Prefeitura de Caruaru participa da 31ª edição da Rodada de Negócios da Moda Pernambucana

A 31ª Rodada de Negócios da Moda Pernambucana (RNMP) prossegue até esta sexta-feira (30), no Polo Caruaru, com mais de 100 mil produtos em exposição, distribuídos em 12 segmentos. Sempre engajada na execução de iniciativas que possibilitem o fortalecimento da economia local, a Prefeitura de Caruaru, mais uma vez, tem sido uma das instituições parceiras deste que é considerado um dos principais eventos de negócios da moda do Norte e Nordeste.

Em visita à RNMP, nesta quinta-feira (29), o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Economia Criativa de Caruaru, André Teixeira Filho, destacou a importância da iniciativa para a cadeia produtiva de confecção da Capital do Agreste. “A cada edição, a Rodada de Negócios vem contribuindo bastante para o com a expansão das atividades de dezenas de empresas do setor de confecção de Caruaru e a Prefeitura segue dando o apoio necessário para que iniciativas como essas permaneçam fazendo parte do calendário do nosso turismo de negócios local”, afirmou.

Realizado pela Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (Acic), juntamente com o Sebrae, a 31ª edição da Rodada de Negócios da Moda Pernambucana vem seguindo todos os protocolos sanitários de segurança contra a Covid-19. Em paralelo à rodada de moda autoral, o evento vem contando com a participação de 80 expositores em seu ambiente tradicional de exposição, entre marcas de roupas, calçados, acessórios e empresas que oferecem insumos para a indústria.

Além do formato presencial, o evento também vem ocorrendo virtualmente para contemplar as pessoas do grupo de risco da pandemia.

Juros para famílias crescem para 41% ao ano em março, diz BC

People walk in a popular shopping street before Christmas, amid the coronavirus disease (COVID-19) outbreak, in Rio de Janeiro, Brazil, December 23, 2020. REUTERS/Pilar Olivares

As famílias pagaram taxas de juros mais altas em março, de acordo com as Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas hoje (29), pelo Banco Central (BC). A taxa média de juros para famílias no crédito livre chegou a 41% ao ano, aumento de 0,9 ponto percentual em relação a fevereiro. Na comparação com março de 2020, houve queda de 5,4 pontos percentuais nessa taxa.

Nas contratações com empresas, a taxa livre alcançou 13,8% ao ano em março, permanecendo estável em relação ao mês anterior. No ano, houve redução de 2,8 pontos percentuais nos juros às empresas.

De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, a redução das taxas na comparação interanual, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, ainda tem efeito da política de redução da taxa básica de juros, realizada pelo BC no ano passado. Em agosto de 2020, a Selic chegou a 2% ao ano, o menor nível desde o início da série histórica do BC, em 1986.

O aumento dos juros para pessoas físicas no mês passado foi, em grande parte, influenciado pelos juros do rotativo do cartão de crédito cobrados pelos bancos, que teve alta de 8,1 pontos percentuais no mês, alcançando 334,9% ao ano. No caso do rotativo regular, quando o cliente paga pelo menos o valor mínimo da fatura, a taxa chegou a 306,2% ao ano, aumento de 11,1 pontos percentuais. Já a taxa do rotativo não regular dos clientes que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura cresceu 4,6 pontos percentuais em março em relação ao mês anterior e chegou a 356,8% ao ano.

O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão e dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições financeiras parcelam a dívida. Nesse caso, no cartão parcelado, a alta foi de 0,5 ponto percentual, com a taxa de juros ficando em 167,6% ao ano.

Já a taxa do cheque especial caiu 3,9 pontos percentuais no mês, chegando a 121% ao ano em março.

Os juros do crédito pessoal consignado subiram 0,1 ponto percentual para 18,9% ao ano. Nos empréstimos não-consignados a taxa ficou em 87,3% em março, aumento de 0,9 ponto percentual em relação a fevereiro. De acordo com Fernando Rocha, o crescimento na taxa do não-consignado se deve pela maior concessão de crédito de empresas financeiras, que têm juros mais altos que os bancos.

