Pesquisa do Sebrae mostra que mulheres demitiram menos e contrataram mais que os homens em fevereiro

As mulheres donas de pequenas empresas demitiram menos e contrataram mais que os homens no último mês de fevereiro. Esse é o resultado de um levantamento feito pelo Sebrae junto a 6.228 empresários e empresárias de todo o país. A pesquisa, realizada entre os dias 25 de fevereiro e 1º de março de 2021 mostra que as mulheres empreendedoras chegaram a esse resultado mesmo recorrendo menos a empréstimos junto ao setor financeiro.

De acordo com o levantamento, 9% das mulheres demitiram funcionários, contra 12% dos empresários entrevistados. Enquanto isso, 16% das empreendedoras efetuaram contratações, contra 13% dos donos de pequenos negócios. Quando o assunto é crédito, a pesquisa mostra que as empresárias recorreram muito menos que os homens. Enquanto 52% dos empreendedores tentaram empréstimo com agentes financeiros, entre as mulheres esse percentual foi de 46%.

A pesquisa revelou ainda que as mulheres continuam vendendo mais pela internet (redes sociais, aplicativos, market place…) que os empreendedores. Enquanto 74% das empresárias vendem seus produtos ou serviços de forma digital, esse percentual é 10 pontos inferior entre os homens (64%).

Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, a pesquisa confirma a tendência verificada desde o início da pandemia, onde as mulheres empreendedoras estão mais abertas ao universo da internet para comercializar produtos e manter o relacionamento com os clientes de forma online. “Percebemos que os pequenos negócios mantidos por mulheres seguem a tendência de vendas online e marketing via mídias sociais. Esse movimento já vinha sendo notado, mas foi acelerado com a pandemia”, avaliou.

Medidas de governo

38% das empreendedoras dizem que a medida mais importante, nesse momento, seria a extensão das linhas de crédito especiais, para 31% a extensão do auxílio emergencial, 14% a moratória, 11% adiamento do pagamento de impostos e 6% auxílio para a redução e suspensão de contratos de trabalho. Para os empresários, a extensão do crédito é a opção mais citada (52% dos entrevistados).

ICEI de Pernambuco recua e sente os efeitos da nova onda da Covid-19

Depois da escalada de altas desde a flexibilização das atividades econômicas, na metade do ano passado, o Índice de Confiança do Empresário Industrial de Pernambuco (ICEI-PE) sente os impactos da nova onda de casos por Covid-19 no Estado. Levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) aponta que, de fevereiro para março deste ano, a queda de 8,9 pontos foi brusca e deixou o índice com 52,6 pontos.

Termômetro da atividade produtiva, o indicador foi influenciado pelas conjunturas sanitária e econômica atual do País, como explicou o gerente de Relações Industriais da FIEPE, Maurício Laranjeira. “O ritmo lento da vacinação somado às recentes restrições das atividades geraram uma certa instabilidade no mercado, alterando as perspectivas de melhorias que se tinham para o começo deste ano”, lamentou. Mesmo com a queda, o ICEI permanece positivo, porém no limite da referência usada para a pesquisa, que é de 50 pontos.

Dessa vez, o resultado do Estado ficou abaixo dos alcançados pelo Brasil e pelo Nordeste, que pontuaram 54,4 pontos e 52,7 pontos, respectivamente. Em fevereiro de 2021, esse quadro era bem diferente e manteve Pernambuco na liderança, com 61,5 pontos, a frente do Brasil e do Nordeste, que estavam com 59,5 pontos e 60, 4 pontos.

Laranjeira detalhou ainda que o resultado final do ICEI deste mês foi puxado pelo índice de Condições Atuais, que apresentou forte recuo de 10,3 pontos, chegando a 45,5 pontos na passagem de fevereiro para março. Este índice reflete a percepção dos empresários locais com relação às condições correntes dos negócios, que, atualmente, está cada vez mais distante dos patamares no começo da pandemia, quando sinalizava 53, pontos em março de 2020.

Os empresários da indústria seguem otimistas com relação aos próximos seis meses, mas houve reavaliação das expectativas, que se tornaram menos positivas. O índice de Expectativas obteve um recuo de 7,6 pontos na passagem do mês, atingindo 56,8 pontos. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o comportamento deste índice estava maior, com 61,8 pontos.

