Quando a criatividade e a solidariedade vencem

O Uruguai permitiu a geração do “respirador de charrúa” que auxilia pacientes que contraem COVID-19. O Dr. Roberto Canessa, junto com outros médicos, engenheiros e mecânicos, criou um respirador artificial, que tem como base um motor de limpador de para-brisas; e novos protótipos são desenvolvidos com controlador de fluxo de ar. O objetivo comum é: “Desenvolver modelos diferentes de respiradores manuais para uso emergencial com elementos básicos em desuso ou no mercado local”. Para conseguir isso, eles promovem a ajuda de todos, você também pode participar aqui: http://www.respiradorcharrua.com.uy/

No mesmo sentido, a Faculdade de Engenharia e o Hospital Vilardebó estão trabalhando no design de outro dispositivo, pela mesma causa.

Da mesma forma, a Agência Nacional de Pesquisa e Inovação realiza uma chamada para promover o design e a fabricação de respiradores até 1º de maio, para um financiamento de 6 milhões de pesos.

Enquanto o Instituto Pasteur de Montevidéu, juntamente com a Universidade da República, desenvolveu um teste local para detectar se uma pessoa contraiu o coronavírus. Os novos kits de diagnóstico, que contribuirão para a segurança sanitária do país, estarão prontos até o final de abril e permitirão alcançar 20.000 diagnósticos adicionais em primeira instância.

Em 3 dimensões

A Universidade Tecnológica colabora no projeto de protótipos de suprimentos de saúde com suas impressoras 3D a serviço da comunidade, em conjunto com a Administração Estadual de Serviços de Saúde. Para isso, trabalham na criação de várias máscaras, telas de proteção para áreas intensivas, válvulas, entre outros suprimentos. Esses protótipos serão adotados como um modelo a ser industrializado para tê-los quando necessário.

Gastronomia: vale-presente e muito mais

Lado a lado, cada uruguaio pode comprar um prato ou mais no restaurante de sua escolha para enviá-lo à equipe escolhida de saúde como forma de agradecer seu trabalho diário contra o COVID-19. Ou outra modalidade é comprar um vale-presente como um “mini empréstimo” para o seu restaurante favorito para descontá-lo quando ele abrir novamente e visitá-lo novamente.

Enquanto isso, o Ministério do Desenvolvimento Social reforçou cartões e cestas de alimentos para pessoas em situação de vulnerabilidade social, e a sociedade civil produz panelas populares para alimentar qualquer pessoa necessitada, enquanto as escolas continuam fornecendo bandejas de alimentos.

Música grátis para crianças

A Rádio Butiá foi aberta para que todos os que desejarem possam ter acesso livre ao seu conteúdo até que as medidas de isolamento sejam concluídas. Consiste em uma rádio na web que reúne centenas de músicas infantis, criadas e tocadas por músicos latino-americanos e que fazem parte do patrimônio cultural do continente, com um nome indígena, que se refere ao som e à fruta uruguaia.

Conselhos para empresas

A assistência de consultores voluntários em áreas como marketing digital, estratégias de negócios, design, entre outras áreas, a pequenas e médias empresas por meio do programa “Salimos Codo a Codo Uy” é outra das iniciativas de apoio entre Cidadãos uruguaios.

Teto

Hotéis, clubes esportivos, a Associação Rural ofereceu ao governo parte de suas instalações para abrigar pacientes que contrataram o COVID-19 ou para pessoas na rua e até para áreas de piquenique para funcionar nesses tempos de quarentena.

