Moro ordena transferência de Sérgio Cabral do Rio para o Paraná

Agência Brasil

O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, determinou nesta quinta-feira (18) a transferência do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral da Cadeia Pública José Frederico Marques, na capital fluminenese, para o Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

Moro atendeu a pedido do Ministério Público Federal (MPF) que, após constatar a existência de regalias ao ex-governador no cárcere, decorrentes da ação de uma organização criminosa comandada por ele dentro da administração penitenciária, solicitou a transferência.

O magistrado de Curitiba afirmou ser “evidente” que Cabral ainda possui “relevantes conexões com autoridades públicas” do estado. “Mantendo-o no Rio de Janeiro, constituirá um verdadeiro desafio às autoridades prisionais ou de controle prevenir a ocorrência de irregularidades e privilégios”, escreveu Moro na decisão.

“É de interesse público retirá-lo do estado do Rio de Janeiro para romper ou dificultar seus contatos com os anteriores parceiros criminosos”, acrescentou Moro.

O pedido de transferência foi enviado a Moro por ele ter sido o primeiro a determinar a prisão preventiva de Cabral, em novembro de 2016. O ex-governador é investigado em Curitiba por ter sido acusado de receber propinas ligadas à Petrobras, em obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Para efetivar a transferência, Moro solicitou a anuência do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, que já condenou Cabral por corrupção em outros casos e também expediu mandados de prisão preventiva contra o ex-governador. A juíza substituta Caroline Vieira Figueiredo, também da 7ª Vara, entretanto, já aceitou a transferência, a pedido do MPF.

Em sua decisão, a juíza Caroline Figueiredo destacou diversas regalias concedidas ao ex-governador, como a não inclusão da foto de Cabral no cadastro de detentos, a entrada de alimentos e de um colchão na cela do ex-governador e o recebimento de visitas fora dos horários previstos. “Os presos do ‘colarinho branco’ não podem, de forma nenhuma, ter tratamento mais benéfico que outros custodiados”, escreveu a magistrada.

Para a juíza, as falhas de monitoramento a Cabral “revelam verdadeiro escárnio com o Poder Judiciário, mas, principalmente, com a sociedade, demais detentos e suas famílias, violando o princípio da isonomia, não podendo qualquer condição financeira ou social justificar a ausência de controle do Estado”.

Cabral já foi denunciado cerca de 20 vezes pelo MPF, em diferentes investigações sobre esquemas de corrupção no período em que ele foi governador do Rio, entre 2007 e 2014.

Privilégios

Segundo informações do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, as investigações identificaram que, desde que ingressou no sistema penitenciário do Rio, “o ex-governador contou com a estruturação de diversos privilégios em torno de si, constituindo tratamento injustificadamente diferenciado, com ofensa aos princípios da legalidade, da impessoalidade e da moralidade”.

O Ministério Público ressalta que, em um de seus momentos mais significativos, o desrespeito às regras do presídio incluiu a tentativa de instalação de uma espécie de sala de cinema, dotada de equipamento de home theater e acervo de DVDs, supostamente doados por pastores evangélicos.

“Questionada, a Seap de princípio indicou que a doação teria partido de uma igreja evangélica devidamente cadastrada e se destinaria a ‘ressocialização’ dos detentos. Pouco depois, o pastor da referida igreja afirmou que não houvera doado equipamento algum”, diz nota do MP estadual.

Em decorrência das regalias a Cabral, os procuradores estaduais do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaes/MPRJ) pediram o afastamento do secretário de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, coronel Erir Ribeiro.

O MPRJ quer ainda o afastamento do subsecretário adjunto de gestão operacional da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), Sauler Antônio Sakalen; do diretor e subdiretor da penitenciária Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu VIII), respectivamente, Alex Lima de Carvalho e Fernando Lima de Farias; e do diretor e o subdiretor da Cadeia Pública José Frederico Marques (Cadeia Pública de Benfica), Fábio Ferraz Sodré e Nilton César Vieira da Silva.

Transferências

Trata-se da segunda vez que a transferência de Cabral foi determinada pela primeira instância da Justiça Federal. A primeira, do Rio para um presídio federal no Mato Groso, foi ordenada por Bretas em outubro do ano passado, após o MPF ter considerado como uma ameaça comentários feitos pelo ex-governador sobre a família do magistrado durante uma audiência.

A primeira transferência de Cabral acabou sendo revogada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após recurso da defesa.

