Colégio Motivo realiza mostra de curtas-metragens em Pernambuco

Neste sábado (21), os alunos do Colégio Motivo de todo o estado irão ter curtas-metragens desenvolvidos por eles mesmos exibidos nos cinemas. O projeto, chamado Curta Motivo, é voltado exclusivamente para os alunos do 1° Ano do Ensino Médio, que escreveram e produziram os shortfilms que têm duração máxima de 10 minutos. Os trabalhos foram executados a partir das aulas do gênero textual roteiro, nas quais conhecimentos com fotografia, direção, atuação, dentre outros, são também explorados e estimulados.

Os filmes dos alunos de Boa Viagem e de Casa Forte serão apresentados no UCI Cinemas do Shopping Recife, a partir das 8h. Em Caruaru, a exibição irá acontecer no mesmo horário, no Planet Cinema, no Shopping Difusora. Já os alunos de Petrolina, terão os curtas exibidos no cinema do Juá Garden Shopping, em Juazeiro, na Bahia, também a partir das 8h. O evento é aberto ao público em geral.

Depois da exibição, o evento conta com a premiação que reconhece as categorias de melhor ator e atriz, melhor diretor (a), melhor fotografia, melhor roteiro e assim por diante. O Curta Motivo é realizado desde 2005 com o objetivo de culminar as atividades desenvolvidas na sala de aula; expor as habilidades artísticas dos alunos e fornecer subsídio para quem deseja conhecer mais sobre a vivência no mundo da cinematografia. Trata-se de um evento, desde o início, construído pelo aluno e muito marcante para o enriquecimento cultural em relação à sétima arte, e também humanístico, em que o protagonismo é estimulado.

Regra do trabalho escravo será alterada e PF cuidará dos crimes, diz Temer

Do Congresso em Foco

O presidente Michel Temer decidiu que haverá mudanças na portaria reduziu a fiscalização do trabalho escravo. Ele revelou em entrevista ao site Poder360 que a decisão foi tomada na quinta-feira (19) com o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu que o governo rejeitasse as novas regras por considerá-las um “retrocesso”. “Ele [Nogueira] já esteve duas vezes com a doutora Raquel Dodge”, lembrou o presidente. “Recebeu sugestões. É muito provável que incorpore várias”, continuou.

Segundo o presidente, pode ser criada uma nova portaria ou apenas seja feita uma alteração na atual. Temer disse que a Polícia Federal vai criar uma delegacia para trabalho escravo e crimes previdenciários e trabalhistas. “Apesar da forte pressão de vários setores da sociedade, o presidente não deu sinal de que possa simplesmente revogar a portaria do trabalho escravo”, informa o Poder360.

Temer criticou as regras anteriores, que, segundo ele, permitiriam enquadrar até a falta de uma saboneteira e suporte para toalha como trabalho escravo. Para isso, mostrou ao site laudos de infração quem e ausência desses objetos era considerada “condição degradante de trabalho”, um dos critérios para a definição do crime.

IGP-M acumula deflação de 1,3% em 12 meses

Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado no reajuste dos contratos de aluguel, registrou inflação de 0,3% na segunda prévia de outubro deste ano. A taxa é inferior à observado na segunda prévia de setembro (0,41%). Apesar da inflação, o IGP-M acumula deflação de 1,81% no ano e de 1,3% em 12 meses.

A queda da taxa na passagem de setembro para outubro foi provocada pelo comportamento dos preços no atacado e na construção civil. O Índice de Preços ao Produtor Amplo, que analisa o atacado, recuou de¨uma inflação de 0,63% para uma taxa de 0,36%.

A inflação do Índice Nacional do Custo da Construção caiu de 0,22% na segunda prévia de setembro para 0,11% na segunda prévia de outubro.

Já o Índice de Preços ao Consumidor, que acompanha o varejo, teve um aumento da taxa, ao passar de uma deflação de 0,10% em setembro para uma inflação de 0,24% em outubro. A segunda prévia do IGP-M compreende o intervalo entre os dias 21 do mês anterior e 10 do mês de referência.

Governo espanhol vai convocar eleições na Catalunha em janeiro

Marieta Cazarré – Correspondente da Agência Brasil
O governo espanhol entrou em acordo com o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), principal partido de oposição, para que sejam convocadas eleições antecipadas na Catalunha. O pleito, que deve acontecer em janeiro, servirá para evitar a aplicação do Artigo 155 da Constituição espanhola, que permite ao Estado dissolver o parlamento regional, destituir o líder Carles Puigdemont, convocar novas eleições e até cancelar a autonomia administrativa da Catalunha.

