estamos convencidos que, independentemente da coloração partidária, qualquer presidente teria que fazer a reforma da Previdência. Entendemos que ela é muito importante para o Brasil, mas agora iremos discutir o mérito dos trabalhadores rurais e do BPC”, justificou o parlamentar.

Ao comentar a indicação, Veras afirmou que irá redobrar os esforços “na luta contra essa criminosa reforma e em defesa da classe trabalhadora”. “Usaremos todos os instrumentos políticos e regimentais em defesa dos direitos da classe trabalhadora. Nosso principal escudo será a Constituição Federal que garante o direto à seguridade social”.

Diario de Pernambuco

Mais municípios de Pernambuco podem entrar na rota do turismo

Apesar de responder por 4% do Produto Interno Bruto do Estado, o turismo ainda sofre certa carência de investimentos em algumas regiões pernambucanas. Por isso, a Secretaria de Turismo e Lazer de Pernambuco (Setur-PE) quer incluir mais municípios do Estado no Mapa do Turismo Brasileiro – iniciativa do Ministério do Turismo que hoje conta com 103 das 185 cidades pernambucanas.

Secretário de Turismo e Lazer de Pernambuco, Rodrigo Novaes explicou que o mapa permite que os municípios realizem ações de estruturação da cidade, que também beneficiam a população, com mais facilidade. “Existe uma linha de financiamento através do BNDES, por exemplo, um programa chamado Prodetur + Turismo, que, para fazer jus a esse recurso, é necessário que o município esteja inscrito no Mapa. Já é um atrativo importante”, contou Novaes.

Por isso, a Setur apresentou as novas exigências para que os municípios ingressem e permaneçam no Mapa do Turismo a representantes das cidades pernambucanas na última quinta-feira (25) durante o III Encontro de Municípios das Regiões Turísticas do Estado. O encontro, promovido pela Setur e pela Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) no Recife, reuniu gestores de turismo e prefeitos. Além dos 103 municípios pernambucanos inseridos no Mapa, estavam presentes representantes de 81 municípios ainda não cadastrados, como Cumaru, Gameleira, Ibimirim, João Alfredo, Macaparana, Xexéu, Surubim e Passira.

“Estamos instruindo esses municípios para que eles possam se inscrever no mapa turístico. Temos a necessidade de investir em infraestrutura, só que o investimento necessita de recursos e nisso nós precisamos do apoio do Governo Federal”, explicou Novaes. “É uma forma de contribuir com o desenvolvimento. Investindo em infraestrutura e no empreendedorismo”, confirmou o secretário de turismo de Agrestina e presidente da Associação das Secretarias de Turismo de Pernambuco (Astur/PE), Josenildo Santos.

Folhape

Sesc Ler Buíque realiza ação educativa de saúde

No intuito de conscientizar a população acerca dos cuidados com a pressão arterial, o Sesc Ler Buíque realiza, nesta sexta-feira (26/4), uma ação educativa aberta ao público, com orientações sobre prevenção e hábitos saudáveis. As atividades serão realizadas a partir das 9h, na sede do Centro de Convivência do Idoso (CCI) Monsenhor José Kerle, no Bairro Frei Damião.

No dia 26 de abril é celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. A ação contará com orientações sobre sintomas e prevenção à hipertensão, além do uso indevido de medicamentos. “Detectamos que muita gente toma medicamento de forma errada: usa de terceiros e não frequenta o médico para avaliação. Por isso, queremos passar as informações corretas para que as pessoas saibam se prevenir”, explica a assistente social do Sesc Ler Buíque, Claudia Hofmann.

Sesc – O Serviço Social do Comércio (Sesc) foi criado em 1946. Em Pernambuco, iniciou suas atividades em 1947. Oferece para os funcionários do comércio de bens, serviços e turismo, bem como para o público geral, a preços módicos ou gratuitamente, atividades nas áreas de educação, saúde, cultura, recreação, esporte, turismo e assistência social. Atualmente, existem 20 unidades do Sesc do Litoral ao Sertão do estado, incluindo dois hotéis, em Garanhuns e Triunfo. Essas unidades dispõem de escolas, equipamentos culturais (como teatros e galerias de arte), restaurantes, academias, quadras poliesportivas, campos de futebol, entre outros espaços e projetos. Para conhecer cada unidade, os projetos ou acessar a programação do mês do Sesc em Pernambuco, basta acessar www.sescpe.org.br.

