OPINIÃO: Caruaru e seus “estrondos”

Por MENELAU JÚNIOR

No último dia 25 de julho, Caruaru “balançou” com tremores de terra. Não foi a primeira vez. Em 1960, o Jornal VANGUARDA já trazia em sua primeira página: “Quatro explosões nesta cidade fizeram a terra tremer”. O texto, que não dava como certos os abalos sísmicos, relatava os efeitos da “explosão”.

abalos

Mas foi nos anos de 1963 e 1964 que se propagou a lenda de que o Morro Bom Jesus seria um vulcão adormecido – e os tremores, claro, seriam o aviso de que ele logo acordaria. Desde aquela época, a cidade tem sentido pequenos abalos em virtude de uma falha geológica que começa no Atlântico e passa pela região. Na década de 90, os tremores se tornaram mais comuns e com maior intensidade. Em 2007, tivemos o último grande abalo, com 3.9 na escala Richter. O do dia 25 foi de 3,3.

O povo, que não costuma usar a expressão “abalo sísmico”, acabou batizando os tremores de ESTRONDOS. A origem da palavra “estrondo” é curiosa: vem de “extonitrus”, que em latim significa “grande barulho”. O vocábulo é formado por ex-, “fora”, mais o elemento “tonitrus”, que significa “trovão”.

Ou seja, “estrondo” seria o trovão que vem de fora e que faz um grande barulho.

Ah, o nome usado pelos especialistas, ABALO SÍSMICO, tem origem grega. SISMO vem do grego “seíein” e significa “mover, deslocar, mexer”. Por isso virou sinônimo de “terremoto”.

Até a próxima semana.

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Menelau Júnior é professor de língua portuguesa. Escreve para o blog todos os sábados. E-mail: menelaujr@uol.com.br

ARTIGO: “O varejo e a importância da experiência de compra”

Por ERIK PENNA

“A loja física vai morrer”. Este tema foi abordado, em 2011, na NRF (National Retail Federation) – maior evento mundial de varejo que ocorre anualmente em Nova York.  Em 2015, a NRF deu destaque para o tema “A loja física está mais viva do que nunca”. Em sua opinião, qual tema está correto? Acredito que os dois, pois aparentemente contrários são, na verdade, complementares.

De fato, a loja física arcaica e antiquada tende a morrer, mas aquela que é atualizada, moderna e respeita e encanta o cliente, está mais viva do que nunca, pois aposta na experiência de compra que o cliente terá quando estiver dentro dela. Como exemplo, cito o caso da Amazon.com, maior loja virtual do mundo em 2015. Ela deixou de ser apenas online e abriu uma loja física esse ano em Indiana/Estados Unidos, onde os clientes podem deixar ou retirar seus pedidos. A loja está sempre pensando em como melhorar a experiência de compra dos consumidores.

Pare e reflita: por qual motivo o cliente vai sair do seu lar, passar calor ou frio na rua, pegar trânsito, estacionar o carro e caminhar até a sua empresa, se ele pode comprar e receber o produto no conforto de casa pagando igual ou mais barato? Ou as lojas proporcionam um diferencial no tratamento ao cliente, uma experiência incrível, ou ele comprará pela internet.

Em uma oportunidade, fiz um curso de Empreendedorismo e Inovação no Boston College, em Boston/USA, e os professores falaram muito a respeito das formas inovadoras para atrair e cativar o cliente, integrando tecnologia, informação e tratamento diferenciado ao consumidor.

No final do curso, fizemos algumas visitas técnicas em Nova Iorque a empresas que colocam a teoria na prática, e uma delas foi a Warby Parker, uma loja que vende óculos. Percebi que eles faziam o possível para que o cliente permanecesse na loja. Era tudo muito prático, agradável e rápido por lá. Os óculos de grau e de sol ficavam disponíveis nas prateleiras, para que o cliente experimentasse à vontade.

