Avião da Chape cai, e autoridades informam: 76 mortos e 5 sobreviventes

G1

Uma tragédia no futebol mundial e especialmente brasileiro. O avião que transportava a delegação da Chapecoense para a primeira partida da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional fez um pouso forçado na madrugada desta terça-feira na região de Antióquia, em gravíssimo acidente na Colômbia. Segundo informações do chefe da Polícia de Antioquia, José Acevedo, 76 pessoas morreram. Os goleiros Danilo e Follmann, o lateral Alan Ruschel e o jornalista Rafael Henzel Valmorbida estão entre os sobreviventes confirmados, assim como uma aeromoça, ainda com identidade não revelada.

De acordo com a rede de “TV Caracol”, a aeronave sobrevoava as cidades colombianas de La Ceja e Abejorral quando perdeu contato com a torre de controle do aeroporto José Maria Córdova.

A delegação da Chape saiu de Guarulhos para Bolívia em voo comercial com 72 passageiros e nove tripulantes. Após escala técnica, deixou Santa Cruz de La Sierra em direção a Medellín. Quando sobrevoava a região de Antióquia perdeu contato com o aeroporto, que confirmou o acidente. A causa do acidente teria sido uma pane elétrica. Ainda de acordo com a imprensa local, o piloto teria liberado combustível para evitar explosão após o pouso forçado.

A Chapecoense viajaria diretamente para Medellín em um voo fretado, o que foi desautorizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Assim sendo, a delegação do time catarinense foi forçada a mudar seus planos e embarcar primeiro para São Paulo. De lá, pegou o voo para a cidade colombiana.

Avião com equipe da Chapecoense cai na Colômbia e deixa mortos

O avião que transportava a delegação da Chapecoense para Medellín, na Colômbia, sofreu um acidente na madrugada desta terça-feira (29), informam autoridades colombianas. Segundo autoridades colombianas, há 76 mortos e cinco sobreviventes. O avião da LaMia, matrícula CP2933, decolou de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, com 81 pessoas a bordo: 72 passageiros e 9 tripulantes.

Segundo informações do Bom Dia Brasil, o diretor de um hospital envolvido no socorro disse que apenas cinco pessos sobreviveram ao acidente. São eles: os jogadores Alan Ruschel, Danilo e Follmann, o jornalista Rafael Henzel e um comissário. Uma sexta pessoa chegou a ser socorrida com vida, mas morreu no caminho para o hospital.

O ex-jogador Mario Sergio, comentarista do canal FoxSports, também está entre as vítimas, segundo o Bom Dia Brasil.
Os jogadores da equipe de Santa Catarina são os goleiros Danilo e Follmann; os laterais Gimenez, Dener, Alan Ruschel e Caramelo; os zagueiros: Marcelo, Filipe Machado, Thiego e Neto; os volantes: Josimar, Gil, Sérgio Manoel e Matheus Biteco; os meias Cleber Santana e Arthur Maia; e os atacantes: Kempes, Ananias, Lucas Gomes, Tiaguinho, Bruno Rangel e Canela.

ONU adia prazo para resposta do governo no caso Lula

O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos adiou para o final de janeiro o prazo dado ao Estado brasileiro para que responda ao caso apresentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos organismos da entidade por violações de direitos humanos. A nova data estabelecida é 27 de janeiro de 2017.

Em julho, os advogados acusaram o juiz Sérgio Moro de não estar sendo imparcial e apontaram que os direitos de Lula estavam sendo ameaçados no Brasil. Em outubro, a ONU aceitou avaliar o caso e deu até o dia 27 de dezembro para que o governo respondesse.

Mas há duas semanas, o Comitê de Direitos Humanos da ONU recebeu novos documentos enviados pelos advogados de Lula, atualizando o caso. Na carta, os advogados citam até mesmo a apresentação dos procuradores da Lava Jato, com um powerpoint que acusaria Lula de ser o chefe de uma organização criminosa. De acordo com a equipe legal do brasileiro, as novas informações apontariam que as violações de direitos humanos contra o ex-presidente continuam e que ele não está sendo alvo de um processo justo.

Com a decisão dos advogados de apresentar uma “atualização” do caso, a ONU foi obrigada a dar um novo prazo ao governo brasileiro para que a resposta seja dada.

