Anunciada lista de crianças contempladas com vagas nos CMEIs em Caruaru

Foto: Elvis Edson

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Educação e Esportes (Seduc), divulgará nesta sexta-feira (24) a lista oficial das crianças contempladas com vagas nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs). O resultado estará disponível no Diário Oficial e poderá ser consultado pelos responsáveis. Ao todo, foram contempladas 1.560 novas vagas e 149 transferências.

Os responsáveis devem efetivar as matrículas das crianças presencialmente na unidade contemplada, no período de 27 de janeiro a 07 de fevereiro. Para isso, será necessário apresentar os seguintes documentos:

Do estudante (cópia):

Certidão de nascimento e/ou RG;

CPF:

Cartão do SUS:

Cartão de vacinação da criança atualizado;

Cartão do Bolsa Família (caso seja beneficiário);

Comprovante de tipagem sanguínea – Fator RH

2 fotos 3×4;

Laudo médico para estudantes com Deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento e Altas Habilidades ou Superdotação.

Pais ou responsáveis (cópia):

RG;

CPF:

Comprovante de residência com CEP.

A Seduc reforça a importância de realizar a matrícula dentro do prazo estipulado para garantir a vaga.

60 Arte-Educadores da Rede Municipal participam de Jornada Pedagógica em Caruaru

A Secretaria de Educação e Esportes (Seduc), através da Gerência de Arte, realizou a II Jornada Pedagógica para Arte-Educadores da Rede Municipal de Caruaru. O evento aconteceu nas sedes da Seduc e da Secretaria da Primeira Infância (SEPI), reunindo 60 profissionais em três dias de intensa capacitação.

A programação foi estruturada para abordar temas fundamentais, como: Arte-Educação na Escola: um Universo em Expansão, Arte-Educação e Inclusão, Educação: Direito de Todos e Arte Educação e Planejamento. O encontro contou com a participação de parceiros importantes, entre eles Delma Eva Neide, referência nacional na área, que destacou a relevância do planejamento na Arte-Educação.

“A Arte-Educação é essencial para promover uma prática pedagógica mais lúdica e assertiva. Por meio dessa abordagem, conseguimos oferecer aos nossos estudantes momentos de aprendizado mais dinâmicos e cheios de significado, tornando a experiência escolar mais completa, leve e feliz”, destacou o secretário de Educação e Esportes, Kaio Colaço.

“Contribuir para a formação continuada dos Arte-Educadores é essencial para aprimorar as práticas pedagógicas. A Jornada é um espaço de troca, estudo e partilha, focado no aperfeiçoamento da equipe, permitindo a ressignificação das práticas diárias. Com atividades dinâmicas e participativas, garantimos o envolvimento de todos”, ressaltou Adriana Sales, gerente de Arte da Seduc.

A II Jornada Pedagógica reafirma o compromisso da Seduc em oferecer formações que fortaleçam a atuação dos profissionais e ampliem o impacto positivo da Arte-Educação nas escolas da rede municipal.

Prefeitura de Caruaru abre processo seletivo para o Centro de Formação Esportiva

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Administração em Parceria com a Secretaria de Educação e Esportes, abre mais um processo seletivo. Desta vez, com vagas para o Centro de Formação Esportiva, o Complexo Olímpico Rei Pelé. Inicialmente, as vagas serão destinadas aos cargos de monitor e coordenador.

As inscrições têm início nesta segunda (27) e seguem até 11 de fevereiro, devendo ser feitas exclusivamente pelo endereço eletrônico: http://selecoes.caruaru.pe.gov.br/. A seleção será realizada em etapa única, pela análise dos títulos.

Como meta da gestão do prefeito Rodrigo Pinheiro, novas vagas de concurso/seleção serão abertas durante o ano. Para esta seleção, um dos objetivos é oferecer aulas de prática esportiva diversificadas para crianças e jovens de 7 a 12 anos, promovendo o desenvolvimento físico e social por meio do esporte.

