Justiça Eleitoral inicia a transição das urnas eletrônicas para 2º turno

A Justiça Eleitoral iniciou no dia ontem o processo de transição das urnas eletrônicas para o segundo turno das eleições municipais, que ocorrerá no próximo dia 30 em cerca de 55 cidades do país.

A transição é o processo pelo qual os nomes dos dois candidatos mais votados no primeiro turno das eleições são inseridos no sistema da urna eletrônica, para serem votados na segunda etapa do pleito.

Cada Tribunal Regional Eleitoral (TRE) é responsável pelo processo de transição das urnas que utilizará no dia do pleito, que deverá estar completa até o momento do envio das urnas às seções eleitorais. Os TREs têm autonomia para determinar o seu próprio cronograma, conforme a sua estrutura técnica e logística. O regional do Pará foi o primeiro a começar a fazer a transição, que atenderá 90.535 seções eleitorais em todo o Brasil.

Segundo o coordenador de Sistemas Eleitorais da Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE, José Melo, a previsão é que cerca de 115 mil urnas eletrônicas sejam preparadas para serem usadas no próximo dia 30.

Governo autoriza R$ 2,3 milhões para pagar pipeiros

O Governo de Pernambuco efetuará, até amanhã, o pagamento de valores devidos aos pipeiros, seguindo planejamento definido anteriormente. O governador Paulo Câmara disponibilizou cerca de R$ 2,3 milhões, distribuídos entre a Casa Militar (R$ 900 mil) e a Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (R$ 1,4 milhão).

Desde o ano de 2015, o Governo do Estado solicitou ao Governo Federal, por sugestão do próprio Ministério da Integração Nacional, que, a exemplo do que ocorre nos demais Estados do Nordeste, o Exército Brasileiro passasse a atender as áreas rurais de Pernambuco. Até hoje, o Governo Federal não atendeu a essa solicitação.

Em Pernambuco, boa parte do abastecimento na área rural é mantido com recursos do Governo estadual, apesar de a ação ser de competência do Exército, por meio de convênio com o Ministério da Integração Nacional.

O Exército tem cerca de 7 mil caminhões-pipa contratados no Nordeste. No Ceará, o número de pipas contratados pelos militares subiu de 1,5 mil para 1.797 de 2015 para este ano de 2016. Enquanto em Pernambuco, o Exército reduziu de 1,2 mil para 1,1 mil caminhões no mesmo período.

Além da operação do Exército, prefeituras e Governos dos Estados do Nordeste mantinham, em 2015, 800 caminhões-pipa. Deste total, cerca de 700 estavam em Pernambuco e haviam sido contratados com recursos próprios. De 2015 até agora, foram investidos R$ R$ 43,9 milhões na Operação Pipa, mantida com recursos próprios.

O Governo de Pernambuco solicitou recursos para garantir o abastecimento na zona rural e foi orientado pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC), vinculada ao Ministério da Integração, a articular a migração da operação diretamente com o Exército. Sob essa orientação, o Estado vem discutindo o processo de migração dentro dos critérios da Defesa Civil Nacional e vem pleiteando que o Exército assuma a operação, a exemplo do que ocorre em outros Estados que convivem com o atual longo período de estiagem.

Investigadores suspeitam que patrimônio de Cunha seja 53 vezes maior que o declarado

Congresso em Foco

O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) é suspeito de ter declarado à Receita Federal um patrimônio pessoal até 53 vezes inferior ao que de fato possui. A informação consta da lista de indícios feita por investigadores da Operação Lava Jato para demonstrar que o deputado cassado, até há poucos meses um dos mais influentes nomes do PMDB, fez de sua vida pública um instrumento para “obter vantagens indevidas com a finalidade de possibilitar uma vida de gastos vultuosos” – tanto em benefício próprio quanto em nome da família.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba (PR), onde Cunha está preso desde ontem (quarta, 19), o peemedebista pode ter contas ainda secretas nos Estados Unidos, a exemplo do que já foi constatado na Suíça. O ex-deputado é réu em duas ações penais e suspeito de ter recebido propina no esquema de corrupção descoberto pela Polícia Federal na Petrobras – as movimentações milionárias de Cunha no exterior, indicam as investigações, explicam o enriquecimento ilícito e foram uma maneira que ele encontrou para lavar dinheiro.