Colocaram, ainda, perto de um espelho, uma máquina que tirava uma foto do cliente com os óculos escolhido. Ao lado dela, havia uma engenhoca que imprimia a foto em 20 segundos para que ele a levasse de presente, pedindo apenas seu email para isso. Depois, já com o endereço eletrônico do cliente e suas medidas faciais cadastradas, eles pediam autorização e enviavam uma sugestão de óculos para o endereço eletrônico dele.

Se o cliente comprasse um modelo na hora, poderia pagar no checkout convencional ou com qualquer vendedor que estivesse circulando pela loja, com um tablet que processava rapidamente o pagamento. Se sua preferência fosse comprar uma unidade online, deveria preparar-se para receber duas, sendo uma delas como sugestão. Se por acaso não gostasse do modelo sugerido, poderia devolver sem nenhum custo.

De volta ao Brasil, gostaria de compartilhar outro ótimo exemplo de que encantar o cliente não é caro, mas sim, questão de sensibilidade. Cheguei de viagem e presenteei minha filha com uma fantasia da princesa Elsa (personagem do filme Frozen – Disney). Ela vestiu, fomos almoçar em família e, chegando ao restaurante, tivemos uma surpresa muito positiva. Percebemos que havia uma agradável música MPB ao vivo tocada por um saxofonista. Quando ele viu minha filha passando à sua frente com a fantasia, com enorme sensibilidade começou a tocar a famosa canção “Livre Estou”, tema do filme Frozen, em referência à “princesa” que adentrava o local. O restaurante inteiro percebeu a sutileza do músico e a alegria da minha filha.

Esses são alguns bons exemplos de que como criar uma experiência de compra faz toda a diferença e garante a existência da loja física num mundo cada vez mais digital e carente de relacionamentos interpessoais.

OPINIÃO: Quem não deve…

Por MAURÍCIO ASSUERO*

Temos duas crises no país: uma econômica e outra política. A primeira, dificilmente, se resolverá se não houver uma definição sobre a segunda. Vi, esta semana, inúmeros comentários políticos e todos atribuíam ao PT a culpa pelo que estava acontecendo no Brasil. É lamentável, pela proposta que este partido tinha, admitirmos que isso é verdadeiro. O pior é que, ao invés de admitir que errou, o partido continua falando de perseguição e de crime político quando, a cada dia, se descobrem mais e mais coisas de enriquecimento pessoal.

Agora, a questão em pauta é transformar o ex-presidente Lula em ministro. Isso tem dois objetivos e cada um de nós pode escolher o que achar mais factível: o primeiro é dar a Lula o tão desejado terceiro mandato. O segundo é livrá-lo do alcance do trabalho de investigação comandado pelo juiz Sérgio Moro. Ora, Dilma foi escolha de Lula e foi apresentada ao país quatro anos atrás como a melhor opção de continuar com os ganhos econômicos e sociais que o país havia obtido. Agora não presta mais? No segundo caso, a nomeação de Lula como ministro faria com que ele adquirisse foro especial e fosse julgado por uma corte (com todo respeito) na qual o presidente Ricardo Lewandowski é amigo de Lula (inclusive a imprensa já falou sobre os mecanismos que o levaram ao STF).

Diz o velho ditado que “quem não deve não teme” e é nisso que o homem simples se baseia para acordar que há muita coisa errada. Lula estaria com medo de ser preso. Por quê? José Dirceu tentou, por três vezes, um habeas corpus preventivo para não ser preso. Por quê? Sua empresa faturou R$ 39 milhões e ele fez uma “vaquinha” para angariar R$ 960 mil para pagar a multa imposta pelo STF. Por quê? São perguntas simples que deveriam ter respostas simples, mas não é assim. Enquanto isso, o país vai afundando num lamaçal de ingovernabilidade porque a presidente não mandou o ministro da Justiça controlar a Polícia Federal… Enquanto isso, Levy, vamos ser bastante específicos, Joaquim Levy, tem buscado cumprir ponto por ponto de uma proposta que pode fazer o país sair da crise econômica e, lamentavelmente, “suas excelências” votam contra o governo porque não conseguiram indicação para cargos, por exemplo.