Confira os requisitos e calendário:

Vagas:
Monitor
Requisitos: Estar regularmente matriculado e ter cursado no mínimo 4 períodos do curso de Licenciatura e/ou Bacharelado em Educação Física.
Carga horária: 20 horas semanais.
Remuneração: R$ 810,00.
Vagas: 7 ampla e 1 PCD.

Coordenador
Requisitos: Diploma reconhecido pelo MEC em Licenciatura, Bacharelado e/ou Licenciatura Plena em Educação Física e registro ativo no Conselho Regional de Educação Física (CREF).
Carga horária: 20 horas semanais.
Remuneração: R$ 1.800,00.
Vagas: 1 ampla.

Cronograma:
Inscrições: De 27 de janeiro a 11 de fevereiro de 2025, através do endereço eletrônico http://selecoes.caruaru.pe.gov.br/

Resultado Preliminar: 17 de fevereiro de 2025 através do endereço eletrônico http://selecoes.caruaru.pe.gov.br/ e Diário Oficial do Município.

Prazo para Recursos: De 18 a 19 de fevereiro de 2025, eletronicamente, através do e-mailrecursos.selecoespmc@gmail.com

Resultado Final após Análise de Recursos: de 24 de fevereiro de 2025 Através do endereço eletrônico http://selecoes.caruaru.pe.gov.br/ e Diário Oficial do Município.

Governadora Raquel Lyra abre curso de capacitação em habitação para gestores municipais

Nesta segunda-feira (27), a governadora Raquel Lyra vai abrir a primeira aula do curso “Políticas Habitacionais: Resultados e Desafios”, do Insper, voltado para a formação de gestores públicos municipais e do Estado, lideranças do setor habitacional e de movimentos sociais ligados ao desenvolvimento urbano e habitação. Essa é a primeira vez que o treinamento do Insper acontece fora de São Paulo.

AGENDA DA GOVERNADORA RAQUEL LYRA | Segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

08h30 – Abertura do curso de Políticas Habitacionais do Insper

Local: Bugan Hotel Recife by Atlantica – Av. Eng. Domingos Ferreira, 4661 – Boa Viagem, Recife – PE

A promiscuidade de Trump 2.0 com os techbilionários pode não dar certo

Por Maurício Rands

As manchetes dos primeiros dias são preocupantes. “Elon Musk (Tesla e X), Mark Zuckerberg (Meta), Tim Cook (Apple), Sundar Pichai (Google), Jeffe Bezzos (Amazon), Sam Altman (OpenAi), bilionários da tecnologia, marcaram presença na posse de Donald Trump”. “Joseph Stiglitz alerta contra o excessivo poder dos tecno-oligarcas dos EUA”. “Novo governo retira os EUA do Acordo de Paris e da OMC”. “Trump revoga medidas pró-energia limpa e de combate às mudanças climáticas”. “1.500 condenados pela tentativa de golpe de 6/01/2021 são libertados após perdão de Trump”. “Governo Trump instaurou a censura nos sites federais, removendo expressões como gay, lésbica, bissexual, LGBTQ”. “Trump proíbe mulheres trans em prisões femininas”. “Trump ameaça tomar o canal do Panamá e a Groelândia”.

Ufa! Um espetáculo de horror. De intransigência. De chauvinismo. De supremacismo branco. De falso nacionalismo. De menosprezo por tudo que não seja ele próprio. De populismo de uma ultradireita autoritária sem qualquer pudor. De promiscuidade com os bilionários. Assim começou o governo Trump 2.0. Um “decretaço” voltado para fingir que resolve os ressentimentos de tantos americanos brancos, empobrecidos, perdedores da globalização e que se sentem desempoderadosporque mulheres, negros e imigrantes vinham conquistando direitos de cidadania e de igualdade. Dezenas de “executiveorders”, decretos às vezes inconstitucionais. Outras, meras bravatas. Alguns desses absurdos não passam de tática primária de botar o bode na sala para depois negociar. Muitos retrocessos.

Mas nem tudo é céu de brigadeiro para o autocrata. Osfreios e contrapesos ainda existem nos EUA. Já algumas medidas judiciais iniciam a resistência. Como no caso da proibição de registro de cidadania dos filhos de imigrantes que não estejam regularizados.

