Bebês com microcefalia recebem medicamento para evitar convulsões

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) deu início, neste mês de agosto, à distribuição do medicamento Levetiracetam (Keppra), para evitar crises convulsivas em crianças com síndrome congênita do zika (SCZ/microcefalia). Pernambuco é o primeiro estado do Brasil a disponibilizar o medicamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A dispensação está sendo feita nas unidades da Farmácia de Pernambuco espalhadas por todas as regiões do Estado.

Pernambuco investiu R$ 273.485 mil na compra de mais de 4,2 mil frascos do medicamento, indicado para pacientes com quadros de saúde mais graves. Importante ressaltar que a incorporação de novas drogas no SUS, além dos requisitos para acesso, é definida pelo Ministério da Saúde (MS). Mesmo assim, o Governo do Estado fez todos os esforços para concretizar mais essa conquista para as crianças com SCZ/microcefalia, reunindo profissionais da rede de referência para discutir e produzir o protocolo.

“Desde o início, Pernambuco tem mostrado sua responsabilidade com as crianças com síndrome congênita do zika/microcefalia. Ao sermos comunicados da mudança no padrão da doença, prontamente iniciamos a vigilância epidemiológica dos casos, organizamos a rede de atendimento e fomos pioneiros na produção de protocolos, que se tornaram referência para outros Estados brasileiros e países”, ressalta o secretário estadual de Saúde, Iran Costa.

Ainda sendo ele, neste mês acontece a expansão das unidades de referência para todas as 12 Gerências Regionais de Saúde e, agora, a disponibilidade do Levetiracetam na Farmácia de Pernambuco. “Essa é uma conquista para os pacientes e suas famílias, que terão mais essa alternativa para o desenvolvimento dessas crianças”, completou o secretário.

Para ter acesso ao Keppra, a criança precisa ser atendida em alguma unidade referência do Estado para esse público. Além do laudo médico, serão solicitados o histórico clínico do paciente e exame físico geral, com ênfase nas áreas neurológica e psiquiátrica. O paciente também precisa ter idade superior a 1 mês.

Dados

Desde o início das notificações, em 2015, a Secretaria Estadual de Saúde computou 2.357 casos notificados, sendo 420 confirmados. No Agreste, o público alvo recebe assistência no Hospital Mestre Vitalino (HMV), em Caruaru, por ser unidade de referência da síndrome.

Bolsa Permanência inscreve indígenas e quilombolas até 29 de setembro

As inscrições para o segundo semestre do Programa Bolsa Permanência (PBP), do MEC, estão abertas até 29 de setembro. A ajuda financeira é destinada a alunos das comunidades indígenas e quilombolas matriculados em instituições de ensino superior.

Os estudantes interessados em participar do processo seletivo devem se inscrever pelo site do MEC. Os candidatos precisam anexar toda a documentação solicitada para a comprovação do seu pertencimento a comunidades indígenas ou quilombolas – registros que podem ser obtidos, respectivamente, na Fundação Nacional do Índio (Funai) e na Fundação Cultural Palmares.

O valor da bolsa, estabelecido pelo MEC em R$ 900, é calculado com relação à organização social das comunidades, condição geográfica, costumes, línguas, crenças e tradições, amparadas pela Constituição Federal. A verba é paga diretamente pelo MEC com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por meio de um cartão de benefício.

Atualmente, 87 instituições de ensino aderiram ao Programa Bolsa Permanência. “O Bolsa Permanência atende 6.800 alunos indígenas e quilombolas”, informa o coordenador-geral de Relações Estudantis da Secretaria de Educação Superior (Sesu), do MEC Antônio Corrêa. “A nossa expectativa com essas novas inscrições é que outros mil estudantes entrem no PBP. ”

A saúde do homem como prioridade em agosto

Agosto tem o “Dia dos Pais” e é o mês de “Valorização da Paternidade”. Promover o engajamento dos homens nas ações do planejamento reprodutivo e no acompanhamento do pré-natal, do parto e do pós-parto de suas parceiras e nos cuidados no desenvolvimento da criança, com a possibilidade real de melhoria na qualidade de vida para todas as pessoas envolvidas e vínculos afetivos saudáveis. Esses são os principais objetivos para celebrar o tema. Também é um momento especial para a família se dedicar mais para o homem do lar, que sempre está se mostrando forte, mas que precisa de atenção e cuidados com a saúde.

