Datafolha 2018: Marina lidera cenários no 2º turno

Folha de S.Paulo 

A ex-senadora Marina Silva (Rede) é a líder nos cenários de segundo turno da eleição presidencial de 2018 segundo pesquisa de intenção de voto do Datafolha.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cresceu nas simulações de primeiro turno na comparação com o levantamento anterior do instituto de pesquisa, realizado em julho, mas perderia a eleição para Marina em um eventual segundo turno por uma diferença de nove pontos.

Já nos cenários de segundo turno contra adversários do PSDB, Lula oscilou positivamente e teria pequena vantagem numérica em disputas contra o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), o chanceler José Serra (PSDB) ou o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Nas três situações, o quadro é de empate técnico, pois a pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Na pesquisa, realizada nos dias 7 e 8 de dezembro com 2.828 pessoas com 16 anos ou mais, nenhum dos três tucanos obteve elevação nas intenções de voto, tanto em cenários de primeiro como de segundo turno.

Em duas simulações de primeiro turno, nas quais os candidatos do PSDB seriam Alckmin ou Serra, Marina obteria com folga o segundo posto.

No cenário em que o candidato tucano é Aécio, Marina tem 15% das intenções de voto contra 11% do congressista mineiro, situação que configura empate técnico.

Em uma quarta simulação, na qual também estaria na disputa o juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, Marina empata numericamente com o magistrado no segundo posto, com 11%.

Quando à intenção de voto em um segundo turno contra os tucanos, a dianteira de Marina é de pelos menos vinte pontos percentuais. Essa é a margem contra Serra (47% contra 27%).

Marina quer Barbosa ou Ayres para vice em 2018

Em conversas reservadas, Marina Silva (Rede) tem afirmado que, se for candidata em 2018, o vice dos sonhos seria um “outsider”. Mas não nos moldes do empresário Guilherme Leal, seu companheiro de chapa em 2010.

Marina confidenciou, segundo relatos de pessoas que estiveram com ela, que pensa em nomes da magistratura. Demonstrou simpatia por Joaquim Barbosa e Carlos Ayres Brito, ex-STF, mas de forma genérica.

Enquanto isso, Temer tem levado às audiências com parlamentares a tabela da fidelidade dos deputados em votações na Câmara. As queixas têm sido menos por votos contrários aos interesses do governo — e mais pelas ausências em decisões importantes.  (Painel – Folha de S.Paulo)

Marina: Acordão para manter direitos visa Cunha

Da Folha de São Paulo

A ex-senadora Marina Silva (Rede Sustentabilidade) interpretou a decisão do Senado de manter os direitos políticos da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) como um “acordão” que beneficiará políticos envolvidos em escândalos de corrupção.

“Provavelmente, o beneficiado será, em seguida, já, o ex-presidente da Câmara dos Deputados [Eduardo] Cunha (PMDB-RJ). Quando digo que PT e PMDB são faces da mesma moeda, irmãos siameses, está provado”, afirmou Marina, que foi candidata à Presidência em 2014.

Ela afirmou que a gestão do peemedebista “aprofunda os retrocessos” iniciados no primeiro governo Dilma e que o “caminho certo” é a cassação da chapa de ambos e a convocação de novas eleições.

Folha – Qual foi a sua sensação ao ver a votação?

Marina Silva – Vejo com tristeza e, ao mesmo tempo, tenho a clareza de que houve, sim, crime de responsabilidade. Impeachment não é golpe. A própria presidente se defender na sessão legitimando o processo até o fim, a sessão presidida pelo presidente do Supremo, tudo isso é uma demonstração de que não é golpe. O processo alcança a finalidade da formalidade legal, mas não alcançará a finalidade, porque o PT e o PMDB são faces da mesma moeda e provaram isso com o acordão feito para assegurar os direitos de ocupar função pública, tanto para a presidente Dilma, quanto para os que estão na fila dos dois partidos que promoveram tudo o que está aí que podem se tornar inelegíveis pela lei. Provavelmente, o beneficiado será em seguida já o ex-presidente da Câmara dos Deputados [Eduardo] Cunha (PMDB-RJ). Quando eu digo que são faces da mesma moeda, são irmãos siameses, está provado.

A senhora defende a cassação da chapa Dilma-Temer e a convocação de nova eleição. Essa hipótese ficou mais distante?

Acho que a gente não deve abrir mão do que é certo em nome do que é mais fácil. O que é certo é o processo do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), porque alcança a formalidade e a finalidade de passar o Brasil a limpo.

