Além de garantir boas lucratividades para as empresas do varejo, tradicionalmente o maior evento junino do país também costuma estimular bastante a criação de centenas de empregos temporários na Capital do Forró. De acordo com a análise do auditor fiscal da Agência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego, Francisco Reginaldo, em 2019, apesar dos desempenhos ainda inexpressivos até agora obtidos pela economia nacional no governo Jair Bolsonaro, a expectativa é de vários postos de trabalho do tipo abertos neste período de festividades.
Pelo menos foi o que reforçou Francisco. “Apesar da crise econômica, com o mercado dando sinais de leve recuperação, o São João de Caruaru é um motor, porque mexe com a economia local fomentando consideravelmente o consumo de bens e serviços e a produção na indústria. Como consequência, costuma gerar centenas de empregos temporários, sendo o segundo melhor período do ano em relação a este tipo de contratação, ficando atrás apenas dos festejos de fim de ano. Portanto, haverá, sim, absorção de trabalhadores temporários no São João de 2019.”
De acordo ainda com a avaliação do auditor fiscal do MTE, neste ano, os segmentos econômicos que deverão mais contratar durante o intervalo junino são o comércio, com 60% das oportunidades, seguido pelo setor de serviços (hotelaria, bares, restaurantes e similares, e entretenimento em geral), com 25%, e, em terceiro, a indústria do vestuário, com 15% das vagas abertas. “Mesmo com o cenário ainda de crise, projetamos um acréscimo no número de vagas temporárias abertas entre 10% a 15% em comparação com os festejos juninos do ano passado. Em 2018, foram contratados aproximadamente 1.900 temporários”, acrescentou Francisco Reginaldo.
Na Agência do Trabalho de Caruaru, se a análise no tocante às vagas temporárias tiver como parâmetro o número de empregos formais criados no último mês de maio, as perspectivas são positivas para este intervalo de São João. “Se no ano passado foram abertas 81 vagas no mês de maio, em 2019 o quantitativo de oportunidades disponíveis correspondeu a 119 até a última terça-feira (28). Desta forma, podemos projetar desempenho interessante em relação às ofertas temporárias nos festejos juninos deste ano. Até o presente momento, aqui na nossa unidade, já foram abertas 14 vagas temporárias para este período”, destacou o gerente da ATC, Tássio Patrese.
Conforme ressaltou Francisco Reginaldo, os direitos dos temporários são semelhantes aos dos efetivos, salvo algumas exceções. “Eles são praticamente os mesmos dos trabalhadores efetivos, ou seja, requer anotação da CTPS, salário igual para a mesma função, vale transporte, FGTS, recolhimento do INSS, descanso semanal, jornada de oito horas, dentre outros direitos. Ao final do contrato de trabalho, que dura em média três meses, os trabalhadores têm direito a uma indenização proporcional ao tempo de serviço, composta de férias proporcionais, 13° proporcional. Em contrapartida, os temporários não têm direito ao aviso prévio, ao seguro desemprego e à multa do FGTS”, finalizou.