Economista analisa cenário econômico em palestra da Fiepe

Para uma plateia composta principalmente por empresários do setor industrial de Caruaru e região, o economista Luiz Flávio Maia foi enfático: “2015 é para quem tem couro duro”. A afirmação ocorreu durante palestra sobre a situação da indústria brasileira promovida pela Unidade Regional Agreste da Fiepe, pela passagem do Dia do Empresário da Indústria.

Durante pouco mais de uma hora, o economista lembrou que o Brasil já passou por crises maiores, como a inflação na década de 80, a lei da informática no governo Sarney e o confisco de Collor e que a leitura correta do atual cenário econômico é fundamental para a tomada de decisão das empresas. “A nossa bronca é interna.  O cenário mundial vai bem e o mercado internacional não deixou de acreditar no Brasil, mas é preciso fazer o dever de casa”, alertou o palestrante.

Maia apresentou dois possíveis cenários para a economia brasileira e para o estado de Pernambuco. A melhor projeção nacional aponta para correção de rumo, reversão de tendências, melhor articulação e resgate da confiança, mas a longo prazo. “Minha orientação é que qualquer operação financeira  seja muito estudada antes da realização. Também sugiro que as empresas que estejam com caixa gerado não faça a  distribuição entre os sócios porque, certamente, irá precisar do capital ao longo deste ano”, aconselhou.

O industrial João Bezerra acompanhou atentamente a palestra.” Espero que o cenário mais otimista se confirme para que possamos virar a página. A palestra nos trouxe novas informações e sugestões de como atravessar este ano difícil”, disse.

Economista analisa cenário econômico em palestra da Fiepe, em Caruaru

Para uma plateia composta principalmente por empresários do setor industrial de Caruaru e região, o economista Luiz Flávio Maia foi enfático: “2015 é para quem tem couro duro”. A afirmação ocorreu durante palestra sobre a situação da indústria brasileira promovida pela Unidade Regional Agreste da Fiepe, pela passagem do Dia do Empresário da Indústria.

Durante pouco mais de uma hora, o economista lembrou que o Brasil já passou por crises maiores, como a inflação na década de 80, a lei da informática no governo Sarney e o confisco de Collor e que a leitura correta do atual cenário econômico é fundamental para a tomada de decisão das empresas. “A nossa bronca é interna.  O cenário mundial vai bem e o mercado internacional não deixou de acreditar no Brasil, mas é preciso fazer o dever de casa”, alertou o palestrante.

Maia apresentou dois possíveis cenários para a economia brasileira e para o estado de Pernambuco. A melhor projeção nacional aponta para correção de rumo, reversão de tendências, melhor articulação e resgate da confiança, mas a longo prazo. “Minha orientação é que qualquer operação financeira  seja muito estudada antes da realização. Também sugiro que as empresas que estejam com caixa gerado não faça a  distribuição entre os sócios porque, certamente, irá precisar do capital ao longo deste ano”, aconselhou.

O industrial João Bezerra acompanhou atentamente a palestra.” Espero que o cenário mais otimista se confirme para que possamos virar a página. A palestra nos trouxe novas informações e sugestões de como atravessar este ano difícil”, disse.

Nova Equipe Econômica

Maurício Assuero, economista

Agora sabemos queJoaquim Levy vai comandar a economia no segundo governo de Dilma e isso é bom por algumas razões, dentre as quais o fato de Levy ser uma pessoa de mercado, com uma sólida formação e conhecimento e por ter a visão de que crescimento econômico não nasce apenas do incentivo ao consumo. O contexto de sua primeira entrevista já trouxe uma sinalização positiva: os programas sociais são frutos do crescimento econômico. Dizendo isto com palavras mais simples: a manutenção de programas sociais, como o Programa Bolsa Família, só é sustentável se houver crescimento econômico. Usando um argumento de Delfim Neto o que o governo está fazendo agora é repartir o bolo enquanto ele cresce e a proposta de Levy significa fazer o bolo crescer para repartir. É bem mais coerente.

Nas entrelinhas dessa postura sai, necessariamente, a indicação de que vamos ter que cortar gastos. O primeiro desafio é obter superávit fiscal sem falcatruas, ou seja, sem subterfúgios contábeis do tipo que antecipa receita e postecipa despesas ou como agora pretende o governo transformar as obras do PAC em investimentos para reduzir despesas e fechar com saldo positivo. O que se espera é que a equipe econômica consiga fazer este país crescer de forma sustentável (nesse sentido acho prematuro a comemoração do crescimento da economia no terceiro trimestre de 2014 em 0,1%, isso mesmo, 0,1%), respaldo para fazer isso, a equipe tem, agora, ao que nós percebemos não há respaldo político visto que integrantes do próprio partido da presidente Dilma já se colocaram contrários a escolha de Levy. Resgato aqui uma situação semelhante: quando Lula foi eleito presidente e cogitou Henrique Meirelles para comandar o Banco Central, a então senadora Heloísa Helena, do PT de Alagoas, foi publicamente contra a escolha. Há imagens de Lula conversando “ao pé do ouvido” para convencê-la. Heloísa saiu do PT, então se pergunta qual motivo esse pessoal que é contra não tomar o mesmo caminho?