Ademais, o resultado eleitoral não foi tão acachapante quanto se anunciou. Na Câmara, os republicanos mantiveram as mesmas 220 cadeiras, contra 215 dos democratas. No Senado, os republicanos recuperaram o controle com 53 das 100 cadeiras na nova legislatura. Mas não conseguiram os 60 senadores para impedir o chamado “filibuster” (obstrução). Por isso, os democratas poderão bloquear iniciativas republicanas no Senado mesmo sem terem maioria. Os republicanos agora controlam 27 governos estaduais. Os democratas, 23. No voto popular, Donald Trump obteve 50,2% e Kamala Harris, 48,2%. Vê-se, pois, que a maioria republicana em 2024 ficou distante das vitórias esmagadoras de Franklin D. Roosevelt (1932, 1936, 1940, 1944), Lyndon B. Johnson (1964) e Barak Obama (2008). Este último teve 52,9% do voto popular (contra 45,7% de McCain), com 60 cadeiras no Senado e 257 na Câmara.

Também por outros motivos, nem tudo é negativo no novo cenário. Em todo o mundo, muita gente se opõe aos efeitos deletérios de Donald Trump para democracia, o meio-ambiente, o multilaterismo e para a redução das discriminações e desigualdades. Diante das propostas radicais que ele acaba de anunciar, duas hipóteses se descortinam. A primeira é que ele consiga viabilizar, por exemplo, as ameaças de deportação de milhões de trabalhadores imigrantes e de imposição de tarifas de importação de produtos da China, México e União Europeia. Difícil que essas duas medidas não provoquem inflação. E o protesto virá nas urnas, que já estarão abertas daqui a dois anos. Caso em que ele poderá perder o controle da Câmara.

Uma hipótese oposta pode resultar no mesmo efeito de desgaste e redução de seu poder político. Seria o caso em que as suas ameaças não sejam implementadas. Com o consequente descrédito e desgaste perante sua base de apoio que levou a sério seus excessos ultranacionalistas, supremacistas e contrários à cultura woke. A resposta pode ser a mesma daqui a dois anos, impondo-lhe um Congresso com maioria oposicionista. Acrescente-se o efeito caneta-seca. Como não pode ser reeleito, a força da sua caneta é inversamente proporcional ao tempo do mandato transcorrido. E nem se imagine que ele poderá mudar a Constituição para ser reeleito. Ele não tem e não terá os 2/3 de quorum em cada uma das casas do Congresso. Nem muito menos o quorum de ratificação de 3/4 dos parlamentos dos 50 estados da federação, como impõe o art. 5º da Constituição. Quanto às ameaças ao comércio mundial com imposição de tarifas aos chineses, mexicanos, canadenses e europeus, também não se imagine que esses países não podem retaliar. Existe até uma expressão para a natureza recíproca das retaliações tarifárias (“tit-for-tat tariffs”).

E, finalmente, a promiscuidade do presidente do país mais forte do mundo com os bilionários das “techgiants” pode produzir o resultado oposto. A parte saudável e lúcida da opinião pública mundial pode finalmente resolver agir para regulamentar o excessivo poder concentrado das grandes plataformas. Os que ingenuamente ainda acreditam que elas são instrumentos da livre-expressão podem finalmente perder suas ilusões. Triste é ver tantos brasileiros patriotas, ideologizados, não perceberem que aplaudir Trump contraria interesses de todos os povos do planeta, inclusive o brasileiro.

Maurício Rands, advogado formado pela FDR da UFPE, professor de Direito Constitucional da Unicap, PhD pela Universidade Oxford

 

Tecnofeudalismo: A Nova Configuração do Poder Econômico na Era Digital

Por João Américo de Freitas

O conceito de tecnofeudalismo tem ganhado destaque nos debates contemporâneos, sugerindo que o capitalismo tradicional está sendo suplantado por uma nova estrutura econômica e social, onde grandes corporações tecnológicas exercem um controle semelhante ao dos senhores feudais da Idade Média. Nesse modelo, as relações de mercado são substituídas por dependências hierárquicas, mediadas por plataformas digitais que dominam vastos “feudos” na nuvem.