Crédito direcionado
Essas taxas são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já o crédito direcionado tem regras definidas pelo governo, e é destinado, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.

No caso do crédito direcionado, a taxa média para pessoas físicas ficou em 6,8% ao ano em março, queda de 0,1 ponto percentual. Para as empresas, a taxa caiu 0,3 ponto percentual para 8,1% ao ano em março.

Inadimplência e saldo
A inadimplência (considerados atrasos acima de 90 dias) das famílias, no crédito livre, se manteve estável em 4,1% em março. Assim como das empresas nessa modalidade, que ficou em 1,6%. De acordo com Fernando Rocha, as taxas de inadimplência permanecem nos menores níveis da história.

No mês passado, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 4,104 trilhões, aumento de 1,5% em relação a fevereiro. O crescimento em 12 meses da carteira total desacelerou de 16,1%, em fevereiro, para 14,5%, em março. Esse saldo do crédito correspondeu a 54,4% de todos os bens e serviços que o país produz – o Produto Interno Bruto (PIB).

No caso do crédito ampliado ao setor não-financeiro, que é o crédito disponível para empresas, famílias e governos independente da fonte (bancário, mercado de título ou dívida externa) alcançou R$ 12,5 trilhões, crescendo 1,5% no mês e 16,9% em 12 meses. A variação mensal refletiu, principalmente, o crescimento do saldo de empréstimos, tanto aqueles tomados no mercado doméstico quanto aqueles que integram a dívida externa.

Já a variação em 12 meses tem impacto significativo do crescimento da carteira de títulos públicos, que representa 36% do crédito ampliado. De acordo com Rocha, o valor se deve ao aumento da necessidade de financiamento do governo federal para as medidas de enfrentamento da pandemia de covid-19.

Agência Brasil

Câmara aprova medida sobre renegociação de dívidas de empresas

A cúpula menor, voltada para baixo, abriga o Plenário do Senado Federal. A cúpula maior, voltada para cima, abriga o Plenário da Câmara dos Deputados.

A Câmara dos Deputados concluiu a votação da Medida Provisória (MP) 1.016/20, que prevê renegociação extraordinária de dívidas junto a fundos constitucionais do Nordeste, do Norte e do Centro-Oeste (FNE, FNO e FCO). O texto segue agora para o Senado.

A estimativa do governo é que os débitos que podem ser renegociados girem em torno R$ 9,1 bilhões, dos quais R$ 5,2 bilhões rurais (57,6%) e R$ 3,9 bilhões não rurais (42,4%).

A maior parte dos devedores, cerca de 268 mil, contraiu empréstimos rurais. Já os devedores não rurais somam 29,5 mil. Aproximadamente 87% das dívidas têm valor de até R$ 20 mil e quase 98%. de até R$ 100 mil.

A renegociação deve ser feita com os bancos da Amazônia, do Nordeste e do Brasil (BB) e é voltada a empréstimos de crédito rural e não rural feitos há, pelo menos, sete anos e lançados, no balanço do fundo, como prejuízo parcial ou total, ou coberto por provisão de devedores duvidosos, também parcial ou totalmente.

A renegociação extraordinária abrange apenas as parcelas das operações de crédito que não foram pagas até 18 de dezembro de 2020.

Pela proposta, o pedido de renegociação de empréstimos poderá ser feito sempre que o interessado reunir as condições estipuladas. Para ter acesso a descontos e bônus, o pedido deve ser feito até 31 de dezembro de 2022.

Serão abrangidas as parcelas em atraso, mas os descontos não poderão reduzir o valor original da operação de crédito ou implicar redução maior que 90% dos valores a serem renegociados. O prazo de pagamento será de até 120 meses.