No meu entender, o povo precisa de emprego, de renda, de casa, independentemente de quem esteja na presidência. No meu entender, os esforços deveriam ser para resolver a crise econômica. A política se resolve na Polícia Federal.

*Maurício Assuero é economista e professor da UFPE.

OPINIÃO: Dilma, pede pra sair!

Por MENELAU JÚNIOR

Amanhã, dia 16, o povo brasileiro volta às ruas. Não é para dar “golpe”, como alegam os petistas. Mas é para pedir a Dilma Rousseff um favor imenso a ela e ao país: – Sai, Dilma!

Está claro que o PT montou no governo uma máquina de desvio de verbas. Aliás, segundo o Supremo Tribunal Federal, o PT montou mesmo uma “organização criminosa”. Foi o mensalão, agora é o “Petrolão”. A cada dia, são mais estarrecedoras as revelações do Ministério Público e da Polícia Federal. Há menos de 15 dias, o “Dirceu, guerreiro do povo brasileiro” foi preso pela terceira vez – já pode pedir música no Fantástico! Entre outros crimes, teria recebido 39 milhões de “consultoria”. Tudo para enriquecimento próprio. O PT calou-se, não deu uma palavra. Vamos esperar se os militantes vão fazer uma nova vaquinha para pagar a multa que deve vir por aí para o Dirceu… Segundo o procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, o esquema da propina era tão ousado que Dirceu continuou a recebê-la mesmo quando estava preso.

No programa de TV do dia 6, Lula, cinicamente, teve coragem de dizer que “nosso pior momento ainda é melhor do que o melhor momento deles”. Dilma, coitada, apareceu para dizer que “estamos em uma travessia” e que “sabe suportar pressões”. Achando pouco, o programa ainda sugeria que, se Dilma caísse, haveria uma “ditadura”. Como era de se esperar, o discurso petista só gerou um “megapanelaço” Brasil afora. Teve mais: o partido da presidente mais impopular da história (a popularidade de Dilma é pior que a de Collor às vésperas do impeachment, segundo o Datafolha) ainda ironizou o panelaço. O auge, claro, foi a aparição de Lula. O ex-presidente, que só aparece em público diante de plateias compradas com dinheiro das estatais, aguça o repúdio da maioria dos brasileiros informados. Aos “inocentes”, resta dizer que tudo é um movimento da “imprensa golpista” que quer impedir que Lula volte em 2018. Ou ainda que “o PSDB rouba também”.

Ah, por falar em imprensa, a Polícia Federal revelou também que uma das mais importantes fontes de informação dos petistas, o site Brasil 247, recebeu dinheiro sujo da Petrobras. Segundo despacho do juiz Sérgio Moro, o lobista Milton Pascowitch, em sua delação premiada, afirmou que repassou 180 mil reais à Editora 247 Ltda., a pedido de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT. Ou seja, o PT pega propina e usa para pagar a “jornalistas” que elogiam o partido e atacam Veja, Época, IstoÉ, Globo, Folha de São Paulo ou qualquer órgão que revele os desmandos do governo.

Por isso, querida Dilma, peça para sair. É um bem à senhora e ao país. O ex-presidente Fernando Henrique já disse que a senhora é uma “pessoa honrada” e que acredita que Vossa Excelência “não está diretamente envolvida” no escândalo da Petrobras. Mas a senhora está sozinha. Foi abandonada até pelo seu partido, cujos deputados votam sistematicamente contra seus projetos.

Ano passado, quando os brasileiros foram às ruas contra seu governo e seu partido, tivemos a maior manifestação pública da história do país. Ao que tudo indica, amanhã será maior ainda, Dilma. A senhora não precisa passar por esse calvário. Nós, muito menos.

