Ex-deputado será candidato a prefeito em Caruaru pelo PSC

Wagner Gil – Jornal VANGUARDA

Esta semana a corrida pela principal cadeira do Palácio Jaime Nejaim ganhou mais um concorrente com a entrada de João de Deus (PSC) na disputa. Com 56 anos de idade, ele já foi duas vezes deputado estadual e há sete anos mora em Caruaru. Em visita à redação do Jornal VANGUARDA, ele disse que tomou a decisão depois de realizar várias reuniões na cidade e em vários bairros da periferia.

Natural do Recife, João de Deus disse que se sente à vontade em entrar na disputa majoritária em Caruaru. Acompanhado do secretário geral do PSC, Rosalvo Leocádio, ele afirmou que já tem uma boa quantidade de candidatos proporcionais, incluindo empresários bem-sucedidos da Capital do Agreste. “Nosso trabalho vem desde o ano passado quando iniciamos uma série de visitas. Nessa fase de pré-campanha, pretendemos ouvir o máximo possível a população para depois apresentar um plano de governo e atender as principais necessidades do município”, disse.

O secretário da legenda falou ainda que existe grande possibilidade do PSC coligar com algumas siglas, entre elas o PR e o PMN. Estamos dialogando com uma série de partidos. Nossa meta é escolher um nome de destaque para compor a chapa majoritária”, afirmou Leocádio, que deve concorrer a uma cadeira na Câmara de Vereadores.

Segundo ele, os quadros que o PSC tem hoje e a possibilidade de coligação com partidos como PR e PMN devem ajudar a eleger pelo menos três vereadores. “Tudo indica que devo disputar a eleição proporcional. Nós estivemos em Brasília esta semana e a direção nacional do PSC quer que o partido cresça, mas com qualidade nas eleições municipais”, informou Leocádio.

João de Deus lembrou ainda que o PSC vem realizado cerca de quatro reuniões semanais com lideranças políticas e empresários do setor de confecção, construção civil, comércio varejista e feirantes. “A ideia é ampliar o debate em todas as áreas e fazer um planejamento estratégico para contribuir com o crescimento da cidade”, disse.

Ele informou ainda que os pré-candidatos proporcionais e seu provável vice só devem ser anunciados nas convenções. O PSC está com sede localizada na Galeria Avenida Center.

Políticos caruaruenses analisam afastamento de Dilma

Wagner Gil- Jornal VANGUARDA

Depois do afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT), devido à admissibilidade do processo de impeachment, vários políticos caruaruenses emitiram sua opinião sobre o assunto. Entre eles, o ex-governador João Lyra Neto (PSDB); o deputado estadual Tony Gel (PMDB); o presidente da Câmara de Vereadores, Leonardo Chaves (PDT), além de alguns vereadores que fazem parte do partido do presidente interino, Michel Temer (PMDB). Muitos deles falam em governo de união nacional, para tirar o país da crise ética, política e econômica.

Para o ex-governador João Lyra Neto, a decisão de afastar a presidente Dilma não tem características de golpe como os petistas afirmam. Segundo o tucano, o afastamento por até 180 dias está previsto na Constituição. “Não vejo como golpe, pois muitos recursos foram impetrados e em várias instâncias, como a Câmara dos Deputados, o Senado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) etc. Atualmente o país vive uma crise ética e política. Um período de ingovernabilidade. Caso o seu afastamento se confirme com o processo no Senado, Temer terá até dezembro de 2018 para corrigir os erros e fazer um governo de unidade nacional”, disse.

Sobre as mudanças que esse novo governo deve trazer ao Estado e à política municipal, João Lyra disse ser cedo para fazer uma avaliação. Ele lembrou ainda que a saída do PSDB e do Democratas do governo Paulo Câmara (ler matéria nesta página) não pode ser associada ao afastamento de Dilma e, sim, pelo fato das duas legendas terem candidatos à Prefeitura do Recife. No caso do PSDB, o candidato deverá ser o deputado federal Daniel Coelho. Já o Democratas deve apresentar a deputada estadual Priscila Krause, na disputa municipal da capital.

O presidente do PMDB municipal, Marcelo Cumarú, também falou desse momento. “O Brasil precisava reagir e as expectativas do novo governo é de reconstrução da imagem do país aqui e lá fora. O estrago e as dificuldades foram enormes”, disse o advogado.

