ONU: mais de 30 milhões de pessoas estão a um passo da fome extrema

A fome extrema deve aumentar em mais de 20 países nos próximos meses, alerta a Organização das Nações Unidas (ONU). Em algumas regiões do Iêmen, do Sudão do Sul e no norte da Nigéria, famílias estão morrendo de fome, revela relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e do Programa Alimentar Mundial (PAM).

A situação de fome extrema é agravada por conflitos internos, alterações climáticas e pela pandemia de covid-19. Em alguns locais, é também agravada pela praga de gafanhotos.

A FAO e o PAM acrescentam que mais de 34 milhões de pessoas no mundo “lutam com níveis alarmantes de fome extrema”. Esse número pode aumentar drasticamente nos próximos meses se a assistência internacional não for ampliada, acrescenta o relatório, de 37 páginas, divulgado pelas duas agências que têm sede em Roma.

Apesar de a maioria dos países afetados ser africana, a fome pode aumentar vertiginosamente na maioria das regiões do mundo, incluindo o Afeganistão, a Síria, Líbia, o Haiti e a América Latina.

“O sofrimento é alarmante”, alerta o diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, em comunicado. “Temos a responsabilidade de agir agora e rapidamente para salvar vidas, salvaguardar meios de subsistência e prevenir que a situação se agrave”.

O representante da FAO lembra que “em muitas regiões, a época do cultivo está começando e devemos correr contra o relógio para não deixar fugir essa oportunidade de proteger e até mesmo aumentar a produção local de alimentos”.

“Uma catástrofe ocorre perante os nossos olhos”, afirma o diretor da WFP, David Beasley. “A fome – impulsionada por conflitos e alimentada por alterações climáticas e pela pandemia de covid-19 – bate à porta de milhões de famílias”.

Para David Beasley, há três formas de impedir que “milhões morram de fome: a suspensão dos combates; o maior acesso às comunidades vulneráveis e o aumento das doações”.

No início do mês, a FAO e o PAM pediram US$ 5,5 bilhões para evitar a fome, por meio da assistência alimentar humanitária e intervenções urgentes de subsistência.

O relatório conclui que “a América Latina vai ser a mais atingida pelo declínio econômico e a recuperação será mais lenta. Já o Oriente Médio, Iêmen, a Síria e o Líbano são fortemente afetados pela desvalorização da moeda e pela inflação vertiginosa”.

Mais de 7 milhões de pessoas no Sudão do Sul deverão enfrentar níveis de insegurança alimentar aguda durante o período de abril a julho, acrescenta o relatório. E mais de 16 milhões de iemenitas vão passar por altos níveis de insegurança alimentar aguda até junho, 3 milhões a mais do que no ano passado.

Burkina Faso, o Afeganistão, a República Democrática do Congo, Etiópia, o Sudão e a Síria são também países identificados entre os piores focos de fome.

Agência Brasil

INSS deixa de considerar benefícios para cálculo de renda per capita

Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)

Portaria publicada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no Diário Oficial da União de hoje (24) retira do cálculo que define o valor da renda per capita (por habitante) familiar benefícios concedidos a idosos e a pessoas com deficiência.

Segundo a medida, os benefícios previdenciários de até um salário mínimo (R$ 1.100) ou os de prestação continuada concedidos a idosos com idade acima dos 65 anos ou a pessoas com deficiência não deverão mais compor o cálculo que define qual é o valor da renda per capita de uma família.

A renda per capita familiar é utilizada como referência para a inclusão ou não de uma pessoa em programas sociais do governo federal, como é o caso do auxílio emergencial, do Bolsa Família e de programas sociais – entre eles, os voltados à habitação.

Agência Brasil

Prefeitura de Caruaru segue realizando manutenção e recuperação de estradas e açudes na zona rural

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural, segue dando continuidade às ações de limpeza de açudes e de melhorias nas estradas da zona rural do município. Até o momento foram recuperados 50 quilômetros nas vias que dão acesso às localidades de Pau Santo, Agreste de Pau Santo, Veado Magro, Xicuru, Lajedo do Cedro, Jiquiri, Vila de Taquara de Baixo e Malhada de Barreiras Queimadas.

