Bezerros terá evento dedicado a Beleza Negra

Na semana em que se comemora o dia da Consciência Negra, a cidade de
Bezerros contará com o primeiro evento dedicado a cultura afro. Na
próxima sexta feira (25) será realizado o “Beleza Negra”, um dia
recheado de palestra, oficinas, concursos e apresentação de grupos
culturais. Tudo acontece no auditório do Cemaic,  promovido pelo grupo
Folc Popular com a apoio do departamento de Cultura da Prefeitura de
Bezerros.

8h- Abertura Oficial

9h- Palestra: POR UMA GERAÇÃO SEM RACISMO
Palestrante: Aparecida Grisi

9h40- Palestra: CULTURA NEGRA EM PERNAMBUCO
Palestrante: Prof. Fernando Mendonça

10h20 ás 12h- Oficinas

TURBANTES – Monitora: Morgana Bernado
CABELO AFRO – Monitora: Vandilma França
PERCUSSÃO – Monitor: Cláudio Ferreira
DANÇA AFRO- Monitor: Jefferson Muller
CONTAÇÃO DE HISTÓRIA: Monitora: Cícera Silva

14h- CONCURSO BELEZA NEGRA

V GERES realiza Fórum Regional de Saúde da População Negra em Garanhuns

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No mês da Consciência Negra, a V Gerência Regional de Saúde realizou na quinta-feira (09), o I Fórum Regional de Saúde da População Negra, no auditório da GRE Agreste Meridional, em Garanhuns. O evento reuniu lideranças e representantes do movimento negro, gestores da saúde, comunidades quilombolas, agentes comunitários de saúde e Residentes de saúde do campo.

Considerada uma prioridade, o Ministério da Saúde tem investido para promover melhores condições de atenção e cuidado da saúde da população afrodescendente. Dentre as iniciativas destaca-se o estreitamento do diálogo com profissionais da saúde e ativistas sociais envolvidos nos movimentos.

A gestora regional de saúde, Catarina Tenório, abriu os trabalhos, que depois teve apresentações e mesa de debates. “A GERES, representando a Secretaria Estadual de Saúde, têm como objetivo dialogar, propor e articular ações para um trabalho mais efetivo das diversas áreas do SUS, e neste caso em especial, voltadas para as comunidades quilombolas e a população negra”. – Registrou a gestora, ao final do encontro.

Concurso Beleza Negra será realizado em Agrestina

A Prefeitura de Agrestina realiza a primeira edição do Concurso Beleza Negra, que será realizado no dia 15 de maio, às 15h, e pontuará, através de um desfile na Escola Vereador João Lourenço quais as mais belas jovens mulheres de todo o entorno do lugar. O evento contará com a parceria do Banco de Perfis, que trabalha com inteligência em casting para moda, publicidade e cinema. Não haverá taxa de inscrição e aquelas que desejarem participar devem ir até o dia 12 de maio à sede da Associação Remanescente Quilombola de Pé de Serra dos Mendes.

De acordo com o secretário de Cultura, Turismo e Juventude, Josenildo Santos, a ideia do desfile foi para garantir “a valorização daquilo que Agrestina tem de único, que é o seu povo”. Como o próprio nome já diz, o Concurso Beleza Negra busca descendentes dos quilombolas que habitaram a zona rural de Agrestina há séculos e fundaram a Vila Pé de Serra dos Mendes e a comunidade de Furnas. Podem se candidatar mulheres dos 15 aos 25 anos e que se identifiquem com o sonho de uma carreira de modelo, podendo evoluir para a atuação, caso seja contratada para tal. Até a data estabelecida, elas devem ir até a Associação e informar que deseja se inscrever, levando uma fotografia e preenchendo uma ficha de pré-inscrição.

Na sexta-feira (13/05), as pré-selecionadas serão contatadas para confirmar a participação no desfile, que ocorrerá no domingo, e ter conhecimento sobre outros detalhes para a data. Elas serão avaliadas por uma comissão julgadora técnica em desfile, a ser realizado na Escola localizada na Vila. As três que garantirem os primeiros lugares receberão como prêmios: kits de beleza, sessão de fotos temática, agenciamento direto pelo Banco de Perfis e ainda serão as protagonistas da campanha de São João da Prefeitura de Agrestina.

O Concurso Beleza Negra é realizado pela Prefeitura de Agrestina, através da Secretaria de Cultura, Turismo e Juventude.

Seminário sobre resistência negra acontece em Olinda nesta quarta

O Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial de Pernambuco, em parceria com a Secretaria de Administração do Estado – SAD, realiza, nesta quarta-feira (13), das 09h às 12h, no Comitê de Promoção da Igualdade Racial – CEPIR, dia da Abolição da Escravatura, o seminário “13 DE MAIO – Resistência Negra  para além do dia 13 de maio e caminhos para o enfrentamento do Racismo Institucional nos espaço públicos”.

Segundo o presidente do Conselho, Prof. Jorge Arruda, só este ano, aconteceram cerca de 200 denuncias de racismo no Brasil, superior ao ano de 2014, que contabilizou cerca de 550. Para ARRUDA as denuncias estão ligadas ao processo de inserção do negro no mundo da tecnologia e a facilidade da internet, uma vez que, o negro está mais politizado, tem onde pedir orientações e mecanismos foram criados no Brasil, como a SEPPIR na Presidência da Republica e o programa Pacto Pela Vida, com a Câmara Técnica – Comitê Estadual de Promoção da Igualdade Racial, com a função de artirular, monitorar e assessorar os Gestores públicos de Pernambuco, a construírem pilares , para o trabalho de enfrentamento ao racismo institucional. Pernambuco, se destacou, pela iniciativa de combate e mesmo enfrentamento deste mal, que não mata LETAL, mas mata na alma. Passar e sofrer o racismo, vai nos matando devagarinho. “São marcas que ficam”.