Secretaria da Mulher de Caruaru promove formação para guardas municipais

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Políticas para Mulheres, em parceria com a Secretaria de Ordem Pública, realizará, nos dias 23 e 24 de março, uma formação para integrantes da Guarda Municipal com a finalidade de ajudar no combate à violência contra as mulheres. A atividade faz parte do cronograma de ações do Mês da Mulher.

A capacitação será on-line, pelo Google Meet, e acontecerá das 9h às 12h. As inscrições podem ser realizadas pelo link bit.ly/formacaoguarda e, em seguida, será enviado um acesso à reunião para o e-mail cadastrado.

Para combater esse tipo de crime, foi criada a Rede de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência. Trata-se de uma atuação articulada entre as instituições, serviços governamentais, não governamentais e a comunidade. “O objetivo da rede é ampliar e melhorar a qualidade do atendimento, a identificação e o encaminhamento adequado das mulheres em situação de violência, bem como contribuir para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e efetivação, como essa que estamos realizando com a Guarda Municipal”, explicou a secretária da Mulher, Juliana Gouveia.

Ainda segundo a secretária, a constituição da rede de atendimento busca dar conta da complexidade da violência contra as mulheres e do caráter multidimensional do problema e, para isso, é primordial uma atuação em conjunto com diversas forças. “A violência sofrida pelas mulheres perpassa por diversas áreas, como, por exemplo, a saúde, a educação, a segurança pública, a assistência social, a cultura. E, diante disso, é preciso dar as mãos para que se consiga chegar ainda mais perto dessas vítimas”, concluiu.

PRF suspende atendimento presencial ao público a partir desta terça-feira

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) irá suspender o atendimento presencial ao público na sede da superintendência localizada no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife, em virtude da quarentena decretada em Pernambuco. A medida será implantada inicialmente de terça-feira (23/03) até o domingo (28/03) e busca evitar aglomerações nesse período.

Os agendamentos previstos serão cancelados e podem ser remarcados quando o atendimento for normalizado. Os serviços continuarão a ser oferecidos por meio digital de terça a sexta, das 8h às 17h, através do Whatsapp no número (81)99241-5272 ou pelo e-mail: atendimento.pe@prf.gov.br.

Fagner apresenta pedido de informação sobre o fornecimento de oxigênio nas Unidades de Saúde de Caruaru

Por meio de requerimento nº1299/2021, o vereador Fagner Fernandes (PDT) apresentou um pedido de informação na Câmara, direcionada ao Poder Executivo Municipal, para saber como está o fornecimento de oxigênio nas Unidades de Saúde de Caruaru e quais medidas estão sendo tomadas para evitar a falta produto no município.

Fagner solicitou ainda, que o município apresente um balanço de quantas empresas de fornecedoras de insumos a prefeitura tem no cadastro, e qual a quantidade de cilindros de oxigênio disponíveis nas unidades.

“Temos assistido o colapso no sistema de saúde de alguns Estados em razão da pandemia, por isso entendemos ser necessário colher essas informações. Apresento esta propositura à consideração dos demais pares, e solicito atenção no âmbito do Poder Executivo Municipal para responder em tempo hábil ao nosso pedido e assim, deixar a população informada”, explicou o parlamentar.

Durante quarentena rígida, professores podem lecionar no espaço escolar

Apesar da quarentena rígida em Pernambuco determinar o ensino remoto, os profissionais da educação podem utilizar o espaço escolar para que essas aulas sejam ministradas. No entanto, de acordo com o advogado especialista em direito educacional, Luiz Tôrres Neto, tanto professores quanto demais profissionais que frequentarem a escola, devem seguir os protocolos de higienização. “As medidas de distanciamento e higienização devem ser seguidas, de acordo com o que é disposto pelo Governo de Pernambuco”, destacou. Luiz ainda acrescenta, que sendo seguidos todos as medidas sanitárias, o ambiente escolar torna-se extremamente seguro.

Mas o advogado destaca que a presença de estudantes não é permitida. Neste caso, a comunicação, por parte da instituição, deve ser efetiva e é permitido apenas a presença de pais e responsáveis na unidade, para que sejam tiradas dúvidas, mediante agendamento. Ainda de acordo com Luiz, a presença dos professores na escola é uma boa saída, já que o ambiente oferece mais estrutura, no entanto o home office não pode ser descartado. “O interessante é analisar caso a caso. Os que estão em grupo de risco, por exemplo, devem ter prioridade para o home office”, afirmou.