O mês de “Valorização da Paternidade” foi instituído pelo Comitê Vida, grupo de trabalho intersetorial que integra profissionais de organizações governamentais e não-governamentais, universidades e demais pessoas e instituições interessadas. A Coordenação Nacional de Saúde do Homem (CNSH) apoia essa ação e estimula que a mesma seja nacional. As iniciativas são baseadas em um dos eixos prioritários da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH): Paternidade e Cuidado.

“Será um momento de chamar a atenção dos homens para a importância da participação dos pais no processo de gestação, no parto e na educação dos bebês”, afirmou Francisco Moreira, coordenador de Saúde do Homem (Dapes/SAS), do Ministério da Saúde. Segundo ele, trata-se de um campo de atuação que oferece inúmeros benefícios na educação permanente em saúde, principalmente a valorização de modelos masculinos positivos que inspiram capacidade de ouvir, negociar e cooperar, pautados no respeito, tolerância, autocontrole e cuidado.

Entre as ações que estão sendo planejadas, estão o convite a todos os profissionais de saúde, gestores, educadores a desenvolverem ações de Paternidade e Cuidado, oficinas de capacitação do Guia do Pré-Natal do Parceiro para Profissionais de Saúde e divulgação dos resultados da pesquisa “Saúde do Homem – Paternidade e Cuidado”, além de trabalhar pelo engajamento nas ações das coordenações estaduais e municipais de Saúde do Homem.

Instituída por meio da Portaria em 2009, o PNAISH tem como objetivo a promoção de ações de saúde que possibilitem a apreensão da realidade dos homens entre 20 e 59 anos de idade, sendo o Brasil um dos primeiros países a formular uma política direcionada a este segmento populacional e instituir uma Coordenação no Governo Federal. Os outros países são Irlanda (2008) e a Austrália (2010).

Sobre a saúde do homem

A cada três mortes de pessoas adultas no Brasil, duas são de homens. Os brasileiros vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres e têm mais doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol e pressão arteriais mais elevadas. As três esferas do poder na área da saúde trabalham para melhorar a saúde dos homens (especialmente dos mais jovens), melhorar a relação entre gêneros, promover a igualdade entre gêneros e destacar papéis positivos de homens. É uma ocasião em que homens se reúnem para combater o sexismo e, ao mesmo tempo, celebrar suas conquistas e contribuições na comunidade, nas famílias e no casamento, e na criação dos filhos.

Já em 2008 o Ministério da Saúde do Brasil lançava a Política Nacional de Saúde do Homem com o objetivo de facilitar e ampliar o acesso da população masculina aos serviços de saúde. Uma das principais metas desta política é promover ações de saúde que contribuam significativamente para a compreensão da realidade singular masculina nos seus diversos contextos socioculturais e político-econômicos. Outra meta diz respeito aos diferentes níveis de desenvolvimento e organização dos sistemas locais de saúde e tipos de gestão. Este conjunto possibilita o aumento da expectativa de vida e a redução dos índices de morbimortalidade por causas preveníveis e evitáveis nessa população.

A iniciativa é uma resposta à observação de que os agravos do sexo masculino são um problema de saúde pública. A política enfatiza a necessidade de mudanças de paradigmas no que concerne à percepção da população masculina em relação ao cuidado com a sua saúde e à saúde de sua família. Considera essencial que, além dos aspectos educacionais, entre outras ações, os serviços públicos de saúde sejam organizados de modo a acolher e fazer com que o homem sinta-se parte integrante deles.