Já o deputado Tony Gel afirmou que esse processo representa a ‘consolidação da democracia’. “É um momento traumático, mas necessário. Lógico que o afastamento de um presidente não é bom, mas, nesse caso, foi necessário. Já fui deputado federal com Michel Temer, votei nele para presidente da Câmara e ele foi um excelente gestor à frente do Legislativo nacional.”

O presidente da Câmara de Vereadores, Leonardo Chaves (PDT), falou que não tinha nada pessoal contra Dilma. Ele lembrou que votou nela na sua primeira eleição, mas, na reeleição, não. “Não votei na segunda vez porque eu já fazia uma leitura do momento. Na época, os principais economistas do país já previam a crise, que ela negou para se reeleger. Além de negar o péssimo momento, ela também autorizou créditos suplementares sem autorização do Congresso. Isso é um crime grave”, disparou Chaves.

Na sua opinião, o presidente interino Michel Temer tem que fazer um governo de coalização, de unidade nacional. “Apesar de Temer também ter seu nome citado em algumas dessas operações e está inelegível em uma decisão do TRE de São Paulo, ele tem plenas condições de unir o país neste momento”, comentou o pedetista.

O presidente do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores, Adilson Lira, voltou a tecla do golpe. Ele disse que Temer assumiu a Presidência sem ter nenhum voto, além de nomear sete ministros envolvidos e investigados na Operação Lava Jato. “O país vive hoje momentos difíceis. A esperança está sendo derrotada pela política (políticos) de visão caolha, conservadora e golpista”, diz o trecho de uma nota enviada pelo Diretório Municipal. “O processo de impeachment não passa de um golpe travestido de legalidade pelo Congresso Nacional”, disparou Adilson Lira.

Escolas realizam aulas em parque ambiental de Caruaru‏

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Caruaru vem se destacando com o crescimento de parques ambientais e áreas de lazer. Nos últimos cinco anos, o investimento em áreas verdes avançou com a construção desses espaços públicos, onde a população pode desfrutar de uma vida saudável junto com a família. Playground, quadra de areia, equipamentos para ginástica, jardim sensorial, estacionamento externo, pista de cooper, espaço para capoeira, lago e bateria de banheiros, tudo isso está à disposição nos parque da cidade, proporcionando um dia diferente para os visitantes.
Desfrutando de toda essa estrutura, o número de pessoas que solicita espaços nos parques para realizar aniversários, confraternizações e outros tipos de eventos aumenta a cada dia. Esta semana, o Colégio Sagrada Família levou os pais e alunos para o Parque São Francisco, para uma aula diferente sobre os cuidados com a natureza e também na fiscalização do combate ao aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zica e chikungunya.
O projeto teve a participação da Secretaria de Saúde e cerca de 60 pessoas passaram a tarde no parque abordando as pessoas e mostrando a importância do cuidado com o meio ambiente “Retirar os alunos de sala de aula e trazer para o espaço público é muito importante para nós e para a educação na prática. O parque São Francisco nos faz desfrutar de uma vida mais saudável e, sempre que podemos, trazemos nossas turmas para aulas práticas nesse ambiente”, explica Maline Marques, gestora do Colégio.
É necessário que as pessoas interessadas em realizar algum evento nos parques saibam que é preciso trazer um ofício até a URB, com oito dias de antecedência, solicitando permissão para usar o espaço. No ofício precisa estar descrito quais os materiais serão usados (mesas, bolas, estantes), o número de pessoas e horário. O a ser lembrado é que não é permitida a entrada de bebidas alcoólicas nos parques. 
A URB funciona na Visconde de Inhaúma, ao lado do Colégio Municipal Álvaro Lins, no Maurício de Nassau. O telefone é 3721-3640.

Shopping Costa Doura lança promoção do Dia dos Namorados‏

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Para comemorar o Dia dos Namorados com personalidade e estilo, o Shopping Costa Dourada vai sortear dois Renaut Sandero Authentic 0km, aos casais apaixonados que fizerem suas compras durante o período da promoção, que se inicia no próximo dia 16 de maio e vai até o dia 18 de junho de 2016.