Outro ponto que deve ser destacado é que o pagamento da hora aula do profissional da educação continua o mesmo. Caso o professor lecione em casa ou na escola o valor seguirá o mesmo, o que, inclusive, justifica a não redução no valor da matrícula, segundo Luiz.

Sesc Arcoverde realiza curso de Canto Criativo

Estão abertas as inscrições para o curso Canto Criativo que o Sesc Arcoverde promove, de 5 de abril a 28 de junho, para as pessoas que querem desenvolver a arte do cantar. Para se inscrever, é preciso acessar o site https://cursos.sescpe.com.br. O preço do curso é de R$ 240, podendo ser dividido em até 6x nos cartões de crédito. Os trabalhadores do comércio e seus dependentes, com o Cartão do Sesc atualizado, têm desconto e pagam R$ 120, que também podem ser divididos em 6 parcelas. A idade mínima para frequentar o curso é de 13 anos.

O curso de Canto Criativo é para quem pretende cantar com afinação, fazer notas agudas com facilidade e potência, ter resistência vocal, aprender a fazer melismas, vibratos ou até mesmo começar a cantar do zero. Pessoas de qualquer cidade podem se inscrever porque as aulas serão remotas, transmitidas pelo Google Meet, nas segundas e quintas, das 20h às 22h. “É um curso completo que ensina os conteúdos e as técnicas de forma clara, prática e objetiva”, explica o maestro e voice coach Eduardo Espinhara, professor de música do Sesc Arcoverde.

Sesc – Fundado em 1947 em Pernambuco, o Serviço Social do Comércio é uma instituição privada mantida pelos empresários do comércio de bens, serviços e turismo. Atuante na Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata Norte, Zona da Mata Sul, Agreste e Sertão, oferece atividades gratuitas ou a preços populares nas áreas de Educação, Cultura, Lazer, Assistência e Saúde para comerciários e dependentes. As 23 unidades, incluindo os hotéis em Garanhuns e Triunfo, operam respeitando os protocolos de saúde e alinhadas aos órgãos públicos, e têm ações presenciais, virtuais ou híbridas. No campo digital, a instituição oferece o aplicativo Sesc-PE, facilitando acesso às atividades, renovação e habilitação do cartão, entre outras funcionalidades, e disponibiliza a plataforma Sesc Digital

(https://cursos.sescpe.com.br/todos). Por ela, é possível conhecer o cronograma de cursos e realizar a inscrição de forma online e segura. Para acompanhar todas as informações sobre o Sesc, acesse www.sescpe.org.br. Além disso, os empresários do comércio de bens, serviços e turismo que possuem o Cartão do Empresário, da Fecomércio, podem adquirir produtos e serviços do Sesc em condições diferenciadas.

Mais informações: www.cartaodoempresario.com.br.

Serviço: Inscrições para Cursos de Canto Criativo

Realização: Sesc Arcoverde

Início das aulas: 5 de abril

Inscrições: https://cursos.sescpe.com.br

Preço do curso: R$ 120 (trabalhadores do comércio e dependentes) e R$ 240 (público geral)*

*valores podem ser divididos em até 6 parcelas nos cartões de crédito

Informações: (87) 3821.0864

OMS: câncer de mama supera o de pulmão e já é o mais comum no mundo

O número de novos casos de câncer de mama em 2020 representou 11,7% do total de todos os diagnósticos da doença no ano e superou o câncer de pulmão, que até então afetava o maior número de pessoas. No entanto, o câncer de pulmão continua a ser maior causa de mortes.

De acordo com a Agência Internacional para a Investigação do Câncer, da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020 foram diagnosticados mais de 2,2 milhões casos de câncer de mama, 11,7% do total, sendo o que mais pessoas atinge no mundo.

A diferença para o câncer de pulmão – que era o mais diagnosticado – não é muita, segundo a agência.

Com 11,4% do total, o câncer de pulmão é o segundo mais encontrado, mas continua a ser aquele que mais pessoas mata. Em 2020 foi responsável pela morte de quase 1,8 milhão de pessoas, 18% do total de mortes por câncer. E se o da mama foi o mais diagnosticado em 2020, é apenas o quinto na lista dos que mais matam, depois do pulmão, colorretal, fígado e estômago.