Prefeitura de Caruaru realiza reunião do Juntos Pela Segurança

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Ordem Pública, ao lado de representantes do poder público federal, estadual e demais entidades, realizou, na tarde dessa quarta-feira (15), a terceira reunião ordinária do ano de 2020 do Comitê Permanente Municipal Juntos Pela Segurança. Por meio de videoconferência, a reunião foi marcada pelo reconhecimento da prefeita Raquel Lyra ao brilhante trabalho conjunto de todas as entidades. “O momento é de união. As medidas que estamos tomando já estavam previstas na legislação e, diariamente, orientamos a população sobre os cuidados quanto ao Covid-19. Vários indicadores mostram que a população está entendendo a necessidade de ficar em casa, porém, caso a prefeitura precise tomar outras medidas, vamos tomar para preservar a integridade física das pessoas”, destacou a prefeita de Caruaru.

O encontro começou com o secretário de Saúde, Francisco Santos, apresentando um panorama nacional sobre os números do Coronavírus. “Estamos em um luta permanente. A doença é uma patologia nova, com pouco mais de 100 dias no mundo, e uma das evidências comprovadas é que as pessoas que precisem sair de casa, que usem máscara, mesmo que seja de tecido. Estaremos reforçando essa segurança a todo momento. Se for necessário sair de casa, que a população se proteja”, lembrou o secretário.

Durante a reunião, a secretária de Ordem Pública, Karla Vieira, destacou as ações realizadas pelas barreiras sanitárias fixas e itinerantes. Em três semanas de operação, com 10 pontos itinerantes de atuação, mais de 150 mil pessoas foram alcançadas. No total, mais de 30 mil veículos foram abordados, como caminhões e caminhonetes; transportes intermunicipais, como ônibus, vans e toyotas, assim como veículos de passeio e motos com placas de outras cidades.“A grande novidade das ações realizadas foi o início das barreiras itinerantes. Com elas, conseguimos potencializar as ações, estamos cobrindo mais bairros, e o mapa de calor nos mostra os locais com maior movimentação das pessoas. Esse novo modo operante permite maior alcance no território. Por meio dos dados da tecnologia de monitoramento dos smartphones, podemos atuar nos locais de maior vulnerabilidade do ponto de vista do isolamento necessário do enfrentamento à Covid-19”, detalhou Karla Vieira.

“Já no Grupo de Fiscalização Integrada, foram registradas mais de 3 mil denúncias, com uma média diária de 112 demandas. Durante o percurso, a equipe de fiscalização realiza outras abordagens, o direcionamento aos bairros é realizado pela análise do mapeamento do nível de isolamento social”, completou Karla.

Sobre o Comitê – Consiste numa forte visão de governança, de ações integradas e de monitoramento da Prefeitura de Caruaru, em esforço articulado com entes como o Ministério Público, Defensoria Pública, Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, Secretaria Executiva de Ressocialização, Ordem dos Advogados do Brasil, Polícias Militar, Civil, Científica, Federal, Rodoviária Federal, Tiro de Guerra, Bombeiro Militar, Câmara Municipal, Judiciário, Disque-Denúncia, BIESP, Conselho Tutelar, Guarda Municipal, Inspetoria de Trânsito, Acic e outras entidades convidadas.

Prefeitura de Caruaru divulga datas de pagamentos dos servidores

A Prefeitura de Caruaru informa o calendário de pagamento dos servidores, referente ao mês de abril. Mais uma vez o pagamento seguirá uma escala, a fim de reduzir filas e aglomerações nos bancos da cidade.

Calendário de pagamento dos servidores, mês de abril:

20/04: CaruaruPrev
22/04: CEACA, URB, Fundação de Cultura e Destra
24/04: Secretaria de Saúde
28/04: Secretaria de Educação
30/04: Demais secretarias

Construção civil de PE estima prejuízo de R$ 6 bi

O ano de 2019 representou um pequeno alívio para a construção civil em Pernambuco. Após cinco anos acumulando resultados negativos, o setor verificou um crescimento de 1,1% no seu PIB ano passado – o número trouxe otimismo para os empresários do setor, que apostaram em um 2020 promissor. O sentimento, no entanto, durou pouco. Ao chegar a Pernambuco, a Covid-19 provocou, além dos impactos na saúde, a assinatura do Decreto 48.834, que paralisou 70% das atividades de construção civil em andamento no Estado. Como consequência, desde 22 de março, 40 mil trabalhadores estão fora dos canteiros, o que deve causar, nas contas do Sindicato da Indústria da Construção Civil em Pernambuco (Sinduscon-PE), um prejuízo de R$ 6 bilhões em 2 meses.