Por enquanto, após a negativa de Puigdemont de acatar as determinações do primeiro-ministro, Mariano Rajoy, e desistir de levar adiante a independência da região, o executivo já começou a delinear que medidas serão propostas para que se aplique, pela primeira vez na história do país, o Artigo 155.

Amanhã (21), o Conselho de Ministros se reunirá para aprovar as medidas que devem frear as aspirações independentistas de Carles Puigdemont e transferir para Madri os poderes da região. O senado espanhol se reunirá na sexta-feira da semana que vem (27) para votar as medidas propostas amanhã pelo Conselho.

Se Puigdemont mudar de ideia e resolver convocar eleições regionais, a aplicação do Artigo 155 pode ser breve e pontual, apenas ajustada ao período da campanha eleitoral.

Dúvidas

De acordo com Xavier Arbós, um constitucionalista da Universidade de Barcelona, citado pela BBC, ainda há muitas dúvidas em relação ao que efetivamente pode ser feito pelo governo espanhol em relação à Catalunha. Ele afirma que “simplesmente não há medidas que o governo central possa decretar” e que “não se sabe como é que os poderes do governo catalão podem ser afetados”.

Enquanto a situação na Espanha continua cercada de incertezas, os impactos do conflito na economia se fazem notar. Desde o dia 1º de outubro, quando foi realizado o referendo, mais de 800 empresas já deixaram a Catalunha, de acordo com o Colégio de Registradores da Espanha, responsável pelo registro de empresas no país.

Na Lava Jato, Moro condena ex-gerente da Petrobras e lobistas ligados a PMDB

Felipe Pontes Teixeira – Repórter da Agência Brasil

O juiz federal Sergio Moro, relator da Operação Lava Jato na primeira instância, em Curitiba, condenou o ex-gerente da Petrobras Luiz Carlos Moreira a 12 anos de prisão, por três crimes de corrupção passiva e um de lavagem de dinheiro, determinando que ele deve ficar preso enquanto aguarda julgamento de recurso.

Na sentença publicada hoje (20), Moro também determinou a prisão preventiva da dupla de lobistas Jorge Luz e Bruno Luz, ambos apontados pelos investigadores como operadores do PMDB. O primeiro foi condenado a 13 e oito meses por dois crimes de corrupção passiva e seis de lavagem de dinheiro. O outro foi absolvido da corrupção passiva, mas pegou seis anos e oito meses por seis crimes de lavagem.

O processo é decorrente das investigações sobre o pagamento de propina no âmbito da Área Internacional da Petrobras, à época dirigida por Nestor Cerveró. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), os desvios de ao menos US$ 15 milhões foram feitos em contratos do navio-sonda Vitória 1000, firmados entre a Petrobras e Grupo Schahin.

Jorge Luz e Bruno Luz foram presos em fevereiro deste ano, nos Estados Unidos, em decorrência da Operação Blackout, 38ª fase da Lava Jato. O ex-gerente da Petrobras Luiz Carlos Moreira foi preso nesta sexta-feira pela Polícia Federal (PF), no Rio de Janeiro, sendo acusado também de destruir provas.

Além de “boa materialidade de autoria” dos crimes, Moro alegou que parte da quantia desviada ainda não localizada, e que os condenados poderiam voltar a praticar crimes caso obtivessem o benefício de recorrer da condenação em liberdade.

No mesmo processo, foram condenados também: Fernando Schahin, por quatro crimes de lavagem de dinheiro, a nove anos e nove meses de prisão; Demarco Jorge Epifânio, por dois crimes de corrupção passiva, a seis anos e sete meses de prisão; e Agosthilde Monaco de Carvalho, por lavagem de dinheiro, mas sem pena, ante a prescrição do crime, ocorrido em 2007.

O empresário Milton Schahin também foi condenado por quatro crimes de lavagem de dinheiro, mas sua pena ainda deve ser determinada conforme acordo de colaboração premiada assinado por ele com a Justiça, escreveu Moro.

