Novas estratégias criam reação econômica imediata para a classe empresarial

O cenário de guerra na economia, aliado às investigações da Lava-jato que colocaram as principais empreiteiras mundiais como rés em ações penais, formaram um catastrófico contexto de estagnação no mercado público da Infraestrutura. O biênio, constado pelos anos de 2015 e 2016, provavelmente será visto na história como o responsável por encerrar o crescimento estonteante vivido no país desde o início dos anos 2000.

A classe empresarial tem sofrido bastante, o vermelho chegou para a grande maioria. O alto índice de desemprego mostra a situação da economia brasileira. Segundo o empresário Érico Santos, é necessário adaptar-se às novas mudanças. “O mercado não é mais o mesmo, é necessário novos conceitos de captação de clientes. A marca precisa ser vista”, destacou Érico.

Com a crise, muitas empresas fecharam as portas. O número de empresas inativas é muito grande e tem crescido bruscamente. Essa estatística não é boa para a expectativa econômica do país.

O marketing promocional tem dado novo fôlego aos empresários brasileiros. Com criatividade e estudo aprofundado no público-alvo de cada empresa, o marketing promocional é responsável pela divulgação da marca no ponto de vista comercial.

Amábily Nunes, diretora da Power Full, empresa de marketing promocional, explica que a atividade não é tão recente mas a recessão econômica tem trazido a necessidade empresarial em ser visto positivamente e trazer os cliente de forma natural e orgânica.

“Os clientes estão no mesmo lugar, muitas vezes o produto é bem conhecido, entretanto, é necessário uma estratégia milimetricamente perfeita para reestruturar a empresa” disse Amábily. Segundo ela, cada empresa exige um trabalho diferente e uma técnica promocional única. “A classe empresarial precisa entender que o tempo mudou bastante e são necessários esforços diferenciados para atingir objetivos cada vez mais simples”, finalizou Amábily.

Fevereiro de descontos no Liquida Shopping Difusora

Nos primeiros dias de fevereiro, o Shopping Difusora, de Caruaru, agitará a cidade com uma super promoção para seus clientes. Entre os dias quatro e 12 desse mês, o Liquida oferecerá descontos de até 70% nas mais de 150 operações do mall.

“É uma ação tradicional no nosso calendário e, este ano, traremos descontos que certamente farão diferença no bolso do consumidor. Além da vantagem para a carteira dos clientes, eles poderão aproveitar a diversidade do nosso mix de lojas, que tem tudo em um só local”, frisa a gerente de Marketing do Shopping Difusora, Hellen Lima.

Para recepcionar a todos com animação, no primeiro dia, um Dj vai ditar a trilha sonora do mall com as músicas mais estouradas do momento. Já nos dias quatro e cinco, uma trupe de artistas em pernas de pau também movimentarão a frente do Difusora. Dentro do mall, a divulgação da campanha será feita com móbiles, adesivos decorando as lojas e displays dispostos nos corredores. A campanha também contará com inserções em televisão e rádio.

Abertas inscrições para seleção do Curso Técnico em Agronegócio

Estão abertas até o próximo dia 13 de fevereiro as inscrições para a nova seleção do Curso Técnico em Agronegócio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Pernambuco (Senar/PE). Para o Estado são oferecidas 40 vagas no polo de apoio presencial da Rede e-Tec Brasil no Senar, localizado Sindicato Rural do município de Parnamirim. As inscrições devem ser feitas no endereço eletrônico http://www.senar.org.br/etec/, onde os interessados poderão ter acesso ao edital da seleção. E as provas seletivas acontecem entre os dias 11 e 15 de fevereiro, em Parnamirim.

Com o total de 1.230 horas, realizado em parceria com o Ministério da Educação, o curso oferece formação técnica de nível médio e foi especialmente desenvolvido com foco na população rural. Para facilitar o acesso de quem vive no campo, além de ser gratuito, tem 80% da sua carga horária na modalidade a distância. Os conteúdos são disponibilizados na internet e reforçados pelas videoaulas e pelo material impresso. Os 20% restantes da carga horária são reservados para aulas teóricas, atividades práticas em campo e avaliações no polo onde o aluno está inscrito.