O Brasil cansou do petismo, da corrupção, do cinismo, da roubalheira. Peça para sair, querida Dilma.

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Menelau Júnior é professor de língua portuguesa. Escreve para o blog todos os sábados. E-mail: menelaujr@uol.com.br

ARTIGO: “A oposição e a imprensa: as responsáveis pela crise política”

Por DORIEL BARROS

Interesses da oposição e a revolta dos empresários da grande mídia por não serem as pautas prioritárias da presidenta Dilma são os principais responsáveis pela crise politica, pelos altos índice de rejeição ao Governo e pelo terrorismo que vem sendo reproduzido na imprensa sobre a economia.

A oposição não aceita a possibilidade de o ex-presidente Lula ser candidato em 2018, e por isso realizam uma ação coordenada para destruir a imagem do PT junto à sociedade. Há também uma tentativa de envolver o ex-presidente em escândalos de corrupção, para que, dessa forma, o PSDB possa voltar ao poder nas próximas eleições.

Por isso os panelaços têm recebido uma atenção especial da mídia, com o sentido claro de influenciar a opinião pública. Essa mesma atenção, no entanto, não é demostrada em relação a tantas outras mobilizações ocorridas no País que, mesmo fazendo críticas a algumas posturas do Governo, reconhecem as importantes transformações ocorridas nesta gestão. O que deixa claro a postura e as manobras da imprensa.

É evidente que as articulações da oposição contam com apoio total da grande mídia. E se há alguma dúvida sobre isso, basta as pessoas acompanharem as reportagens que vêm sendo exibidas em horários nobres e nas revistas de grande circulação, que só fazem responsabilizar o governo, sem nenhuma preocupação com o País.

O discurso de uma imprensa livre é utilizado cotidianamente para que se continue a defesa explicita dos interesses comerciais e políticos da Direita. Há uma parceria clara entre a oposição e a grande mídia para impor um golpe à democracia. Querem, de todas as formas, retirar o mandato de uma presidenta eleita pela maioria dos brasileiros que foi às urnas na ultima eleição. O pretexto utilizado é o de que ela sabia da corrupção na Petrobrás e de que cometeu crime fiscal. Contudo, não há nenhuma prova do seu envolvimento, e os encaminhamentos fiscais do seu governo foram os mesmos de governos anteriores que, inclusive, tiveram suas contas aprovadas pelo Congresso.

É preciso outro olhar para o nosso país. Um olhar que não é transmitido pelas antenas das TVs e rádios, nem pelos impressos dominados por grandes empresários. Hoje, não estão ocorrendo apagões no Brasil, como houve no período de FHC; mesmo enfrentado uma das maiores secas do últimos 50 anos, nossa gente não está saqueando supermercados, por ter como se alimentar; o desemprego atual é menor que no último governo de FHC; não estamos de joelhos diante do FMI; mais de 20 milhões de pessoas saíram da miséria; a agricultura familiar tem 28,9 bilhões para investimentos; a corrupção está sendo investigada, com autonomia, pelos órgãos do governo, diferente dos anos do PSDB, onde tudo era engavetado.

O que falta ainda é um Plano de Democratização da Mídia. Os meios de comunicação nunca faturaram tanto. Isso eles não mostram. Um País grande como o Brasil não pode ficar a mercê de uma imprensa privada, com interesses econômicos claros, onde o que interessa não é o bem-estar social, mas o seu caixa, seus interesses escusos.

OPINIÃO: Um corpo sem cérebro

Por MAURÍCIO ASSUERO*

No momento atual, creio que esta é a melhor analogia que pode ser feita à combalida economia brasileira. É sempre muito triste vir aqui para falar sobre os péssimos cenários que nos envolvem, com uma perspectiva de encaminhamento bastante improvável. Nossa economia parece um cano furado em vários pontos e uma pessoa tentando conter o vazamento com os dedos. Vai faltar dedo para tanto buraco.