Monitor do PIB sinaliza crescimento de 0,2% em agosto, segundo a FGV

Nielmar de Oliveira – Repórter da Agência Brasil
O Produto Interno Bruto do Brasil (PIB – a soma de todos os bens e serviços produzidos) teve crescimento de 0,2% em agosto, comparado com julho. A informação é do Monitor do PIB, divulgado hoje (20) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

No trimestre móvel encerrado em agosto, o crescimento foi de 0,6%, em comparação ao trimestre imediatamente anterior, de acordo com a série ajustada sazonalmente. Em ambas as comparações, os resultados apontam para a terceira variação positiva consecutiva do indicador.

Em termos monetários, o PIB acumulado em 2017 até o mês de agosto, em valores correntes, alcançou a cifra aproximada de R$ 4,368 trilhões.

Na avaliação do coordenador do Monitor PIB-FGV, Caludio Considera, em agosto a economia continuou a crescer devido “não só ao bom desempenho da agropecuária, mas também de segmentos que, apesar de ainda continuarem em níveis muito baixos, já começaram a mostrar sinais de melhora”. Segundo o economista, este é o caso da construção civil e o da formação bruta de capital fixo “que são fundamentais para uma recuperação mais consistente da economia a médio e longo prazo”.

Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o PIB apresentou crescimento de 1,1%, no trimestre móvel encerrado em agosto. Os destaques foram os desempenhos da agropecuária (+12%), da indústria extrativa mineral (+3,5%), da indústria de transformação (+1,9%), do comércio (+3,5%) e dos transportes (+2,9%).

Apesar da tendência ascendente, a construção ainda se encontra em retração (-6%). Já os serviços de informação apresentaram taxas mais negativas desde o trimestre findo em maio de 2017, chegando a 3,6% no trimestre encerado em agosto. Já na com o mesmo mês do ano anterior, o PIB apresentou crescimento de 2% no mês de agosto, o quarto mês positivo consecutivo.

Consumo das famílias

O consumo das famílias apresentou crescimento de 1,8% no trimestre móvel findo em agosto, comparativamente ao mesmo trimestre em 2016; esta é a terceira variação positiva do componente após registrar 28 trimestres móveis consecutivos de queda em relação ao ano anterior, com aceleração do crescimento de todos os segmentos de bens de consumo: o de bens não duráveis cresceu 1,3%, o de semiduráveis, 9%, e o de duráveis, 9,3%. A única taxa negativa foi a de consumo de serviços, que ao fechar em queda de 0,5%, contribuiu com -0,3 ponto percentual para o resultado total do consumo das famílias.

Formação de capital

Embora todos os componentes da formação bruta de capital fixo (FBCF) terem apresentado melhora com relação às taxas divulgadas no trimestre móvel até julho, o indicador fechou o trimestre móvel de junho e agosto com retração de 3%, comparativamente ao mesmo trimestre do ano passado.

O componente de máquinas e equipamentos continua na trajetória de crescimento (+5,1%), contribuindo com 1,8 ponto percentual para a melhora do indicador. Já o componente de construção, apesar de ainda muito negativo (-8,5%), está em trajetória ascendente pelo terceiro mês consecutivo; o mesmo ocorre com o componente de outros que apresentou queda de -4,5% no trimestre móvel até agosto após ter apresentado retração de 6% no 2º trimestre do ano.

A FGV ressalta o fato de que a taxa de investimento (FBCF sobre o PIB) a preços constantes fechou agosto com sinais nítidos de melhora, ao atingir 18,3%. Seu ápice foi em outubro de 2013 (24,3%), mas vinha declinando sistematicamente até o início de 2017.

Crescimento das exportações

Outro avanço significativo e que sinaliza o processo de recuperação da economia diz respeito às exportações, que apresentaram crescimento de 7,3% no trimestre móvel de junho a agosto, comparativamente ao mesmo trimestre de 2016. O destaque positivo se deve aos desempenhos da exportação dos produtos da agropecuária (+20,8%), da indústria extrativa mineral (+27,7%) e da de bens de consumo duráveis (+38,3%).

Por outro lado, a importação apresentou retração de 0,3% na comparação do trimestre móvel com o do ano anterior. “Chama a atenção o desempenho negativo dos produtos agropecuários (-36,9%) e dos bens de capital (-25,6%); e, de destaque positivo, o desempenho dos bens de consumo semiduráveis (+52,1%)”, ressalta a publicação.