Para se inscrever, o candidato já deve ter concluído o Ensino Médio e estar preparado, porque a concorrência não é pequena. No último processo seletivo, realizado em agosto último, cada vaga foi disputada por 5,6 candidatos. E como o nível de concorrência depende do local das inscrições, há polos em que a disputa ultrapassou 15 candidatos por vaga. Ao fazer a inscrição, o candidato deve lembrar de optar pelo polo que pretende frequentar. O supervisor de Treinamentos do Senar/PE, Adriano Pontes, ressalta que as inscrições devem ser realizadas 48h antes da prova.

Qualidade estimula a concorrência

Criada em 2014, quando o Senar passou a integrar o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) do MEC, lançando seu Curso Técnico em Agronegócio, a Rede e-Tec Brasil no Senar já conta com 73 polos de apoio espalhados por 23 estados de Norte a Sul. Seus alunos são unanimes ao apontar dois principais fatores para a alta concorrência às vagas. O primeiro, o amplo mercado de trabalho na área, em franco crescimento. O segundo, a boa qualidade do ensino.

Consultora empresarial especializada em Turismo e Hotelaria, Manuela Gomes (29), se prepara para dar uma guinada na carreira. Graças a capacitação, hoje, ela vê no agronegócio novas possibilidades de atuação através das pluriatividades associadas ao Turismo Rural, com a proliferação de hotéis-fazenda, spas, pousadas e casas de segunda residência, no Agreste pernambucano. “O curso é inovador, me fez descobrir no empreendedorismo um campo de atuação vasto e moderno. Além disso, a flexibilidade de horários e a credibilidade dos tutores do Senar fazem esse curso primordial para minha evolução profissional”, destacou a participante.

Para mais informações sobre o processo seletivo e a Rede e-Tec Brasil no Senar, ligue: 0800-642 0999.

Governo decreta emergência devido à estiagem em 70 municípios

A longa estiagem levou o Governo de Pernambuco a decretar situação de emergência em 70 municípios do Agreste. O texto publicado no Diário Oficial do Estado, na última terça-feira (31), diz que: “Fica declarada a existência de situação de emergência por um período de 180 dias”, assinalou o governador Paulo Câmara. Ainda conforme consta no decreto, “os órgãos estaduais localizados nas áreas atingidas adotarão as medidas necessárias para o combate da situação em conjunto com os órgãos municipais”.

Já em agosto de 2016, o governo havia declarado situação de emergência em 69 municípios. Desta vez fazem parte da lista as cidades de Agrestina, Águas Belas, Alagoinha, Altinho, Angelim, Cachoeirinha, Belo Jardim, Brejo da Madre de Deus, Bom Conselho, Buíque, Caetés, Calçados, Camocim de São Félix, Canhotinho, Capoeiras, Jurema, Lagoa do Ouro, Lagoa dos Gatos, Lajedo, Limoeiro, Machados, Orobó, Palmeirinha, Panelas, Paranatama, Passira, Pedra, Pesqueira, Poção, Riacho das Almas, Sairé, Salgadinho, Saloá, Sanharó, Caruaru, Casinhas, Correntes, Cumaru, Cupira, Feira Nova, Frei Miguelinho, Garanhuns, Gravatá, Iati, Ibirajuba, Itaíba, Jataúba, João Alfredo, Jucati,Santa Cruz do Capibaribe, Santa Maria do Cambucá, São Bento do Una, São Caetano, São João, São Joaquim do Monte, São Vicente Ferrer, Surubim, Tacaimbó, Taquaritinga do Norte, Terezinha, Toritama, Tupanatinga, Vertente do Lério, Vertentes e Venturosa.