Testemunha de fase da Lava Jato é morta com nove tiros na Bahia

Folhapress

Dois meses depois de prestar depoimento à Polícia Federal, foi assassinada a principal testemunha das investigações que resultaram na prisão do ex-gerente da Transpetro na Bahia José Antonio de Jesus.

José Roberto Soares Vieira, 47, foi morto nesta quarta-feira (17) com nove tiros na rodovia BA-522, em Candeias, Região Metropolitana de Salvador. Ele era um dos donos da JRA Transportes, empresa que teve como sócio entre 2011 e 2013 o filho do ex-gerente da Transpetro, conhecido como Zangado.

José Antônio de Jesus foi preso provisoriamente no dia 21 de novembro do ano passado na 47ª fase da Operação Lava Jato. Ele foi acusado de receber propinas de subsidiárias da Petrobras por meio de empresas e contas bancárias de familiares. Os recursos, segundo o Ministério Público Federal, seria destinado ao PT da Bahia.

À Polícia Federal, José Roberto Soares Vieira afirmou que a JRA Transportes foi usada por José Antônio de Jesus para receber pagamentos de empresas fornecedoras da Transpetro sem ter prestado qualquer tipo de serviço. Com base no depoimento, o Ministério Público Federal rastreou pagamentos de R$ 2,3 milhões para o ex-gerente da Transpetro.

O depoimento também foi um dos elementos que embasaram o pedido da Procuradoria-Geral da República, acatado pelo juiz Sergio Moro, para que a prisão temporária de José Antônio de Jesus fosse transformada em preventiva -por tempo indeterminado. O ex-gerente da Transpetro está preso há quase dois meses em Curitiba.

Crime
A delegada Maria das Graças Barreto, titular da delegacia de Candeias que comanda as investigações, disse à reportagem que “não há dúvida” de que a morte de José Roberto Soares Vieira foi um crime planejado. Segundo as investigações, o homem que o matou foi à sede da transportadora à procura de Vieira nos últimos dois dias e informou a funcionários que estava oferecendo serviços para capinar e limpar o terreno da transportadora.

Por volta das 11h40 de quarta, o homem abordou Vieira quando ele entrava na empresa, o atingiu com nove tiros e fugiu. Testemunhas também afirmam que Vieira andava preocupado com sua segurança. Horas antes de ser morto, ele deixou seu carro em uma revendedora em Salvador. O objetivo seria comprar um novo automóvel, com vidros blindados. No momento em que foi morto, ele estava em um carro locado.

Segundo a delegada, a polícia trabalha com três linhas de investigação: queima de arquivo, vingança e crime político, já que a vítima era filiada ao PT e foi vice-prefeito da cidade de Ourolândia, norte da Bahia entre 2013 e 2016.

Esquema
As investigações do Ministério Público Federal apontam que o ex-gerente da Transpetro usou familiares e intermediários para receber R$ 7 milhões em propina da empresa de engenharia NM, fornecedora da Transpetro, entre setembro de 2009 e março de 2014.

Segundo os procuradores, o ex-gerente teria pedido, inicialmente, o pagamento de 1% do valor dos contratos da NM com a Transpetro como propina, mas o acerto final ficou em 0,5%. Esse valor teria sido pago mensalmente em benefício do PT.

Para dissimular e ocultar a origem ilícita dos recursos, o valor teria sido pago por depósitos realizados em contas bancárias de terceiros e familiares, vindo de contas de titularidade da empresa de engenharia NM e de seus sócios.José Antônio de Jesus é investigado pela prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Gerente da Compesa é encontrado morto em Brejo

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Do Blog do Ney Lima

Na tarde da quinta-feira (18) o gerente da Compesa em Brejo, José Ribeiro de Souza filho (51 anos, conhecido por “Ribeirinho”) foi encontrado morto no interior de sua chácara, em Brejo da Madre de Deus.

De acordo com informações repassadas por amigos em redes sociais, o corpo foi localizado na parte externa da casa por um dos funcionários que lhe prestavam serviços no local. O mesmo, que era natural de Jataúba, teria vindo nesta quinta-feira a Santa Cruz, onde teria trazido documentos e regressado a Brejo, seguindo para a chácara, que fica na zona rural.

Foi na volta do funcionário a casa que o corpo foi localizado no chão. Policiais militares foram acionados e peritos da Polícia Civil estiveram no local. O corpo foi periciado e deve ser levado, ainda hoje, ao Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), na cidade de Recife. O mesmo era natural da cidade de Jataúba.