A Rede acirrará a oposição ao governo Temer?

A Rede é um partido independente, com uma outra lógica da dos partidos atuais. Fomos independentes no governo Dilma, teria tudo para terem nos caracterizado como oposição, mas não temos a lógica dessa polarização perversa que faz oposição por oposição ou é situação por ser situação. Éramos independentes no governo da presidente Dilma. Continuaremos independentes no governo do seu ex-vice-presidente Temer.

Dilma falou em machismo e misoginia em seu pronunciamento. Embora não veja golpe, a senhora concorda que haja elementos nesse sentido?

Acho que a presidente Dilma está fazendo a narrativa dela. Temos de nos ater aos fatos. Houve crime de responsabilidade e seu julgamento foi por crime de responsabilidade. Poderia ter sido mais amplo se o PMDB e a oposição juntamente com o Cunha não tivessem tirado do processo as graves denúncias de corrupção que envolvem a chapa Dilma-Temer. Faço política há mais de 30 anos e sei que existe discriminação, machismo e uma série de coisas, mas nunca me vitimizei quando as posições a mim contrárias são por diferenças políticas.

Dilma se vitimiza com essa narrativa?

Não quero entrar no detalhe. Vou falar o que eu penso a respeito do que foi o objeto de julgamento da mobilização da sociedade brasileira e que se materializou no crime de responsabilidade.

Movimentos criticam Temer pela falta de diversidade em seu governo. Isso a preocupa?

Me preocupa todo e qualquer tipo de retrocesso que se iniciaram no primeiro governo da presidente Dilma, o governo que menos assentou trabalhadores rurais, que menos demarcou terras indígenas, que regularizou mais de 40 milhões de hectares de florestas desmatadas ilegalmente, que começou a mudar o Código Florestal para o desmatamento voltar a crescer. Quem colocou o Temer na linha sucessória da Presidência da República foi a aliança entre PT e PMDB. Existem retrocessos e não são poucos e estão sendo aprofundados. Quem contribuiu para isso foi quem fez alianças com eles.

O processo terá que efeito sobre a população?

A população está pagando um preço altíssimo e mais de 60% quer novas eleições. Não imagino que a sociedade vá desistir do caminho certo, porque sabe que nem Dilma nem Temer tem condição de fazer a transição que o país precisa nesse momento. Não temos um cenário cor-de-rosa como foi vendido para a opinião pública em 2014 pela chapa Dilma-Temer. Temos um cenário de dificuldade, com milhões de desempregados, inflação alta, juros altos, temos um cenário de desesperança. Eu não torço pelo quanto pior, melhor. Sempre apostei no melhor para o país. Mas não consigo imaginar que a gente vá conseguir resolver como se fosse em um passe de mágica uma complexidade dessa magnitude e natureza, mas a política não é algo predeterminado.

Acredita em uma retomada na rotina política e econômica do país? Há clima para reformas?

Temos muitas dificuldades pela frente. Ainda que tenhamos uma equipe econômica tecnicamente competente, até hoje não a vi dialogar com os temas estratégicos para uma transição adequada para o século 21. Temos inúmeras dificuldades, inclusive a falta de aprendizagem de que essa sociedade é plural, tem mulheres, tem negros, índios, quilombolas, ribeirinhos, empresários, trabalhadores, juventude e movimentos sociais de todas as naturezas.

É um dia muito difícil, viu? Porque parece que os aprendizados estão sendo muito poucos. Lutei muito, desde 2010, para que a gente compreendesse que é melhor mudar, antes de ser mudado. Já que não se teve a compreensão de mudar, a história agora está nos mudando e eu espero em Deus que possa ser para que a gente pelo menos aprenda com os erros próprios, já que não fomos capazes de aprender com os erros do passado.

Paulo Câmara recebe a ex-senadora Marina Silva

Marina-Silva-PalácioO governador Paulo Câmara e a primeira-dama Ana Luiza receberam, na manhã deste domingo (28.08), no Palácio do Campo das Princesas, a ex-senadora Marina Silva.

Na ocasião, acompanharam o chefe do Executivo estadual os secretários Felipe Carreras (Turismo, Esporte e Lazer), Sérgio Xavier (Meio Ambiente e Sustentabilidade) e João Campos (Chefe de Gabinete), o deputado federal Tadeu Alencar e o vereador do Recife Eurico Freire.