Abastecimento limitado

Em função da escassez de chuvas na região Agreste e para preservar a água da Barragem de Pedra Fina, manancial que fornece água para o Sistema Palmeirinha, a Compesa diminuiu a retirada do líquido. Atualmente, o reservatório está com 27% do volume da sua capacidade total, que é de 6,2 milhões de metros cúbicos.

Para garantir a continuidade da distribuição nas cidades de Surubim, Bom Jardim, Orobó e João Alfredo, a Compesa ampliou, desde a última segunda-feira (3), o calendário de abastecimento.

Surubim e Orobó passaram a conviver com o rodízio de dois dias com água e 24 dias sem. Em João Alfredo, o regime é de quatro dias com fornecimento de água e 24 dias sem. Para Bom Jardim, foi estabelecido o calendário de quatro dias com água para 16 dias sem.

As áreas localizadas nas periferias e nas partes mais altas estão sendo abastecidas, de forma complementar, com carros-pipa. “A solução para regularizar o abastecimento nesses municípios, mesmo na ausência de chuvas, é a Adutora do Sirigi, obra emergencial, já em andamento, que vai levar água de Vicência, na Zona da Mata Norte, para esses municípios do Agreste Setentrional”, informa o diretor Regional do Interior da Compesa, Marconi de Azevedo.

É preciso mais qualificação na Odontologia

Em todas as áreas é sempre preciso se qualificar e não é diferente na Odontologia. Produtos novos e técnicas inovadoras fazem toda a diferença no tratamento dos pacientes. Muitos cirurgiões-dentistas deixam a faculdade com conhecimentos generalistas necessitando, assim, de uma pós-graduação. Uma ótima oportunidade em Caruaru são as clínicas/escolas, onde oferecem diversos cursos sem que o aluno precise se deslocar para a capital Recife, por exemplo.

Um dos centros de estudo que se destaca é o Icom (Instituto de Capacitação em Odontologia Moderna), que é destinado para cursos de excelência a nível de aperfeiçoamento em todas as especialidades na área da Odontologia. Inclusive, estão abertas as inscrições para vários cursos a nível de aperfeiçoamento, imersão e habilitação.

A instituição conta com salas de aula, clínica odontológica, laboratório para práticas, recepção para os pacientes e uma área aconchegante para realização do coffee break. Vários cursos já foram promovidos no espaço e um detalhe é que os pacientes que são atendidos desembolsam apenas o custo dos materiais, ficando, assim, acessível para toda comunidade. O Icom está localizado na Avenida Marcionilo Francisco, 80, Bairro Universitário. Contato: atendimentoicom@hotmail.com – 81 3719-0776 e 99625-2695.

Contribuintes com débitos têm quatro meses para aderir a renegociação

Da Agência Brasil

A Receita Federal regulamentou esta semana, por meio de instrução normativa, o programa de regularização tributária para devedores do Fisco, instituído pela Medida Provisória (MP) 766/2017. O programa tem sido apontado pelo governo como uma das alternativas para auxiliar na recuperação da economia, com arrecadação de tributos em atraso e alívio na situação dos endividados.

A regularização tributária permite renegociar dívidas usando créditos de prejuízo fiscal ou de outros tributos, base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e parcelamentos. O prazo para adesão dos interessados começa nesta quarta-feira e vai até 31 de maio, ou seja, é de quatro meses. A oportunidade não abarca débitos do Simples Nacional e Simples Doméstico.

Caso a empresa ou pessoa física possua créditos com a Receita Federal, poderá usá-los para pagar até 80% da dívida, desde que pague os outros 20% à vista ou parcele 24% da dívida em 24 meses.

Quem possui créditos inferiores ao valor suficiente para pagar a dívida, o saldo remanescente pode ser parcelado em até 60 meses, vencidos após o pagamento à vista de 20% ou da 24ª prestação.