Os descontos não serão oferecidos a quem estiver em situação de fraude ou irregularidade e não for oficialmente comunicado para as devidas correções.

Agência Brasil

Mês das Mães é no Caruaru Shopping

Uma das datas mais significativas está chegando, o Dia das Mães, que, neste ano, será comemorado em 9 de maio. Para isso, o Caruaru Shopping preparou uma campanha que faz jus ao dia, intitulada “Mês das Mães Caruaru Shopping”.

A ação segue até o dia 31 de maio e quem comprar, durante esse período, um valor correspondente a, no mínimo R$ 150, terá direito a um cupom para concorrer a um Fiat Mobi 0km.

De acordo com o gerente de Marketing do centro de compras e convivência, Walace Carvalho, a cada R$ 150 em produtos, o cliente deverá apresentar suas notas fiscais no estande de trocas da promoção e ganhará 1 (um) cupom para concorrer ao sorteio.

“Caso sua compra não chegue a esse valor ou passe dos R$ 150 (não completando o valor mínimo para outra troca), o cliente também deve ir ao estande para cadastrar suas notas, pois elas são cumulativas. Quando atingir os R$ 150, em outras oportunidades dentro do prazo da campanha, ele poderá receber um cupom”, explicou Walace.

Os clientes que também levarem ao estande a quantia mínima de 3kg de alimentos não perecíveis ou seus múltiplos em numeral, terão direito a 1 (um) cupom bônus para concorrer à premiação, desde que esteja atrelado as suas compras no valor mínimo de R$ 150,00. Os alimentos serão doados à Casa dos Pobres São Francisco de Assis e APAE.

Então, quem pretende presentear a sua mãe pelo seu dia, o Caruaru Shopping é o local ideal. Considerado o maior do segmento do Interior do Norte/Nordeste, o centro de compras possui mais de 200 operações, bem como uma grande variedade de produtos.

“Sem falar no amplo estacionamento, com cerca de 3.300 vagas, oferecendo mais segurança, conforto e comodidade, principalmente em época de pandemia, onde estamos cumprindo com todo o protocolo de saúde para combater a Covid-19”, concluiu Walace.

O Caruaru Shopping está localizado na Avenida Adjar da Silva Casé, 800, Bairro Indianópolis.

Mais 54 cidades de Pernambuco recebem reconhecimento de situação de emergência

Três em cada cinco municípios de Pernambuco registram situação de emergência em decorrência da estiagem e já obtiveram o reconhecimento federal por parte do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). Nesta quinta (29), nova portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) reconhece outras 54 cidades do sertão do estado. Ao todo, já são 110 municípios com reconhecimento vigente.

De acordo com as informações prestadas pela Coordenação estadual de Proteção e Defesa Civil, a escassez de recursos hídricos das áreas afetadas atinge mais de 20% da população, causando danos à agricultura e à pecuária.

Com a publicação do reconhecimento federal, os municípios podem solicitar recursos para restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de infraestrutura danificada pelos desastres. Com base nas informações enviadas por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres Naturais (S2iD), a equipe técnica da Defesa Civil nacional avalia as metas e os valores solicitados. Com a aprovação, é publicada Portaria no DOU com a especificação do valor a ser liberado.

ARTIGO — Tecnologias fundamentais para a implementação de uma estratégia de open banking

Jorge López Morales

O open banking, ou o sistema financeiro aberto, é uma tendência já presente e irreversível, que promoverá a criação de produtos financeiros cada vez mais personalizados e individualizados, aumentando a competitividade entre os players do mercado.

Para que as instituições bancárias consigam surfar com sucesso na onda do open banking e promover a inovação sustentável, é fundamental seguir uma estratégia de negócio orientada a API. Para quem não está familiarizado com a sigla, as APIs são as interfaces que permitem a fácil conexão de uma plataforma com outros sistemas.