De acordo com o decreto estadual, as únicas atividades da construção civil autorizadas a funcionar são as obras públicas, as obras de empresas concessionárias de serviços públicos, atividades urgentes que precisem ser executadas para evitar risco grave ou de difícil reparação e atividades decorrentes de contratos de obras particulares relacionadas à Covid-19. “Ou seja, apenas 30% dos trabalhadores estão atuando, de forma excepcional, mas nem essas obras estão a pleno vapor. Estamos com dificuldades para conseguir os materiais, os trabalhadores estão com medo e se atrasam ou faltam. O ritmo está menor em todas as obras”, detalha o presidente do Sinduscon-PE, Érico Furtado.

A expectativa é que a situação seja revertida nesta sexta-feira (17), data em que se encerra o prazo estabelecido pelo governador para a suspensão das atividades. “O que nós precisamos é que o Governo do Estado nos deixe trabalhar. Sabemos que a saúde do trabalhador precisa ser mantida e estamos tomando todas as medidas de prevenção para garantir essa segurança. Orientamos e afastamos das obras todas as pessoas que estão em grupos de risco e temos como conservar a saúde dos demais dentro dos nossos canteiros”, reforça Érico.

A posição de retorno às atividades também é defendida por José Antônio de Luca Simon, representante do Sinduscon junto à Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), que destacou que determinações de paralisações parciais em obras da construção civil se repetem em apenas em outros três Estados do País, além de Pernambuco: Goiás, Piauí e Ceará. “Ao mesmo tempo que temos obras públicas e terraplanagem funcionando, somos impedidos em outros segmentos, como a incorporação. Precisamos de tratamento igualitário”, justifica.

PERSPECTIVAS

Se o decreto não for revisto, o presidente do Sinduscon-PE acredita que medidas como a adesão à redução de carga horária ou à suspensão de contratos, elencadas na MP nº 927, poderão ser tomadas para evitar demissões do setor – embora estas não estejam descartadas. “Existem relatos de demissões, mas não estão sendo contabilizadas porque o Governo Federal parou de divulgar os dados. O que ocorre é que muitos empresários não gostam das inseguranças jurídicas causadas pelas medidas provisórias, uma vez que o Congresso Nacional pode alterar o texto. Entendemos que o momento é de crise, mas, para superá-la, precisamos de ponderação”, defende Érico Furtado.

Para ele, a solução de retomar o andamento das obras não só pode garantir a manutenção dos empregos como pode amenizar os efeitos causados pela paralisação das atividades. “O ritmo não irá voltar ao normal, porque o próprio consumo está prejudicado. Mas poderemos retomar nossos contratos, que têm prazo de entrega, e os nossos clientes ficarão mais animados. Esperávamos que o setor de construção representasse 2% do PIB de Pernambuco neste ano. Isso não vai mais acontecer. O retorno irá amenizar as perdas, mas, particularmente, só acredito em recuperação a partir do fim do ano que vem”, lamenta.

PREVENÇÃO

Para garantir que as obras possam retornar à normalidade sem se afastar das orientações preconizadas para evitar a disseminação do novo coronavírus, o Sinduscon-PE e a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE) lançaram uma cartilha com orientações para os empresários. “Estamos nos precavendo e fazendo nossa parte, mas um dos maiores gargalos que enfrentamos hoje é o transporte público. O sistema metroviário do Recife é ínfimo, o que acaba causando aglomerações dentro dos ônibus. Isso prejudica”, aponta o presidente do Sinduscon-PE. O documento está disponível no Facebook @sindusconpernambuco.