Crescimento econômico já era; desemprego caminha para um nível delicado; taxa de juros em 14,25% ao ano; e a inflação sem cair (agora as projeções indicam 9,23% ao ano e, em várias ocasiões, eu já dei a entender que ela já passou a barreira dos dois dígitos). A esperança se apoia no resgate da credibilidade para atrair investimento externo, mas, para que isso aconteça, as medidas, por mais impopulares que elas são, precisam ser aprovadas. O governo tinha como meta economizar 1,12% do PIB com o superávit primário e, em função da queda de arrecadação, reduziu para 0,15% do PIB. Isso foi uma decisão tecnicamente necessária, mas terrível para as pretensões de um programa econômico que precisa apresentar seriedade. Mas o pior ainda estava por vir e veio da forma mais desastrosa possível.

Em recente pronunciamento, a presidente Dilma Rousseff disse: “Não vamos colocar uma meta, nós vamos deixar a meta aberta. Quando a gente atingir a meta, nós dobramos a meta”. Um comunicado desse, sem pé nem cabeça, assusta pelo significado decorrente dele. O governo, simplesmente, abandonou o compromisso com o superávit primário. Esperava-se, antes, cerca de R$ 60 bilhões; caiu para R$ 8,7 bilhões e agora… Bem, agora é o que der. Se houver superávit, qualquer que seja o valor, este será a meta! Se o governo conseguir R$ 10 de superávit, então este valor foi a meta. Vamos dobrar!

O governo pode botar o país de volta aos trilhos do crescimento, mas não será capaz de convencer ninguém por conta da simbiose que existe entre governos e as figuras enroladas com mensalão, petrolão e, agora, eletrolão. Sem contar os casos do Ministério da Saúde, a questão envolvendo as ONGs via Ministério do Trabalho etc. São duas frentes de atuação para o governo. Não adianta priorizar uma em detrimento da outra. O fato é que 2015 é um ano perdido e, sem ações mais decisivas, 2016 será pior. Economia não é cassino: não dá para apostar as fichas e contar com a sorte.

*Maurício Assuero é economista e professor da UFPE

OPINIÃO: Até onde os pais fazem a diferença?

Por MENELAU JÚNIOR

Os números do Censo Escolar 2011 revelaram, entre outras coisas, que escolas particulares que custam menos de R$ 500 são menos equipadas que escolas públicas. Ou seja, têm menos laboratórios, salas de informática e aparelhos multimídia. Do ponto de vista estrutural, as particulares só ganham das públicas nas quadras cobertas. Por que, então, os resultados do Enem dessas escolas públicas normalmente são inferiores aos das particulares? A resposta está nos pais e nos professores. Menos nestes, mais naqueles.

A base familiar faz toda a diferença quando queremos analisar os resultados dos bons alunos. Eles normalmente têm pais que leem, que investem em atividades educacionais, que frequentam cinemas, teatros e livrarias. Em outras palavras, é o ambiente em que o aluno vive o elemento mais importante quando se compararam resultados. Há exceções, claro, mas estamos aqui falando de estudos sérios e números gerais: estudantes cujos pais são letrados têm resultados mais expressivos. O próprio Enem já observou a diferença e agora divulga o resultado das escolas considerando o nível socioeconômico dos alunos. A constatação, quando se cruzaram os resultados, foi esperada: alunos de classes sociais mais elevadas têm resultados muito melhores que os alunos pobres. Ou seja, a escola, ainda que muito boa, dificilmente vencerá esse obstáculo: a vida do aluno – e a de seus pais – fazem muita diferença nos resultados escolares.