No cerne de cada API estão os dados. Por isso, ter acesso rápido a eles é o primeiro ponto de partida em qualquer processo. Porém, embora toda fintech deseje que seus dados sejam ágeis, eficientes e escaláveis, a maioria ainda lida com um pântano de dados em seus sistemas, ou seja, um complexo labirinto de barreiras organizacionais de dados históricos, recentes, tempo real e de streaming.

No mundo do open banking, nada acontece sem a API para integrar um serviço, uma função ou parte dos dados. Então, a forma como as empresas do open banking gerenciarão suas APIs é uma questão essencial para que consigam ser ágeis e inovadoras. A tecnologia por trás do gerenciamento de APIs ajuda as empresas a criar, produzir, proteger e analisar o conjunto de rotinas e padrões de programação como produtos.

Outra inovação que veio para ficar é o uso de tecnologias de análise para entendimento contínuo das informações. Ferramentas de business intelligence de autoatendimento ajudam os humanos a entender mais facilmente seus dados. Porém, essas ferramentas analisam apenas o que já aconteceu. Analisar dados históricos gera padrões e os mecanismos observados no passado continuarão no futuro.

Já a governança e a gestão de metadados são parte de uma cultura que não pode ser imposta a fórceps por regulamentações, fornecida apenas pela tecnologia ou terceirizada. Mas a tecnologia pode facilitar uma cultura de curadoria contínua de dados. As empresas do Open Banking terão acesso às informações de contas, dados pessoais sensíveis, interações consentidas e outros dados, o que faz do gerenciamento de metadados um aspecto crucial em um projeto de arquitetura, considerando como todos os elementos (APIs, BI, ciência de dados e virtualização de dados) podem interagir com estes metadados.

E, finalmente, há a ciência de dados em streaming. O machine learning tradicional treina modelos com base em dados e esta abordagem considera que o mundo permanece essencialmente o mesmo, isto é, que os mesmos padrões, anomalias e mecanismos observados no passado continuarão no futuro.

Um conhecido caso de sucesso é o da AA Ireland, uma das maiores seguradoras da Europa, com soluções para automóveis, viagens e residências, que usa ciência de dados em streaming para gerar modelos de precificação dinâmica e avaliação de riscos. Em vez de usar modelos preditivos estáticos, a AA Ireland usa as condições atuais do mercado, aumentando ou diminuindo descontos, por exemplo. Essa tecnologia ajuda a explicar oportunidades e riscos existentes no mercado naquele momento, não dependendo de previsões baseadas nos cenários passados.

De caixão vazio a chip da vacina: as fake news que a CPI quer investigar

A CPI da Covid aprovou pedidos de compartilhamento de dados da comissão parlamentar mista das fake news e do inquérito sobre o assunto que tramita no Supremo Tribunal Federal. Dois dos pedidos direcionados à CPI mista são assinados pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL), e pelo vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Randolfe, assim como o suplente Alessandro Vieira (Cidadania-SE), também solicitou o acesso a dados do inquérito do Supremo. Eles querem saber de onde partiram as campanhas de desinformação.

Entre os sete pontos questionados por Randolfe em seu requerimento, estão notícias falsas como a de que a vacina contra a covid-19 altera o DNA humano e a de que é possível inserir no corpo humano, por meio do imunizante, um chip para colher “identidade biométrica” da população. Mentiras associadas ao uso de máscaras, à fabricação do vírus em laboratório e à eficácia da cloroquina também fazem parte da lista citada no requerimento do líder da oposição no Senado.

Também foi relacionado um vídeo que tentava desacreditar a pandemia, sugerindo que caixões vazios estavam sendo enterrados em Manaus. Segundo o Monitor de Debate Político no Meio Digital, núcleo de estudos da Universidade de São Paulo, em maio deste ano os vídeos com caixões vazios correspondiam a 30% dos compartilhamentos do ano.