Homem sofre tentativa de homicídio no Salgado

Mais uma tentativa de homicídio foi computada, neste ano, na Capital do Agreste. Desta vez, a vítima foi Edilson Ferreira da Silva, de idade não informada, que acabou sendo atingido à bala, na noite de ontem (14), na Rua Amilson Afonso, no Bairro do Salgado.

Ele foi socorrido pelo Samu para o Hospital Regional do Agreste, onde permanece internado. Edilson é ex-presidiário e teria sido baleado por um homem identificado apenas como Josenildo. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso.

Saúde: coronavírus é fator crítico para pacientes obesos mais jovens

Uma das doenças consideradas como fatores de risco para o novo coronavírus, a obesidade é uma inflamação crônica. Por isso, está ligada a uma redução de imunidade, fazendo com que o obeso não responda tão bem em relação a agentes externos, como vírus ou bactérias. Boletim divulgado pelo Ministério da Saúde apontou nova tendência a respeito das mortes por Covid-19. Segundo a pasta, a obesidade está mais presente nos óbitos de jovens que nos de idosos.

Das 944 mortes analisadas e catalogadas pelo Ministério da Saúde até sábado, 75% são de pessoas com mais de 65 anos. Apesar disso, dos 43 casos em que pessoas obesas morreram em decorrência do vírus, 24 pacientes tinham menos de 60 anos. Vale destacar que é a única comorbidade em que isso acontece.

Endocrinologista e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Cristiane Moulin explica que pessoas obesas têm a função pulmonar prejudicada, uma diminuição do próprio volume respiratório. O fator se dá pela pressão da gordura – é como se houvesse um peso a mais em cima do pulmão e do diafragma, músculo que atua no movimento respiratório. Ela lembra ainda que a obesidade está associada à alta prevalência de doenças crônicas, que inclui diabetes e hipertensão, por exemplo.

A infectologista da Universidade de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Raquel Stucchi, pontua que o tratamento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um obeso pode enfrentar mais dificuldades. Segundo ela, um obeso corre mais risco de desenvolver um quadro de pneumonia grave do que uma pessoa sem obesidade. Infectologista do Hospital Brasília, Ana Helena Germoglio também fala sobre obesidade e ação restritiva da respiração. “É como se você tivesse um saco de 10 quilos, 15 quilos, em cima do seu tórax”, diz. De acordo com ela, a obesidade por si só já leva o paciente a ter problemas respiratórios, mas têm ainda outras doenças relacionadas, o que faz com que a resposta imunológica do paciente seja pior. Ela pontua, entretanto, que o maior problema é o estado inflamatório crônico.

Aparelhagem limitada
É preciso se atentar também para o tratamento hospitalar, que pode ser mais difícil para o obeso. A endocrinologista Cristiane Moulin explica que pela própria disposição da gordura nas vias respiratórias, no pescoço, pode haver uma dificuldade no procedimento de entubação. “Para entubar, é preciso colocar em uma certa posição para visualizar a traqueia. O excesso de peso pode fazer a modificação anatômica, que dificulta isso”, explica. As macas também podem ser um problema. “Não é todo hospital que tem maca para IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 40”, diz a médica.

A dificuldade é a mesma quando se trata de exames de imagem, por exemplo. Médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Jamal Suleiman explica que nem todo equipamento é capaz de fazer exame em um obeso. “É o mesmo problema enfrentado em cinemas, transporte público. É uma população que exige um equipamento urbano diferenciado, e hospitalar também. E nem todo hospital está equipado para isso. Nesse momento, que a gente não sabe quantas pessoas com obesidade podem ficar doentes, esse problema pode ficar um pouco mais sério”, destaca.

O médico lembra que recentemente tratou de um jovem obeso com Covid-19 em grau moderado para grave. A obesidade foi o fator determinante para o quadro do paciente, que não cabia na máquina de tomografia. Foi preciso encontrar uma unidade que tivesse um aparelho maior.