Marina grava ainda hoje imagens com o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB). Amanhã ela participa de ato com o postulante ao Executivo olindense pelo PSB, Antônio Campos – que, em 2014, defendeu que a, então, candidata a vice-presidente da República assumisse a cabeça de chapa e disputasse o Planalto, após a morte de Eduardo Campos (PSB).

Marina Silva volta a defender cassação da chapa Dilma e Temer

Marina Silva (Rede-AC), ex-senadora e ex-candidata à presidência, defendeu novamente que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) casse a chapa formada pela presidente Dilma Rousseff e pelo vice Michel Temer. A declaração foi dada em uma palestra para estudantes brasileiros em Chicago, nos Estados Unidos, neste sábado (9).

“Defendo que nesse momento o melhor caminho é o do TSE. Porque se ficar comprovado que o dinheiro do Petrolão foi para as eleições, deve ser caçada a chapa Dilma e Temer”, afirmou Marina.

A reportagem do G1 destaca que uma ação, de autoria do PSDB, tramita no TSE e alega que a campanha de Dilma foi permeada por irregularidades, entre elas o recebimento de propinas desviadas da Petrobras e a suspeita de que o PT teria utilizado máquina de governo em favor da reeleição da presidente. O Partido dos Trabalhadores nega as irregularidades.

Marina se referiu ao PMDB de Temer e ressaltou: “Se ganharam a eleição com esse dinheiro é melhor que se devolva a possibilidade aos 200 milhões de brasileiros de novas eleições”. “Defendo por convicção, por achar que é melhor para o Brasil. Acho que o impeachment se explicitou e tem uma formalidade legal e política, mas não cumpre com a finalidade. Porque ao final nos encontraremeos com um partido igual ao PT”, disse Marina, que considera que PT e PMDB “são faces da mesma moeda”.

A ex-senadora disse ainda que com as novas eleições os partidos terão de se apresentar novamente à sociedade dizendo apenas a verdade. “Quem vier vai ter que falar a verdade, porque a verdade já foi revelada”, avaliou. Na última terça (5), a Rede da Sustentabilidade lançou uma campanha que pede a cassação da chapa e defende antecipação de eleição presidencial.

Marina Silva foi questionada sobre se o voto dos parlamentares da Rede no processo de impeachment da presidente na Câmara dos Deputados seria combinado. A ex-candidata afirmou que a posição do partido era de que votassem pela admissão do processo, mas que não haveria um “enquadramento” e sim liberdade de voto no plenário.

Lula e Marina lideram corrida presidencial

Pesquisa do Datafolha trouxe novo quadro sobre as intenções de votos para a corrida presidencial. De acordo com o instituto, estão à frente na disputa o ex-presidente Lula (PT) e a ex-senadora Marina Silva (Rede), ambos com 22% das intenções de voto quando o candidato tucano é o senador José Serra (PSDB-SP).

Tanto Serra quanto os outros dois “presidenciáveis” do PSDB (o senador Aécio Neves e o governador Geraldo Alckmin) aparecem com tendência de queda.

Serra, em fevereiro, tinha 15%. Em março, caiu para 13%. Agora, em levantamento realizado nos dias 7 e 8 de abril, chegou a 11%. Já Aécio Neves em fevereiro tinha 20%, oscilou para 14% em março e em abril atingiu 12% das intenções de voto. Em outro cenário, no qual o candidato do PSDB é o governador paulista Geraldo Alckmin, observa-se um encolhimento de cinco pontos percentuais no mesmo período.

O Datafolha testou quatro diferentes cenários. Em três deles, cada um dos tucanos citados aparece como o concorrente do PSDB. Em uma quarta simulação, Serra, Alckmin e Aécio se enfrentam e também foi apresentada como opção de voto o juiz Sérgio Moro, que se projetou nacionalmente na liderança da Operação Lava Jato. O magistrado aparece com 8% das preferências dos entrevistados.

O índice é o mesmo que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) obtém quando o candidato tucano é Geraldo Alckmin. O percentual é o dobro do que o parlamentar registrava em dezembro de 2015.

Eis os dados de cada um dos presidenciáveis no quarto cenário montado pelo Datafolha, no qual todos os possíveis candidatos se enfrentam:

Lula (PT) – 21%

Marina Silva (Rede) – 16%

Aécio Neves (PSDB) – 12%

Sérgio Moro (sem partido) – 8%

Jair Bolsonaro (PSC) – 6%

Ciro Gomes (PDT) – 6%

José Serra (PSDB) – 5%

Geraldo Alckmin (PSDB) – 5%

Luciana Genro (Psol) – 2%

Eduardo Jorge (PV) – 1%

Ronaldo Caiado (DEM) – 1%

Michel Temer (PMDB) – 1%

Em nenhum dos cenários propostos pelo Datafolha, aparecem dois possíveis candidatos à Presidência da República: os senadores Cristovam Buarque (DF), que o PPS trabalha como alternativa para a disputa ao Palácio do Planalto; e Alvaro Dias (PR), que deixou o PSDBrecentemente e pode se tornar uma opção de candidatura presidencial para o PV.