Uma das razões para que o câncer de mama tenha se tornado de maior incidência pode estar relacionado, dizem os especialistas, a fatores sociais como o envelhecimento da população, a maternidade cada vez mais tardia ou outras situações como a obesidade, o sedentarismo, consumo de álcool ou dietas inadequadas. Essas informações foram dadas ao jornal El País pelo médico Álvaro Rodriguez-Lescure, presidente da Sociedade Espanhola de Oncologia.

De acordo com os dados da OMS, é possível verificar que o câncer de próstata foi, no ano passado, o terceiro mais diagnosticado.

A doença é, no entanto, a oitava em relação ao número de mortes. No ano passado perderam a vida com câncer de próstata 370 mil pessoas.

Agência Brasil

Brasil libera uso de estoque total de vacinas como primeiras doses

O Ministério da Saúde anunciou neste domingo (21) a suspensão da exigência de que as autoridades locais reservem metade de suas vacinas contra o coronavírus para a segunda dose, em busca de acelerar a atrasada campanha de imunização brasileira e conter um aumento mortal da Covid-19.

O ministro Eduardo Pazuello, que está prestes a sair do cargo, indicou que o objetivo da mudança é aplicar pelo menos uma dose da vacina no máximo de pessoas o mais rápido possível.

O Brasil, que tem o segundo maior número de mortes na pandemia, está usando a vacina da Oxford-AstraZeneca e a chinesa CoronaVac, ambas as quais exigem duas doses.

“Com a liberação para aplicação de imediato de todo o estoque de vacinas guardadas nas secretarias municipais, vamos conseguir dobrar a aplicação esta semana, imunizando uma grande quantidade da população brasileira, salvando e protegendo mais vidas”, afirmou Pazuello em um comunicado.

O ministério disse que recebeu de fornecedores garantias de que chegariam vacinas suficientes para assegurar que todos recebessem sua segunda dose dentro do prazo.

Tem havido um debate internacional entre especialistas em saúde pública e autoridades sobre essa escolha: se é melhor administrar o máximo de primeiras doses possível ou reservar metade do estoque para as segundas doses.

Países como o Reino Unido mostraram resultados promissores ao adotar a primeira estratégia.

Cerca de 5,5% da população brasileira recebeu pelo menos uma dose até agora, um ritmo muito lento para que seja cumprida a meta do Ministério da Saúde de vacinar toda a população adulta até o final do ano.

Em um impulso ao processo de imunização, o Brasil recebeu neste domingo sua primeira remessa de vacinas garantidas por meio do programa Covax das Nações Unidas, destinado a países de baixa e média renda.

Pouco mais de um milhão de doses da vacina da AstraZeneca foram enviadas para São Paulo, segundo as autoridades. O Ministério da Saúde disse que mais 1,9 milhão de doses são esperadas até o final do mês sob o programa.

Em um retrocesso, porém, a Fiocruz, que está fazendo parceria com a AstraZeneca para distribuir e eventualmente produzir a vacina no país, confirmou que oito milhões de doses que esperava da Índia foram adiadas.

O presidente Jair Bolsonaro enfrenta uma pressão crescente para acelerar a vacinação e controlar a pandemia, que já deixou 293 mil mortos no Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos.

AFP

Com agravamento da pandemia, Bolsonaro e governadores voltam a entrar em rota de colisão

Após entrar no STF com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) pedindo a suspensão de decretos editados pelos governadores da Bahia, Distrito Federal e Rio Grande do Sul, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comparou as restrições impostas pelos governadores com “estado de sítio”. O presidente alega não haver previsão legal para o toque de recolher adotado em alguns estados como medida de distanciamento social. Na última sexta-feira, em entrevista ao canal CNN, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), foi categórico ao criticar a ação movida pelo presidente.

“Infelizmente, o Governo Federal não tem feito a coordenação. Pelo contrário: tem atrapalhado todo o processo que estamos implantando, quando espalham fake news, quando colocam tratamentos que a ciência mostrou que não funcionam, quando desdenham de muitas ações feitas e quando não veem que estamos com recordes de mortes em todos estados”, disse.