No Brasil, 19,8% da população é obesa, segundo dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018, do Ministério da Saúde. A obesidade é medida, em geral, pelo IMC, um cálculo simples que divide o peso pela altura ao quadrado.

Diario de Pernambuco

Covid-19 faz mais uma vítima em Pernambuco, o empresário Elpídio Martins

Faleceu na madrugada desta quarta-feira o empresário Elpídio Martins, presidente da Engefrio e da rede de concessionárias Honda Pernambuco. Elpidio, 74 anos, liderava pessoalmente os negócios das empresas de gestão familiar, e lutava há 17 dias pela vida, na unidade de terapia intensiva do Hospital Português.

Impossível medir a dor da família, que não perdia a esperança até receber o comunicado médico. André Almeida, diretor da empresa, declarou que “Dr. Elpídio era como um pai para mim e toda nossa equipe de trabalho. Dono de um carisma incomparável e cheio de energia. Ele nos deixa cedo demais”.

Diario de Pernambuco

Gasolina nas refinarias atinge menor patamar em ao menos 15 anos

Os preços da gasolina e do diesel nas refinarias da Petrobras chegaram nesta quarta-feira (15) ao menor valor desde ao menos 2005, segundo dados compilados pelo CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura) e corrigidos pela inflação do período.

Na terça (14), a estatal anunciou cortes de 8% no preço da gasolina e 6% no preço do diesel, acompanhando o recuo das cotações internacionais do petróleo em meio à pandemia do novo coronavírus. No primeiro caso, é o décimo corte do ano. No segundo, o nono.

Desde o início de janeiro, a gasolina já caiu 48% nas refinarias da Petrobras, chegando nesta quarta a R$ 0,99 por litro. O diesel tem queda acumulada de 35% e é vendido, em média, a R$ 1,52 por litro. No início de 2005, os produtos eram vendidos pela estatal, em valores corrigidos, a R$ 1,92 e R$ 2,14 por litro, respectivamente.

O movimento reflete o excedente global de petróleo e combustíveis, fruto da redução da demanda e de divergência entre os exportadores sobre cortes na produção, que levou a cotação do Brent, referência internacional de preços, ao menor valor em 18 anos na terceira semana de março.

Com possibilidade de acordo entre Arábia Saudita e Rússia, os dois maiores exportadores, as cotações se recuperaram nas últimas semanas. Nesta terça, porém, voltaram a cair: negociado em Londres, o barril do Brent fechou o pregão a US$ 29,60 (R$ 152), 6,74% a menos que no dia anterior.

Antes do ciclo de queda atual, o momento anterior de gasolina mais barata nas refinarias da Petrobras ocorreu em julho de 2017, quando o litro do combustível foi vendido a R$ 1,38, em valores corrigidos pela inflação. No caso do diesel, o menor preço foi verificado em agosto de 2017: R$ 1,69.

Naquele ano, os preços o petróleo era negociado na casa dos US$ 50 por barril (cerca de R$ 155 pela cotação da época), valor que levou a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) a promover cortes de produção.

No ano seguinte, com a disparada das cotações internacionais, os preços nas refinarias tiveram alta histórica, cenário que levou à grave dos caminhoneiros que paralisou o país por duas semanas. Em maio daquele ano, chegou a sair das refinarias da estatal a R$ 2,55 por litro. A gasolina atingiu o pico de R$ 2,38 em setembro.

Ao contrário de outros ciclos de queda no passado, o atual não chegará a beneficiar muitos consumidores, já que grande parte da população vive em estados ou municípios com restrições à movimentação. “É um momento inédito, que preços baixos e consumo baixo”, diz o diretor do CBIE, Adriano Pires.

No Brasil, as primeiras semanas de isolamento derrubaram as vendas de gasolina em 60%, segundo estimativas da Petrobras. Para evitar gargalos na infraestrutura de armazenagem, a Petrobras reduziu a produção em suas refinarias.