As ações fazem parte do planejamento da prefeitura de recuperar as estradas da zona rural antes do período chuvoso. Desde o início de março, estão sendo realizados serviços de manutenção e melhorias que incluem patrolamento e terraplanagem, com nivelamento das vias.

O trabalho de manutenção e recuperação das estradas rurais tem como objetivo garantir o tráfego e o acesso de veículos, possibilitando melhorar o escoamento da produção da agricultura familiar e a segurança dos motoristas, bem como fomentar a qualidade de vida dos moradores.

“A recuperação dessas estradas é importante para os moradores, por isso elas precisam estar em bom estado de conservação. Estamos atuando em todas as regiões da zona rural do município, e, uma prova disso, é que conseguimos recuperar diversos pontos do 1°, 2° e do 3° Distrito de Caruaru. Seguiremos, de forma intensificada, em vários outros pontos”, disse o secretário de Desenvolvimento Rural, Bruno França.

Ainda para o mês de março estão no cronograma outras localidades, como Gonçalves Ferreira, Lagoa do Paulista, Murici, Serrote dos Bois, Serra Velha, Brejo da Palmeira, Brejo da Mulata, Olho D’água da Cana e Jacaré Grande.

Secretaria da Mulher de Caruaru promove terceira edição do projeto “Todo Dia 25 é Dia Laranja”

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), celebra, pela terceira vez este ano, o projeto “Todo Dia 25 é Dia Laranja”. A ação é mais uma iniciativa de fortalecimento ao enfrentamento à violência contra as mulheres.

O tema deste mês de março será ‘Importunação Sexual’ e, dentro desse contexto, haverá uma palestra, no próximo dia 25, sobre ‘Importunação sexual’. Será às 14h, por meio do Google Meet. Participarão do debate a dra. Fabiana Leite Domingues, presidenta da Comissão da Mulher Advogada da OAB-PE, e a dra. Eva Gomes, presidenta da Comissão da Mulher Advogada da OAB Caruaru.

A secretária da SPM, Juliana Gouveia, destacou a importância de refletir sobre o tema para contribuir na construção de uma sociedade livre de violência contra as mulheres, e, consequentemente, de todas as pessoas.

“A palestra visa ampliar as discussões sobre o crime de importunação sexual, que é algo relativamente novo, quando se fala de lei, e reforçar as ações, programas e projetos realizados pela Prefeitura e pela Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres presente no município”, disse Juliana.

A Campanha

Celebrado no dia 25 de cada mês, o Dia Laranja alerta para a urgente necessidade de prevenir e eliminar a violência contra as mulheres e meninas. Sendo uma cor vibrante e positiva, o laranja representa um futuro livre de agressões, convocando ativistas, governos e agências das Nações Unidas a se mobilizarem pela causa, não só uma vez ao ano (25 de novembro – Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres), mas todos os meses.

O link de inscrições para a palestra já está disponível pelo Google Forms, através do link https://forms.gle/izGfjsARZpoEAJXw8, ou no portal da prefeitura https://caruaru.pe.gov.br/ Após efetuar a inscrição, o participante receberá o acesso à palestra por e-mail.

Bairros do Recife têm panelaços durante pronunciamento de Bolsonaro

Na noite desta quarta-feira (23), foram registrados panelaços em diferentes regiões do Recife durante o pronunciamento do presidente Bolsonaro (sem partido) em rede nacional de rádio e televisão. Rosarinho, Parnamirim, Várzea, Pina, Aflitos, Casa Forte, Graças, Espinheiro, Casa Amarela estão entre os bairros que se manifestaram. O pronunciamento durou cerca de três minutos junto aos protestos.

