Situações de unidades são criticadas pelo Sinpol

Pedro Augusto

Desordem em alguns presídios, aumento no número de homicídios praticados. O primeiro quadrimestre de 2015 não está sendo nada fácil para o sistema de segurança pública do Estado. Assim como em vários municípios, atualmente a Secretaria de Defesa Social também está tendo de lidar com alguns problemas emergenciais em Caruaru. Um deles se refere à estrutura física do Instituto de Medicina Legal que levou o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) a entrar com uma ação junto ao Ministério Público solicitando a sua interdição. De acordo com o diretor Áureo Cisneiros, atualmente dificuldades são o que não faltam na unidade.

“Verificamos que várias gavetas de acondicionamento de cadáveres estão sem funcionar. A manipulação dos corpos tem sido realizada com materiais inadequados bem como há a exposição de lixo hospitalar. Fora isso, encontramos fios expostos, documentos empilhados, geladeiras sem funcionar, dentre outros problemas. Desta forma, entramos com uma ação junto ao MP com o objetivo de sensibilizar o Governo do Estado a melhorar as condições não só da estrutura física da unidade, como também dos próprios policiais que vêm atuando de forma precária. Essas dificuldades precisam acabar”, criticou Cisneiros.

Além do IML, o Sinpol se encontra preocupado com as supostas más condições da 3ª Delegacia de Caruaru, no bairro Alto da Banana. “Inclusive, nesses próximos dias solicitaremos junto ao Ministério Público, a interdição da mesma. Lá, os problemas também são estruturais como goteiras, fios expostos e ausência de banheiro feminino. Não tem como os policiais trabalharem desta forma. E o mais preocupante é que essa situação não tem sido ‘privilégio’ apenas das unidades de Caruaru. Em inspeções por todo o Estado, constatamos mais 31 delegacias e duas unidades do IML com dificuldades de ordem física e sem materiais de trabalho”, acrescentou Áureo Cisneiros.

No que se refere à ação do IML, o promotor de Justiça Paulo Augusto, informou sobre o posicionamento do MP. “Na verdade, o Ministério Público já havia instaurado um inquérito civil sobre as instalações do IML de Caruaru. Em dezembro, solicitamos a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) que realizasse uma nova inspeção na unidade. Com as denúncias do Sinpol, reiteramos esse pedido bem como emitimos um ofício solicitando informações sobre o caso para a Secretaria de Defesa Social. Queremos saber quais providências estão sendo tomadas para, somado ao relatório da Apevisa, tomarmos as providências cabíveis”.

Procurado pela reportagem do Blog, o chefe da unidade administrativa da Polícia Científica, doutor Henrique do Vale, comentou a respeito da situação atual do IML de Caruaru. “Existe certo atraso em relação ao repasse de materiais de trabalho, porém eles nunca deixam de faltar na unidade. No que se refere à estrutura física do local, o Governo do Estado vem se empenhado para concluir o Complexo da Polícia Científica, que não só abrigará as atividades do IML, como também do Instituto de Criminalística e do Instituto de Identificação Tavares Buril. Por conta de um problema com a empresa que estava realizando a obra, ele ainda não foi inaugurado. Porém, a expectativa é que o complexo seja concluído dentre em breve. Assim, as atividades do IML poderão ser transferidas”.

Quanto às denúncias sobre a 3ª Delegacia de Caruaru, o chefe da Diretoria Integrada do Interior 1, delegado Darley Cleber Timóteo, explicou que “durante a realização do projeto Todos por Pernambuco, do Governo do Estado, o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, delegado Antônio Barros, verificou as dificuldades das delegacias de Caruaru. As demandas da 1ª e 2ª se encontram pequenas em relação à 3ª. Realmente a situação desta última está alarmante, inclusive, chegamos a elaborar um relatório, mas isso tende a acabar. A intenção da SDS é alugar um prédio para comportar as atividades da 3ª ou até mesmo transferi-la para o Complexo Policial que irá no 4º Batalhão da Polícia Militar. Um dos prédios já está praticamente pronto o que facilitaria a mudança”.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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