O repasse ao consumidor dos cortes nos preços da gasolina e do diesel acelerou nas últimas semanas. Segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o preço da gasolina e do diesel nas bombas caiu cerca de 8% em um mês.

Considerando valores corrigidos pela inflação, o preço médio da gasolina nos postos brasileiros (R$ 4,15 por litro) é o menor desde agosto de 2017. Já o diesel (R$ 3,34) está no menor patamar desde julho do mesmo ano.

O cenário levou usinas de cana-de-açúcar a pedir socorro ao governo para enfrentar a concorrência com a gasolina em um período de demanda despencando. Entre as medidas em estudo, estão a isenção de PIS/Cofins sobre o etanol hidratado e a concessão de crédito para estoque do produto enquanto o consumo não volta.

O setor quer também elevação da alíquota da Cide sobre a gasolina, hoje em R$ 0,10 por litro. A medida já vinha sendo estudada pelo MME (Ministério de Minas e Energia) antes do início da pandemia, como alternativa para reduzir o repasse de volatilidades internacionais ao consumidor.

A ideia é cobrar um imposto maior quando a gasolina está barata e reduzir a alíquota em momentos de picos de preços. Para especialistas, se a medida for tomada, o momento agora seria ideal. Defensor da proposta, Pires argumenta que o consumo atual não é tão atrelado aos preços, já que só está na rua quem precisa trabalhar.

“Além disso, geraria recursos para estados, municípios e para a própria União enfrentar a crise”, diz. Ele propõe que o imposto seja elevado na mesma proporção dos cortes promovidos nas refinarias.

A proposta, porém, enfrenta resistência de distribuidoras de combustíveis, pelo potencial de gerar mais perdas nas vendas de gasolina, do Ministério da Economia e da própria Petrobras, que veem no uso da Cide um instrumento artificial para regular o mercado.

O próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a negar a possibilidade de aumento do tributo no início de março, após as primeiras declarações favoráveis do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, à proposta.

O economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, diz que, embora faça sentido apoiar a produção de etanol, ainda não há visibilidade sobre o cenário de preços de petróleo para avaliar qual seria a alta necessária na Cide para melhorar a competitividade do produto.

A queda do preço da gasolina nos postos reduz ainda mais a arrecadação dos estados, que já sofrem também efeitos do sumiço dos consumidores. O ICMS sobre os combustíveis, que é parcela relevante da receita estadual, é calculado sobre um preço de referência reajustado a cada quinze dias com base no preço de bomba.

Para a segunda quinzena de abril, ainda que em ritmo lento, 21 estados reduziram o preço de referência. Em São Paulo, é a quarta queda seguida. Entre a segunda quinzena de fevereiro e a segunda de abril, o valor foi reduzido em 3,83%.

Folhapress

Deputados aprovam texto-base da MP do emprego Verde e Amarelo

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (14) o texto-base da medida provisória do trabalho Verde e Amarelo, que reduz encargos para patrões que contratarem jovens no primeiro emprego e pessoas acima de 55 anos que estavam fora do mercado formal.

O texto-base foi aprovado por 322 votos a 153, com duas abstenções. Agora, os deputados vão votar propostas de alterações ao projeto.

A seguir, a MP segue ao Senado. Caso o texto seja mantido, vai à sanção ou a veto presidencial. Se for alterado, volta à Câmara, e só depois será enviado para sanção ou veto do presidente Jair Bolsonaro.

O conjunto de ações para combater o desemprego e a informalidade precisa do aval das duas Casas até 20 de abril para não perder a validade.

O texto contou com resistência da oposição. O líder do PSB, Alessandro Molon (RJ), tentou barrar a votação, afirmando que as sessões remotas deveriam priorizar matérias relativas ao combate ao novo coronavírus.

“A inclusão da 905 na ordem do dia não me parece adequada ao PSB, meu partido, para o momento em que vivemos, por se tratar de matéria extremamente polêmica, portanto muito distante do consenso necessário”, afirmou.