Rejeição

Como ocorreu em outras pesquisas recentes do Datafolha, Lula é o candidato com maior índice de rejeição (53%). O percentual é menor do que o verificado em março (57%), mas continua acima da taxa de rejeição que o ex-presidente tinha em fevereiro (49%).

Cresceram os índices de rejeição de Aécio e de Marina Silva. O senador mineiro era rejeitado por 23% dos entrevistados em fevereiro, por 32% em março e agora por 33%. No caso de Marina, a taxa de rejeição subiu de 15% (índice registrado tanto em fevereiro quanto em março) para 20%.

Espontânea

Na consulta espontânea sobre o melhor presidente que o Brasil já teve, Lula foi lembrado por 40% dos entrevistados, número superior aos 35% registrado em março.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ficou em segundo lugar, com 14%.

Os números de Lula voltaram à casa dos registrados em fevereiro, quando 37% o elegiam como o melhor da história. Por outro lado, houve baixa significativa com relação a novembro de 2010, penúltimo mês de mandato de Lula na presidência, quando 71% dos brasileiros – sempre de acordo com o Datafolha – o consideravam o melhor presidente da história do país.

Os números são baseados em 2.799 entrevistas realizadas em 170 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Marina e a teoria do erro dos outros

Do Blog do Magno

Se a crise desembocar numa eleição presidencial, a ex-senadora Marina Silva entrará com boa vantagem na disputa. Duas vezes candidata, teve 19 milhões de votos em 2010 e 22 milhões em 2014. Tomara que ela pare de culpar os eleitores pelo fato de nunca ter chegado ao segundo turno.

A ex-senadora pisou três vezes na mesma bola.

Numa, disse: “A população terá oportunidade de corrigir o erro a que foi induzida”.

Na outra: “O TSE devolveria para os 200 milhões de brasileiros a possibilidade de reparar o erro a que foram induzidos a cometer.”

Num documento da Rede, repetiu-se, sempre atribuindo o “erro” aos eleitores e usando expressões como “corrigir” e “reparar”. Que tal discutir os indutores e deixar em paz os eleitores?

Fez melhor Aécio Neves, que disse ter sido derrotado por uma “organização criminosa”.

Paulo e Marina conversam sobre situação do Brasil

O governador Paulo Câmara fez nesta quinta (25), uma visita de cortesia à sede nacional da Rede Sustentabilidade, na Capital Federal. Paulo foi recebido pela ex-senadora Marina Silva e pelo deputado federal Alessandro Molon, líder da Rede na Câmara. Os três conversaram sobre o cenário nacional de crises política e econômica e destacaram a necessidade do diálogo para superar as dificuldades.

Marina elogiou o esforço do Governo de Pernambuco em colocar a inovação e a sustentabilidade como pontos fundamentais das ações da gestão estadual. A ex-senadora convidou Paulo para participar da abertura do 2o Congresso Nacional da Rede, que ocorrerá na próxima quarta-feira (02.03), em Brasília, durante o qual será feita uma homenagem ao ex-governador Eduardo Campos.

Marina vai a FHC discutir crise política

Do Blog do Magno

Ex-presidenciável pelo PSB, Marina Silva tem se aproximado do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso para discutir o cenário de crise política. Em artigo nas redes sociais, ela destacou “o exemplo de lucidez e responsabilidade republicana de Fernando Henrique”.

“Temos conversado sobre o momento, quais as melhores maneiras de caminhar com a responsabilidade que o país exige, sem a ansiedade de instrumentalizar a crise em benefício próprio ou com agendas ocultas eleitorais”, disse ela.

A ex-senadora petista, que ainda luta para criar a Rede Sustentabilidade, afirmou ainda, em entrevista ao ‘Globo’, que sua atuação é condizente com aquela de uma política sem mandato, mas negou agenda com os tucanos.

