Por MENELAU JÚNIOR
Existem vários parâmetros a ser considerados na hora de escolher a escola do seu filho. Há quem pense naquela que fica mais perto de casa – e o comodismo fica acima da qualidade. Existem os que pensam no valor da mensalidade – e a “economia” fica acima da qualidade. Há quem procure saber o resultado da escola no Enem – e apenas uma nota fica acima de todo o resto.
A melhor escola não é a que fica mais perto de casa, nem a de menor valor (no caso das particulares), nem a que obteve a maior nota no Enem – esta, aliás, já está sendo “fabricada” por escolas que possuem redes e inscrevem os melhores alunos numa unidade específica, só para “inflar” a nota. Basta olhar os primeiros lugares no Brasil e ver que muitas escolas gigantescas aparecem com pouquíssimos alunos inscritos – o que lhes garante médias bem maiores, uma vez que os alunos são escolhidos “a dedo”.
Então, se o Enem já não pode ser “o” referencial, o que fazer?
Uma boa escola é aquela que tem professores renomados e experientes, que investe em tecnologia (mas não se deixa encantar por ela), que se preocupa com a formação do aluno (mas não coloca isso acima das competências exigidas no mundo do conhecimento), que tem um corpo técnico sempre atualizado e antenado às mudanças educacionais e, obviamente, que tem comprovados resultados significativos no Enem e nos vestibulares.
Mas a escola ideal para seu filho deve, além das qualidades elencadas, ser aquela em que ele se sente bem. De nada adianta o rigor acadêmico se o educando se sente oprimido; de nada adiantam as aulas em excesso se o aluno não tem tempo para estudar em casa; de nada adianta a média obtida no Enem se ela é fruto de “seleções” nada honestas.
Instigar os jovens a ter curiosidade e a querer aprender já não é muito fácil. Num ambiente em que ele não se sinta querido, motivado e acolhido isso será mais difícil ainda. Aos pais, deixo um conselho: acompanhem de perto os estudos de seus filhos, tratem a escola como aliada – nunca como inimiga. E jamais – jamais! – deixem para a escola as obrigações que, como pais, competem a vocês. Quem tem o dever primeiro de ensinar lições de civilidade, respeito, honestidade – entre outras virtudes – são os pais. À escola cabe cobrá-los e reforçá-los.
Boas escolas são, antes de tudo, bons centros de estudo, reflexão e conhecimento. Boas escolas ensinam para dar autonomia, não para criar papagaios. Uma nota apenas como referencial não diz muita coisa sobre elas.
Menelau Júnior é professor de língua portuguesa. Escreve para o blog todas as quintas-feiras. E-mail: menelaujr@uol.com.br