Ao informar, numa coletiva de imprensa em Genebra, que os novos indícios seriam apresentados, advogados de Lula afirmaram a jornalistas brasileiros que os prazos estipulados pela ONU não mudariam.

Nesta segunda-feira (28), os responsáveis das Nações Unidas confirmaram que a data foi adiada. Num comunicado de imprensa, os advogados de Lula, Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, também confirmaram que foram “informados do novo prazo dado ao governo brasileiro – 27 de janeiro de 2017 – para os esclarecimentos pedidos”.

Ao manter o processo vivo em Genebra, peritos da ONU consultados pelo jornal “O Estado de S. Paulo” apontaram que a consequência é que a pressão sobre a Justiça brasileira continuará criando uma espécie de “habeas corpus internacional”.

Caso a ONU tomasse uma decisão de não aceitar o caso, a força de uma pressão estaria anulada. De outro lado, se vencer, os advogados de Lula podem contar com uma recomendação das Nações Unidas ao Estado brasileiro. Mas sem qualquer poder vinculante sobre a Justiça nacional.

Jucá chama de “chicana” novo pedido de impeachment

Da Folha de São Paulo

O presidente nacional do PMDB, Romero Jucá, chamou de “chicana” o pedido de impeachment nesta segunda-feira (28) pelo PSOL contra o presidente Michel Temer.

O mesmo termo foi usado pelo ex-ministro Marcelo Calero, da Cultura, ao acusar o presidente de ter proposto uma manobra jurídica para reverter na AGU (Advocacia-Geral da União) o embargo a empreendimento imobiliário no qual o ex-ministro Geddel Vieira Lima tinha um apartamento.

Chicana é uma “manobra de má fé”, “trapaça” ou “fraude”, segundo o “Dicionário Aulete”.

O pedido do PSOL se baseia justamente na acusação de que no presidente teria cometido um crime de responsabilidade no episódio que resultou nas saídas de Calero e Geddel. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no entanto, deve arquivá-lo.

“Não tem nenhum sentido, nenhum cabimento jurídico ou político esse pedido do PSOL. É claro que é uma chincana, uma manobra política tentando atrapalhar, mas não tem dimensão ou razoabilidade”, disse.

Na saída de encontro com Temer, no Palácio do Planalto, Jucá disse ainda que trata-se de uma “ação política” que “não tem cabimento”.

“O PSOL, antes de entrar com um pedido contra o presidente, tem de explicar porque as gráficas da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) estavam rodando material de campanha para o candidato do partido”, afirmou.

O senador se refere a acusação relativa à campanha para a prefeitura do Rio de Janeiro do deputado estadual Marcelo Freixo, do PSOL.

Para Jucá, é grave que Calero tenha gravado uma conversa telefônica com o presidente, como ele admitiu em entrevista ao “Fantástico”, por ele ser na época um auxiliar direto do peemedebista.

Ele disse que irá aguardar os desdobramentos do episódio para decidir se o partido poderá expulsar Calero, uma vez que ele é filiado ao PMDB.

“Nós vamos aguardar os desdobramentos dos fatos. Não temos porque levar em consideração a função dele por conta da questão partidária, porque não é ela que está em jogo”, disse.

Juiz marca interrogatório de Lula e Delcídio em Brasília

O senador cassado Delcídio Amaral e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva serão interrogados, respectivamente, nos dias 15 e 17 de fevereiro, na ação penal da 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, na qual eles são acusados de tentarem obstruir a Lava Jato, especificamente, em relação ao ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró.

Lula, Delcídio, Diogo Ferreira Rodrigues – assessor de Delcídio -, o advogado Edson Ribeiro, o banqueiro André Esteves, o pecuarista José Carlos Bumlai e o filho dele, Maurício Bumlai, são acusados dos crimes de embaraço à investigação de organização criminosa, que prevê pena de 3 a 8 anos de prisão; exploração de prestígio, cuja pena prevista é de 1 a 5 anos; e patrocínio infiel (quando um advogado não defende apropriadamente os interesses de um cliente – os outros réus foram considerados coautores de Édson Ribeiro neste crime), que prevê pena de 6 meses a 3 anos.