Mas existe outro fator importante: a presença dos professores. Nas escolas particulares, o número de faltosos é bem menor – e cada professor costuma lecionar a disciplina em que se formou. Nas públicas, para “fechar” carga horária, o professor de História ensina Geografia; o de Matemática, Física ou Química. Não bastasse isso, o acompanhamento dos professores é maior, uma vez que as escolas particulares vivem de resultados. Sem contar as intermináveis greves! Todos sabemos como são feitas as “compensações” de aulas…

Segundo cálculos da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, o Brasil teria de investir três vezes mais o valor anual gasto com cada aluno para ter um padrão mínimo – atenção, MÍNIMO!!! – de qualidade. Em vez disso, a reforma econômica do governo já cortou alguns bilhões da verba dedicada à Educação. Em vez disso, criam-se mecanismos para forjar números e aprovar alunos. Na “pátria educadora” de Dilma, ela “não coloca meta, deixa a meta aberta. Mas, quando atingir a meta, vai dobrar a meta”.

A desonestidade intelectual do petismo é um caso que nem mesmo educação de qualidade resolve.

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ARTIGO: “Os 4 segredos das equipes de vendas de alta performance”

Por RICARDO JOSÉ DE NORONHA

Um dos mais recentes estudos publicados pela sempre prestigiada e excelente Harvard Business Review nos traz a pesquisa conduzida pelo Prof. Steve W. Martin, da University of Southern California – Marshall School of Business.

O levantamento contou com a participação de mais 800 profissionais de vendas e gravita em torno dos motivos que separam as equipes de alta performance das de baixo desempenho em vendas.

Basicamente são quatro os principais pontos:

1) Equipes de alta performance têm processos de vendas bem estruturados: 50% dos times e profissionais desse grupo indicaram que têm processos de vendas automatizados e monitorados o tempo todo. Já nos times de baixa performance, apenas 28% têm sistema bem estruturado, e 48% tem processos informais ou sequer contam com procedimentos.

Dica de ouro: invista vigorosamente em processos de vendas e dê preferência às ferramentas de automação, como os softwares de CRM, como o Salesforce.com.

2) Equipes de alta performance monitoram as metas o tempo todo: 29% dos times de alta performance concordam integralmente que suas metas são mensuradas constantemente, contra o baixo percentual de 13% das organizações e times de baixa performance.

Dica de ouro: tão ou até mais importante que definir suas metas de vendas é monitorá-las diariamente.

3) Equipes de alta performance têm metas de crescimento definidas: 75% das equipes de alta performance obtiveram crescimento superior a 10% no último ano fiscal, contra índices significativamente inferiores das organizações de média e baixa performance.

Dica de ouro: ao estipular suas metas de crescimento, invista um tempo de qualidade para definir de onde virá este crescimento: contas novas, contas existentes, contas perdidas, “up selling”, “cross selling”, etc.

4) Líderes de equipes de alta performance demitem rapidamente. Muitas das organizações de alta performance em vendas demitem seus profissionais com baixas vendas apenas 1 trimestre depois dos resultados colhidos.

Do outro lado, muitas das empresas de baixa performance o fazem somente depois de 8 ou 9 trimestres de baixo rendimento, sendo que nenhuma das organizações de alta performance pesquisadas levaram tanto tempo para tomar estas tão cruciais decisões.

Dica de ouro: lembre-se sempre da preciosa “fórmula” de Jack Welch, o lendário ex CEO da gigante GE: 20/70/10. Premie, retenha e incremente ainda mais os pontos fortes dos 20% que são seus melhores vendedores ou “estrelas de vendas”, mantenha e treine incansavelmente os 70% que são seus vendedores de performance média (pois é daí que sairão profissionais para o grupo de elite dos 20%) e demita os 10% de baixa performance o mais rapidamente que puder.

Crescer sustentavelmente é vital para qualquer negócio e só se faz possível com processos de vendas estruturados, metas rigorosamente monitoradas, metas de crescimento robustas e sustentáveis no longo prazo, liderança engajada com a alta performance e sem medo de demitir os profissionais de baixa performance.

Aplique estes quatro macro conceitos em sua empresa e fomente o tempo todo a criação de uma cultura de alta performance!

Se precisar de ajuda nesta fascinante missão, conte comigo!

Sucesso e boas vendas!