1. Vacina contra Covid-19 altera o DNA humano
Desde os primeiros resultados de eficácia e segurança de vacinas experimentais contra à Covid-19, mentiras sobre “riscos não divulgados” ocupam as redes sociais. Um dos boatos mais perigosos sobre o assunto aponta o suposto efeito nocivo da tecnologia de RNA mensageiro, utilizada por alguns imunizantes. A técnica, que usa um fragmento do material genético do vírus, “ não possui qualquer
efeito no DNA de uma célula humana”, confirma o professor Jeffrey Almond, da Universidade de Oxford, em entrevista à BBC.

2. Vacina contra Covid-19 pode inserir um microchip no corpo do vacinado
Ainda sobre a vacina – passo mais importante no combate à pandemia – outra notícia falsa ameaça prejudicar a imunidade coletiva da população brasileira. Segundo o texto, que traduz a mesma teoria conspiratória de um blog em inglês e passa por forte circulação no Whatsapp, o imunizante possuiria um chip para colher a “identidade biométrica” da população. Não há, porém, qualquer vacina com microchip em desenvolvimento ou já desenvolvida no mundo.

3. Termômetros infravermelhos causam doenças cerebrais
Uma postagem bastante publicada nas redes sociais – e mais tarde desmentida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – afirmava que os termômetros do tipo infravermelho, bastante utilizados na entrada de lojas e restaurantes para medir a temperatura de clientes durante a pandemia, prejudicam o cérebro dos usuários. A mentira, associada a um outro vídeo que traz a falsa informação sobre a melhor maneira de medir a temperatura, causou uma reação perigosa e ainda muito comum: para tranquilizar os clientes, funcionários de estabelecimentos passaram a medir a temperatura do pulso dos visitantes em vez da cabeça, local indicado para a medição correta.

4. Máscaras oferecem riscos à saúde
Hoje obrigatórias em espaços públicos e privados de diferentes cidades brasileiras, as máscaras de pano que ajudam a conter a transmissão do novo coronavírus também já foram alvo das fake news. Na mais popular delas, há a informação de que o equipamento de proteção poderia causar asfixia por retenção de gás carbônico. Em suas redes sociais, o biólogo e doutor em virologia, Atila Iamarino,
reforça que o risco não é real, já que as máscaras de pano são porosas. “A máscara tem que causar uma dificuldade na hora de respirar, porque ela está filtrando o ar. A ideia é que você tenha um tecido, que tenha uma trama com buraquinhos pequenos o suficiente para o ar que a gente precisa respirar atravessar, mas as gotículas de saliva, que soltamos quando falamos e as outras pessoas também soltam, fiquem retidas”, disse.

5. Vírus criado em laboratório
Um boato supostamente iniciado por uma virologista afirma que o novo coronavírus (Sars-CoV-2) teria sido criado em laboratório na China. Mesmo após a negativa do governo chinês e evidências da comunidade científica, a informação falsa reverberou e influenciou uma escala de desinformação,
ocasionando, por exemplo, na crise de confiança enfrentada pela vacina CoronaVac por ser produzida pela chinesa Sinovac. A crença – que atinge diretamente um dos principais produtores de insumos médicos exportados para o Brasil – pode ter impactado na resistência de 50% dos brasileiros entrevistados que afirmam ao Datafolha que não tomariam a “vacina chinesa”, apesar do imunizante ser apontado como um dos mais seguros e eficazes até o momento.

6. Eficácia da cloroquina para tratar pacientes da covid-19
A hidroxicloroquina, medicamento inicialmente dedicado ao tratamento da malária, foi largamente estudado como um possível tratamento para casos graves da Covid-19 após uma publicação do infectologista francês Didier Hault. No Brasil, a cloroquina tornou-se a principal aposta do presidente Jair Bolsonaro, que chegou a investir R$ 1,5 milhão na produção do medicamento pelos laboratórios do Exército. Na época, um falso estudo que alegava 87% de cura dos pacientes da Covid-19 após uso do medicamento foi muito compartilhado. Após análise, porém, a Organização Mundial de Saúde assegurou que o uso da hidroxicloroquina não interfere na taxa de mortalidade pela Covid-19, retirando o medicamento da lista de testes.