O consórcio Nordeste, grupo que reúne os nove Estados da Região, lançou carta para repreender a medida do presidente Bolsonaro ao entrar com ação judicial. “As medidas visam evitar o colapso do sistema hospitalar e foram editadas com amparo no artigo 23 da Constituição Federal, conforme jurisprudência do STF. Mais uma vez convidamos o presidente da República a somar forças na luta contra o coronavírus, que tem trazido tantas mortes e sofrimentos. E reiteramos que só existe uma forma de proteger a economia e os empregos: enfrentar e vencer a pandemia”, diz um trecho da nota oficial.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, chegou a telefonar para o presidente Bolsonaro para consultá-lo sobre as declarações relacionadas ao Estado de Sítio. Na ocasião, Jair Bolsonaro teria negado ao ministro do STF a intenção de adotar a medida.

Atualmente, o Brasil registra a perda de 287.499 pessoas em decorrência de complicações fatais da Covid-19. Os últimos meses foram fortemente marcados por conflitos entre os governadores e o presidente Jair Bolsonaro. Sobretudo pela discordância do que deve ser prioridade no enfrentamento à pandemia.

Segundo o cientista político e professor da UFPE, Ernani Carvalho, enquanto Bolsonaro defendeu abertamente o fim do isolamento social e fazia críticas ao uso de máscaras e vacinas, os gestores estaduais se empenharam em abastecer as unidades de saúde. “De um lado você tem o presidente, alguns prefeitos, e até alguns governadores, se aliando nesta perspectiva de que a economia não pode ser sacrificada, que é preciso um equilíbrio de ações nesse sentido, e um outro lado que tem adotado uma postura em defesa da vida. Em defesa das pessoas. E obviamente que isso gera conflitos para todos os lados”, explica Carvalho.

“Recentemente a popularidade dos governadores despencou, ela caiu de 42% para 32%. Se tem uma variação de estado para estado, mas na média mostra que existe um cansaço da população com algumas medidas. E também a própria desorganização, que inclusive impacta no Governo Federal. O Governo Federal hoje tem a pior avaliação da gestão da pandemia, em grande medida pela incapacidade de apresentar à população uma política de imunização coerente com as necessidades do País. Então, nessa disputa, polarização, os lados, não existem vencedores, todos estão saindo perdendo porque a população está amargando negativamente todos âmbitos. Mas isso tem um peso muito forte para o Governo Federal porque ele é quem está coordenando todo o processo”, concluiu.

Em diversos momentos no decorrer do ano, os chefes de poderes executivos protagonizaram embates. E vários desses momentos foram documentados por cartas de governadores aos brasileiros esclarecendo em conjunto o seu posicionamento sobre o acontecimento. Em conflito mais recente, no final de fevereiro, o presidente divulgou uma listagem de valores que teriam sido repassados aos estados para combater o vírus. Insinuando que os recursos não foram bem utilizados. Os governadores reagiram escrevendo que o presidente “parecia criar conflitos” e explicaram os erros das fontes de receitas.

Em julho do ano passado, em conversa com apoiadores, Bolsonaro chegou a chamar os governadores de “ditadores” e em outro momento, quando o País alcançou a triste marca de 5 mil mortes, mandou que se cobrasse o tema aos governadores.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello (que até a última sexta-feira não foi exonerado), também foi cobrado nominalmente por governadores em diversos momentos. O principal deles foi a vacinação. Por uma articulação do Consórcio do Nordeste, nesta semana, foi finalizado o contrato de 37 milhões da Sputink V. Em março de 2021,quando o País alcançou o momento mais dramático da pior crise, governadores do Brasil estiveram em Brasília para visita às instalações da União Química e negociar novos contratos da Sputnik V.

Comitê

Pressionado pelo centrão a mudar de postura e enfrentando um embate com governadores, Bolsonaro busca a adesão da cúpula do Legislativo a uma coalizão de combate à pandemia na tentativa de evitar a abertura de uma CPI contra a gestão federal. A ideia do presidente é fazer com que a reunião com o Legislativo, prevista para a próxima quarta-feira, seja um primeiro passo para a criação de um comitê de enfrentamento à Covid-19, reunindo representantes do Executivo, Legislativo e Judiciário. O apelidado gabinete de emergência discutiria, em encontros mensais, medidas para serem adotadas em conjunto no combate à pandemia. A criação do comitê é considerada por parlamentares como a última chance dada pelo Congresso a Bolsonaro para mudar de postura e parar de criticar medidas de distanciamento social.