Tornar as cidades acolhedoras ao pedestre é olhar para todo trânsito

Nem todo pedestre é motorista, mas todo motorista é pedestre. Na contramão dessa máxima, a maior parte das cidades brasileiras retrata um cenário de descaso e negligência aos que se deslocam a pé, que, quase sempre, se desafiam a competir por espaço em meio a um trânsito caótico. Considerado um dos grupos mais vulneráveis no tópico mobilidade urbana, eles protagonizam o dia 8 de agosto, quando é comemorado o Dia do Pedestre. A data, contudo, é apenas um convite para sensibilizar a sociedade para a segurança do pedestre e para a importância de traduzi-la em atitudes cotidianas. Com o intuito de estimular essa reflexão, a Perkons ouviu especialistas para entender o que ainda falta para as cidades se tornarem espaços seguros e agradáveis a quem caminha.

Por um lado, Brasília é considerada a capital planejada para carros. Por outro, referência nacional em educação no trânsito, tendo sido palco, há duas décadas, da iniciativa que prioriza a travessia do pedestre. “Hoje, estamos correndo o risco de perder um pouco desse valor pela ausência de campanhas educativas permanentes, que sensibilizem a população. Também são importantes os programas de moderação de tráfego que estimulem a redução da velocidade, pois há vias em que as pessoas praticam velocidades altas, por abuso ou porque é permitido”, contrapõe o professor de engenharia de tráfego da Universidade de Brasília (UnB), Paulo Cesar da Silva.

Em termos de estrutura viária e planejamento urbano, Silva é contundente: transformar uma cidade concebida para carros em um espaço convidativo ao pedestre é quebrar paradigmas e apostar na reforma do modelo viário. “Velocidade moderada não é perda de tempo. Além disso, é preciso distribuir os espaços de circulação de forma socialmente justa, para que não sejam compartilhados entre um automóvel com dois indivíduos e um ônibus com quarenta, conceito que ainda nos deixa reféns na busca por um meio de transporte individual”, aponta.

Entretanto, para o professor, velocidade moderada e reformulação do modelo viário não dispensam a necessidade de reeducar a população para o trânsito, ciclo que deve envolver do pedestre ao motorista. “As pessoas não são formadas para a condição de pedestre e muitas vezes não estão atentas à sinalização e à configuração física do espaço de circulação. Isso reforça ainda mais o cuidado que o condutor deve ter, como consta no Código de Trânsito Brasileiro”, pontua. Tomar para si a responsabilidade pela segurança da circulação do pedestre é um dever preconizado pelo artigo 29, § 2º do CTB. Também é imprescindível salientar que respeitar o Código de Trânsito Brasileiro é dever de todos, incluindo os pedestres.

A voz de quem anda
Tornar as cidades acolhedoras ao pedestre. Com essa bandeira nasceu há cerca de dois anos o Cidadeapé – Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo. Desde então, o grupo participou da elaboração do PAC Mobilidade Ativa – que prevê recursos para a infraestrutura da mobilidade a pé e por bicicleta -, e conquistou uma cadeira no Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT) de São Paulo, e o mais importante, abriu os olhos da sociedade para o tema.

“Sentíamos que as pessoas que se deslocam a pé nas cidades não tinham voz social nem política, e decidimos abrir essa porta”, sintetiza uma das cofundadoras da organização, Joana Canêdo, que relaciona o transporte a pé a ⅔ de todos os deslocamentos urbanos no país. Para ela, o que falta nas cidades é uma concepção que ecoe os reais anseios do pedestre. “Quem usa a própria energia para se deslocar escolhe caminhos mais eficientes e mais seguros”, descreve. Para Joana, é preciso pensar na mobilidade a pé como um sistema que necessita de infraestruturas básicas e que conectem toda rede de deslocamento de maneira linear, contínua e articulada a outros modais, com calçadas, travessias e passarelas, além de bancos, arborização e sinalização. “Também é essencial o respeito geral às pessoas que estão a pé, as deixando atravessar na faixa sem ter que implorar, por exemplo”.

Pais serão homenageados no Hospital Mestre Vitalino

Em celebração ao Dia dos Pais, comemorado neste domingo (13), o Hospital Mestre Vitalino preparou uma programação para homenagear os pais internados, os colaborados que são pais, e os pais das crianças que estão em tratamento na unidade.