Brasil registra recorde de mortes por Covid-19 em 24 horas: 3.251

Atual líder global de atualizações de morte por Covid-19, o Brasil bateu mais uma marca negativa de novos registros em meio a sucessivos recordes acompanhados nas últimas semanas. Nesta terça-feira (23) foram acrescentadas mais 3.251 fatalidades, totalizando 298.676 perdas desde o início da pandemia no país, segundo balanço do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Além disso, mais 82.493 casos de Covid-19 foram confirmados pela pasta, que já soma 12.130.019 infecções registradas no balanço nacional. O recorde de mortes foi registrado após o país fechar a semana epidemiológica mais mortal da pandemia no Brasil. A 11ª semana compilou 15.650 mortes, 22% a mais que a anterior, que era a recordista até o momento, e 103% superior à semana 30 de 2020, quando o país somou 7.677 fatalidades no pico da primeira onda.

Há 25 dias, o Brasil é o país que mais registra fatalidades por Covid-19 em todo o mundo. Atualmente, segundo levantamento do Our World in Data, plataforma ligada à Universidade de Oxford, mais de 20% das mortes que ocorrem nos cinco continentes se concentram no Brasil, ainda que a população brasileira represente 2,7% da totalidade mundial.

Mais cedo, em coletiva de imprensa, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa Etienne, afirmou que a disseminação do vírus no país continua crescendo “perigosamente” e afeta até mesmo países vizinhos. “Infelizmente, a terrível situação do Brasil também está afetando os países vizinhos”, disse.

Enquanto os casos e óbitos aumentam no país, Etienne sugere que as medidas preventivas sejam seguidas pela população. “Os casos e óbitos estão aumentando e a ocupação dos leitos de UTI é muito alta em muitos estados. É fundamental que todos os brasileiros adotem as medidas preventivas que estão sendo implementadas para retardar a transmissão do vírus”, pontuou.

São Paulo
O recorde negativo de mortes já era esperado, uma vez que somente São Paulo, estado que concentra quase 23% das fatalidades, registrou 1.021 óbitos nas últimas 24 horas. O recorde de óbitos pela covid no estado era de 679 mortes, 33% a menos do que a nova marca. Com os novos números, o estado acumula 68.623 mortes e 2.332.043 de casos da doença.

Correio Braziliense

Bolsonaro se reúne com cúpula dos Poderes para falar discutir medidas de combate à pandemia

Hoje, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) promove uma reunião com a cúpula dos Poderes no Palácio da Alvorada. O encontro servirá para discutir as medidas de combate à pandemia da Covid-19 e são esperados integrantes tanto do Legislativo quanto do judiciário. A agenda é vista com ceticismo por membros dos demais poderes. O intuito de Bolsonaro é usar o encontro para anunciar medidas de saúde que envolvam todo o poder público, como a criação de um gabinete de emergência, e tentar reverter o desgaste de imagem de seu governo com a escalada de mortes.

O presidente tem apostado em uma retórica moderada, dando a entender que a chegada de um novo ministro da Saúde marca uma nova fase de sua gestão. A nova roupagem, porém, é avaliada nos bastidores, por integrantes do STF e do Congresso, como pouco convincentes. Eles lembram que, apesar de ter adotado um discurso pró-vacina e aceitado mudar o comando do Ministério da Saúde, Bolsonaro segue fazendo críticas a medidas de restrição social e, no último domingo (21), ao promover nova aglomeração, voltou a sugerir o uso das Forças Armadas para garantir a liberdade da população.

Na avaliação do cientista político e historiador, Alex Ribeiro, “existem duas visões a respeito da reunião”. “A primeira é que, no cenário da maior crise sanitária da história, o encontro entre os poderes não deveria ser surpresa. Pois são necessárias medidas em conjunto diante do atual cenário da disseminação da covid no país. No entanto, o que causa estranhamento é a demora dessa reunião. As medidas descentralizadoras comprovam que não está sendo eficaz no combate à pandemia. O segundo ponto é que a reunião convocada pelo presidente é mais um aceno para os agentes públicos do que para a população. Sua base eleitoral continua significativa mesmo com a crise”, disse.