Retrospectiva

Neste final de semana completa-se um ano do primeiro decreto de “Estado de Calamidade Pública” para Pernambuco. De Nº 48.833 e assinado pelo governador Paulo Câmara, o documento datado do dia 20 de março de 2020, trouxe em avaliação inicial a apreensão do que poderia ser o quadro sanitário do Estado no futuro. Além deste, outras 28 medidas governamentais, entre decretos e leis, também foram sancionados pelo governador desde março do ano passado.

Neste primeiro ano de gestão no combate à pandemia, Pernambuco já teve decretado dois isolamentos sociais rígidos, anunciou aberturas de novos leitos e hospitais de campanha, deu início a vacinação, se comprometeu com a compra de imunizantes por meio de consórcio e acumulou diversos confrontos com o presidente da República. No entanto, após a escalada de reforço hospitalar e médico contra a Covid-19, no segundo semestre o Estado desacelerou as regras de enfrentamento ao vírus. Foram anunciados planos de retorno às atividades em Pernambuco e em todo o País as cidades passaram pelas eleições.

Segundo dados da Secretaria da Saúde, em oito anos (2007 a 2014), o Estado construiu quatro grandes hospitais que, juntos, somam mais de 200 leitos de Terapia Intensiva. Em 2020, em pouco mais de 3 meses, foram disponibilizadas mais de 900 vagas de UTI.

De volta a 2020, o boletim epidemiológico de Pernambuco registrou em 20 de março, 31 casos confirmados. O primeiro óbito só viria a acontecer cinco dias após, no dia 25 de março. Ainda assim, antes do primeiro óbito confirmado, o Governo de Pernambuco já havia anunciado várias medidas restritivas, como: proibição de eventos com mais de 50 pessoas e fechamento do aeroporto de Fernando de Noronha, além de cinemas, teatros, museus, academias e similares; a abertura de centenas de novas vagas de UTI e de leitos de retaguarda em todo o Estado; o fechamento dos shoppings, salões de beleza e correlatos, clubes sociais, bares, restaurantes, lanchonetes e comércio de praia.

Mesmo o governo tendo emitido as normas de distanciamento, cabe a Secretaria de Defesa Social fiscalizar a atuação do Estado para garantir o cumprimento das normas sanitárias. Segundo dados da SDS, em um ano, a pasta atuou em mais de 100 mil acionamentos da população por desrespeito às normas sanitárias e mais de 1,3 mil pessoas foram conduzidas a delegacias de todo o Estado por se recusarem a obedecer às determinações.

No ano passado, a administração estadual abriu mão da arrecadação de R$74 milhões ao prorrogar o recolhimento do ICMS do Simples Nacional por 90 dias. O objetivo era reduzir os efeitos da crise na economia do Estado. No entanto, na avaliação de Rafael Ramos, economista da Fecomércio, esta medida é considerada “importante, mas com um impacto limitado”, já que ” daqui a três meses volta-se a cobrar e vai somar também com o pagamento de impostos de três meses à frente”. Ramos explica que esta medida foi reeditada pelo governo neste ano como uma demanda do próprio setor produtivo, mas alerta que outros pontos também poderiam favorecer o empresariado. “Eu acho que o governo poderia ver outra questão como o perdão, pelo menos de parte desses impostos, ou o perdão de multas e juros desses impostos”, afirmou.

Mesmo após a realização das eleições, o ex-prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), tem continuado a atuar no combate à pandemia. Após deixar a Capital, o socialista foi designado ao cargo de Secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco. A Secretaria destacou 11 ações realizadas para mitigar os efeitos causados pela pandemia da Covid-19 na economia local.

Entre elas o “Plano de Convivência das Atividades Econômicas com a Covid-19”, que determinou a retomada gradual e planejada da economia em todo o Estado. O cronograma previu como 32 setores teriam as medidas restritivas flexibilizadas e como seria a carga operacional deste retorno. O documento foi apresentado no dia 1 de julho, e, naquele dia, o boletim trouxe 450 casos confirmados e o Estado totalizava 2.875 mortes pela Covid-19.

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