Para os colaboradores, o HMV promoverá um almoço especial na data. Já as crianças da pediatria estão confeccionando um diploma de “melhor pai do mundo” com desenhos e mensagens, para entregarem na data. No domingo, os pais internados na unidade serão reunidos em um grupo, no horário de visitas, onde receberão mensagens e homenagens em honra pelo seu dia.

As ações foram planejadas pela equipe de humanização da unidade para que todos tenham a possibilidade de festejar esta data, ainda que no ambiente hospitalar.

Como o Holding pode proteger pequenas, médias e grandes empresas? Advogado explica

Como organizar grupos empresariais? O que são holdings, para que servem e como funcionam? Como aplicar a holding na estruturação dos negócios? Estas e outras questões serão esclarecidas na palestra gratuita que será realizada no dia 23 de agosto no Auditório Iguatemi Business, das 9 às 10h30, na cidade de Sorocaba, interior de São Paulo.

O evento tem como objetivo levar conhecimento sobre este mecanismo a empresários, administradores, contabilistas, departamentos jurídicos, executivos e demais profissionais com atuação voltada às empresas. A organização é do escritório CSDS Advogados e terá como palestrante o advogado Vinícius Camargo Silva.

Segundo Vinícius Camargo Silva, a constituição de uma holding pode trazer benefícios para as empresas, pois ajuda a organizar as atividades operacionais, disciplinar a sucessão da empresa e melhor gerir o patrimônio dos sócios e os recursos empregados na atividade em si.

“Na gestão do negócio familiar, por exemplo, a holding permite definir previamente regras sobre família, propriedade e operação, mitigando possíveis conflitos e permitindo que as atividades desenvolvidas pela empresa tenham condições de continuar mesmo após o falecimento do fundador, conferindo relativa perpetuidade ao legado”, explica o advogado.

Além disso, a holding não está limitada a grandes empresas. “Uma empresa familiar, como uma padaria, um supermercado ou uma metalúrgica pode se enquadrar nessa categoria”, observa Vinícius.

Entre os assuntos abordados no evento estarão a organização de grupos empresariais, as estruturas societárias e a aplicação do holding na estruturação dos negócios, na gestão de patrimônio imobiliário e societário, na organização de negócios operacionais e no processo de sucessão das empresas familiares.

Dilma critica reforma política em velório do ex-marido

A ex-presidente Dilma Rousseff acusou a proposta de criação do chamado distritão, prevista no projeto de reforma política em debate no Congresso, de ser uma extensão do golpe que teria sido praticado contra ela em 2016.

O comentário foi feito durante um discurso emocionado ao final da cerimônia de despedida do ex-marido, o advogado trabalhista Carlos Araújo, morto na madrugada deste sábado (12), em Porto Alegre, aos 79 anos.

“O golpe é um processo, não é uma iniciativa isolada. Começou com o impeachment, continua com o impedimento da candidatura de Lula (em 2018) e pode continuar com a criação do distritão e do parlamentarismo”, disse Dilma a familiares, amigos e políticos de expressão regional que compareceram ao velório.

A ex-presidente também atacou a elite do país. “Temos uma elite insensível, interessada no descontrole político e não no desenvolvimento da nação brasileira e do nosso povo”, discursou, em meio a referências afetuosas ao ex-companheiro.

Ao destacar a coerência política do ex-marido, Dilma lembrou a solidariedade de Araújo durante o período em que sofreu o processo de impeachment. “Ele estava estarrecido. Ele foi um lutador contra a ditadura [militar] e contra o poder que emana das elites econômicas, políticas e midiáticas”, destacou.

Foi o único momento em a que ex-presidente Dilma falou de maneira pública, durante o velório. Araújo não resistiu a complicações pulmonares e morreu à 0h01, na UTI do Hospital São Francisco, no Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre.

A despedida teve início às 15h na Assembleia Legislativa gaúcha e foi aberta ao público pouco depois para que os parentes mais próximos tivessem contato reservado com o corpo do político.