Ela, que no segundo turno de 2014 fechou apoio a Aécio Neves, hoje critica o golpismo tucano. Ela se posicionou contra o impeachment da presidente, embora afirme que Dilma vive uma “cassação branca”:

“A maior gravidade da crise é a falta de reconhecimento da crise por parte do governo. O governo toma medidas dramáticas sem reconhecer que existe uma crise”.

Marina critica primeiras medidas econômicas de Dilma

Do Blog da Folha

A ex-ministra Marina Silva criticou duramente as primeiras medidas tomadas pela presidente Dilma Rousseff na economia após o segundo turno das eleições. Marina, que disputou a sucessão presidencial pelo PSB, não quis fazer comentários sobre os nomes cogitados para os ministérios do novo governo, mas acusou a presidente de tomar o rumo conservador, que na campanha tanto criticou.

A Executiva da Rede Sustentabilidade, partido que Marina não conseguiu ainda legalizar, realizou dois dias de reunião, em Brasília. A ex-ministra informou que os integrantes da agremiação, que se filiaram ao PSB para a disputa eleitoral deste ano, continuarão até que se consiga as cerca de 32 mil assinaturas, que ainda faltam para viabilizar o partido.

Marina acusou de “marketing selvagem” o que o PT teria feito durante a campanha e que agora se mostraria incoerente. “Uma coisa foi o marketing selvagem para se ganhar a eleição e outra coisa agora é a realidade. A nossa atitude de oposição independente é coerente com aquilo que falamos durante a campanha. Seremos contrários ao que julgarmos que seja ruim e favoráveis ao que for bom”, disse a ex-candidata.

Entre os pontos criticados por Marina está o aumento da taxa de juros e o anúncio da redução do superávit primário em 2014 logo após o fim das eleições. O Banco Central elevou a Selic de 11% para 11,25% ao ano em outubro, surpreendendo o mercado financeiro. “Uma outra coisa que antes era tratada como um tabu durante a campanha eram os preços administrados. E já vimos ações tomadas logo após a eleição. Esta é a diferença entre a realidade e o mundo colorido do marketing selvagem do PT”, completou.

Perguntada os nomes cogitados para o Ministério da Fazenda – primeiro Luiz Carlos Trabuco e, depois, Joaquim Levy, ambos do Bradesco – logo após o PT ter cunhado a expressão “candidata dos banqueiros” para classificar Marina durante a campanha, a ex-ministra afirmou preferir não comentar nomes antes de um anúncio oficial do governo.

Ainda assim, Marina lembrou que Levy foi braço direito do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e classificou o economista como “competente”. Ela lembrou que Palocci foi o responsável pelo superávit fiscal que superou a meta de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2005 e chegou a 4,84%. “E a presidente Dilma criticou muito isso (a elevação do superávit) durante a campanha.”

Marina também não quis comentar a hipótese de a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) vir a assumir o Ministério da Agricultura. “Vivemos um momento delicado, de uma visão desenvolvimentista, que não respeita o meio ambiente. O código ambiental representou um retrocesso no Congresso e o desmatamento volta a crescer”, avaliou.

Já o porta-voz da Rede Sustentabilidade, Walter Feldman, complementou dizendo que as medidas de ajustes ficais que já vêm sendo tomadas pela presidente Dilma mostram que a economia, de fato, está em uma situação mais dramática do que a que era mostrada na campanha do PT. “Aquela história de pobres contra ricos, trabalhadores contra banqueiros, não se mostrou uma verdade como era dita na campanha da Dilma.”

Embora o PSB só deva anunciar sua posição em relação ao governo federal até 27 de novembro, próxima quinta-feira, a Rede Sustentabilidade já se declara “oposição” à gestão Dilma Rousseff. Antes da legalização do partido, a Rede evita fazer um balanço de parlamentares eleitos, mas, sem citar nomes de aliados, a estimativa é de que o novo partido tenha seis deputados estaduais, dois deputados federais e um senador na próxima legislatura.

Sobre as alianças estaduais, Feldman afirmou que a Rede participará dos governos apoiados pelo grupo nas eleições deste ano desde que a formação dessas gestões tenha afinidade programática com os ideais da Rede. “Vamos dar uma contribuição real a esses governos, e não apenas ocupar espaço. Indicaremos pessoas por critérios de capacidade técnica e administrativa. Queremos ter uma participação qualificada”, concluiu.

As deliberações da Executiva Nacional tomadas neste fim de semana serão levadas à reunião do diretório nacional da Rede Sustentabilidade, que ocorrerá no próximo mês. Somente em dezembro, portanto, a plataforma de oposição do grupo será concluída.