Outra opção, caso o contribuinte não possua créditos, é liquidar a dívida em até 120 parcelas escalonadas, comprometendo menos recursos nos primeiros anos. O escalonamento funciona com aplicação dos seguintes valores sobre o valor da dívida consolidada: 0,5% em 2017; 0,6% em 2018; 0,7% em 2019 e 0,93% nos 84 meses finais.

O programa vale para débitos vencidos até 30 novembro de 2016. Também pode aderir quem teve dívidas lançadas após essa data, mas originárias de fatos geradores anteriores a ela. A adesão deve ser feita via requerimento protocolado no site da Receita.

Os contribuintes que aderirem devem desistir de questionamentos judiciais e administrativos relativos às dívidas. “Esse programa foi destinado à redução de litígios administrativos e judiciais e regularização de dívidas tributárias com potencial de litígio”, afirmou Jorge Rachid, secretário da Receita Federal.

Rachid destacou também que contribuintes que já estiverem em outros programas de refinanciamento terão as opções de continuar neles, aderir ao programa de regularização tributária ou migrar débitos de outros programas para a nova opção disponibilizada pela Receita.

Situação das mulheres no seu direito à terra

Dando continuidade à discussão sobre a nova agenda do desenvolvimento sustentável a partir de uma perspectiva de gênero para o território, o Espaço Feminista realizou, na última quarta-feira (1º), um encontro no município de Bonito, no Agreste pernambucano. O local escolhido foi o auditório do Colégio Paulo Queiroz, onde foi discutido o ‘Chamado de Diálogo Local: incorporando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) na luta das mulheres pelo direito à terra’.

O evento já havia passado por Recife e Nazaré da Mata, na Zona da Mata Norte, com o objetivo principal de apresentar e discutir o processo de monitoramento de alguns ODSs e como o Espaço Feminista e organizações parceiras estão utilizando esse processo para avançar na luta pelo direito das mulheres à terra. “No encontro em Bonito, conseguimos reunir diversos grupos organizados de mulheres, representantes de governos locais do Agreste Central e diferentes instituições do Estado de Pernambuco”, comentou, satisfeita, Patrícia Chaves, diretora do Espaço Feminista.

Para a entidade, a possibilidade de fazer o monitoramento dos ODSs a partir do local para o global e de forma sistemática representa não apenas a possibilidade de medir os avanços em termos dos objetivos de desenvolvimento sustentável e suas metas, conforme pactuados. Esse processo também servirá para formar e informar as mulheres e comunidades locais, e possibilitar um dialogo que informe tanto gestores quanto grupos da sociedade civil sobre a implementação das políticas públicas que estão relacionadas ao atingimento das metas.

Entre os objetivos de desenvolvimento sustentável que estão sendo monitorados, estão acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares; acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável; alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas; e tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

Até 2030, uma das metas é realizar reformas para dar às mulheres direitos iguais aos recursos econômicos, bem como o acesso à propriedade e controle sobre a terra e outras formas de propriedade, serviços financeiros, herança e os recursos naturais, de acordo com as leis nacionais. Ainda entre os objetivos, estão a garantia ao acesso de todos à habitação segura, adequada e a preço acessível, e aos serviços básicos e urbanizar as favelas; dobrar a produtividade agrícola e a renda dos pequenos produtores de alimentos, particularmente das mulheres, povos indígenas, agricultores familiares, pastores e pescadores.

Campanha da Fraternidade é lançada com sucesso

A Diocese de Caruaru lançou oficialmente na última terça-feira (31) a Campanha da Fraternidade 2017, que tem como tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2.15). O evento foi marcado com a presença de um grande público, no auditório da Fafica (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru), sob o comando do bispo diocesano, dom Bernardino Marchió.

