Um mês para deixar qualquer livraria satisfeita

Material e Liquidações (39)

Pedro Augusto

Nas livrarias de Caruaru e do restante do país, os volumes elevados de vendas contabilizados no último bimestre de cada ano acabam se estendendo sempre para o mês seguinte. E não era para menos, afinal, é justamente no período de janeiro – mês que antecede o início das aulas – que os pais dos alunos da rede pública e privada costumam intensificar a compra obrigatória de materiais escolares. Como já esperado, na primeira semana de 2017, as lojas do gênero ficaram abarrotadas de clientes à procura das melhores oportunidades em termos de preços. Por estarem instaladas no comércio mais pujante da região, somado ao aspecto da concorrência alta, as livrarias locais estão sendo mais uma vez bastante demandadas pelos consumidores que vêm adquirindo os produtos necessários.

Embora resida em Gravatá, também no Agreste, o autônomo Reginaldo Junior fez questão de vir até a Capital do Agreste para comprar os itens da lista de material escolar de sua filha de nove anos. Segundo ele, apesar do deslocamento da viagem, a escolha pelas lojas do município foi compensatória. “Foi por conta disso mesmo que você pensou: os valores menores. Além de estarem praticando preços mais baratos em relação às lojas de Gravatá, as livrarias daqui possuem tradicionalmente uma variedade maior em termos de produtos também em comparação com as do meu município e, neste início de ano, não está sendo diferente. Após pesquisar bastante, comprei todo o material necessário em apenas uma loja.”

O próprio mercado financeiro delimita que quanto maior a concorrência, geralmente menores são os preços praticados. Entretanto é importante nunca deixar de pesquisar mesmo com a oferta elevada de livrarias e produtos disponíveis. Assim como Reginaldo Junior, outro consumidor que bateu bastante perna antes de se dirigir até a caixa registradora foi o vendedor Flávio Dantas. Ele acabou distribuindo as suas compras em duas livrarias. “Com essa falta de dinheiro, meu amigo, que todo brasileiro está tendo de enfrentar, o jeito é economizar ao máximo. Para isso, não existe outro caminho a não ser pesquisar. Tirei a manhã de hoje (terça-feira, 3) para procurar os melhores preços e acabei ficando satisfeito com o resultado final da minha compra.”

De acordo com os gerentes das livrarias, apesar da continuidade da crise, a expectativa é de superar os faturamentos obtidos no mesmo período do ano passado. “Investimos na diversificação de produtos, estamos dando descontos nos pagamentos à vista, temos caprichado bastante no atendimento, então, somadas, todas essas estratégias deverão nos possibilitar um resultado ainda superior em termos de vendas no comparativo com janeiro passado. Esperamos comercializar pelo menos 10% a mais em relação ao intervalo citado. A tendência, se Deus quiser, é de movimento redobrado até o fim deste mês”, projetou a gerente da Cabral, Betânia da Silva.

Na Dom Bosco, por exemplo, a alta demanda por materiais foi iniciada ainda no último mês de novembro. “Isso porque muitos pais aproveitaram a primeira parcela do 13º salário já para adquirir os itens solicitados. A economia brasileira vem dando sinais de recuperação nos últimos meses e, desta forma, esperamos vender um pouco mais em comparação com o início do ano passado. Se conseguirmos superar o faturamento de 2016 em pelo menos 7% já estará de bom tamanho. Estamos comercializando bastante não só para consumidores de Caruaru, mas também de vários outros municípios da região Agreste”, destacou o gerente Marcos Gilney.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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