Hoje, em audiência de testemunhas de acusação e defesa dentro do processo, Bernardo Cerveró prestou depoimento e reiterou as alegações de que sofreu pressão por parte de Delcídio e do advogado Édson Ribeiro para que o pai dele, Néstor Cerveró, não fizesse um acordo de delação premiada e, assim, preservasse os réus desta ação.

O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) ainda será ouvido antes dos acusados, no dia 15 de dezembro, na condição de testemunha, arrolada pela defesa do ex-presidente Lula.

Depoimento

Em um depoimento dado por meio de uma chamada de vídeo do Skype, nesta segunda-feira, Bernardo Cerveró reiterou, conforme havia dito à PGR, que Edson Ribeiro lhe entregou R$ 50 mil em nome de Delcídio Amaral, sob o pretexto de ajuda à família de Nestor Cerveró, quando o ex-diretor da Petrobras já estava preso. Bernardo disse ter devolvido no dia seguinte o dinheiro a Edson, “para as despesas dele”.

Na análise de Bernardo, esse dinheiro era para comprar o silêncio do pai, em relação ao então líder do governo (Delcídio), a Lula, Bumlai e André Esteves, entre outros acusados. Bernardo queria que o pai fizesse um acordo de delação, mas afirma que, em certo momento, afirma ter percebido que o advogado Edson Ribeiro não estava ajudando.

Bernardo Cerveró, no entanto, afirmou não saber de quem eram os R$ 50 mil, um dos pontos que tanto defesa quanto acusação buscavam esclarecer. A denúncia trabalha com a versão, com base na delação de Delcídio Amaral, de que os recursos eram de José Carlos Bumlai, amigo de Lula. E assinala que a quebra de sigilo de Mauricio Bumlai mostra dois saques de R$ 25 mil dias antes.

Foi com base numa gravação feita por Bernardo que Delcídio foi preso há um ano. Na conversa, Delcídio promete à família do ex-diretor da área internacional da Petrobras que iria conversar com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar libertá-lo, e chega a falar em um plano de fuga para o exterior. Bernardo disse também que “apenas gravou” a conversa, sem tentar induzir os presentes.

Segundo ele, não houve contrato para a entrega dos R$ 50 mil em troca da desistência de Nestor Cerveró de fazer uma delação, mas, sim, uma pressão para que ele desistisse. “O que eu disse é que no momento em que foi entregue 50 mil no escritório de Machado não houve contrato. O que eu estou dizendo é que foi se criando a figura da preservação do senador e de outros, em função dessa ajuda (à família)”, afirmou Bernardo.

Outras testemunhas também foram ouvidas nesta segunda-feira. Da parte da acusação, Edson Ramos de Almeida, motorista e segurança de Maurício Bumlai, foi ouvido e afirmou que, em uma ocasião, presenciou Diogo Ferreira Rodrigues – assessor de Delcídio – buscando no carro que pertence à família Bumlai um “envelope com documentos” destinado ao então senador. Outras testemunhas de acusação e defesa foram ouvidas, sem acrescentar fatos novos.

A denúncia foi aceita em julho pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, que transformou Lula pela primeira vez réu na Lava Jato. O caso já havia sido denunciado pelo Procurador-Geral da República (PGR), Rodrigo Janot, em dezembro do ano passado. No entanto, em decorrência da perda de foro privilegiado do ex-senador envolvido, Delcídio Amaral, e também pelo fato de o crime ter ocorrido em Brasília, a denúncia foi enviada à Justiça Federal do Distrito Federal.

Com essa redistribuição, o Ministério Público Federal do Distrito Federal, na pessoa do procurador da República Ivan Cláudio Marx, concluiu pela confirmação integral da denúncia prévia do PGR e fez acréscimos à peça inicial, com o objetivo de ampliar a descrição dos fatos e as provas que envolvem os acusados.

Temer pode escolher nome interino para lugar de Geddel

Irmão do ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) afirma que a tendência é o presidente Michel Temer escolher um nome interino em substituição a Geddel.