Yanis Varoufakis, em seu livro “Technofeudalism: What Killed Capitalism”, argumenta que o capitalismo, caracterizado pela busca incessante de lucros através de mercados competitivos, está sendo substituído por um sistema onde o poder econômico se concentra em plataformas digitais. Essas plataformas operam como feudos modernos, onde não apenas trabalhadores, mas também empresários e pequenos capitalistas se tornam vassalos, gerando valor que se traduz em rendas para os proprietários dessas infraestruturas digitais.

DMT EM DEBATE

No tecnofeudalismo, a posse e o controle de dados tornam-se centrais. As grandes corporações tecnológicas acumulam vastas quantidades de informações sobre os usuários, controlando não apenas os fluxos econômicos, mas também as narrativas sociais, políticas e culturais. A posse de dados permite prever comportamentos, influenciar decisões e, em última instância, moldar o próprio futuro das sociedades, consolidando ainda mais o poder dessas empresas.

Além disso, o tecnofeudalismo exacerba a desigualdade global. Enquanto os “senhores digitais” acumulam riqueza e poder, a maior parte da população enfrenta dificuldades para acessar os benefícios prometidos pela tecnologia. Em muitos casos, o avanço tecnológico não democratiza oportunidades, mas reforça a exclusão e a concentração de renda, criando um fosso ainda maior entre os que têm acesso às plataformas e os que são meros usuários ou trabalhadores precarizados.

A lógica do tecnofeudalismo não se limita à economia, estendendo-se à política e à cultura. Governos muitas vezes se veem dependentes das grandes corporações tecnológicas para a gestão de dados, segurança cibernética e infraestrutura digital. Essa dependência compromete a soberania estatal, colocando empresas privadas em posições de poder comparáveis, ou até superiores, às de nações. No campo cultural, algoritmos determinam o que consumimos, moldando nossas preferências e reforçando bolhas informativas que dificultam o diálogo democrático.

Apesar das preocupações, o tecnofeudalismo não é inevitável. Existem movimentos em defesa de uma internet mais descentralizada, regulação mais rigorosa das plataformas e maior proteção aos trabalhadores digitais. O debate sobre o papel das grandes corporações tecnológicas está ganhando força em esferas políticas e sociais, pressionando por mudanças que promovam maior equilíbrio e justiça nesse novo cenário.

O tecnofeudalismo nos força a questionar o futuro que estamos construindo. A promessa de um mundo digital democrático e inclusivo esbarra nas contradições de um sistema que concentra poder e riqueza em detrimento da maioria. Resta saber se teremos a coragem de enfrentar esses desafios ou se permaneceremos presos a uma nova versão de um sistema que já conhecemos bem

João Américo R. Freitas
Advogado

Plano Municipal de Meio Ambiente: O Caminho para Cidades Nordestinas mais Resilientes

Por Marcelo Rodrigues

A criação de um Plano Municipal de Meio Ambiente é uma necessidade urgente para os municípios do semiárido nordestino. Em uma região onde a sobrevivência depende de um equilíbrio ambiental delicado, ignorar a gestão adequada dos recursos naturais não é mais uma opção. É fundamental compreender que o semiárido e a caatinga não são apenas paisagens resistentes: são ecossistemas ricos e essenciais para a biodiversidade e a cultura local. Sem ações coordenadas e estratégicas, as consequências do desmatamento, da desertificação e da má gestão dos recursos hídricos podem se tornar irreversíveis.

Com a intensificação de secas prolongadas, aumento da temperatura e eventos climáticos extremos, como chuvas torrenciais seguidas de longos períodos de seca, os municípios precisam de um planejamento eficaz para proteger o meio ambiente e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.
Criar um plano municipal que leve em conta as especificidades locais — como o uso sustentável da água, o manejo de resíduos, a conservação da biodiversidade e a recuperação de áreas degradadas — é uma maneira inteligente de antecipar problemas e construir soluções que tragam benefícios para a população. Isso ajuda as cidades a se tornarem mais resilientes e menos vulneráveis aos impactos negativos do clima.

