Histórias que viveu ou com as quais manteve algum tipo de contato nos últimos 30 anos, sobretudo na condição de repórter, foram reunidas pelo jornalista Marcos Cirano na obra “Um Livro de Pedaços – Crônicas, Jornalismo e Outras Histórias”, que será lançado nesta quarta-feira (13), no Arquivo Público Estadual, na Rua do Imperador, Bairro de Santo Antônio, no Recife. “Ninguém espere encontrar aqui uma narrativa com pretensões de provar ou justificar nada: este é, literalmente, um livro de pedaços… de pedaços de histórias”, adverte o autor. As histórias geralmente são curtas, mas têm como exceção uma versão da tragédia vivida por Ana de Farias, mulher barbaramente assassinada, em 1710.
As histórias são ilustradas por obras de sete artistas plásticos pernambucanos: Júlio Holanda, Consuelo Figueira, Ivan Maurício, Samuca, Libório, Tom Azevedo e Flávio Barbosa. Há ainda um bico de pena de Leonardo Filho (já falecido), cujo original pertence a Cirano, que teve autorização dos familiares do pintor para utilizar a obra. Fotografias de Josenildo Tenório, Jarbas Araújo Jr e César de Almeida também ilustram a obra.
SERVIÇO
Lançamento da obra: “UM LIVRO DE PEDAÇOS – Crônicas, jornalismo e outras histórias”, 104pg, Formato 8 Produções Editoriais, Recife, 2017
Autor: Marcos Cirano
Com ilustrações de: Júlio Holanda, Consuelo Figueira, Ivan Maurício, Samuca, Libório, Tom Azevedo e Flávio Barbosa, além de fotografias de Josenildo Tenório, Jarbas Araújo Jr e César de Almeida.
Data de lançamento: 13 de dezembro 2017, a partir das 18:30hs
Local: Arquivo Público Estadual, na Rua do Imperador, Bairro de Santo Antônio, Recife
Atividades: Lançamento do livro (preço do exemplar R$ 35,00) e exposição e venda de originais das obras produzidas por artistas pernambucanos para ilustrar as histórias.
Ao justificar o livro, Marcos Cirano escreve:
Por todos os lugares por onde você passa e se demora, você sempre encontra, deixa e deles leva pedaços. Sempre!… Encontra e deixa pedaços de dor, de amores, de amizades. Encontra pedaços de você e deixa pedaços de saudade. Encontra e leva pedaços da História do seu e de outros povos. Encontra relatos de tragédias e de crimes, banais ou assombrosos. Deixa e leva pedaços de dúvidas e de certezas. Deixa e leva pedaços de tristezas. Encontra caminhos que nem sempre darão nos destinos pretendidos e deixa pistas, certas ou erradas. Encontra, deixa e leva pedaços de alegrias e esperanças. Leva e deixa pedaços de lembranças…
Nesses lugares, você também deixa os pedaços de tudo aquilo que você sonhou para construir – ainda que também em sonhos – aquele grande ideal. Deixa gritos de alerta e leva pedaços de lições que você jamais esquecerá. Deixa pedaços de móveis, de bens materiais que já não servem mais. Leva pedaços de frases que você ouviu ao longo de anos ou por tempos passageiros. Leva na memoria pedaços de canções ou canções inteiras. Encontra e deixa pedaços de projetos nunca realizados, apenas almejados. Deixa, pelo menos, uma ferida… Você encontra, deixa e leva pedaços, sempre pedaços… porque é de pedaços que é feita a vida.
A apresentação do livro:
Os textos reunidos neste livro não obedecem a nenhuma ordem: seja temática, cronológica ou formal. Os textos reunidos neste livro são fragmentos de histórias que vivi ou com as quais mantive algum tipo de contato nos últimos 30 anos, sobretudo por conta da minha condição de repórter. Portanto, ninguém espere encontrar aqui uma narrativa com pretensões de provar ou justificar nada: este é, literalmente, um livro de pedaços… de pedaços de histórias.