O Palácio do Planalto acredita que a substituição passará pelas articulações para presidente da Câmara. O governo busca um nome capaz de agradar o centrão e aliados de Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Dificultando a negociação, o PMDB reivindica a vaga. O partido perdeu o ministro da Cultura e a Secretaria de Governo, com as saídas de Marcelo Calero e Geddel. Calero acusou o segundo de pressioná-lo para liberação de uma obra na Bahia. O nome definitivo viria só em fevereiro.

Justiça garante direito de resposta a Mendonça Filho

O ministro da Educação, Mendonça Filho, conseguiu direito de resposta no site Mídia Popular, ligado a um membro do PSOL do Piauí, que veiculou informações atribuídas a ele contra professores e ataques sobre a sua atuação no MEC. O pedido, assinado pelo próprio ministro, foi feito por intermédio da Advocacia Geral da União (AGU). As informações propagadas pelo Mídia Popular atribuíam ao ministro e à equipe do MEC declarações de que seria “preciso enxugar regalias dos professores para equilibrar cofres de estados e municípios”.

“Propagar mentiras é, antes de tudo, um desrespeito com a população, com os estudantes e professores. Não abrimos mão de restabelecer a verdade”, afirmou Mendonça Filho, ressaltando que, além da ação de direito de resposta, o Mídia Popular vai responder a outra por danos morais. “Na democracia todo mundo tem direito de dizer o que quiser. Da mesma forma que tem obrigação de responder pelo que diz”, afirmou o ministro.

Confira o esclarecimento na íntegra:

“Desde que assumi o Ministério da Educação, tenho sido vítima de campanha permanente de propagação de notícias inverídicas na internet, espalhadas nas mídias sociais – Facebook, Instagram, Twitter –, tendo como base de conteúdo sites de notícias ligados a políticos, partidos e militantes partidários, cujo único compromisso é gerar falsas informações para atingir a imagem dos adversários. É uma verdadeira guerrilha digital montada para atingir a minha honra, a minha imagem e gerar tumulto junto a diversos segmentos da sociedade, como professores, estudantes, beneficiários de programas desenvolvidos pelo MEC e a sociedade em geral.

Enquanto cidadão com 30 anos de vida pública de ficha limpa e como ministro de Estado da Educação, tenho a obrigação de trabalhar com a verdade, assim como de restabelecer a verdade junto à sociedade. O primeiro passo, acredito, foi desmentir as informações falsas que chegaram ao nosso conhecimento. No entanto, como é de conhecimento de todos, vivemos na era da comunicação em tempo real, em que um post em um site de notícia ou em um perfil de rede social atinge, em minutos, a colocação em trending topics, em uma velocidade capaz de danificar a imagem de qualquer cidadão e destruir, em questão de horas, a reputação de uma personalidade pública.

Entre os diversos conteúdos inverídicos veiculados pelo site Mídia Popular, está uma matéria intitulada “’É preciso enxugar regalias dos professores para equilibrar cofres de estados e municípios’, diz governo federal”. O material atribui a supostos “burocratas do MEC” a afirmação de que “eles [os professores) têm férias de 45 dias, aposentadoria especial, descanso pedagógico, piso nacional e até lanche grátis. Que outro trabalhador possui tantas regalias? É preciso enxugar tudo isso ou o país continuará quebrado”. O texto foi veiculado acompanhado de uma foto minha, truncada, para induzir a erro e associar a mim as falsas afirmações.

Apesar de o MEC e eu mesmo já termos esclarecido, oficialmente, na página do Ministério, que se tratam de informações inverídicas, a referida matéria espalhou-se nas redes sociais e em outros sites que reproduzem o link do Mídia Popular”.

Vara de Violência Doméstica e Familiar contra Mulher de Petrolina inicia testes de aplicativo de segurança via celular

A Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (VVDFM) de Petrolina, em parceria com a Polícia Militar (PM), iniciou os testes do aplicativo “Alerta de Maria”. A ferramenta eletrônica poderá ser utilizada por mulheres resguardadas por medidas protetivas de urgência, quando se sentirem ameaçadas. Com o aparelho será possível acionar a autoridade policial, por meio de celular, além de avisar a amigos e familiares sobre a uma ocorrência.

O aplicativo será instalado nos aparelhos celulares das mulheres com as medidas protetivas de urgência autorizadas pelo magistrado. Por meio de dois cliques no dispositivo, é possível acionar o 5º Batalhão da Polícia Militar de Petrolina.