Razões que motivam a demissão por justa causa

POR GILBERTO BENTO JUNIOR

A Justiça do trabalho vem ao longo dos anos favorecendo os trabalhadores e penalizando o empregador, formado, em sua maioria, por pequenas e médias empresas. Mas sempre é válido lembrar que empregados além de direitos também têm deveres a serem cumpridos.

A inobservância desses deveres ou mesmo infrações cometidas por trabalhadores podem motivar a demissão por justa causa, impossíveis de serem revertidas na justiça, quando os motivos que a geraram são incontestáveis e amplamente comprovados. As hipóteses que ensejam a justa causa estão previstas no artigo 482 da CLT.

Entre os motivos mais comuns, que geram a justa causa, estão a desídia, quando o funcionário não exerce corretamente sua função, a insubordinação, o funcionário deixa de cumprir as ordens inerentes à sua função e as lesões à honra e boa fama, o trabalhador fala mal do empregador.

Os elementos caracterizadores da desídia são o descumprimento pelo empregado da obrigação de maneira diligente e sob horário o serviço que lhe está afeito. São elementos materiais, ainda, a pouca produção, os atrasos frequentes, as faltas injustificadas ao serviço, a produção imperfeita. Já na insubordinação existe atentado a deveres jurídicos assumidos pelo empregado pelo simples fato de sua condição de empregado subordinado. E nas lesões à honra e à boa fama são considerados gestos ou palavras que importem em expor outrem ao desprezo de terceiros ou por qualquer meio magoá-lo em sua dignidade pessoal, quando motivam a dispensa justificada são observados os hábitos de linguagem no local de trabalho, origem territorial do empregado, ambiente onde a expressão é usada, a forma e o modo em que as palavras foram pronunciadas, grau de educação do empregado e outros elementos que se fizerem necessários.

Mas além desses, há outras razões tais como o ato de improbidade e a negociação habitual. O primeiro se dá em toda ação ou omissão desonesta do empregado, que revele desonestidade, abuso de confiança, fraude ou má-fé, visando a uma vantagem para si ou para outrem. Exemplo disso é o furto ou a adulteração de documentos pessoais ou do empregador. No segundo caso, o empregado exerce de forma habitual, sem autorização expressa do empregador, atividade concorrente, explorando o mesmo ramo de negócio, ou exerce outra atividade que, embora não concorrente, prejudique o exercício de sua função na empresa.

Outra causa se refere à incontinência de conduta ou mau procedimento, que embora sejam semelhantes, não são sinônimos. A incontinência ocorre quando o empregado comete ofensa ao pudor, pornografia ou obscenidade, desrespeito aos colegas de trabalho e à empresa. E o mau procedimento caracteriza-se pelo comportamento incorreto, irregular do empregado, através da prática de atos que firam a discrição pessoal, o respeito, que ofendam a dignidade, tornando impossível ou sobremaneira onerosa a manutenção do vínculo empregatício, e que não se enquadre na definição das demais justas causas.

A violação do segredo da empresa também figura entre as razões que motivam a justa causa. A revelação só caracterizará violação se for feita a terceiro interessado, capaz de causar prejuízo à empresa, ou a possibilidade de causá-lo de maneira apreciável.

Mais duas situações justificam a rescisão contratual: a condenação criminal e os atos atentatórios contra a segurança nacional. A dispensa justificada do empregado que esteja cumprindo pena criminal é viável pela impossibilidade material de subsistência do vínculo empregatício, uma vez que, cumprindo pena criminal, o empregado não poderá exercer atividade na empresa. A condenação criminal deve ter passado em julgado, ou seja, não pode ser recorrível. A segunda hipótese também viabiliza a rescisão de contrato de trabalho uma vez apurados pelas autoridades administrativas.