Na avaliação da cientista política Priscila Lapa, a pressão sobre o presidente pode não ser suficiente para ele realmente voltar atrás e assumir um outro papel. “Numa única vez, numa reunião com os governadores, por exemplo, ele parecia outro Bolsonaro. Com um tom de mais conciliação, mas isso dura poucos momentos. No momento da reunião, eu acredito, ele vai ter um pouco mais de tentativa de chegar a algum entendimento, porque a pressão é gigante. Agora, não significa que isso vai representar alguma mudança clara na estratégia discursiva dele. Não vai porque senão ele vai perder o apoio desse núcleo duro que até agora o seguiu. E, ele não tá falando para um vazio. O que Bolsonaro tem dito sobre a pandemia, para uma parte da população faz sentido”, explica a especialista.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também deve ir ao encontro. A articulação para a reunião partiu de Bolsonaro, em uma resposta à escalada da pressão sobre o governo por causa do descontrole da pandemia no país, com um número de mortos que se aproxima rapidamente de 300 mil.

Ambev abre 300 vagas para trainee e estágio em todo o Brasil

A cervejaria Ambev, dona de marcas como Skol, Brahma e Budweiser, anunciou nesta terça-feira a abertura de seus programas de recrutamento. Diferente dos anos anteriores, a empresa trabalhará com um único período de inscrição para seus 3 processos seletivos desse semestre: estágio regular, estágio Representa – voltado para jovens negras e negros – e trainee.

As inscrições para os programas do #AmbevMeContrata ficam abertas até 12 de abril de 2021, com vagas em todo o Brasil para estagiários e profissionais recém-formados das áreas de Negócios, Tecnologia e Produção — que engloba a gestão das cervejarias em diversas áreas, como logística, financeiro e Gente e Gestão, por exemplo.

Para se inscrever, basta acessar o site www.ambev.com.br/carreiras/trabalhe-conosco/ e selecionar o programa que se encaixa em cada perfil. Os salários podem chegar a R$ 7 mil.

Para o Trainee, podem se candidatar jovens de qualquer curso de graduação formados de dezembro de 2018 a julho de 2021. Para os programas Representa, voltado para universitários negros e negras, e Estágio, podem se candidatar universitários com formação prevista entre dezembro de 2021 até agosto de 2023.

No processo, o inglês não é exigido em nenhum dos processos e todos aceitam tecnólogo como graduação. Além disso, a companhia oferecerá treinamento necessário para que os contratados possam desenvolver os conhecimentos de inglês.

“Nosso objetivo é quebrar os estereótipos dos candidatos dos processos seletivos Ambev. Queremos atuar em diferentes frentes para atrair perfis diversos e complementares. Para nós, o mais importante é o desejo de inovar, fazer acontecer e transformar seja nas nossas operações desenvolvendo a liderança ou nas áreas corporativas desenvolvendo criatividade e estratégia. Gente que erra, aprende e tenta de novo. Gente que sonha e que questiona. Gente que, acima de qualquer coisa, é autêntica e vai crescer no ritmo do seu talento”, comenta Illana Kern, gerente de Gente e Gestão na Ambev.

Os processos seletivos serão realizados de forma 100% virtual. Também foi mantida a plataforma de capacitação voltada para candidatos com transmissões e bate-papo ao vivo com líderes da Ambev. A ideia é disponibilizar conteúdo como podcasts, revistas, artigos e entrevistas que ajudem os candidatos na seleção.

Blog dos Concursos

Prefeitos pedem que Jair Bolsonaro assuma coordenação do enfrentamento da pandemia

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgou uma carta aberta ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), sobre o agravamento da crise sanitária provocada pela Covid-19. Os gestores alertam que o País “vive o maior colapso sanitário e hospitalar de sua história” e conclamam o chefe do Executivo a assumir “de uma vez por todas o papel constitucional de coordenação nacional no enfrentamento da Covid19 no país, promovendo o alinhamento entre as esferas de governo e de poder”.

Os gestores afirmam que “não cabe transferência de responsabilidades neste momento dramático” e que é urgente que todas as autoridades públicas de todos os Poderes trabalhem de forma harmônica e colaborativa.