Para concorrer ao sorteio, basta o cliente trocar suas notas fiscais e a cada R$ 200 terá direito a um cupom. Lembrando que as notas são acumulativas e o cliente pode juntar a nota fiscal de uma casquinha de sorvete, compras em supermercados, roupas, eletrodomésticos, entre muitos outros. O participante não pode esquecer de responder à pergunta ‘Qual shopping que sorteia 02 Renault Sandero neste Dia dos Namorados?’

E para dar mais oportunidade aos clientes, caso o participante, no momento da troca das notas fiscais pelo cupom da promoção, apresente o aplicativo do Shopping Costa Dourada instalado no celular ou tablet, terá direito a cupons em dobro para concorrer aos prêmios. O aplicativo do Costa Dourada pode ser baixado na Apple Store e no Google Play.

Os cupons devem ser depositados em uma urna localizada no ponto de troca da promoção, localizado entre as lojas Mais Esportes e Mundo do Cabeleireiro, até às 17h do dia 19 de junho, com sorteio às 18h do mesmo dia.

Para saber mais sobre o regulamento da Promoção do Dia dos Namorados acesse o site www.shoppingcostadourada.com.br.

FGV: desequilíbrio fiscal é ameaça à sustentabilidade do MCMV

A suspensão do programa de habitação popular Minha Casa Minha Vida (MCMV) tem um efeito devastador na economia. Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), encomendado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), se o programa acabasse hoje, haveria um corte de R$ 158,8 bilhões em investimentos. Além disso, 2,8 milhões de trabalhadores ficariam sem emprego e a perda de arrecadação somaria R$ 37,3 bilhões (R$ 18 bilhões relativos a efeitos diretos e R$ 19,3 bilhões indiretos).

O futuro do programa no novo governo do presidente em exercívio Michel Temer foi debatido na tarde desta sexta-feira (13), na Comissão da Indústria Imobiliária (CII), durante o 88º ENIC (Encontro Nacional da Indústria da Construção).

Apesar das sinalizações de Temer de manutenção do programa, para Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção da FGV e coordenadora do estudo, a escassez de recursos do governo representa um risco à sustentabilidade do MCMV.

“A questão principal hoje é que o governo enfrenta um problema fiscal. Na terceira etapa do programa isso foi resolvido com a criação da faixa 1,5 e a utilização do FGTS. Essa foi uma forma de viabilizá-lo. Mas dar continuidade a faixa 1, que concentra a população mais necessitada, ainda é o grande desafio”, afirmou Ana Castelo.

Além de um balanço completo do programa, o estudo avaliou o impacto dos investimentos realizados por faixa de renda, dos cortes anunciados na nova fase, e indica aperfeiçoamentos necessários para sua continuidade.

Segundo Ana Castelo, o MCMV indiscutivelmente teve e ainda tem uma importância muito grande para geração de renda, de emprego, de arrecadação de tributos e de redução do déficit habitacional do país. “Significou um novo paradigma de política habitacional. Isso é inegável.”

O principal legado do MCMV, ressalta o estudo, foi ter proporcionado o acesso à moradia para mais de quatro milhões de famílias. Entre 2009 e 2012, período em que foram contratadas 56% das unidades, o déficit habitacional registrou queda de 9,5%. Para a coordenadora, agora é possível efetivamente olhar o que foi contratado e avaliar o que aconteceu.

Entre os pontos que precisam ser aperfeiçoados no programa, Ana Castelo considera fundamental o fortalecimento das parcerias com Estados e Municípios. “Temos que pensar em um arranjo com a participação das três esferas de governo para que o programa não pare e não se perca. O tamanho do déficit mostra o quanto ele precisa ser aperfeiçoado”, acrescentou.

Meta revista

Com a redução da meta na terceira etapa do programa em 1 milhão de moradias, a FGV calcula que o MCMV deixará de gerar R$ 52,6 bilhões para economia. Se considerados os demais elos da cadeia da construção a soma chega a R$ 96,6 bilhões (o equivalente a 1,6% do PIB de 2015). A FGV pondera que parte dos efeitos estimados ainda serão sentidos na economia devido às obras em execução.

Alternativas

Para momentos de escassez de recursos ficais como o atual, estão os modelos inovadores de Parcerias Público-Privadas (PPPs). Outro ponto importante para o aperfeiçoamento do programa se refere aos critérios utilizados para a concessão do subsídio.