Pesquisa mostra que 63 milhões de brasileiros estão no vermelho

O número de inadimplentes chegou a 63 milhões no Brasil em março. O número é recorde, segundo o Serasa Experian, e significa que, em apenas um ano, entre março de 2018 e março de 2019, mais de dois milhões de pessoas entraram no vermelho. Desse montante, 800 mil pessoas ficaram negativadas apenas entre fevereiro e março deste ano. Com isso, a inadimplência cresceu 3,2% no País, fazendo com que as dívidas atrasadas virassem realidade para 40,3% da população adulta do País – percentual semelhante ao encontrado em Pernambuco. No Estado, 2,8 milhões de pessoas, 40,8% da população estadual, têm contas em atraso, de acordo com pesquisa do Serasa.

“O aumento do desemprego e a alta da inflação nos primeiros meses do ano resultaram em perdas na renda do consumidor, o que impacta diretamente na inadimplência. A concentração de compromissos financeiros típicos de início de ano, como IPTU, IPVA, material escolar, pressiona o orçamento da população”, explica o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, lembrando que esse recorde de pessoas com dívidas em atraso traz prejuízos ao crescimento da economia.

É o caso, por exemplo, da gari Ana Cristina, de 44 anos. “Eu pagava tudo em dia, só que fiquei desempregada e mudou tudo. Recebi o seguro-desemprego, mas optei por alimentar meus filhos e dar prioridade às coisas dentro de casa”, justificou Ana, admitindo que até as contas de água e luz da sua casa estão atrasadas. “Nem trabalhar com o nome sujo você consegue”, lamentou a gari.

Comerciante, Genildo Jordão, 49 anos, também entrou no vermelho por conta do desemprego. Só que, neste caso, o débito é do cartão de crédito. “É uma dívida pequena, mas, como perdi o emprego, não consigo pagar. Tornou-se uma ‘bola de neve'”, contou Jordão, que, por conta disso, não consegue mais fazer financiamentos ou compras parceladas.

O cartão de crédito, por sinal, é um dos grandes responsáveis pela inadimplência. Segundo o Serasa, os débitos que mais deixaram as pessoas negativadas em março foram os de bancos e cartões (28,1%), água, luz e gás (19,8%) e telefonia (13,2%). “O grande vilão é o cartão de crédito, uma vez que dá uma falsa ideia de extensão de renda e tem juros beirando 280% ao ano. É uma ferramenta excelente para quem sabe usar, mas pode se tornar um pesadelo para toda uma família”, reitera o consultor econômico e financeiro, Tiago Monteiro, lembrando que, o aumento da oferta de crédito nos últimos meses também contribuiu com a alta da inadimplência. “Nos anos de 2016 e 2017, no resquícios da crise econômica no Brasil, as pessoas não tinham disponibilidade para gastar e a taxa de juros em torno de 14% deixava o consumidor com receio. Após a queda dos juros para 6,5%, os compradores voltaram a consumir”, lembrou Monteiro.

Idades

Os pernambucanos Ana e Genildo estão na faixa etária que corresponde à maior parte dos brasileiros que têm contas em atraso. Segundo o Serasa, 19,9% dos 63 milhões de inadimplentes têm entre 41 e 50 anos. Mas o segmento que apresentou a maior alta foi o de idosos. É que 38,8% dos consumidores com mais de 61 anos estavam inadimplentes em março.

Para esses consumidores, a dica dos especialistas é coloca todas as contas na ponta do lápis para avaliar se seus gastos cabem na sua renda. Se o saldo for neutro, recomenda-se atenção e o corte de itens supérfluos. Mas, se for vermelho, o cuidado deve ser recobrado: guardar o cartão e comprar só o essencial é fundamental.