Não ficam de fora das faltas que motivam a dispensa justificada, a ofensa física, que constitui falta grave quando se relacionam com o vínculo empregatício praticadas em serviço ou contra superiores hierárquicos, mesmo fora da empresa, e o abandono de emprego, em que as faltas injustificadas por mais de 30 dias, de acordo com o entendimento da justiça do trabalho, presumem o abandono de emprego. No primeiro caso, a justa causa também é aplicável em agressões contra terceiros, estranhos à relação empregatícia quando ocorrem em serviço.

A prática de jogos de azar, – em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente de sorte-, e a embriaguez também estão no rol de situações que colocam em risco o contrato de emprego. A embriaguez habitual ou em serviço se caracteriza quando o trabalhador substitui a normalidade pela anormalidade, tornando-se um alcoólatra, patológico ou não. Para a configuração da justa causa, é irrelevante o grau de embriaguez e tampouco a sua causa, sendo bastante que o indivíduo se apresente embriagado no serviço ou se embebede durante a jornada de trabalho. Embora seja o álcool a causa mais frequente da embriaguez, esta também pode ser provocada por substâncias de efeitos análogos. De qualquer forma, a embriaguez deve ser comprovada através de exame médico pericial.

Uma vez constituída uma relação de trabalho, para que esta seja harmoniosa é indispensável o equilíbrio entre os deveres e direitos de ambas as partes para que sejam evitadas situações que possam prejudicar empregador e empregado.

ARTIGO: “Em época de demissões, como manter a motivação na carreira?”

POR AMAURI NÓBREGA

O mercado está se comprimindo, ou seja, está cada vez mais competitivo e as vagas mais cobiçadas. O nível de desemprego está aumentando, mas na contramão dessa afirmação, vejo todos os dias ofertas de empregos que chegam a durar 6 meses em aberto e não são preenchidas. Por quê? Formação e experiência. Muitos acreditam que só precisam ter uns 3 MBAs no currículo que já estão empregados, mas não é assim que funciona. A experiência equilibrada com uma boa formação, ou seja, teoria e prática, é difícil de encontrar.

Acredito que, se o profissional é bom e entrega resultados, não deve ter medo de ser demitido e, se isso ocorrer em razão de uma dificuldade da empresa onde ele se encontra, certamente não ficará muito tempo na fila dos desempregados.

Defendo muito a união de teoria e prática. E, mesmo você empregado, gozando de certa estabilidade, é o momento ideal de buscar se aprimorar ainda mais através de uma educação contínua direcionada com o que você faz. Infelizmente, muitos não pensam assim. Acredito numa formação constante e eterna enquanto não se atinge o objetivo da carreira.

Uma ótima ferramenta para você utilizar para seu próprio benefício e para o da empresa nesta fase mais crítica é cultivar a motivação, e ela existe se você gosta do que faz. Esse é o primeiro ponto! Se isso está alinhado com seus valores e ambições, a motivação é automática. Agora, se além de tudo você é bem remunerado para realizar seu trabalho, melhor ainda!

A reflexão tem que ocorrer sempre. Reflita se a direção tomada na sua vida e na carreira está alinhada com suas ambições pessoais e profissionais. Faça ajustes constantemente e até mesmo dentro da empresa, pode ser que você consiga uma motivação extra apenas ao mudar de setor ou tarefa, alinhando, assim, com o que você deseja.

Um dos pontos que mais critico é fazer o que não gosta apenas por dinheiro. Isso pode ocorrer por um momento, para atingir um objetivo específico. Agora, se agir assim eternamente, você estará adquirindo uma depressão no futuro quando olhar para trás e vir o tempo investido em algo que não estava de acordo com as suas ambições.

Infelizmente, a maioria não faz o “dever de casa”, não planeja a carreira, que deveria ser encarada como um negócio. Tem que existir um objetivo alinhado com as ambições pessoais, mas grande parte das pessoas possui apenas ambições e se esquecem de planejar como chegar lá. Nesse momento, ficam à deriva esperando/pegando uma oportunidade e não buscando algo que as levem ao objetivo traçado.