Chamado de trabalho Verde e Amarelo, o programa reduz obrigações patronais da folha de pagamento para contratação de jovens de 18 a 29 anos, que conseguem o primeiro emprego formal e com remuneração de até um salário mínimo e meio (R$ 1.567,50).

O relator do texto, deputado Christino Aureo (PP-RJ), ampliou o programa, permitindo que patrões também tenham redução de tributos ao contratarem pessoas acima de 55 anos de idade e que estejam fora do mercado de trabalho formal há mais de 12 meses.

De acordo com o texto, a parcela de empregados que podem ser contratados na modalidade Verde e Amarelo é de 25%.

A jornada de trabalho nos contratos Verde e Amarelo só poderá ser negociada por acordos ou convenções coletivas.

Os funcionários poderão ser contratados duas vezes na nova modalidade, desde que o primeiro vínculo empregatício tenha durado menos de 180 dias.

As empresas que optarem por esse tipo de contrato ficam temporariamente isentas da contribuição patronal para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e de contribuições para o Sistema S.

O repasse ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) será de 8%, mesmo percentual dos contratos de trabalho por tempo indeterminado.

Para os trabalhadores da Verde e Amarelo, a multa do FGTS em caso de demissão sem justa causa será de 30%, e não os 40% dos outros funcionários que seguem o regime atual. Essa mudança será efetivada mediante acordo.

O governo queria bancar o programa Verde e Amarelo com a taxação sobre o seguro desemprego, que poderia variar de 7,5% a 9%, dependendo do valor a ser recebido.

A cobrança serviria como contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), mantendo a contagem do tempo para aposentadoria.

Mas, diante de críticas, o relator tornou a contribuição facultativa e num valor fixo de 7,5%.

O texto original continha um dispositivo para mudar a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e autorizar o trabalho aos domingos e feriados, mas, diante da oposição de parlamentares, o trecho foi retirado.

O projeto, no entanto, regulamenta o trabalho aos sábados, domingos e feriados de atividades referentes à automação bancária, como teleatendimento, telemarketing, SAC e ouvidoria, além de serviços por canais digitais, por exemplo. Também autoriza trabalho nesses dias em feiras e shopping centers, aeroportos e terminais de ônibus, trem e metrô.

O projeto prevê a liberação de microcrédito e cria um programa para trabalhadores que recebem aposentadoria por invalidez possam ser treinados a exercer uma nova função e, assim, retornar ao trabalho.

Na estimativa do governo, o novo contrato de trabalho provocará uma redução de 30% a 34% no custo da mão de obra.

Na avaliação do relator do texto, cerca de 1,4 milhão de vagas serão geradas até 2022 por causa dos incentivos.

Folhapress

Clubes decidem que jogadores só se reapresentam em maio

Em teleconferência na terça (14), dirigentes de 37 dos 40 clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro decidiram alongar em mais dez dias o período de férias dos jogadores. Pelo plano original, os elencos se reapresentariam no próximo dia 21.
Com a decisão, o prazo foi adiado para 1º de maio.

As férias foram dadas em acordo das equipes com a CBF por causa da pandemia de coronavírus, a princípio por 20 dias. Mas sempre esteve na mesa a possibilidade de aumentá-lo para 30.

O futebol no Brasil está paralisado desde o mês passado por causa da doença.
A política dos clubes, no momento, é ganhar tempo para que os campeonatos possam ser retomados. Sem jogos, não há arrecadação de bilheterias ou direitos de televisionamento.

Os três clubes que não concordaram imediatamente com o aumento das férias foram Flamengo, Botafogo e Vasco. Os três esperam pela definição da Ferj (Federação Estadual do Rio de Janeiro) sobre uma data para retomada do Campeonato Carioca.

O Flamengo já anunciou que a apresentação dos atletas está mantida para o dia 21.