A causa da morte não foi confirmada, mas suspeita-se que o mesmo possa ter tido um ataque cardíaco de acordo com relato dos peritos da Polícia Civil.

Lula não descarta ida a Porto Alegre para julgamento

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Folhapress

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a petistas que deseja ir a Porto Alegre na semana que vem, quando ocorrerá seu julgamento pelo TRF4. Segundo petistas, o mais provável é que Lula participe de ato na noite do dia 23 na capital gaúcha, véspera do julgamento. Mas não está descartada a possibilidade de estar no tribunal durante o julgamento.

Esse seria o desejo de Lula. Petistas, no entanto, temem que sua presença na cidade provoque transtornos. Os interlocutores do ex-presidente discutem até como seria a logística de sua viagem à capital do Rio Grande do Sul, debatendo inclusive se Lula deveria ficar no tribunal até a conclusão do julgamento ou deixar antes a cidade.

No dia 25, Lula é esperado em ato em São Paulo que reafirmará sua candidatura, “independentemente do resultado”, segundo Padilha. Na quinta (18) o ex-presidente se reuniu com petistas, artistas e intelectuais em São Paulo, em evento em defesa de sua candidatura.

ARTIGO — Como aumentar a inteligência de negócios no varejo?

Por André Romero

O ano mal começou, mas certamente a maior preocupação das empresas é aumentar as vendas num período ainda marcado pela crise. Nesse cenário, é comum que tanto a indústria quanto o varejo recorram a estratégias que vão muito além de promoções que liquidam mercadorias, mas aniquilam os lucros.

Sendo assim, o jeito é apelar para a inteligência de negócios, que é muito melhor aproveitada se vier carregada de tecnologia. O uso de softwares, por exemplo, é uma tendência. Por meio da captação de informação por sistemas fica muito mais fácil analisar o comportamento do consumidor a fim de influenciá-lo na tomada de decisão pela compra de um produto. Atualmente, até os pequenos varejos já estão investindo nesse tipo de ferramenta.

Outro recurso que vem expandindo muito são as câmeras escondidas. Elas são capazes de acompanhar o fluxo dentro de um ponto de venda e gerar mapas de calor, apontando os locais mais nobres para a exposição de um produto. Com elas, é possível descobrir para onde o consumidor olha, o que o atrai. Shoppings centers costumam usar essa tecnologia para negociar os melhores aluguéis para os pontos mais estratégicos de circulação.

Há ainda a possibilidade de realizar “laboratórios” em lojas específicas com um estratégico e heterogêneo grupo de clientes. A ideia é fazer pesquisas focais utilizando tecnologia e criando um ambiente favorável para a exposição de ideias e troca de informações entre profissionais do varejo e consumidores. Dar voz ao cliente é barato, simples e muito eficaz.

Cabe destacar também a importância de criar uma sinergia entre varejo e indústria. Enquanto um está na ponta, analisando comportamentos e gerando informação, o outro é o que tem a capacidade produtiva, podendo criar produtos que realmente atendam às necessidades e desejos do consumidor. É preciso criar mais parcerias estratégicas entre as duas pontas, gerando ganhos para todos.

Contudo, infelizmente, tanto o varejo quanto a indústria tendem a achar que tecnologia e inteligência de negócio são ações caras e de complexa implantação. Mas, a verdade é que boas ações nesse sentido podem acarretar em ações estratégicas de marketing muito mais eficientes e financeiramente rentáveis. Para isso, basta realizar um estudo do impacto financeiro relacionado à economia que a assertividade traz quanto se tem informações mais qualificadas.

Por fim, de nada adianta gerar informação se elas não forem muito bem processadas. O ponto mais importante na inteligência de negócio não é a tecnologia em si – essa é apenas um meio. O que realmente faz a diferença é a interferência humana, analisando as informações e criando ações que gerem resultados. A combinação perfeita entre tecnologia e gestão da informação é o que certamente vai garantir um 2018 com lucros melhores, mesmo em tempos difíceis. Pode apostar.

Ilumina Caruaru conclui todas as demandas de manutenções da cidade

A Prefeitura de Caruaru, através da Secretaria de Serviços Públicos, chega à metade do mês de janeiro com a conclusão de todas as demandas de iluminação pública atendidas. Ao todo, desde o início de janeiro até o fim de dezembro de 2017, foram contabilizadas 963 solicitações de manutenções de iluminação em toda a cidade e zona rural de Caruaru.

