Dilma divulga nota sobre pagamentos a João Santana

A presidente afastada da República, Dilma Rousseff, esclareceu, hoje, por meio de nota, que todos os pagamentos feitos ao publicitário João Santana na campanha de reeleição da presidente totalizaram R$ 70 milhões (R$ 50 milhões no primeiro turno e R$ 20 milhões no segundo turno). A presidente afirmou ainda que os referidos pagamentos foram regularmente contabilizados na prestação de contas aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De acordo com a assessoria de Dilma, os valores destinados ao pagamento do publicitário, conforme indica a prestação de contas, demonstram por si só a falsidade de qualquer tentativa de que teria havido outro pagamento não contabilizado para a remuneração dos servidos prestados.

“É curioso que pessoas que estiveram distantes da coordenação da campanha presidencial, de sua tesouraria, possam dar informações de como foram pagos e contabilizados os recursos arrecadados legalmente para a sua realização. Comentários feitos em conversas entre terceiros e que não apontam a origem das informações não têm nenhuma credibilidade”, afirma.

A nota diz ainda que as tentativas de envolver o nome da presidenta Dilma Rousseff em situações das quais ela nunca participou ou teve qualquer responsabilidade são escusas e direcionadas. E só se explicam em razão de interessem inconfessáveis.

João Santana repassou US$ 2,5 milhões para dez offshores, diz jornal

Do Congresso em Foco

O publicitário João Santana e sua esposa, Mônica Moura, transferiram pelo menos R$ 2,5 milhões para dez offshores no Panamá, nas Bahamas e em Delaware, nos Estados Unidos. O dinheiro veio da conta não declarada do casal na Suíça, entre agosto de 2010 e janeiro de 2014. Segundo informações do jornal O Globo, a descoberta abre uma nova frente de investigação contra o casal no âmbito da Operação Lava Jato. Pela nova linha de apuração, Santana e Mônica não são mais considerados prestadores de serviços de marketing político, mas sim possíveis operadores de outros tipos de despesa ou propina ligada a campanha de governo e partidos políticos.

Graças a um acordo de cooperação jurídica internacional, os investigadores puderam constatar os pagamentos a partir do extrato da offshore Shellbill, sediada no Panamá. A Shellbill é correntista do banco suíço Heritage, e registrou movimentações bancárias a partir de agências em Londres e Nova Iorque.

Em 2010, a Tacy Ventures Group recebeu US$ 340,5 mil da conta do casal. Em 2011 foram três transferências para outras offshores no Panamá: Glasston e High Level Financial receberam US$ 135 mil e Wickdell recebeu US$ 303 mil. Em agosto de 2012, quatro offshores receberam recursos: New Hope Trading, do Panamá (US$ 225 mil), Nebadon Holdings, das Bahamas (US$ 160 mil), Global Trend, de Delaware (EUA), que recebeu US$ 70 mil e Hatley Trading Assets (US$ 545 mil). Em 2013 e 2014 foram transferidos US$ 581 mil para Kistrey Trading e US$ 3,3 mil para Arlington Management.

A Lava Jato investiga quem são os beneficiários das dez offshores que receberam recursos do casal.

A assessoria de João Santana classificou como “mera especulação sem consistência com a realidade” a hipótese de investigação que coloca o publicitário como operador financeiro. Trata-se de uma “tentativa de autoridades policiais de querer manter detidos por mais tempo João Santana e Mônica Moura”, completou a assessoria.

Em depoimento, Santana disse que não saberia “esclarecer a origem dos valores que ingressaram na conta da Shellbill”, nem “o destino dos valores utilizados na mesma conta”.

João Santana, marqueteiro do PT, é novo alvo da Polícia Federal

Do Brasil 247

O cerco ao Partido dos Trabalhadores agora atinge seu principal marqueteiro: o jornalista João Santana. Segundo reportagem de Mario Cesar Carvalho, publicada na edição deste domingo da Folha de S. Paulo, a Polícia Federal abriu inquérito para apurar a origem de US$ 16 milhões trazidos de Angola por ele, em 2012.

Os policiais federais suspeitam que os recursos foram pagos por empreiteiras que atuam no país africano, como a Odebrecht. De acordo com a taxa de câmbio da época, seriam cerca de R$ 33 milhões, pagos ao jornalista que fez as últimas campanhas presidenciais do PT e também atuou em disputas municipais vitoriosas, como a do prefeito Fernando Haddad, em 2012.

Em depoimento ao jornalista Mario Cesar Carvalho, João Santana defende a licitude das operações, uma vez que também atuou em campanhas políticas em Angola, como a do próprio presidente do país, José Eduardo dos Santos. “Trata-se de uma operação legal e totalmente transparente”, afirmou.

Os policiais federais apuram se os recursos transferidos a ele seriam repasses indiretos ao PT, num momento em que vêm sendo questionados financiamentos do BNDES a obras no exterior. Na semana passada, a oposição conseguiu derrubar o sigilo sobre essas operações.