Durante toda a tarde, Dilma não falou com a imprensa. Ela optou por ficar circulando entre conhecidos da capital gaúcha. A ex-presidente intercalou momentos ao lado do caixão e em um espaço restrito, com acesso ao salão Julio de Castilhos da Assembleia. Ela voltava ao saguão para receber os cumprimentos de amigos, familiares e políticos.

A petista ficou em pé, boa parte do tempo, na companhia da filha que teve com Araújo, a procuradora do trabalho Paula Rousseff de Araújo, e do genro, Rafael Covolo. Transparecia serenidade e emoção.

Colega de ministério no governo Lula, Tarso Genro, ex-governador do Rio Grande do Sul (2011-2014) pelo PT e ex-ministro da Justiça, chegou por volta das 16h50. Abraçou a ex-presidente e conversaram brevemente.

Na saída, abatido, Tarso lamentou a perda do amigo. Sublinhou o passado de luta pela democracia do político morto. “A gente está em uma idade de perder as nossas melhores referências”, disse Genro.

O tom de perda de um amigo também caracterizou as palavras do ex-governador Olívio Dutra (PT), para quem Araújo exercia uma liderança que chamou de “franca e fraterna”.

Dutra lembrou o envolvimento do político nos movimentos sociais e sindicais na década de 1980 e o trabalho de Araújo como deputado estadual por três mandatos. “Era daqueles militantes que não vacila, na luta pelos direitos do trabalhador”, ressaltou Dutra.

Para o ex-deputado federal e um dos líderes do PDT no Rio Grande do Sul Carlos Eduardo Vieira da Cunha, Araújo tinha como marca a capacidade de diálogo.

“Ele era um trabalhista, mas tinha relação com todas as forças de esquerda”, afirmou Vieira da Cunha ao chegar ao velório.

Em nota, o governador José Ivo Sartori (PMDB-RS) afirmou que Araújo “se destacava pelo espírito democrático, se relacionando de forma fraternal e sempre respeitando posições diversas”.

Considerado um “filho político” de Araújo, o ex-presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazzi, também discursou na cerimônia final. Antes, ao elogiar a capacidade de articulação política do ex-companheiro do PDT, Zuanazzi reconheceu que faltou alguém com o perfil de Araújo no governo de Dilma.

“Carlos Araújo é aquele tipo de pessoa que faz falta a qualquer governo. Para um governo que acabou com um impeachment, mais ainda”, comentou Zuanazzi, que construiu boa parte da carreira política ao lado de advogado trabalhista.

TRAJETÓRIA

Nascido em São Francisco de Paula, RS, em 1938, Carlos Franklin Paixão de Araújo era filho do também advogado trabalhista Afrânio Araújo, de quem herdou o gosto pelo direito e pela política.

Na década de 1950, ingressou na Juventude Comunista e integrou a delegação brasileira para o Festival da Juventude de Moscou em 1957. Anos mais tarde, integrou a organização guerrilheira VAR-Palmares, na qual em 1969 conheceu a futura mulher, Dilma Rousseff, com quem viveu até 2000 e depois seguiu como amigo.

Max, codinome pelo qual era conhecido nos tempos de luta armada, foi preso pela ditadura militar em julho de 1970, meses após a captura de Dilma. Ele deixou a cadeia em 1974, mesmo ano em que perdeu o pai e assumiu o escritório de advocacia que existe até hoje na capital gaúcha.

Na carreira política, era ligado a Leonel Brizola e foi um dos fundadores do PDT, partido pelo qual se elegeu deputado estadual por três vezes e chegou a disputar a Prefeitura de Porto Alegre, em 1988 -na época, perdeu a eleição para Olívio Dutra, que inaugurou a série de quatro gestões seguidas na cidade sob comando do PT.

Em 2000, junto com Dilma e outros correligionários, Araújo deixou o PDT e passou a se dedicar a o escritório que mantém na capital gaúcha.

Mesmo afastado da vida política, Carlos Araújo não deixou de opinar sobre assuntos políticos contemporâneos. Sobre o processo que levou ao impeachment da amiga e ex-mulher da Presidência, Araújo considerava que houve um “golpe” e que Dilma foi abandonada pelo PT.