As solicitações foram registradas através da plataforma oficial da prefeitura, o Mobiliza Caruaru, bem como pelas demandas apresentadas pela população, via ligações ou mesmo presencialmente na secretaria.

Para a população que queira apresentar alguma demanda de manutenção de iluminação da cidade, basta baixar o APP através do Playstore, para Android, como também pelo endereço: www.mobiliza.caruaru.pe.gov.br

Através da plataforma, é possível fazer a solicitação e ir acompanhando passo a passo, até a conclusão da demanda.

Procon Caruaru faz reunião com representantes de bancos

Na quinta-feira (18), representantes de bancos se reuniram com o PROCON Caruaru, no Centro Administrativo, com o objetivo de facilitar e agilizar o atendimentos dos clientes nos bancos e agências. Essa foi a primeira reunião conjunta com vários bancos. Em 2017, foram feitas reuniões individuais com cada instituição bancária. As maiores reclamações dos clientes são cobranças indevidas, juros de cartões de crédito e empréstimos não autorizados. O número de queixas realizadas pelos consumidores em face dos serviços prestados pelos Bancos tem aumentado nos últimos anos.

As principais instituições bancárias do país ocuparam, no ano de 2016, os seguintes lugares em número de atendimentos com algum tipo de queixa: Bradesco/HSBC com 84.460 atendimentos (1º Lugar entre os bancos/4º lugar geral); ITAÚ com 75.586 atendimentos (2º lugar entre Bancos/5º lugar geral); CAIXA com 49.292 atendimentos (3º lugar entre Bancos/ 9º lugar geral); Santander com 26.786 atendimentos (4º lugar entre Bancos/10º lugar geral) e o Banco do Brasil com 23.260 atendimentos (5º lugar entre Bancos/12º lugar geral). O Boletim SINDEC pode ser acessado na íntegra através do site do Ministério da Justiça (http://www.justica.gov.br). Os dados do ano de 2017 só devem ser divulgados em meados de março deste ano.

Enterro do repentista Louro Branco será hoje à tarde

louro branco - divulgação

O enterro do poeta repentista Louro Branco ocorrerá na sexta-feira, 19, às 16h, no Cemitério de Santa Cruz do Capibaribe-PE. Ele faleceu na manhã da quinta-feira, 18, devido a problemas cardíacos, aos 74 anos de idade. O corpo está sendo velado no Teatro Municipal de Santa Cruz do Capibaribe.

Louro Branco era o nome artístico de Francisco Maia de Queiroz. Nascido no dia 02 de setembro de 1943 na Vila Feiticeiro, município de Jaguaribe-CE, começou a cantar aos 12 anos de idade. O epíteto “Louro Branco” surgiu a partir de uma brincadeira feita pelo parceiro Chico Vieira, já falecido.

O espólio de Louro conta com mais de 600 obras poéticas escritas, entre canções e poemas, e mais de 15 discos gravados. Ele escreveu obras que se tornaram conhecidas até mesmo fora do contexto da cantoria de viola, a exemplo de canções como ‘Longe de Ti’, ‘O Último Adeus do Vaqueiro’ e ‘Falta de Humanidade’. Poemas da estirpe de ‘Bibia’, ‘Justiça de Salomão’, ‘Loucura’ e ‘Pernoite num Cabaré’ também foram da sua lavra.

Tornou-se evangélico em 1994, integrando a Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério Madureira. Mesmo sob a nova fé, continuou cantando e abrilhantando festivais e cantorias de pés-de-parede, ao lado de cantadores como Ivanildo Vilanova, Jorge Macedo, Miro Pereira e Valdir Teles, entre outros. Contudo, também produziu obras voltadas à religião, como o CD ‘Jesus Glorificado’, gravado em parceria com o cantador Chico Alves no estúdio de Caju e Castanha, em São Paulo, sob a produção de Téo Azevedo.

Emocionado, o poeta Rogério Meneses destaca que um grupo de repentistas fará uma homenagem quando do sepultamento de Louro. “Já conversei com a família. Vamos fazer homenagens a caráter, como certamente ele gostaria de ter. Os cantadores que puderem vão se fazer presentes no velório e participarão, inclusive cantando versos de improviso em despedida ao colega”, declarou.