Além disso, o envolvimento da comunidade nesse processo é essencial. Quando as pessoas entendem a importância de um plano de ação e se sentem parte do processo, a implementação tende a ser mais eficaz. A conscientização ambiental se torna um pilar forte, e ações concretas, como a preservação de áreas verdes, o uso responsável da água e a redução da emissão de poluentes, podem ser aplicadas de maneira mais eficiente.

Um plano municipal vai muito além de um documento burocrático. Ele é a chave para enfrentar problemas históricos e possibilitar avanços concretos. O semiárido sofre há décadas com o uso inadequado da terra, a destruição das matas nativas e o desperdício de água, que é o recurso mais valioso da região. Não basta apenas reagir a crises climáticas e ambientais; é preciso antecipar os problemas e enfrentá-los com políticas públicas que realmente façam diferença no dia a dia das comunidades, investindo em tecnologias como cisternas, recuperação de nascentes e manejo adequado de açudes não é apenas necessário, é vital.

A importância do plano está na sua capacidade de organizar e direcionar ações. Ele permite que os municípios identifiquem suas prioridades, aproveitem os recursos de forma sustentável e envolvam a população em uma causa que afeta diretamente a vida de todos. Sem essa ferramenta, as ações isoladas se tornam ineficazes e os impactos das políticas ambientais não chegam onde deveriam. Um plano bem estruturado, que respeite as características da caatinga, pode transformar a realidade local, gerando benefícios que vão muito além do meio ambiente, como saúde, educação e geração de renda.

Além disso, o envolvimento da comunidade nesse processo é essencial. Quando as pessoas entendem a importância de um plano de ação e se sentem parte do processo, a implementação tende a ser mais eficaz. A conscientização ambiental se torna um pilar forte, e ações concretas, como a preservação de áreas verdes, o uso responsável da água e a redução da emissão de poluentes, podem ser aplicadas de maneira mais eficiente.

Não criar ou implementar um Plano Municipal de Meio Ambiente no semiárido é escolher o caminho da omissão. É fechar os olhos para a degradação crescente e para as dificuldades que ela impõe a milhares de famílias. Por outro lado, assumir essa responsabilidade é um ato de coragem e compromisso, um passo concreto em direção a uma convivência mais harmônica com o meio ambiente. Os municípios nordes…

Marcelo Rodrigues é advogado e especialista em Direito Ambiental

Mauro Cid disse que Michelle e Eduardo Bolsonaro compunham ala mais radical da trama golpista

Da Folha de São Paulo

Chefe da Ajudância de Ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou no primeiro depoimento de sua colaboração premiada que a ala “mais radical” do grupo que defendia um golpe de Estado no Brasil no final de 2022 incluía a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

A íntegra do depoimento de Cid, datada de 28 de agosto de 2023, foi obtida pelo colunista Elio Gaspari. Em novembro daquele ano, o UOL revelou que a delação de Cid apontava Michelle e Eduardo como incitadores do golpe.

“Tais pessoas conversavam constantemente com o ex-presidente, instigando-o para dar um golpe de Estado, afirmavam que o ex-presidente tinha o apoio do povo e dos CACs [Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores] para dar o golpe”, diz a transcrição do depoimento de Cid, que agora vem a público.

O relatório final da investigação da Polícia Federal sobre a trama golpista, concluído em 21 de novembro de 2024 — ou seja, um ano e três meses após o depoimento inicial de Cid —, não traz Michelle nem Eduardo entre os 40 indiciados.

O nome da ex-primeira-dama nem é mencionado no documento. Eduardo é citado apenas de forma lateral, no contexto de que seu nome aparecia como contato no telefone celular de um dos investigados.

À época em que vazaram esses pontos da delação de Cid, Eduardo e Michelle negaram ao UOL envolvimento em ações pró-golpe.