Lava Jato cogita prolongar prisão de Odebrecht

O acordo de colaboração judicial de Marcelo Odebrecht prevê que empresário deixará a cadeia em dezembro, após passar dois anos e meio atrás das grades. Mas o comportamento do herdeiro da Construtora Odebrecht pode retardar sua transferência para a prisão domiciliar. A força tarefa da Lava Jato cogita requerer à Justiça o prolongamento da estadia do empresário na prisão do Paraná.

De acordo com o que o blog apurou, os procuradores de Curitiba se irritaram com Marcelo Odebrecht porque ele ajuizou recurso judicial num processo englobado pelo acordo de delação premiada. Trata-se de um direito do condenado. Entretando, os responsáveis pela Lava Jato sustentam que Odebrecht havia renunciado ao excercício dessa prerrogativa cnstitucional ao celebrar o acordo de delação.

“Marcelo Odebrecht tinha o compromisso de não exercer o direito de recurso”, disse ao blog uma das autoridades que acompanham o caso. “Porém, num processo especifico, ele recorreu. Do nosso ponto de vista, isso é um descumprimento do acordo de colaboração. O direito de recorrer, assim como o direito ao silêncio, é inquestionável. Mas a pessoa pode decidir não exercê-lo. É o que acontece com os colaboradores. Não podemos impedir ninguém de recorrer. Mas podemos, sim, restringir os benefícios a que ele faria jus, adiando a progressão de regime.”

Os responsáveis pela Lava Jato fazem uma distinção entre a Odebrecht e seu ex-presidente. A empresa colabora normalmente. Mas o herdeiro do ex-império exibe um comportamento que os procuradores definem como “arrogante”. Nas palavras de um dos membros da força-tarefa de Curitiba, “dois anos de prisão não foram suficientes para transformar o empresário numa pessoa mais humilde.” Quando é chamado a prestar esclarecimentos complementares, Odebrecht revela-se pouco colaborativo.

Um episódio recente ajudou a azedar os humores dos procuradores com Marcelo Odebrecht. A Polícia Federal não consegue ter acesso ao laptop pessoal do empresário. O equipamento está protegido por senhas. E o dono da máquina alega que não dispõe dos tokens que armazenam a senha. Abespinhada, a delegada Renata da Silva Rodrigues, da Polícia Federal, espetou a Procuradoria num ofício:

“Preocupante para as investigações que a obtenção de evidências contidas no laptop de Marcelo, e que teria sido por ele supostamente indicado à PGR [Procuradoria-Geral da República] como importante fonte de prova (contendo inclusive seus e-mails), não tenha sido exigida como condição sine qua non para qualquer acordo”, criticou a delegada.

Marcelo Odebrecht já foi informado de que sua migração da cadeia para o conforto da prisão domiciliar “subiu no telhado”, na expressão usada por um procurador. A defesa do empresário alega que sua disposição de colaborar não mudou. Numa manifestação sobre a encrenca da senha do laptop, os advogados sustentaram que seu cliente está inteiramente comprometido com o acordo de colaboração celebrado. Continua à disposição para confirmar todos os fatos já relatados a Lava Jato.

Confirmando-se a intenção de endurecer com Marcelo Odebrecht, a Procuradoria terá de protocolar uma petição no TRF-4, sediado em Porto Alegre. Nessa hipótese, caberá aos desembargadores do Tribunal Regional Federal deliberar sobre o pedido de permanência do empresário na cadeia, determinando o prazo.

ARTIGO — Demissão voluntária

Por Maurício Assuero

Em meio a tanto absurdo proposto pelo governo, não se pode deixar de comentar o programa de demissões voluntárias que pretendem, pasmem!,atingir 5 mil funcionários públicos e economizar R$ 1 bilhão por ano. Primeiro que essa quantidade é insignificante diante da real necessidade do governo. Segundo, porque o governo não está atingindo quem merece. Não que um PDV seja algo absurdo de se implantar, e o governo até tem razão na tentativa, mas o que choca é que a economia que o governo pretende poderia ser muito mais eficiente se ele, Temer, tivesse coragem, brio, hombridade, para demitir 5 mil funcionários – que não produzem absolutamente nada – que ganham tubos de dinheiro porque são indicações políticas dessa cambada de ladrões que dão sustentação ao um presidente que é reprovado por 95% da população!