Muitos artistas e admiradores do repentista lamentaram a perda. O jornalista paraibano Astier Basílio, que atualmente está morando em Moscou, publicou um texto sobre o cearense. “Com Louro se perde uma forma de cantar que está conectada com os gigantes, com os patriarcas da cantoria. O gracejo, a galhofa, a poesia como deleite e festa”, afirmou, em parte do depoimento. “Sua atividade na cantoria foi tão intensa e bonita, chegando a ser confundida com sua pessoa, suas qualidades e generosidade, de acordo com sua origem, exemplo de simplicidade e cidadania”, postou em suas mídias sociais o repentista Antônio Lisboa, do Recife.

Abaixo, elencaremos algumas estrofes memoráveis do repentista Louro Branco, tanto improvisadas quanto de trabalhos escritos:

No dia que eu morrer,
Deixo a mulher sem conforto;
Roupas em malas guardadas
O chapéu em torno torto,
E a viola com saudades
Dos dedos do dono morto.

x-x-x-x-x-x

Tem boca que beija boca
Sem ligar pra boca quente;
Quando boca ganha boca
Gera boca mais na frente
Tem boca que troca boca
Noutra boca diferente.

x-x-x-x-x-x-

Arranjei um espelho e me olhei,
Perguntei: “O que é que estás fazendo?”
Respondi a mim mesmo: “Estou colhendo
Frutos pecos dos crimes que plantei”.
Procurei acertar, não acertei,
Baldeado na dor que não aplaco.
Nos reveses do mundo todo opaco,
Tive pena do filho que chorou,
Tive raiva da mãe que me aceitou,
Tive nojo de mim, porque fui fraco.

x-x-x-x-x-x-x

Quando eu doente sofria
Minha mãe também gemia
Fazia logo e trazia
Um chá na sombra da fé
Eu tomava da meizinha
Melhorava uma coisinha
Que a mãe da gente adivinha
A dor do filho onde é.

Entidades apoiam derrubada do veto ao Refis para pequenos negócios

O projeto de recuperação fiscal (Refis) para as micro e pequenas empresas ganhou o reforço de 17 entidades do setor produtivo brasileiro. Nesta quinta-feira (18), articulados pelo presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, os representantes das instituições se comprometeram a realizar uma ampla mobilização com parlamentares federais para derrubar o veto ao Refis dos pequenos negócios. A matéria, que foi aprovada por unanimidade pelo Congresso Nacional em dezembro, deve entrar na pauta da Casa após a votação da Reforma da Previdência, prevista para o dia 19 de fevereiro.

“Não podemos misturar a agenda da Previdência com a questão do Refis. A reforma não tem consenso de votação, mas a derrubada do veto e a política da micro e pequena empresa é uma das poucas questões em que existe consenso político. Usar de barganha, jogar uma matéria contra a outra, seria jogar contra o país”, comentou Afif. “Os parlamentares já votaram por unanimidade a favor. Agora, eles precisam do respaldo da sociedade para reconhecer o papel desses milhões de empresários na geração do emprego e da renda do país“, concluiu Afif.

“O argumento da equipe econômica de que o Refis é um prejuízo à arrecadação fiscal não procede. Prejuízo é ficar sem receber. E sem dar condições para essas empresas parcelarem as dívidas nos mesmos moldes que foi concedido às grandes empresas, elas vão fechar as portas”, declarou o senador José Pimentel (PT/CE). “Vamos reverter essa injustiça e precisamos do apoio dos senhores”, conclamou o presidente da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa, deputado Jorginho Melo (PR/SC).

Acompanhados dos representantes das entidades, os parlamentares e o presidente do Sebrae deverão iniciar a mobilização do Congresso Nacional por meio de reuniões com os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado Federal, Eunício Oliveira.

Participaram do encontro os presidentes e diretores de 17 entidades, entre a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD), a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), a Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon) e a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP). “A decisão de excluir as micro e pequenas empresas do Refis trará impactos muito negativos para a arrecadação municipal”, ressaltou o presidente da FNP, Carlos Amastha.

Permanência no Simples

Desde segunda-feira, o hotsite www.refisparaospequenos.com.br oferece informações, orientações e registra o apoio à derrubada do veto ao projeto de recuperação fiscal para as empresas de micro e pequeno porte. O movimento trabalha também na orientação às 600 empresas que possuem débitos com a União e foram notificadas pela Receita Federal. Elas devem regularizar a situação, parcelando as dívidas na regra atual (em até 60 meses), para não serem excluídas do Simples. “Estamos trabalhando neste alerta aos empresários, mas sabemos que é impossível quitarem as dívidas no modelo atual. Por isso também reforçamos o apoio à derrubada do veto para depois eles possam migrar para o parcelamento mais favorável”, alertou o presidente da Fenacon, Valdir Pietrobon.