Os testes, que começaram na segunda-feira (21/11), estão sendo feitos pelas equipes da VVDFM e da PM do Município e devem se estender até o fim de dezembro. A disponibilização para o teste pelas mulheres iniciará após essa etapa. Estão sendo avaliadas e corrigidas questões como layout, localização, tempo de recebimento e resposta.

Na unidade judiciária, serão realizados os cadastros e fornecidas as orientações sobre a utilização do aplicativo, com disponibilização de Guia de Instrução. As informações serão recebidas e monitoradas pela VVDFM, Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Petrolina e pelo 5º Batalhão da Polícia Militar, que terá equipe especializada para atender ao pedido de socorro e acionar a Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher.

Segundo o juiz titular da VVDFM de Petrolina, Sydnei Alves Daniel, a expectativa é que o aplicativo seja uma ferramenta efetiva e célere no combate à violência contra as mulheres. “Com a ferramenta, conseguiremos atender a mulher em situação de risco de forma imediata, ao acionarmos com urgência à polícia e à Vara de Violência Doméstica”, afirmou.

O aplicativo foi criado pela Vara de Violência Doméstica de Petrolina em parceria com o 5º Batalhão da Polícia Militar do município, com a colaboração do programador Luciano Lopes e do publicitário Filipe Durando. O dispositivo representa mais um instrumento de proteção às mulheres, além da possibilidade de contato telefônico através dos números 190 (Polícia Militar), 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou 0800 281 8187 (Teleatendimento Cidadã Pernambucana).

Temer diz que gravar um presidente é “gravíssimo” e pede divulgação de conversa

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O presidente Michel Temer disse ontem (27) que vai “exigir” que a suposta gravação feita pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero venha a público. Na conversa, Temer e Calero conversaram sobre “um conflito entre órgãos da administração” no episódio envolvendo um impasse com o Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para liberação de um empreendimento de interesse do agora também ex-ministro Geddel Vieira Lima.

“Ao que parece, ele [Calero] gravou a conversa. Com toda franqueza, acho que gravar clandestinamente é sempre algo desrazoável e gravíssimo. Se gravou, vou exigir que essa gravação venha à luz. Todos vocês sabem que sou cuidadoso com as palavras e que jamais diria algo inadequado”, disse o presidente em entrevista coletiva convocada neste domingo para anunciar um acordo entre o Executivo e o Legislativo para impedir a anistia ao caixa dois eleitoral.

Segundo Temer, o caso representa apenas “um conflito entre órgãos da administrarão” entre o Iphan da Bahia, que liberou o empreendimento, e o Iphan nacional, subordinado ao Ministério Cultura, e que não deu aval para o imóvel. “O ex-ministro [Marcelo Calero] me procurou na quarta-feira (23) à noite, durante o jantar com os senadores, dizendo que tinha um pedido [feito pelo Geddel] que seria difícil atender. Eu disse para fazer o que achasse melhor, e que se houve pleito, que visse o que seria melhor fazer”, disse o presidente.

“Na quinta-feira (24), ele veio à tarde para falar comigo e me contou por inteiro o caso. Ele disse que não queria entrar na história. Eu disse que se ele não quisesse entrar na história, havia uma solução legal: a lei diz que quando há conflito de órgãos, pode-se ouvir a Advocacia-Geral da União, que fará avaliação daquele conflito. Logo depois ele disse que queria voltar a noite para falar comigo. Voltou às 21h com a mesma conversa, com o mesmo conteúdo. Parece que ele gravou mesmo”, acrescentou.

Temer disse ter dado a Calero a garantia de que tomasse a decisão que considerasse correta, mas que, em seguida, recebeu dele o pedido de exoneração.

Saída de Geddel

O presidente disse que o caso acabou ganhando “dimensão extraordinária” e reconheceu que a demora entre a acusação de Calero e a saída de Geddel do governo não foi útil. “Se tivesse demorado menos seria melhor, mas também não causa prejuízos de grande monta.”

Temer disse que ainda não decidiu quem ocupará o cargo de Geddel, após o pedido de exoneração feito na sexta-feira (25). “Estou examinando com muito cuidado quem pode ir para a articulação política, na Secretaria de Governo. O perfil será de alguém com lisura absoluta na conduta e, por outro lado, com boa interlocução com o Congresso Nacional, de forma a manter bom contato e estabelecer um diálogo produtivo”, disse o presidente.