Artigo: Caruaru uma cidade negra?

Por Aristóteles Veloso

Em meio à celebração da III Semana da Consciência Negra, lanço um questionamento sobre a negritude da cidade de Caruaru e sua mobilização em torno desta agenda. Minha intenção foi partir de um pergunta para conseguir provocar as respostas. Vejo que, desde 2011, estamos, através do diálogo entre sociedade civil e Secretaria Especial da Mulher e Direitos humanos (SMDH), buscando introduzir na agenda pública municipal e no debate da nossa cidade a pauta negra.

Ações foram desenvolvidas e continuam a ser desenvolvidos, encontros, seminários, debates, formações e capacitações, oficinas, exposições, conferências, caminhadas e semanas de reflexão e visibilidade da tradição, cultura e demandas da nossa negritude são uma constante e fazem parte, agora, do calendário da cidade. Esse processo é pedagógico e construtivo de identidades coletivas e sujeitos políticos que buscam autonomia e reconhecimento social.

A sociedade civil, via grupos de capoeira, maracatus e práticas religiosas, demanda ações e propõe agendas para visibilizar a cultura negra, a tradição e as demandas nacionais, estaduais e internacionais, surgindo novos sujeitos. A dimensão da nossa consciência negra cresceu consideravelmente.

São reflexos disso: a Semana da Consciência Negra, em sua terceira edição, e a caminhada de terreiros, em sua quarta edição. Hoje, temos clareza da constituição de um sujeito político que demanda do poder público ações nesta área, provoca outros atores sociais a incentivarem os debates nas suas instituições e chama a sociedade civil para a reflexão das questões que envolvem a negritude.

O poder público e a sociedade civil estão de parabéns neste aspecto de promoção e visibilidade da igualdade racial e religiosa, e do combate às práticas racistas em nossa sociedade. A história de Caruaru é marcada pela escravidão, e os frutos da escravidão são o preconceito, a discriminação e a negação de direitos a negros e negras. A sociedade produz uma imagem negativa, feia, suja e moralmente doentia do/a negro/a. Tiramos a sociedade de uma situação de conforto no que se refere à legitimação deste racismo pela ideia de não termos racismo.

Então, provocamos o debate sobre nossos próprios demônios; onde colocamos nosso preconceito? Onde ele se esconde? Pois bem, quilombolas, comunidades tradicionais de terreiros, capoeiras, militantes na cultura, educação, saúde e direitos humanos da população negra estão organizados e se organizando para combater o nosso racismo de cada dia, nosso mito freyreano da democracia racial, que nos coloca como uma nação mestiça e sem preconceitos de raça, que os negros e negras de nossa sociedade desfrutam das mesmas condições sociais, dos mesmos processos de acesso a bens e serviços públicos e privados, que não existe uma representação demoníaca e depreciativa da nossa negritude. Passa-se a ideia de um paraíso racial e que todo cidadão comum acredita nisso, acredita cegamente que o racismo passa pelo negro e não contra o negro.

Reside no combate a esse mito, a essa ideia e a essas práticas que nosso movimento negro deve combater e mobilizar a consciência negra todos os dias, afirmar que ser negro é bom, é belo e é ser de luta. Luta cotidiana por uma sociedade mais justa, igual e fraterna, livre do racismo nosso de cada dia. Quem me ler pode não concordar, e tem seu direito, mas Caruaru, depois da agenda pública que partiu do executivo público municipal, e foi operacionalizado pela Secretaria da Mulher e Direitos Humanos tornou-se mais negra, manifesta hoje sua negritude de forma mais clara, processos de promoção e combate ao racismo tomam forma e os negros e negras da cidade agradecem.

Aristóteles Veloso é professor da UNIFAVIP e gestor em Direitos humanos da Prefeitura Municipal de Caruaru.

Programação de valorização da cultura negra e combate ao racismo é realizada em Caruaru

A Secretaria Especial da Mulher e Direitos Humanos promove a III Semana da Consciência Negra de Caruaru com uma série de atividades alusivas ao Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro em homenagem à morte do líder Zumbi.  Com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância do enfrentamento ao racismo, as ações serão estendidas até dezembro.

Oficina, Caminhada de Terreiros, exposição de matrizes africanas, roda de diálogo, palestra, cine-debate e semanas culinárias compõem a programação que irá discutir questões como a intolerância religiosa e a discriminação racial e propõe a valorização da cultura negra.

Dando início as atividades, na última segunda-feira (3) foi realizada, no Centro Administrativo da Prefeitura de Caruaru, uma oficina com o tema racismo institucional,  ministrada pela coordenadora colegiada da Rede de Mulheres de Terreiro de Pernambuco, Vera Baroni. Participaram da discussão representantes dos terreiros da cidade, do Conselho de Igualdade Racial, da Delegacia da Mulher e do Centro de Referência da Mulher Maria Bonita (CRMMB).

Na terça-feira (4), uma delegação de Caruaru, formada pelo gerente de Direitos Humanos, Aristóteles Veloso, a assessora de igualdade racial, Solange Pereira, e representantes dos terreiros da cidade, participou da 8ª Caminhada de Terreiros de Pernambuco, ocorrida em Recife. A caminhada de Caruaru terá sua quarta edição no dia 29 de novembro como ato de reflexão e incentivo ao combate de todas as formas de preconceito.