Para essa iniciativa a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresenta o texto-base da campanha que tem como proposta principal dar ênfase a diversidade de cada bioma e criar relações respeitosas com a vida e a cultura dos povos que neles habitam, especialmente à luz do Evangelho. A campanha está dividida em quatro capítulos, a partir do método ver, julgar e agir, faz uma abordagem dos biomas existentes, suas características e contribuições eclesiais. Também traz reflexões do tema sob a perspectiva de São João Paulo II, Bento XVI e o papa Francisco.

Para dom Dino a depredação dos biomas é a manifestação da crise ecológica que pede uma profunda conversão interior. “Precisamos agir rapidamente para mudar o atual quadro em que se encontra o nosso planeta e ao meditarmos devemos rezar para os biomas e as pessoas que neles vivem. A Igreja está fazendo a parte dela, agora é hora da sociedade abraçar essa causa e seguirmos juntos”, comentou dom Dino. A CF é marcada pelo empenho de todos em favor da solidariedade e fraternidade, sempre abordando temas atuais, que a cada ano propõe uma transformação social e comunitária, seja ela em desafios sociais, econômicos, culturais e até mesmo religiosos.

A programação de lançamento em Caruaru contou com a participação de padres, leigos, freis e de representantes de vários municípios que compõem a diocese local. O convidado palestrante foi o mestre em Gestão e Políticas Ambientais, João Domingos, que falou por quase uma hora destacando tanto a importância quanto a situação atual dos quatro biomas, Amazônia, Pantanal, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Durante a explanação, ele teve o cuidado de trazer o tema para a nossa realidade ao destacar o paraíso escondido que é o Parque Natural Municipal João Vasconcelos Sobrinho, em Serra dos Cavalos, zona rural de Caruaru.

Também foi destacado alguns projetos que estão sendo desenvolvidos pela Associação Conhecer e Preservar, da qual o palestrante faz parte, a exemplo do projeto “Sementeira na Serra – Plante essa Ideia!”. Para João Domingos a Campanha da Fraternidade tem grande repercussão na sociedade. “Estamos falando de uma iniciativa promovida por uma instituição séria com argumentos sérios e que congrega entidades e outras igrejas, além do povo em geral. Precisamos puxar para nós a responsabilidade de preservar o meio ambiente”, frisou.

O evento foi finalizando com dom Dino falando sobre o Congresso Mariano, que será realizado no município de Gravatá, entre os dias 17 e 19 de fevereiro, as comemorações pelos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida e os 100 anos da aparição de Nossa Senhora de Fátima também ganharam destaques. Além disso, foi lançado o Anuário 2017, onde constam as informações e os contatos de todas as entidades e órgãos pertencentes à Diocese de Caruaru e também toda a programação pastoral do ano.

ARTIGO — Novas regras do cartão de crédito

Por Maurício Assuero

O Conselho Monetário Nacional divulgou, na semana passada, as novas regras para os cartões de crédito. Agora, a rotatividade do cartão será no máximo de 30 dias. No fim desse prazo restará ao consumidor pagar o saldo devedor na sua totalidade ou financiar, este saldo, em até vinte e quatro meses. O objetivo é reduzir as taxas absurdas praticadas pelo cartão. Vou dizer como já disse outra vez: se isto tivesse saído da cabeça de Temer, a gente até entendia e perdoava porque finanças não é a área dele. Agora um troço desses vindo da equipe econômica, cujos integrantes são pessoas de mercado, é difícil de engolir.

As taxas praticadas pelos cartões são altas porque o risco de inadimplência é alto e porque as operadoras de cartões tomam crédito no mercado para efetuar os pagamentos aos lojistas. Onde está a garantia de que a taxa para pagamento em 30 dias vai ser menor? Onde está a garantia de que um financiamento do saldo devedor em 24 meses será praticado com uma taxa mais baixa? Logicamente, as administradoras dos cartões abusam, mas não apenas com as taxas praticadas. O abuso maior vem da concessão de cartões para pessoas sem comprovação de renda. O problema é esse: a administradora tem interesse em conceder o maior número de cartão possível ou por conta da cobrança da anuidade ou por conta dos 5% que recebem em cada venda realizada.