Sobre o envolvimento do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, no episódio de suposto tráfico de influência de Geddel, Temer descartou qualquer hipótese de saída dele do governo. “O que o Padilha fez foi exatamente o que eu disse: fazer o que a lei determina e mandar ouvir a AGU, caso não quisesse despachar. Não há razão para qualquer medida dessa natureza.”

A Operação Lava Jato, um roteiro de cinema

Estadão Conteúdo

Na Operação Lava Jato que vai imortalizar nas telonas do cinema a história do maior escândalo de corrupção do Brasil, a equipe de delegados da Polícia Federal tem quatro integrantes: Antonio Calloni, Flavia Alessandra, Bruce Gomlesvky e João Baldasserini.

Na vida real, o time é maior e fez cada protagonista reunir os feitos e trejeitos de mais de um investigador da força-tarefa, que abalou a República, nos últimos três anos, ao levar para cadeia poderosos políticos e empreiteiros do País.

O elenco de “globais” desembarcou em Curitiba, a “capital da Lava Jato”, neste mês de novembro para começar as filmagens do longa-metragem “Polícia Federal – A Lei é para todos”, inspirado nas investigações do escândalo Petrobras. Com investimento de R$ 14 milhões, o filme tem previsão de lançamento para maio de 2017. Foram sete dias de captação de imagens.

Na semana em que o Grupo Odebrecht começou a fechar a maior e mais bombástica delação da Lava Jato e o juiz federal Sérgio Moro iniciou as audiências do processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a reportagem entrevistou personagens envolvidos, direta e indiretamente, nas filmagens e montou, em forma de roteiro de cinema, um registro sobre a passagem da equipe, dirigida por Marcelo Antunez e produzida por Tomislav Blazink, por Curitiba.

FADE IN

CENA 1 – INTERNA – SEDE DA PF, CURITIBA – DIA

Na sala do delegado Márcio Anselmo, o ator Bruce Gomlesvky conversa e observa. Depois de viver o líder da Legião Urbana, Renato Russo, nos teatros, ele absorve o temperamento e o gesticular de seu espelho da vida real no longa-metragem inspirado na Operação Lava Jato.

Corta para vista geral da sala: pilhas de pastas de inquéritos, laudos, relatórios estão sobre e sob a mesa, amontoadas no chão, sobre os armários.

Anselmo e a delegada Erika Mialik Marena foram os primeiros investigadores da equipe da força-tarefa, que reúne PF, Ministério Público Federal e Receita Federal, a fisgar um dos alvos centrais do bilionário esquema de corrupção na Petrobras: Alberto Youssef.

Nas investigações, o doleiro foi o elo entre a rede de operadores financeiros que lavava dinheiro para políticos, agentes públicos e empreiteiros, num verdadeiro mall do câmbio negro, na capital federal, e a corrupção na Petrobrás. A descoberta, em 2013, marca o início do filme.

CENA 2 – EXTERNA – PORTÃO DE ENTRADA DA PF, CURITIBA – DIA

Pedro Dias acordou cedo e foi para o bairro Santa Cândida. O movimento no prédio da Polícia Federal é da Lava Jato, mas não são políticos, empresários corruptos presos que chegaram. São atores, produtores e cinegrafistas e suas parafernálias de fazer filme. Nas últimas três semanas, a equipe dirigida por Marcelo Antunez se instalou em um hotel de Curitiba e fez uma imersão com seus representados da vida real, antes de iniciarem as gravações do longa. Serão rodadas cenas ainda em São Paulo, no Rio e Brasília.

O global Antonio Calloni é o delegado Igor Romário de Paula, chefe da equipe de investigadores do escândalo Petrobras, que narra a história. Bruce, é Márcio Anselmo, no filme, Júlio Cesar. João Baldasserini será o delegado Maurício Moscardi, responsável por coordenar a maior parte das operações ostensivas. Todos eles representam vários delegados, em situações distintas.