7. Caixões vazios em valas comuns
Diante da fase mais dramática da pandemia no Brasil, quando mais de mil óbitos eram registrados diariamente, um boato aumentava a dor de quem ainda precisa lidar com o luto pela morte de amigos e familiares. Para desacreditar o impacto da covid-19 no País, um vídeo compartilhado pelo whatsapp, com imagens de anos anteriores ao início da pandemia, mostrava supostos caixões vazios ou cheios de pedra sendo enterrados em Manaus, uma das cidades brasileiras mais atingidas pela Covid-19. Na capital do Amazonas, valas comuns precisaram ser cavadas para atender a demanda de cerca de 100 mortes por dia, apenas entre as causadas pela nova doença. De acordo com o Monitor de Debate Político no Meio Digital, núcleo de estudos da Universidade de São Paulo, em maio deste ano os vídeos com caixões vazios correspondiam a 30% dos compartilhamentos do ano.

Congresso em Foco

Oposição quer ouvir Drauzio na CPI; governistas pedem Doria

A CPI da covid já recebeu, antes mesmo da primeira votação sobre planos de trabalho, cerca de 220 requerimentos para depoimentos e convites para esclarecimento de fatos. Um dos convites é direcionado ao oncologista Dráuzio Varella, que também é colunista do jornal ‘Folha de S. Paulo’ e apresentador na TV Globo. O médico paulista aparece como um dos convidados em um requerimento do senador Humberto Costa (PT-PE), parte da oposição na comissão.

O nome de Dráuzio Varella veio junto a outros médicos, infectologistas e estudiosos com ação reconhecida durante a pandemia: a pesquisadora Natália Pasternak, do Instituo Questão de Ciência, aparece no mesmo pedido, junto ao primeiro presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gonzalo Vecina Neto, o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão e a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Margareth Dálcomo. Todos estes têm opiniões que são contrárias à maneira como a pandemia vem sendo tratada pelo governo – como o caso de Temporão, que defendeu uma postura do país em prol da quebra de patentes das vacinas.

“Os convidados conhecem a situação e as políticas públicas que deveriam ter sido aplicadas”, justificou Humberto Costa em seu pedido. “Alguns, por serem representantes de gestores de saúde, inclusive, ex-ministro da Saúde, e, outros, por serem médicos, biólogos, acadêmicos e/ou cientistas de grande respeitabilidade nacional e internacional, certamente contribuirão para que os integrantes desta Comissão possam avaliar os fatos com a profundidade que merecem.”

Convite da base de Bolsonaro

Já o senador Marcos Rogério (DEM-RO) apresentou nesta quarta-feira um pedido para que João Doria (PSDB), governador do estado de São Paulo, compareça à CPI para prestar depoimento. O governador tem antagonizado as ações do Palácio do Planalto, seja em ações contra a pandemia, seja na produção e distribuição de vacinas.

O objetivo da convocatória, argumenta o parlamentar, é analisar o colapso de insumos para o combate à covid no estado do Amazonas, assim como no enfrentamento da pandemia pelo governo federal – para isso, o governador paulista teria muito a colaborar. “Diante deste contexto, pensamos que a convocação supracitada será de importância singular para que exponha sua atuação e seus conhecimentos sobre os fatos acima relacionados, o que, por si só, justifica a convocação para essa CPI”, escreveu Marcos Rogério.

Até o início desta noite, havia requerimentos direcionados a diversas pessoas: o ex-assessor do ministro Eduardo Pazuello, Markinhos Show, era alvo de dois requerimentos; o próprio general é alvo de 12 pedidos; Nelson Teich, de cinco. Luiz Henrique Mandetta, que deve prestar depoimento na próxima terça-feira (4), já tem seis pedidos em seu nome.