Confira a carta na íntegra:

Carta aberta ao presidente da República

O Brasil vive o maior colapso sanitário e hospitalar de sua história, tornando-se epicentro mundial da pandemia. Diante desse triste cenário, a Confederação Nacional de Municípios (CNM), no exercício de representação dos Municípios brasileiros e de seus governantes, conclama ao presidente da República que assuma de uma vez por todas o papel constitucional de coordenação nacional no enfrentamento da Covid19 no país, promovendo o alinhamento entre as esferas de governo e de poder.

É hora de focar no presente, produzir resposta efetiva, colocar a evidência científica como norte e despolitizar a pandemia, superando divergências e priorizando a defesa da vida para estancar as milhares de mortes e aplacar o sofrimento das famílias brasileiras.

Agora, na pior fase da pandemia, com resultados trágicos cuja dimensão social e econômica ainda é incalculável, o movimento municipalista reitera que a soma de esforços representa o único e inadiável caminho, no qual o papel de coordenação da União faz-se indispensável.

Dessa forma, o presidente da República deve estar pessoalmente empenhado na execução de campanha de comunicação em prol da eficácia e da segurança das vacinas, além da defesa das medidas não farmacológicas, como o distanciamento social, o uso de máscaras e álcool gel, que vêm sendo adotadas em todo o país por Estados e Municípios. Faz-se urgente também a implementação de medidas pela União nas atividades de âmbito nacional, dando maior efetividade às ações dos demais Entes federados.

Não cabe transferência de responsabilidades neste momento dramático. É urgente que todas as autoridades públicas de todos os Poderes, da União, dos Estados e dos Municípios, bem como a sociedade brasileira, trabalhem de forma harmônica e colaborativa. Esse alinhamento é o único caminho para frear o crescimento geométrico de casos diante de um sistema de saúde colapsado, com esgotamento estrutural e pessoal .

Urgem ações emergenciais para o fomento à produção e à importação de neurobloqueadores e oxigênio, além de uma operação logística nacional para o monitoramento e o remanejamento desses insumos no território. Uma nação não pode aceitar cidadãos morrendo sufocados ou tendo que suportar dores indescritíveis decorrentes de intubação sem anestesia. O Brasil está em guerra contra o vírus e, na guerra, todos têm responsabilidades. A União precisa reorientar as plantas produtivas à disposição no país e, mais do que nunca, mobilizar a diplomacia internacional a fim de garantir as condições necessárias, para responder a esta batalha.

As prefeitas e os prefeitos do Brasil fazem a sua parte e continuarão não medindo esforços para exercer seu papel de corresponsabilidade, mas precisam e clamam para que o presidente da República assuma, de forma inadiável, seu dever de coordenar a nação, respeitando a população, a ciência e a comunidade internacional com a humanidade e a empatia exigidas de um Chefe de Estado.

Blog da Folha

BC: incerteza sobre o crescimento da economia está “acima da usual”

Edifício-Sede do Banco Central em Brasília

Apesar da retomada econômica positiva no ano passado e dos indicadores de recuperação consistentes, o ritmo de crescimento da economia ainda é incerto no primeiro semestre deste ano diante dos possíveis efeitos do aumento agudo no número de casos de covid-19. A avaliação é do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) e consta da ata da última reunião, divulgada hoje (23).

Para o Copom, uma possível reversão econômica devido ao agravamento da pandemia seria bem menos profunda do que a observada no ano passado, e “provavelmente seria seguida por outra recuperação rápida”.

Isso depende, entretanto, da capacidade do Brasil em vacinar a população. “Para o comitê, o segundo semestre do ano pode mostrar uma retomada robusta da atividade, na medida em que os efeitos da vacinação sejam sentidos de forma mais abrangente”, diz a ata.

De acordo com o documento, os indicadores de maior frequência sugerem que o movimento de recuperação do ano passado se estendeu até fevereiro. Mas isso também deve ser avaliado com cautela, em razão tanto da inconstância recente das variáveis econômicas como da alteração do calendário de feriados em nível estadual.