Os indícios coletados pela força-tarefa têm como esteio informações compartilhadas pelo Ministério Público da Suíça, em termos de cooperação internacional com o Brasil. As autoridades suíças identificaram quatro contas suspeitas – três vinculadas ao ex-deputado e uma à sua esposa, a empresária Cláudia Cruz, também investigada na Lava Jato e ameaçada de prisão.

Em um dos documentos anexados aos autos do processo, há o registro da abertura de uma das contas em 2007 – denominada “Triumph”, no banco suíço Julius Baer – no qual Cunha declara possuir patrimônio de US$ 20 milhões. No mesmo ano, a declaração do peemedebista ao Imposto de Renda apresenta o valor de R$ 1,2 milhão (cerca de US$ 300 mil).

Dólares a mais

Na abertura de outra conta (“Orion SP”, no banco suíço Merril Lynch, atual Julius Baer), em 2008, a instituição financeira estimou o patrimônio de Cunha em US$ 16 milhões – nos registros bancários, valor “proveniente de investimento no mercado imobiliário e na bolsa de valores”. Mas o deputado declarou ao Fisco brasileiro um patrimônio cinco milhões de dólares menor (US$ 11 milhões).

Por ocasião da abertura da conta Orion, continuam os investigadores, a gerência do Merril Lynch em 2008 informou que Cunha era titular de outra conta do banco em Nova York (EUA) – seria, de acordo com a força-tarefa, outro instrumento de lavagem de dinheiro no exterior. Para a Lava Jato, o conjunto de informações e movimentações financeiras atribuídas a Cunha são prova de que uma parte patrimônio do ex-deputado ainda é desconhecida.

FBC defende prudência com despesas públicas

Em Brasília, durante encontro com prefeitos pernambucanos que foram eleitos no primeiro turno, o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) alertou os novos gestores sobre o cuidado que devem ter com os gastos públicos. “É imprescindível que as finanças e as despesas sejam organizadas porque o primeiro ano de gestão municipal deverá ser de prudência”, observou.

Ao todo, dez novos prefeitos estiveram no gabinete do parlamentar: do PSB, Joãozinho (Limoeiro), Marcello Maranhão (Ribeirão), Tácio Pontes (Parnamirim) e Geomarco (Dormentes); do PSD, Rose Cléa Máximo (Mirandiba) e Professor Licinio (Belém do São Francisco); do PSDB, Edson Vieira (Santa Cruz do Capibaribe) e Joãozinho Tenório (São Joaquim do Monte); além dos prefeitos eleitos de Camaragibe, Demostenes Meira (PTB), e de Lagoa Grande, Vilmar Cappellaro (PMDB).

Todos demonstraram preocupação sobre as perspectivas políticas e econômicas para os próximos meses. Mesmo com o receio geral, Fernando Bezerra demonstrou otimismo. “Eu acredito em um cenário mais positivo para o país. O governo federal tem demonstrado empenho em ajudar os estados e municípios a superarem esta crise econômica, que deve dar sinais de efetiva melhora no início do próximo ano”, destacou o senador, que é vice-líder do governo.

Na conversa com os novos prefeitos, o socialista informou que as emendas orçamentárias apresentadas por ele estarão focadas nas áreas da Saúde e das Cidades, além de reforçar a receita da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

Alckmin acompanha testes da vacina contra dengue

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), chegou, ao Recife, para acompanhar o início dos testes clínicos em humanos da primeira vacina brasileira contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan, órgão da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

Ao desembarcar na capital pernambucana, Alckmin foi recebido pelo presidente do PSDB do Recife, vereador André Régis, e pelo dirigente do Instituto Teotonio Vilela em Pernambuco, o ex-governador Joaquim Francisco.

Do aeroporto, Alckmin seguiu para a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) onde acompanha os ensaios clínicos da vacina contra a dengue em Pernambuco que serão conduzidos pelo Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães e a Fiocruz Pernambuco, sob a coordenação do médico pesquisador Ernesto Torres de Azevedo Marques.