Moro ordena transferência de Sérgio Cabral do Rio para o Paraná

Agência Brasil

O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, determinou hoje (18) a transferência do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral da Cadeia Pública José Frederico Marques, na capital fluminenese, para o Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

Moro atendeu a pedido do Ministério Público Federal (MPF) que, após constatar a existência de regalias ao ex-governador no cárcere, decorrentes da ação de uma organização criminosa comandada por ele dentro da administração penitenciária, solicitou a transferência.

O magistrado de Curitiba afirmou ser “evidente” que Cabral ainda possui “relevantes conexões com autoridades públicas” do estado. “Mantendo-o no Rio de Janeiro, constituirá um verdadeiro desafio às autoridades prisionais ou de controle prevenir a ocorrência de irregularidades e privilégios”, escreveu Moro na decisão.

“É de interesse público retirá-lo do estado do Rio de Janeiro para romper ou dificultar seus contatos com os anteriores parceiros criminosos”, acrescentou Moro.

O pedido de transferência foi enviado a Moro por ele ter sido o primeiro a determinar a prisão preventiva de Cabral, em novembro de 2016. O ex-governador é investigado em Curitiba por ter sido acusado de receber propinas ligadas à Petrobras, em obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Para efetivar a transferência, Moro solicitou a anuência do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, que já condenou Cabral por corrupção em outros casos e também expediu mandados de prisão preventiva contra o ex-governador. A juíza substituta Caroline Vieira Figueiredo, também da 7ª Vara, entretanto, já aceitou a transferência, a pedido do MPF.

Em sua decisão, a juíza Caroline Figueiredo destacou diversas regalias concedidas ao ex-governador, como a não inclusão da foto de Cabral no cadastro de detentos, a entrada de alimentos e de um colchão na cela do ex-governador e o recebimento de visitas fora dos horários previstos. “Os presos do ‘colarinho branco’ não podem, de forma nenhuma, ter tratamento mais benéfico que outros custodiados”, escreveu a magistrada.

Para a juíza, as falhas de monitoramento a Cabral “revelam verdadeiro escárnio com o Poder Judiciário, mas, principalmente, com a sociedade, demais detentos e suas famílias, violando o princípio da isonomia, não podendo qualquer condição financeira ou social justificar a ausência de controle do Estado”.

Cabral já foi denunciado cerca de 20 vezes pelo MPF, em diferentes investigações sobre esquemas de corrupção no período em que ele foi governador do Rio, entre 2007 e 2014.

Privilégios

Segundo informações do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, as investigações identificaram que, desde que ingressou no sistema penitenciário do Rio, “o ex-governador contou com a estruturação de diversos privilégios em torno de si, constituindo tratamento injustificadamente diferenciado, com ofensa aos princípios da legalidade, da impessoalidade e da moralidade”.

O Ministério Público ressalta que, em um de seus momentos mais significativos, o desrespeito às regras do presídio incluiu a tentativa de instalação de uma espécie de sala de cinema, dotada de equipamento de home theater e acervo de DVDs, supostamente doados por pastores evangélicos.

“Questionada, a Seap de princípio indicou que a doação teria partido de uma igreja evangélica devidamente cadastrada e se destinaria a ‘ressocialização’ dos detentos. Pouco depois, o pastor da referida igreja afirmou que não houvera doado equipamento algum”, diz nota do MP estadual.

Em decorrência das regalias a Cabral, os procuradores estaduais do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaes/MPRJ) pediram o afastamento do secretário de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, coronel Erir Ribeiro.

O MPRJ quer ainda o afastamento do subsecretário adjunto de gestão operacional da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), Sauler Antônio Sakalen; do diretor e subdiretor da penitenciária Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu VIII), respectivamente, Alex Lima de Carvalho e Fernando Lima de Farias; e do diretor e o subdiretor da Cadeia Pública José Frederico Marques (Cadeia Pública de Benfica), Fábio Ferraz Sodré e Nilton César Vieira da Silva.

Transferências

Trata-se da segunda vez que a transferência de Cabral foi determinada pela primeira instância da Justiça Federal. A primeira, do Rio para um presídio federal no Mato Groso, foi ordenada por Bretas em outubro do ano passado, após o MPF ter considerado como uma ameaça comentários feitos pelo ex-governador sobre a família do magistrado durante uma audiência.

A primeira transferência de Cabral acabou sendo revogada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após recurso da defesa.