“O comitê considera que a pandemia produziu efeitos heterogêneos sobre os setores econômicos, e que programas governamentais de recomposição de renda levaram o setor de bens a operar com baixa ociosidade. O Copom avalia que os dados de atividade e do mercado do trabalho formal sugerem que a ociosidade da economia como um todo se reduziu mais rapidamente que o previsto, apesar do aumento da taxa do desemprego”, diz a ata.

No cenário internacional, o avanço da imunização e novos estímulos fiscais devem promover uma recuperação mais robusta da atividade nos países desenvolvidos. Para as economias emergentes, o ambiente pode ser mais desafiador, diante dos questionamentos dos mercados a respeito de riscos inflacionários nessas economias, que têm produzido uma reprecificação nos ativos financeiros.

Inflação
Para os membros do comitê, a demora em normalizar os processos das cadeias produtivas está pressionando os custos de produção e a inflação em setores específicos, o que também sugere que há uma demanda positiva no mercado. “O Copom avalia que perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia. O comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia”, diz a ata.

Na última semana, o comitê do BC elevou a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 2% para 2,75% ao ano. É o principal instrumento usado pelo Banco Central para alcançar a meta de inflação. A elevação da Selic, que serve de referência para as demais taxas de juros no país, ajuda a controlar a inflação, porque a taxa causa reflexos nos preços, já que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, contendo a demanda aquecida.

A meta de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior de 5,25%. Em fevereiro, entretanto, o índice fechou em 5,2% no acumulado de 12 meses, pressionada pelo dólar e pela alta nos preços de alimentos e de combustíveis. Para 2022, a meta é de 3,5%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto.

“A continuidade da recente elevação no preço de commodities internacionais em moeda local tem afetado a inflação corrente e causou elevação adicional das projeções para os próximos meses, especialmente através de seus efeitos sobre os preços dos combustíveis”, diz a ata. Apesar da pressão inflacionária de curto prazo ser mais forte e persistente que o esperado, para o Copom, esses choques são temporários.

Recuperação da economia
Mesmo ajudando no controle da inflação, por outro lado, o aumento das taxas de juros dificulta a recuperação da economia. Ainda assim, diante da perspectiva de boa recuperação no segundo semestre, os membros do Copom consideram que o cenário atual já não prescreve um grau de estímulo extraordinário nos juros e deve manter a trajetória de elevação na próxima reunião do Copom, em 4 e 5 de maio, a menos que haja uma mudança significativa nas projeções de inflação ou no balanço de riscos.

Do mesmo modo, a estratégia de ajuste mais rápido do grau de estímulo monetário deve reduzir a probabilidade de não cumprimento da meta para a inflação deste ano, bem como manter a estabilização das expectativas para o longo prazo, mesmo em um cenário de aumento temporário do isolamento social.

“O PIB encerrou 2020 com crescimento forte na margem, recuperando a maior parte da queda observada no primeiro semestre, e as expectativas de inflação passaram a se situar acima da meta no horizonte relevante de política monetária. Adicionalmente, houve elevação das projeções de inflação para níveis próximos ao limite superior da meta em 2021”, diz a ata. A previsão do mercado financeiro para o IPCA subiu de 4,6% para 4,71%, nesta semana.

Para decidir sobre a elevação da Selic, o comitê estabeleceu um cenário básico para a inflação, com as projeções em torno de 5% para 2021 e 3,5% para 2022. Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 4,5% ao ano, em 2021, e para 5,5% ao ano em 2022, como previa o mercado na semana passada. Nesse cenário, as projeções para a inflação de preços administrados são de 9,5% para 2021 e 4,4% para 2022.

De acordo com o Copom, o cenário básico envolve fatores de risco em ambas as direções. “Por um lado, o agravamento da pandemia pode atrasar o processo de recuperação econômica, produzindo trajetória de inflação abaixo do esperado. Por outro lado, um prolongamento das políticas fiscais de resposta à pandemia que piore a trajetória fiscal do país, ou frustrações em relação à continuidade das reformas, podem elevar os prêmios de risco. O risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária”, diz a ata.

Agência Brasil