De acordo com informações da assessoria de imprensa do governo de São Paulo, cerca de 1,2 mil pessoas de 2 a 59 anos devem participar do estudo, que integra a terceira e última etapa de testes antes de a vacina ser submetida à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para que possa ser produzida em larga escala pelo Butantan e disponibilizada para campanhas de imunização em massa na rede pública de saúde em todo o Brasil.

Câmara aprova proposta que desobriga servidor com filho deficiente a compensar horário

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou proposta do Senado que estende o direito a horário especial – sem a exigência de compensação de horário – ao servidor público federal que tenha cônjuge, filho ou dependente com deficiência (PL 3330/15). O texto também garante ao servidor remuneração integral.

 

Atualmente, a Lei 8.112/90 garante tratamento distinto aos servidores com deficiência e aos servidores que têm parente próximo (cônjuge ou filho) ou dependente com deficiência. No primeiro caso, a lei assegura horário especial de trabalho independentemente de compensação de horário; já no segundo, é exigido que o horário seja compensado, caso contrário poderá perder parte da remuneração diária.

O relator da proposta, deputado Hugo Leal (PSB-RJ), apoiou a medida e recomendou sua aprovação.

Como a proposta já havia sido aprovada pelo Senado, pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara, e tramita em caráter conclusivo, seguirá para sanção da presidência da República.

Moro diz que cassação de Cunha não foi suficiente

O juiz federal Sérgio Moro disse hoje (19) que a perda do mandato do ex-deputado federal Eduardo Cunha não foi “suficiente para evitar novas obstruções” às investigações da Operação Lava Jato. A afirmação está na decisão na qual o juiz decretou a prisão de Cunha por tempo indeterminado. O ex-parlamentar foi preso hoje em Brasília e transferido para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba.

 

Ao atender o pedido de prisão feito por procuradores da força-tarefa da Lava Jato, Moro disse que Eduardo Cunha tem como “modus operandi” agir “subrepticiamente, valendo-se de terceiros para obstruir ou intimidar”.

“Embora a perda do mandato represente provavelmente alguma perda do poder de obstrução, esse não foi totalmente esvaziado, desconhecendo-se até o momento a total extensão das atividades criminais do ex-parlamentar e a sua rede de influência”, disse o juiz.

Segundo Moro, há provas de que Cunha foi ” beneficiário de propinas” em contratos da Petrobras, em valores depositados em contas secretas no exterior e que não foram ainda totalmente recuperados. Para o juiz, a prisão foi decretada para evitar a obstrução das investigações e impedir que ele volte a cometer crimes, além de “prevenir que o acusado se refugie no exterior com o produto do crime”.

A prisão foi decretada na ação penal em que o deputado cassado é acusado de receber R$ 5 milhões, que foram depositados em contas não declaradas na Suíça. O valor seria oriundo de vantagens indevidas, obtidas com a compra de um campo de petróleo pela Petrobras em Benin, na África. O processo foi aberto pelo Supremo Tribunal Federal, mas após a cassação do ex-deputado, a ação foi enviada para o juiz Sérgio Moro porque Cunha perdeu o foro privilegiado.

Banco Central diminui juros básicos da economia para 14%, primeira redução em quatro ano

Pela primeira vez em quatro anos, o Banco Central (BC) baixou os juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu hoje (19) a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 14% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros, que previam o corte dos juros a partir deste mês.

Em comunicado, o Copom informou que a reversão da alta de preços de alimentos ajudou a segurar a inflação de forma mais favorável que o esperado. No entanto, o órgão apontou riscos para conter os preços, como incertezas na aprovação de medidas de ajuste fiscal e a possibilidade de que o longo período de inflação acima do teto da meta reforce a indexação da economia, quando a inflação do passado é incorporada aos preços atuais.

A última vez em que a taxa tinha sido reduzida foi em outubro de 2012, quando o Copom tinha cortado os juros de 7,5% para 7,25% ao ano. A taxa foi mantida nesse nível, o menor da história, até abril de 2013, mas passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho do ano passado.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Oficialmente, o Conselho Monetário Nacional estabelece meta de inflação de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos, podendo chegar a 6,5%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumulou 8,48% nos 12 meses encerrados em setembro, depois de atingir o recorde de 10,71% nos 12 meses terminados em janeiro.