Gás de botijão leva prévia da inflação oficial a 0,34% em outubro, diz IBGE

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Da Agência Brasil

Pressionada pela terceira alta consecutiva no preço do gás de botijão, a prévia da inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), fechou o mês de outubro com variação de preços de 0,34%. Em relação a setembro, o índice subiu 0,23 ponto percentual.

Divulgado hoje (20), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA-15 fechou o acumulado no ano (janeiro-outubro) em 2,25%, resultado que chega a ser 3,86 pontos percentuais inferior aos 6,11% do mesmo período do ano passado.

Este é o menor acumulado para um mês de outubro desde os 2,22% de 2006. Nos últimos doze meses, o índice ficou em 2,71%, resultado acima dos 2,56% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em outubro de 2016, o IPCA-15 havia sido de 0,19%.

Botijão de gás

A alta foi pressionada pelos preços dos combustíveis, em especial o gás de botijão, que fechou outubro com alta de 5,72%. Foi o terceiro aumento consecutivo e a maior alta desde outubro de 2015. O impacto do gás de botijão no IPCA-15 deste mês foi de 0,07 ponto percentual.

O gás de cozinha impactou a alta de 5,36% dos combustíveis domésticos, que influenciaram o grupo habitação, que fechou o mês com elevação de 0,66%.

Segundo o IBGE, a influência da habitação na medição geral ficou abaixo dos transportes (impacto de 0,11 ponto percentual), afetado também pelos reajustes nos combustíveis. A gasolina teve alta de 1,45% entre setembro e outubro, mesmo com a leve desaceleração em relação período anterior, quando a taxa foi de 3,76%. Pesou ainda o aumento de 7,35% nas passagens aéreas.

O grupo dos alimentos fechou outubro com deflação (inflação negativa) de 0,15%. A nova queda foi menor que a de -0,94% de setembro. Contribuíram para a baixa nos preços o alho (-9,88%), o feijão-carioca (-5,95%), o açúcar cristal (-3,63%) e o leite longa vida (-3,52%). Enquanto isso, tiveram alta no período as carnes (0,54%) e frutas (1,40%) tiveram alta no período.

Nos índices regionais, a região metropolitana de Curitiba teve a maior alta nos preços (0,66%), seguido por Salvador (0,64%). Por outro lado, as quedas mais intensas ocorreram na regiões metropolitanas do Rio de Janeiro (-0,08%) e do Recife (-0,07%).

Com a mesma metodologia do IPCA (indicador que mede a inflação oficial do país), o IPCA-15 tem periodicidade diferente: vai da segunda metade do mês anterior à primeira metade do mês de referência. Ele diz respeito à variação dos preços para as famílias de um a 40 salários mínimos, e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

Aécio e Gilmar Mendes fizeram 33 ligações em dois meses, mostra PF

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Do Congresso em Foco

Um relatório da Polícia Federal mostra que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes fizeram 33 telefonemas entre 16 de março e 13 de maio de 2017. As ligações foram feitas pelo aplicativo Whatsapp, segundo o site Buzzfeed, e em período que o tucano passou a ser investigado pela suspeita de receber propina da JBS e alvo de uma operação da PF.

Uma das ligações foi no dia em que Gilmar Mendes deu uma decisão favorável a Aécio. Por ordem do ministro, o senador não precisou prestar depoimento à PF no dia seguinte.

O relatório foi enviado ao Supremo. Aécio foi denunciado por corrupção passiva por receber R4 2 milhões da JBS. O conteúdo das conversas não foi descoberto pelos agentes e delegados. O WhatsApp é aplicativo que “até onde se sabe, é capaz de realizar conversas imunes aos grampos” da polícia, informa o Buzzfeed. Aécio chegou a ser interceptado pela PF em ligações normais, via operadora telefônica, durante a investigação, inclusive numa conversa com Mendes.

Sob pressão, Aécio indica que deixará presidência do PSDB

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Folhapress

Sob intensa pressão do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) indicou a aliados que deverá deixar a presidência do partido, da qual está afastado desde que foi envolvido na delação da JBS em maio, na semana que vem.

Ele também avalia licenciar-se do mandato.

O mineiro só não fez isso na quarta (18) porque o presidente interino da sigla, senador Tasso Jereissati (CE), afirmou publicamente que defendia a renúncia do colega. Tasso, por sua vez, disse ao partido que deixa a função se Aécio não sair.