Como se sabe, o grande sonho de quem está em algum cargo no governo é ser indicado para compor o conselho de administração de alguma estatal. No mínimo, R$ 8 mil reais a mais de gratificação e por benevolência estas pessoas são conselheiros de várias empresas ao mesmo tempo fazendo com que seu salário dobre e, em alguns casos, triplique. O governo 11.650 cargos na função DAS – Direção e Assessoramento Superior que geram um custo de R$ 878.090.538,13 (calculei com base nas informações do Portal da Transparência) e não estamos colocando aqui as demais funções comissionadas. Caminhos para reduzir o déficit sem a necessidade de aumentar impostos existem e são factíveis através de redução desses custos absurdos.

A proposta de Temer para o PDV é simples: 1,25 salário por ano trabalhado livre de INSS e imposto de renda. Um professor universitário com 20 anos de emprego e salário de R$ 15 mil levaria R$ 375 mil, mas vamos considerar que este é um grande pesquisador, uma pessoa de renome internacional. Vamos sair ganhando? Imagine os médicos dos diversos hospitais federais do Brasil aderindo a um programa dessa natureza… teremos uma segunda versão do Programa Mais Médicos?

Não há dúvida que no serviço público há pessoas que imaginam viver no paraíso sem o risco de desemprego e pouco se importam em dar andamento as questões essenciais, mas não se pode generalizar. Há pessoas comprometidas e que agem de forma a atender as necessidades da população. Temer é um fantoche que vai ser mantido no cargo apenas porque é subserviente. Imagino o orgulho que o filho pequeno terá dele, no futuro, quando essa lama que cobre os pés d

Donald Trump condena violência na Virgínia; governador decreta emergência

O governador do estado norte-americano da Virginia, Terry McAuliffe, decretou estado de emergência por causa dos confrontos entre ultranacionalistas de maioria branca e grupos antifacistas na cidade de Charlosttesville. Com protestos realizados nessa sexta-feira (11) e novos protestos hoje (12) de manhã o chamado União da Direita entrou em confrontos com grupos antifacistas. Tropas policiais de choque foram usadas para tentar conter os ataques entre os grupos opostos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também condenou a violência dos manifestantes. No Twitter, ele escreveu: “Todos nós devemos estar unidos e condenar tudo o que representa o ódio. Não há lugar para esse tipo de violência na América. Vamos juntos como um!”.

O enfrentamento começou durante protestos de ontem, liderados pelo grupo União de Direita. Centenas de homens e mulheres participam das manifestações contra uma decisão da prefeitura de remover uma estátua do general  confederado Robert E. Lee, um dos símbolos do movimento separatista dos Confederados.

Durante a Guerra Civil americana, entre 1861 e 1865, a Região Sul dos Estados Unidos, que reunia estados sulistas contrários a abolição da escravatura, tentaram a independência. Mesmo derrotado na Guerra da Secessão, alguns estados do Sul como a Virgínia, Norte Carolina e Sul Carolina, bem como Alabama e Georgia têm até hoje defensores dos confederados que aglutinam extremistas direita.

Os manifestantes que marcharam pela supremacia branca e contra a remoção da estátua, gritaram saudações nazistas e palavras de ordem contra negros, imigrantes, homossexuais e judeus.

Nos protestos que ocorreram à noite foram usadas tochas e alguns manifestantes cobriram o rosto. As tochas são um dos símbolos do KKK, Ku Klux Klan, um grupo formado depois da guerra civil americana por soldados das tropas confederadas.  O KKK foi um dos grupos que se levantaram contra o movimento pelos direitos civis liderados pelos negros americanos, no Sul dos Estados Unidos.