No Relatório de Inflação, divulgado no fim de setembro pelo Banco Central, a autoridade monetária estima que o IPCA encerre 2016 em 7,3%. O mercado está um pouco menos pessimista. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, a inflação oficial fechará o ano em 7,01%.

Até a última reunião do Copom, em agosto, o impacto de preços administrados, como a elevação de tarifas públicas, e o de alimentos, como feijão e leite, contribuíam para a manutenção dos índices de preços em níveis altos. De lá para cá, no entanto, a inflação começou a desacelerar por causa da recessão econômica e da queda do dólar. Em setembro, o IPCA ficou em 0,08%, a menor taxa para o mês desde 1998.

Embora ajude no controle dos preços, o aumento ou a manutenção da taxa Selic em níveis elevados prejudica a economia. Isso porque os juros altos intensificam a queda na produção e no consumo. Segundo o boletim Focus, os analistas econômicos projetam contração de 3,19% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2016. No último Relatório de Inflação, o BC manteve a estimativa de retração da economia em 3,3%.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação.

Cunha, sobre prisão: “Decisão absurda”; presidente do PMDB, Jucá evita comentar

Já preso em Curitiba em mais um desdobramento da Operação Lava Jato, o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) divulgou nota em que chama a decisão de Sérgio Moro, responsável pelos processos em primeira instância, de “absurda” (leia a íntegra abaixo). Réu em duas ações penais por indícios de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, o peemedebista criticou inclusive o próprio Moro, dizendo que o juiz não poderia ter deliberado sobre a detenção.

“A referida ação cautelar do supremo, que pedia minha prisão preventiva, foi extinta e o juiz, nos fundamentos da decretação de prisão, utiliza os fundamentos dessa ação cautelar, bem como de fatos atinentes a outros inquéritos que não estão sob sua jurisdição, não sendo ele juiz competente para deliberar”, reclama o ex-deputado.

Eleito presidente na Câmara no início de fevereiro do ano passado e cassado mais de um ano depois, em setembro deste ano, Cunha já está na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, no cumprimento da prisão provisória (sem prazo determinado para eventual soltura). Tido como um dos mais influentes parlamentares do PMDB durante o exercício de seu mandato, o ex-deputado agora é temido pelo que pode revelar, em caso de acordo de delação premiada, sobre o que já avisou que faria em livro.

Entre deputados, cresce expectativa sobre possível delação de Cunha na Lava Jato

Poucos minutos após a divulgação da notícia sobre a prisão preventiva do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deputados da oposição comemoravam a decisão. Aliados de Cunha, por outro lado, não foram mais vistos pelos corredores da Câmara para comentar o fato. Independente do posicionamento político, um sentimento parece ser unânime: a expectativa por um eventual acordo de delação premiada do peemedebista no âmbito da Operação Lava Jato.

“Mais um passo do que é o justo ocorre. A prisão dele deve desencadear todo um conjunto de mudanças do cenário político brasileiro. Nós sabemos que o governo hoje ilegitimamente liderado por Temer é um governo marcado pela corrupção e a minha expectativa é que é um governo que não se sustentará até o final de 2018″, disse Henrique Fontana (PT-RS).

A prisão do ex-presidente da Casa já era esperada por muitos. Porém, cresce a expectativa sobre os desdobramentos da ação. “A Câmara já treme. A República provavelmente vai tremer com a delação premiada de Cunha. Tomara que ele conte tudo o que saiba, e que todo mundo que praticou corrupção responda pelos seus atos”, disse Alessandro Molon (Rede-RJ).

O deputado Paulinho da Força (SD-SP) disse que, a princípio, estava certo de que Cunha não iria fechar acordo de delação premiada. “Mas isso com o Cunha solto. Com o Cunha preso não se sabe”, ponderou o parlamentar.

O líder do DEM, Pauderney Avelino (AM) disse que, apesar de esperada, a prisão foi surpreendente. “Para mim foi uma surpresa. Por mais que nós pudéssemos avaliar que ele iria ser preso, eu acho que foi antecipada essa decisão”, disse o deputado.

“Todos nós sabíamos que o ex-deputado Eduardo Cunha poderia ser preso. Eu imaginava que o juiz Sergio Moro iria intimá-lo para prestar depoimento, mas o juiz Sergio Moro mandou prender”, acrescentou Pauderney.