Algumas histórias contadas aqui tem alguma relação (direta ou indireta) com reportagens ou entrevistas que realizei. Outras são histórias pessoais que guardei por muito tempo e só agora resolvi divulgá-las. Além de fotos (minhas e de terceiros), os textos estão ilustrados por trabalhos de artistas plásticos – uns amigos meus, outros apenas conhecidos. Alguns desenhos são antigos (como um de Leonardo Filho, já falecido) e outros (a maioria) foram produzidos especialmente para este livro.
A cada um dos artistas que aceitou o meu convite e se dispôs produzir ilustrações para enriquecer este livro com a sua arte, deixo aqui o meu muito obrigado. Da mesma forma que agradeço aos fotógrafos e amigos Josenildo Tenório e Jarbas Araújo Jr, que me emprestaram a beleza e a técnica das suas fotos para ilustrar alguns textos. Agradeço, ainda, ao designer e amigo Flávio Barbosa, que formatou o livro, e ao fotógrafo e amigo César de Almeida que me ajudou no tratamento das fotografias
Perfil Profissional
Marcos Cirano nasceu em São José do Egito, Pernambuco, a 10/09/1952. Bacharel em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco (1973/77). Como repórter, trabalhou no Jornal da Cidade, do Recife (1975 e 1980/81), no Jornal do Commercio (1978 e 1992/93) e em O Globo (Sucursal Recife, 1984/89). Foi correspondente em Pernambuco dos semanários Opinião (Rio de Janeiro, 1977) e Movimento (SãoPaulo, 1979); editor, em Pernambuco, do 1900 – Semanário Nacional (Rio de Janeiro, 1978); editor-chefe de Jornalismo da TV Pernambuco (1994); free-lancer do semanário carioca Pasquim e das revistas IstoÉ e Veja, além de secretário de Redação do Diario de Pernambuco (1994/96).
Prêmio Esso de Jornalismo Regional Nordeste, em 1978 (com Ivan Maurício, Jornal do Commercio, Recife), é autor, entre outros, dos livros: Artistas e Festas Populares (Editora Brasiliense, São Paulo, 1977), com José Miguel Winisk, Murilo Carvalho, Hermilo Borba Filho e outros; Os Caminhos de Dom Helder – Perseguições e Censura (Editora Guararapes, 1983; O Escândalo da Mandioca e a Morte do Procurador (Calandra Editorial, Recife, 1982); Arte Popular e Dominação – O Caso de Pernambuco 1961/77, com Ivan Mauricio e Ricardo Almeida, Editora Alternativa, Recife, 1978; São José do Egito: 100 Anos de História, Formato 8 Editorial, Recife, 2009, 160 pgs.
Foi um dos fundadores da Editora Alternativa que, na década de 1970, editou e distribuiu em Pernambuco livros e periódicos ligados à luta pela liberdade de expressão ameaçada pela ditadura militar brasileira de 1964. Como jornalista, foi, ainda, repórter do Jornal do Brasil no Recife (1989), chefe de reportagem da TV Globo Nordeste (Recife, 1990), chefe de reportagem do jornal Folha de Pernambuco (1989) e diretor-chefe do Campo Livre, premiado programa rural apresentado pela TV Pernambuco, do Recife, entre 1989/1991. Criador e jornalista responsável pelo Pernambuco de A/Z, site organizado no Recife e disponibilizado na Internet a partir de agosto de 2001.
Também foi repórter free-lancer dos seguintes periódicos: Em Tempo (SP), Manchete (RJ), Relatório Reservado (RJ), Coojornal (Porto Alegre), Versus (SP), Cadernos do Ceas (Salvador), Repórter (RJ), Suplemento Cultural Diário Oficial (PE), Continente Multicultural (PE). Sob o patrocínio da CHESF, realizou os seguintes projetos: 1- “Dom Hélder Pastor da Liberdade”, um vídeo e um site, em parceria com os também jornalistas Ciro Rocha e César de Almeida, Recife 2006; 2 – “Ceasa, a Primeira Central de Abastecimento do Brasil”, livro de 84 pgs., Recife 2007. Realizou as pesquisas e entrevistas no Estado de Pernambuco para subsidiar a elaboração do livro “Chato – O Rei do Brasil”, de Fernando Morais, Cia. Das Letras, SP, 1994, 736 pgs.