Corta para movimento de figurante e curiosos que se aglomeraram na sede da PF, em Curitiba, para participar e acompanhar as filmagens. Seu Pedro, que desaparece na multidão, quer ver mesmo é a atriz que representará nas telonas as delegadas Erika e Renata Silva: Flávia Alessandra, que faz a personagem Bia.

CENA 3 – EXTERNA – RODOVIA PR-510, CURITIBA – DIA

O anúncio da produtora de elencos dizia: “Figuração para longa-metragem. Onde: Curitiba. Quando: 18 a 26 de novembro de 2016. Cachê: R$ 50,00 a diária.” A busca foi para o longa-metragem da Lava Jato. Foram contratados cerca de 500 candidatos a atores e curiosos. Os delegados de Curitiba – os verdadeiros – atuaram em momentos chaves como figurantes nas rodagens.

Corta para rodovia, onde uma equipe da Polícia Federal Rodoviária aborda um caminhão de palmito, que carregava cocaína. O fato ocorreu em 2013, os traficantes usavam a mesma lavanderia de dinheiro associada à Youssef, que funcionava no Posto da Torre, em Brasília, a três quilômetros do Congresso.

Corta para entrada da Justiça Federal, onde o juiz Sérgio Moro, que será vivido por Marcelo Serrado, pedestres, manifestantes e repórteres se concentram em um ato pró Lava Jato.

Repórter: Que tipo de filmagens foram feitas em Curitiba?

Tomislav: As cenas feitas em Curitiba envolvem algumas fases da Lava Jato e uma cena de impacto, que foi onde tudo começou, com relação ao Youssef e o caminhão de palmito apreendido com drogas, essas cenas foram gravadas em uma estrada, onde as coisas aconteceram. Outra cena com muita gente em volvida foi na frente da Justiça Federal, onde fica o Moro, teve bastante figuração.

A Lava Jato do cinema concentra sua história nos bastidores das investigações e na vida dos investigadores e investigados. Quem esperar um thriller policial com tiros, bombas, sangue e muita ação, vai se decepcionar. Os atores simulam a dinâmica das investigações, a tensão durante as deflagrações de operações ostensivas, reproduz as entrevistas coletivas à imprensa nos dias de buscas e prisões.

Na sala do chefe dos investigadores, onde a equipe está reunida. É fim do primeiro ano de apurações, alguns delegados foram alvos de reportagens com ataques pessoais na imprensa, após a venda de dossiês, e pensam em deixar a equipe. Problemas de saúde com familiares agrava a tensão do momento.

Corta para desenho feito pela filha de um dos delegados. O pai retratado como um super-herói com a camisa da Federal serviu de incentivo para parte da equipe da vida real e ficou por dias no grupo fechado de whatsapp dos investigadores.

Repórter: Que tipo de situação a equipe do filme quis saber?

Delegado: Naquele momento que prendemos os primeiros empresários, fomos alvos de ataques, havia problemas com familiares da equipe, alguns pensaram em deixar o grupo. Foi um momento de superação grande e união para todos nós. Isso foi algo que eles quiseram saber.

CENA 5 – INTERNA – AEROPORTO DE CONGONHAS, SÃO PAULO – DIA

O filme termina na 24ª fase da Lava Jato, batizada de Operação Aletheia, que em março levou o ex-presidente Lula coercitivamente para depor, em São Paulo. Nas telonas, o petista será interpretado por Ary Fontoura, o prefeito Florindo Abelha, da novela Roque Santeiro. O delegado Ivan Leon (Calloni) é quem faz o interrogatório do ex-presidente, em sala reservada do Aeroporto de Congonhas.

Por todo País, protestos pró e contra as investigações, que atingiam seu mais importante alvo político. Os grampos telefônicos, divulgados pelo juiz Sérgio Moro, dias depois, em que Lula foi flagrado em conversas suspeitas com a ex-presidente Dilma Rousseff também fazem parte do “A Lei é para todos”.

Repórter: Qual a história da Lava Jato dos cinemas?

Antunez: Conto a história da investigação da Lava Jato sob o ponto de vista dos investigadores. Minha abordagem é mostrar como as peças desse intricado quebra-cabeça foram se encaixando. Quero colocar o público no lugar dos investigadores. Meu filme não é um movimento político, é um filme de entretenimento, que fala sobre um assunto atual que esbarrou na política.