Na terça (17), Aécio foi reconduzido ao mandato após o Senado derrubar a decisão do Supremo Tribunal Federal de mantê-lo afastado e sob recolhimento noturno enquanto é investigado por ter pedido R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista.

O STF o havia afastado em 26 de setembro, mas para evitar risco de uma crise maior tomou na semana passada a decisão de que a prerrogativa para avaliar sua decisão era do Congresso.

A cúpula tucana considerava a votação, na qual Aécio teve 44 votos a favor (eram precisos 41), a senha para a saída do mineiro.

Um aliado próximo do tucano afirmou que ele está “estarrecido” com o que chamou de “truculência” de Tasso, que já havia promovido a troca de boa parte de sua equipe na direção do partido.

Contrariado, Aécio considerou inclusive esperar a convenção nacional do PSDB em 9 de dezembro para sair, mas o partido em peso passou a quarta e a quinta (19) em negociação para que ele deixe o cargo e também se licencie do mandato para dedicar-se à sua defesa.

A preocupação foi o tema de uma reunião, que já estava marcada desde a terça, entre Tasso, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador Geraldo Alckmin (SP) na quinta em São Paulo.

Alckmin, que viu sua pretensão de ser o candidato tucano à Presidência consolidar-se nas últimas semanas, com a série de problemas enfrentados pelo prefeito paulistano, João Doria, seu rival na disputa, está preocupado com o desgaste do partido no episódio Aécio.

Segundo a reportagem apurou, o partido trabalha com pesquisas internas que apontam uma avaliação pública tão ruim quanto a do PMDB ou do PT, partidos mais associados a escândalos de corrupção nos últimos anos.

Para um senador do partido, o dano à imagem da sigla é praticamente irreversível. Tanto ele quanto aliados de Aécio concordam que o mineiro teria reduzido a crise se tivesse saído da presidência e se licenciado do mandato quando o escândalo eclodiu.

Em relação a deixar o mandato no Senado, como gostaria a cúpula partidária, amigos de Aécio estão divididos.

Alguns consideram que a essa altura dos acontecimentos, poderia soar como uma admissão de culpa; outros veem um “gesto de grandeza”, eufemismo que políticos aplicam quando querem uma saída menos dolorosa para uma crise envolvendo os seus.

O episódio todo rachou de vez o PSDB. Tasso operava para ser conduzido à presidência da sigla em dezembro, contrariando a vontade de Alckmin e de outros governadores, que querem Marconi Perillo (GO) na função. O governador goiano só assumirá a tarefa, que significa conduzir a dura campanha de 2018, se tiver apoio unânime.

Ao pedir a cabeça de Aécio, Tasso alinhou-se de vez à ala mais jovem do partido, os chamados cabeças pretas, mas ganhou repreensão entre dirigentes mais antigos e experientes. Esse grupo, incluindo aí a nobiliarquia tucana paulista, se disse horrorizado com o que considerou falta de tato do interino na condução do caso.

O clima na reunião da bancada do Senado na quarta foi descrito por um dos presentes como de “carnificina”. Até baixas físicas aconteceram: o senador Paulo Bauer (SC), que havia passado mal na terça mas voltou para votar em favor de Aécio, acabou sendo submetido a um cateterismo – ele passa bem.

Temer exonera oito ministros para votar contra denúncia na Câmara

Aécio Amado – Repórter da Agência Brasil

O Diário Oficial da União publica hoje (20) decretos assinados pelo presidente da República, Michel Temer, com a exoneração de oito ministros de Estado.

Os ministros exonerados têm mandatos de deputados e voltam à Câmara, onde deverão participar da votação, em plenário, prevista para a próxima quarta-feira (25), da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Temer.

Na Comissão de Constituição e Justiça da Casa, em sessão realizada na última quarta-feira (18), o relatório a favor da inadmissibilidade da denúncia foi aprovado pela maioria dos deputados que integram o colegiado.

Nos decretos de exoneração publicados nesta sexta-feira constam os nomes dos seguintes ministros: Antonio Imbassahy, da Secretaria de Governo; Leonardo Picciani, ministro do Esporte; Ronaldo Nogueira, ministro do Trabalho; Sarney Filho, do Meio Ambiente; Marx Beltrão, do Turismo; Maurício Quintella Lessa, dos Transportes; Mendonça Filho, da Educação; e Bruno Cavalcanti, das Cidades.