Congresso em Foco

Senado deve votar quebra de patentes de vacinas contra covid-19

O Senado deve votar nesta quinta-feira (29) o Projeto de Lei (PL) 12/2021 que permite a quebra de patentes de vacinas, testes de diagnóstico e medicamentos de eficácia comprovada contra a covid-19 enquanto vigorar o estado de emergência de saúde. Na pauta também está uma proposta que proíbe o reajuste anual de medicamentos durante a pandemia e outra que impede a suspensão da educação presencial nas escolas e universidades.

No caso das patentes, o projeto libera a produção de imunizantes, remédios e insumos sem necessidade de observância dos direitos de propriedade industrial enquanto durar o estado de emergência de saúde. Os titulares de patentes ficam obrigados a ceder ao poder público todas as informações necessárias para a produção de vacinas e medicamentos para o enfrentamento à covid-19.

Os senadores também podem votar o PL 5.595/2020, da Câmara, que impede a suspensão de aulas presenciais em escolas e universidades durante a pandemia de covid-19. Para isso o projeto inclui o ensino entre serviços essenciais, de suspensão vedada.

Outro projeto da pauta (PL 939/2021) proíbe o reajuste anual de medicamentos enquanto perdurar o estado de emergência em saúde pública. A proibição será aplicada retroativamente a qualquer reajuste de feito em 2021, mas não geraria direito a restituições de pagamentos já realizados.

Congresso em Foco

PTB, de Roberto Jefferson, quer Weintraub como candidato a governador em SC

O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) trabalha para que o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub se candidate ao governo de Santa Catarina em 2022. O presidente da legenda no estado, Alexander Brasil, afirma que Weintraub, que hoje ocupa um cargo no Banco Mundial, terá à sua disposição a legenda de Roberto Jefferson, uma das mais fiéis ao bolsonarismo, em um estado tradicionalmente conservador.

Alexander participou, nesta quarta-feira (28), de uma live no próprio canal de Weintraub, que tinha como tema os valores conservadores de Santa Catarina. Segundo o diretor partidário, o ex-ministro demonstrou surpresa com a proposta, e disse que pensaria no assunto.

O catarinense, no entanto, já conjectura como pode se desenrolar o planejamento da campanha. O maior desafio seria fazê-lo concorrer pelo estado e não por São Paulo (terra natal do ex-ministro) – onde há inclusive perfis em redes sociais que aventam a proposta. “O cenário em São Paulo é muito mais desafiador, principalmente pela estrutura da máquina que existe lá em relação ao PSDB, que tem a capital, que tem o estado e diversos municípios. Muitos municípios equivalem a estados, a capital equivale a um estado e o estado equivale a um país”, comparou.

“Santa Catarina, com certeza, por não querer quebrar uma estrutura tão forte do PSDB, seria mais fácil de transitar – lógico que com o desafio de ele não ser daqui”, ponderou. Pelo planejamento da legenda, o deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PSL-SP), hoje em seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados, deve concorrer em São Paulo.

O convite a Weintraub contou com a anuência do presidente nacional da legenda, Roberto Jefferson. “Nós temos aí um ano, pouco mais de um ano até as eleições. Daria tempo para ele entender e sobra como funciona a estrutura de Santa Catarina”, disse o presidente estadual do PTB.

Para concorrer ao cargo, Weintraub teria de abrir mão do cargo que tem atualmente, como representante do Brasil no Banco Mundial, em Washington. Ele foi indicado para o cargo pelo presidente Jair Bolsonaro há dez meses, logo após deixar o cargo de ministro da Educação, que manteve por 14 meses. O estopim de sua demissão foi a sua manifestação na reunião ministerial de 22 de abril de 2020, quando sugeriu a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Havia o risco que, sem o cargo de ministro e ainda no Brasil, Weintraub pudesse ser preso por suas manifestações.

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