O motivo é a grande probabilidade de perdas de verbas para financiar o nada, ou seja, dinheiro destinado a ações inócuas que ao invés de formar e dar cidadania as pessoas, mantem o individuo pobre e preso a um cartão de benefício e temeroso em mudar seu voto na próxima eleição. É absolutamente estranho o governo comemorar o aumento de pessoas beneficiadas pelo Programa Bolsa Família! O governo deveria comemorar quando a quantidade de pessoas vinculadas a programas sociais fosse reduzida porque isto seria um indicativo de que aquela pessoa encontrou um emprego e agora paga a previdência, tem um salário que lhe permite ter inclusão social.

Também é muito estranho querer transformar este programa no “programa de estado e não de governo”. Isso é perpetuar a miséria. O Bolsa Família precisa dar outra “roupa” aos seus beneficiários e não apenas a “roupa do Natal”. Não devemos, portanto, desprezar a visão de Levy. O Brasil pode mais e melhores programas sociais do que tem hoje, mas para isso é preciso crescimento sustentável. 0,1% é muito pouco!

 

Seja Criativo

Maurício Assuero, economista e professor

A expectativa do anúncio dos novos ministros do novo governo tem gerado uma ansiedade muito grande no mercado, mas o nome de Joaquim Levy já provocou uma queda no dólar de 2,5% e um aumento na Bolsa de 5,09%. Isso é mercado: do céu ao inferno na velocidade da luz!

A questão com Levy é sua fama de contenção. Nada melhor do que isso, neste momento, para o governo. Assim, aquilo que deveria ser festejado como uma promessa salutar para a economia acaba sendo bombardeado por inúmeras críticas, inclusive do próprio partido da presidente, por uma razão política, não técnica. Na campanha Dilma alardeou que Aécio faria um governo duro, com medidas impopulares e agora será cobrada por implantar aquilo que praticou porque é muito pouco provável que Levy não adote tais medidas dado que não há outra forma, dentre as tantas tentadas, de conter a inflação. Vamos fazer uma correção: outra forma há e seria aumentando o desemprego, mas o discurso de campanha não foi nessa direção e aí seria muito esquisito que o novo governo promovesse uma reviravolta desse nível. Em inúmeras vezes já dissemos aqui que a via de crescimento através do aumento do consumo se esgotou e que o governo não incentivou a via do investimento e tão pouco apresentou qualquer menção no sentido de reduzir gastos. Pelo contrário: o governo usou e abusou da prerrogativa de modificar a situação a seu favor manipulando, contabilmente, suas contas para apresentar superávit primário.

A tendência é termos um 2015 sufocante com baixo crescimento e inflação e desemprego alto. Isso significa que o processo de estagnação vai continuar e que nós precisamos ser criativos para continuarmos no mercado e mais ainda: precisamos deixar aflorar a via de empreendedor. Muitas pessoas ficam reticentes ao partir para uma profissão independente, ou seja, deixar de ser empregado e passar a ser empreendedor. Muitas vezes a tranquilidade dos direitos celetistas adquiridos define e decide nossos passos e quando, então, somos desligados da empresa é que nos encontramos na situação de desafiar o desconhecido. Nesse momento pode surgir um gigante ou um dependente. O momento, a característica de cada um, a crença e o comprometimento são fatores importantes.

O fato é que, tudo indica, vamos precisar dessa criatividade e muitas vezes um caminho a ser seguido está na área de serviços. A economia pode parecer no limite, mas se olharmos com cuidado tem sempre alguém carente e com necessidade de uma ação que nós conhecemos bem, que nós sabemos fazer. Então uma coisa que tem, inicialmente, um caráter emergencial pode se transformar numa ação duradoura e culminar numa pequena empresa. O medo é a parede que nos priva da paisagem livre.

Em vários países desenvolvidos há incentivo para que o jovem, o estudante universitário, seja dono do seu próprio negócio. No Brasil temos alguma deficiência que precisa ser contornada. Mais cursos preparatórios (práticos), mas análise de mercado disponível, etc. podem ser um bom começo.