As afirmações são “absurdas e sem qualquer amparo na verdade”, disse a defesa de Michelle à época, acrescentando que Bolsonaro ou seus familiares “jamais estiveram conectados a movimentos que projetassem a ruptura institucional do país”. Eduardo disse que a delação de Cid não passava de “devaneio” e “fantasia”.

O relatório da PF está sob análise da Procuradoria-Geral da República, a quem cabe oferecer denúncia ao STF contra os 40 suspeitos ou arquivar os indiciamentos.

Michelle e Eduardo são atualmente cotados para disputar a Presidência em 2026, no lugar de Jair Bolsonaro, que está inelegível até 2030.

No depoimento dado em agosto de 2023, Cid disse que havia três grupos distintos em torno de Bolsonaro no final de 2022, momento em que o país vivia com acampamentos de bolsonaristas em frente a quartéis do Exército pedindo um golpe de Estado.

De acordo com o tenente-coronel, o primeiro trabalhava para convencê-lo a admitir a derrota e se tornar “o grande líder da oposição”. Entre eles estariam o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o comandante da Aeronáutica, Baptista Júnior, entre outros.

O segundo grupo, segundo Cid, não concordava com os rumos que o país estava tomando, mas também se colocava contra medidas de ruptura. Fariam parte dele, entre outros, o comandante do Exército, Freire Gomes.

Já o terceiro grupo, favorável a medidas golpistas, era formado por duas alas nas palavras de Cid. Uma “menos radical”, que buscava encontrar indícios de fraudes nas urnas para justificar uma virada de mesa. Outra, mais radical, “a favor de um braço armado”.

Esse grupo mais belicoso defendia assinatura de decretos de exceção, de acordo com ele.

No depoimento, Cid diz que essas pessoas “gostariam de alguma forma incentivar um golpe de Estado”, queriam que Bolsonaro assinasse um decreto de exceção e “acreditavam que quando o presidente desse a ordem ele teria apoio do povo e dos CACs”.

“Quanto a parte mais radical”, prossegue o relato do depoimento de Cid feito pela PF, “não era um grupo organizado, eram pessoas que se encontravam com presidente, esporadicamente, com a intenção de exigir uma atuação mais contundente do então presidente”.

Nessa ala, Cid cita nominalmente Felipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, que ocupou quatro ministérios na gestão Bolsonaro, Gilson Machado, ex-ministro do Turismo, o general Mario Fernandes, secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, e os senadores Jorge Seif (PL-SC) e Magno Malta (PL-ES), além de Eduardo e Michelle.

Desse grupo, apenas Felipe Martins e Mario Fernandes acabaram sendo indiciados pela PF no relatório final da trama golpista.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, é citado por Cid nessa ocasião como integrante da ala “menos radical” que buscava o golpe, a que buscaria indicativos de fraude eleitoral que justificassem a virada de mesa.

Valdemar está entre os indiciados pela PF. De acordo com a investigação, ele é suspeito de ter ingressado com questionamento do resultado eleitoral em que Bolsonaro foi derrotado por Lula mesmo ciente de que eram falsos os argumentos que usava para sugerir fraude nas urnas eletrônicas.

Em clássico tenso, Fla bate Vasco e avança na Copa Super 8

Flamengo Vasco basquete Super 8
© Paula Reis/Flamengo/Direitos reservados

A manhã deste domingo (26) foi de um clássico carioca repleto de polêmicas no Maracanãzinho. Pelas quartas de final da Copa Super 8, que reúne os oito primeiros colocados do primeiro turno do Novo Basquete Brasil (NBB), o Flamengo derrotou o Vasco por 92 a 73 e avançou para a semifinal. O adversário do Rubro-Negro sairá do confronto entre Franca e Pinheiros, ainda neste domingo.

Confusões dentro e fora da quadra causaram a paralisação da partida no terceiro e no quarto períodos. O Vasco chegou a abandonar a quadra alegando falta de segurança, mas retornou para disputar os minutos finais do jogo, porém sem competir.

