Câmara vai bancar passagens para mulher de deputado

A Mesa Diretora da Câmara resolveu, esta semana, liberar o uso de dinheiro público para transportar os cônjuges de deputados e deputadas entre suas cidades de origem e Brasília. Com a decisão, mulheres e maridos de parlamentares poderão utilizar a cota de passagens aéreas da Casa, restrita desde 2009 a deputados e assessores em viagens decorrentes do exercício do mandato. A medida foi tomada, na época, para acabar com a chamada farra das passagens aéreas, revelada pelo Congresso em Foco.

A liberação da verba para familiares foi reivindicada por um grupo de esposas de deputados durante a campanha de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em encontro promovido pela ex-deputada Nilda Gondim (PMDB-PB), em João Pessoa, ele ouviu o pedido e se comprometeu a levar a proposta adiante. Eduardo Cunha se elegeu presidente da Câmara com 267 votos. Dos titulares da Mesa, apenas a terceira e o quarto-secretários, Mara Gabrilli (PSDB-SP) e Alex Canziani (PTB-PR), votaram contra a mudança. Suplentes, Luiza Erundina (PSB-SP) e Mandetta (DEM-MS) também se posicionaram contra a medida, apoiada pelos demais integrantes do colegiado.

O compromisso assumido por Eduardo Cunha vai ser bancado pelos cofres públicos. O peemedebista alega que o impacto será nulo, porque não haverá aumento no valor do benefício, que varia de estado para estado. Mas parlamentares que não utilizam toda a verba a que tem direito ao longo de um mês poderão utilizar as sobras com o transporte do cônjuge.

Na última legislatura, que se estendeu de fevereiro de 2011 a janeiro de 2015, a Câmara gastou mais de R$ 131 milhões apenas com as passagens aéreas dos deputados por meio da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), o chamado cotão.

Os gastos com passagens aéreas compõem a segunda maior despesa do cotão na legislatura passada, atrás apenas da divulgação do mandato, que consumiu mais de R$ 135 milhões. Nos últimos quatro anos, a Ceap sugou mais de R$ 671 milhões, como mostrou a Revista Congresso em Foco.

Farra das passagens

Em 2009, o Congresso em Foco revelou em uma série de reportagens como deputados e senadores utilizavam a cota de passagens aéreas para voar com dinheiro público, transportando familiares, amigos, eleitores e até artistas, principalmente para destinos turísticos.

O uso indiscriminado e abusivo da cota de passagens aéreas alcançava parlamentares de todos os partidos, do presidente da Câmara à época até os congressistas menos conhecidos. Diante da repercussão do caso, as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado revisaram as regras, proibindo o transporte de parentes e as viagens internacionais e restringindo o benefício a parlamentares e assessores. Na época, a economia anunciada com a mudança nas normas passava dos R$ 25 milhões.

‘Todas as despesas foram autorizadas pela Assembleia’, diz Tony Gel

O deputado estadual Tony Gel (DEM) divulgou nota nesta segunda-feira (9), um dia após o Diario de Pernambuco revelar que o democrata gastou mais de R$ 27 mil em viagens com dinheiro público, na qual afirma que todas as suas despesas foram autorizadas pela Assembleia Legislativa e decorrem de sua participação em “eventos e missões oficiais em que é indicado pelo próprio Legislativo”.

O parlamentar destacou que, na condição de coordenador da Frente Parlamentar do Comércio Varejista, esteve em “eventos da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) na Alemanha e na Itália”, além de, num período de 40 dias, ter viajado “três vezes a Brasília (DF)”, onde participa das discussões da Unale (União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais) sobre reforma política.

Além disso, segundo a nota, o deputado tem participado de eventos em cidades pernambucanas, “inclusive como palestrante, conforme ocorreu recentemente nos municípios de Garanhuns e do Cabo de Santo Agostinho”.

Tony Gel lembrou ainda que, apesar dos compromissos fora do parlamento, é um dos deputados com “maior frequência no plenário e nas reuniões das comissões da Casa Joaquim Nabuco”.

Tony Gel é o campeão de gastos em viagens com dinheiro público

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O ex-prefeito lembrou que coordena a Frente do Comércio Varejista (Foto: Divulgação)

O deputado estadual Tony Gel (DEM) lidera o ranking dos parlamentares da Assembleia Legislativa que mais gastaram em viagens para outros estados e exterior. Só este ano, conforme levantamento divulgado na edição de hoje do Diario de Pernambuco, o ex-prefeito de Caruaru consumiu R$ 27.674,55 em diárias pagas com dinheiro público, sem precisar de notas fiscais.

Do total de R$ 2 milhões gastos com viagens pela Casa de janeiro a agosto deste ano, o maior volume (R$ 1,6 milhão ou 81%) foi pago em diárias para deputados, seus motoristas e assessores usarem no interior do Estado ou na Região Metropolitana do Recife. Não há, porém, detalhamento algum sobre o emprego desses recursos.

Segundo a assessoria da Assembleia, as diárias são usadas normalmente para hospedagem e alimentação, mas não precisam ser comprovadas por meio de nota fiscal. A explicação da Casa, de acordo com o jornal, é de que os parlamentares não conseguem comprovantes em todos os lugares para justificar os valores utilizados.

Procurado pelo Diario para falar sobre o fato de ser o campeão de gastos com esse tipo de despesa, o deputado Tony Gel lembrou ter viajado para Brasília (DF) e para o exterior – Alemanha e Itália – este ano por ser o coordenador da Frente Parlamentar do Comércio Varejista.

Locação de automóveis no topo dos gastos do deputado Wolney Queiroz

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Pedetista utilizou R$ 78 mil (Foto: PDT na Câmara)

O aluguel de carros aparece no topo dos gastos do deputado federal Wolney Queiroz (PDT). Só este ano, ele utilizou R$ 78 mil da cota de exercício parlamentar para locação de veículos automotores ou fretamento de embarcações.

Os dados, apurados no site da Câmara dos Deputados, foram publicados na edição deste domingo (18) do Diario de Pernambuco.

Segundo o jornal, cada parlamentar pernambucano tem direito a R$ 35.256,76 (o equivalente a 52 salários mínimos) por mês para usar com passagens aéreas, aluguel de automóveis, telefonia, escritório, publicidade, alimentação, consultoria, entre outros. Se o recurso não for todo gasto em 30 dias, ele pode ser acumulado até o fim do ano para, eventualmente, ser devolvido aos cofres públicos.

No ranking por deputado federal dos maiores gastos, Wolney figura na 14ª colocação, com R$ 157.744,49 utilizados de janeiro a julho deste ano – a liderança é de Augusto Coutinho (DEM), com R$ 217.134,85.