O problema da taxa de juros absurda é a banalização do crédito. Basta ver nas calçadas, nas portas de órgãos públicos, etc. pessoas prometendo crédito sem consulta ao SPC ou a SERASA. Basta ser funcionário público. Agora, enquanto as taxas praticadas pelo Banco do Brasil, por exemplo, para empréstimo consignado se situam em torno dos 1,80% ao mês, nestas instituições sem critérios, pode chegar a 3% ao mês. Então, uma pessoa que assume esta responsabilidade vai ter dificuldade de pagar e o banco vai precisar aumentar a taxa de juros para reduzir o impacto da inadimplência.

Acho que está bastante claro o tamanho do erro que o governo comete. Quem tem cartão de crédito recebe a fatura e junto a ela uma proposta de financiamento. Por exemplo, o Hipercard cobra, 9,98% ao mês por um financiamento de uma fatura. Imagine uma fatura no valor de R$ 1.774,38 ser paga em 18 parcelas de R$ 196,57. Quem faz isso contrai uma dívida de R$ 3.538,26. Agora, suponha que seja pago apenas o valor mínimo. Sobre o saldo devedor incorrerão juros de 18% ao mês. Então, a próxima fatura será de R$ 1.737,83, sem os impostos. O cliente negocia isso em 24 meses, tem o cartão cancelado. Problema zero porque a administradora emitirá outro. Resolve… Temer?

Cuidados ao usar o cartão de crédito

Foi aprovada no último dia 26, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a norma que limita a 30 dias a permanência do consumidor no rotativo no cartão de crédito. Após esse prazo, se a dívida não for quitada, as instituições financeiras deverão oferecer financiamento do saldo devedor com juros menores do que os do rotativo – que fechou dezembro em 484,6% ao ano – eliminando a possibilidade de seguir pagando o valor mínimo da fatura.

Para o consumidor, a mudança é positiva, pois deve minar a famosa “bola de neve” dos juros do rotativo. Entretanto, este não deve ser um incentivo para que se pague apenas o mínimo da fatura. Afinal, estar endividado no cartão de crédito não é um problema, desde que haja condições de honrar o pagamento mensal; do contrário, acaba-se entrando na inadimplência.

Os bancos e instituições financeiras têm até o dia 3 de abril para se adequar às mudanças. O governo anunciou também a pretensão de reduzir os juros do cartão de crédito neste primeiro trimestre de 2017 e já autorizou a cobrança de preços diferentes para o mesmo produto ou serviço de acordo com a forma de pagamento, na intenção de estimular a competição entre os meios de pagamento.

A decisão é positiva, afinal os juros do rotativo são exorbitantes. No ano passado, a dívida dos brasileiros nesta modalidade chegou aos R$ 34,5 bilhões, segundo o Banco Central. Entretanto, o maior receio é que a mudança incentive os consumidores a pagar apenas o mínimo do cartão de crédito, algo que nunca deve ser feito. Havendo necessidade, é indicado buscar outras linhas de empréstimos com juros menores.
“Quem chegou a esse ponto precisa fazer, imediatamente, um diagnóstico financeiro, rever sua situação e se educar financeiramente para combater a verdadeira causa do problema. O descontrole financeiro tem origem nos hábitos e comportamentos, portanto é preciso, em primeiro lugar, mudar as atitudes para sair desta situação. Não basta trocar uma dívida pela outra”, orientou o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros, Reinaldo Domingos.

O cartão de crédito é uma excelente ferramenta para quem sabe aproveitar seus benefícios, como serviços de milhagens e prêmios. Porém, se não for utilizada com consciência, pode promover compras por impulso. É preciso ter responsabilidade na hora de se consumir. “É importante que as dívidas no cartão de crédito não ultrapassem 30% do salário ou ganho mensal, justamente para evitar o descontrole financeiro”, acrescentou Reinaldo.