O clássico foi marcado pelo equilíbrio, com as equipes próximas no placar durante praticamente todo o jogo. No começo do terceiro quarto, um desentendimento entre Gallizzi, do Flamengo e Eugeniusz, do Vasco, causou uma confusão generalizada que paralisou a partida por aproximadamente 20 minutos. O saldo foi de três expulsões, duas no Vasco (Humberto e Marquinhos) e uma no Flamengo (Gallizzi).

Àquela altura, a partida tinha liderança de dois pontos do Flamengo (48 a 46), mas somando as faltas técnicas e expulsões em maior número no adversário, o Rubro-Negro emendou uma sequência, chegando a abrir 12 pontos. O Vasco reagiu ainda no terceiro quarto e igualou o placar em 63 a 63 logo no início do último período. No entanto, o Flamengo embalou novamente e voltou a abrir vantagem.

Quando restavam 3:37 para o fim do jogo, Eugeniusz e o técnico Léo Figueiró foram excluídos por faltas e, quando deixavam a quadra, foram alvejados por garrafas de água atiradas por torcedores rubro-negros. Os dirigentes vascaínos ordenaram a retirada do time da quadra por falta de segurança.

A equipe foi para o vestiário e por lá ficou por aproximadamente meia hora, até decidir pelo retorno ao jogo. No entanto, quando a bola subiu novamente, o Vasco se recusou a competir. Quando tinha a posse da bola, na maioria das vezes a equipe simplesmente deixava os 24 segundos de posse de bola estourarem sem atacar. Na defesa, o time não ofereceu resistência de maneira proposital.

Os americanos Shaq Johnson (20 pontos) e Jordan Williams (18) foram os principais cestinhas do Rubro-Negro na partida.

Minas e Brasília avançam

A primeira semifinal da Copa Super 8 foi definida ainda no sábado (25). Minas e Brasília venceram seus jogos como mandantes e avançaram à fase seguinte.

Em Belo Horizonte, o Minas, que terminou a primeira fase na liderança, recebeu o São Paulo e venceu por 82 a 66. Rafa Mineiro e Baralle, ambos com 13 pontos, foram os cestinhas da equipe da casa.

Já na capital nacional, o Brasília derrotou o União Corinthians por 85 a 75 no ginásio Nilson Nelson. Lucas e Gemadinha contribuíram cada um com 18 pontos e foram os maiores pontuadores do time vencedor.

Lucas Pinheiro sobe ao pódio de novo na Copa do Mundo de esqui alpino

Alpine Skiing - FIS Alpine Ski World Cup - Men's Slalom - Kitzbuehel, Austria - January 26, 2025 Brazil's Lucas pinheiro Braathen celebrates with the trophy on the podium after finishing third in the Men's Slalom Reuters/Lisi Niesner/Proibida reprodução

Desde que passou a contar com Lucas Pinheiro Braaten, o Brasil vem frequentando a elite do esqui alpino mundial. Neste domingo (26), o atleta conquistou o bronze na etapa de Kitzbühel, na Áustria, da Copa do Mundo da modalidade, na prova do slalom. Este é o terceiro pódio de Lucas na temporada 2024-2025, a primeira em que ele defende o Brasil. Lucas, que é filho de uma brasileira e um norueguês, costumava competir pela Noruega.

Na Áustria, Lucas Pinheiro Braaten fez o terceiro melhor tempo (51s54) na primeira descida no slalom, avançando à final, reservada para os 30 melhores classificados entre os 72 que iniciaram a disputa. Na segunda e derradeira descida, o brasileiro não foi tão bem, ficando com o 17º melhor tempo (50s14), mas na soma dos tempos teve desempenho suficiente para ficar no pódio.

O tempo total de Lucas (1min41s68) ficou atrás apenas do francês Clement Noel, ouro com 1min41s49 e do italiano Alex Vinatzer, prata com 1min41s58.

O bronze na Áustria vem na sequência das pratas no slalom gigante em Beaver Creek, nos Estados Unidos e no slalom em Adelboden, na Suíça.

Ainda nesta semana, Lucas compete na etapa de Schladming, na Austrália, entre 28 e 29 de janeiro. Em fevereiro, o brasileiro terá pela frente o Mundial de esqui alpino, que será disputado em Saalbach, na Áustria.