“É importante considerar prioritariamente a avaliação da capacidade de pagamento das famílias e não apenas a renda familiar na definição da subvenção”, recomenda a FGV. Dessa forma, é possível maximizar o retorno da aplicação dos recursos fiscais, pois os subsídios seriam ajustados às condições sociais e financeiras dessas famílias.

Impactos diretos e indiretos

Pelos cálculos da FGV, entre efeitos diretos e indiretos da execução integral das obras contratadas no MCMV desde 2009, estão a geração de renda equivalente a 4,4% do PIB. Entre maio de 2009 e dezembro 2015, foram contratadas 4,1 milhões de moradias. Essas contratações envolvem R$ 287,8 bilhões, sendo R$ 115,8 bilhões representam subsídios oriundos do OGU (69%) e do FGTS (31%).

O volume contratado no período avaliado pelo estudo corresponde a uma geração potencial de R$ 143,8 bilhões em valor agregado.

No período foram gerados 2,5 milhões de empregos diretos, sendo 525 mil associados a obras ainda em andamento.

Em tributos diretos gerados soma-se mais R$ 31,5 bilhões. Em geração indireta de valor agregado são mais R$ 120 bilhões (o equivalente a 2% do PIB de 2015), informa o estudo, ressaltando o emprego indireto de outros 2,5 milhões de trabalhadores. Da parcela aportada pelo OGU, 40% dos recursos retornaram a partir de impostos pagos diretamente pelas obras.

Para Humberto, primeiras ações do governo Temer são “um desastre”‏

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Para o senador Humberto Costa (PT), as primeiras ações do governo interino de Michel Temer (PMDB) foram “um desastre”. O senador criticou a extinção de pastas como Cultura, Direitos Humanos e da Igualdade Racial, além da ausência de mulheres em cargos do primeiro escalão da gestão peemedebista.

“O governo Temer conseguiu em 24 horas retroceder 13 anos. É um completo desastre. É um governo que já começa velho, que não tem respaldo e nem representatividade social. Falou-se tanto de combate a corrupção, mas ele fez exatamente o oposto. Tirou, por exemplo, a independência de um órgão como a Controladoria Geral da República, que sempre teve autonomia para investigar e combater a corrupção contra quem quer que fosse”, disse o senador.
Humberto ainda alertou sobre o risco do peemedebista acabar com programas sociais e de alterar as leis trabalhistas. “Temer conseguiu reunir o que há de mais conservador na política e já ameaça as conquistas dos trabalhadores. O novo ministro do Desenvolvimento Social (Osmar Terra/PMDB) disse que o programa “não pode ser proposta de vida” e esse é um dos projetos mais exitosos do País, que rendeu, inclusive, prêmios internacionais e ajudou a tirar da pobreza extrema milhares de pessoas. Isso sem falar de ameaças de mudanças nos direitos dos trabalhadores. Mas não vamos permitir um retrocesso desse no Pais”, disse Humberto.

Segundo o senador, a mobilização contra o governo Temer deve ser permanente. “Vamos lutar em todas as frentes, ir às ruas, ocupar às redes, denunciar o golpe que está em marcha no País. Querem sem legitimidade e sem nenhum voto dar uma guinada à direita. Fazer um governo de homens brancos e ricos e governar para homens brancos e ricos e não podemos aceitar isso. A nossa luta e a nossa mobilização cresce a cada dia. Tenho certeza que após este período de afastamento, a presidente Dilma vai voltar para evitar mais retrocessos e implementar uma agenda positiva para o Brasil ”, disse Humberto.

Coluna de sábado: Quem entende o dilmês? (ou Tchau, querida!)

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Por Menelau Júnior

“É uma bola que é uma bola…”. “Eu já testei e ela quica”. “…eu acho que a importância da bola é justamente essa, o símbolo da capacidade que nos distingue como…nós somos do gênero humano, da espécie sapiens (…). Quando nós criamos uma bola dessas, nós nos transformamos em Homo sapiens ou mulheres sapiens”.

O discurso acima, você sabe, foi feito ano passado pela presidente Dilma. Não tem pé nem cabeça, não tem lógica, não tem argumento, não tem nada. Não surpreende, portanto, que seu governo tenha sido da mesma forma.

O melhor é que acaba de chegar às livrarias um livro que disseca esse idioma extraterrestre que só Dilma e os petistas entendem: o dilmês. “Dilmês, o idioma da mulher sapiens”, do jornalista Celso Arnaldo Araújo, poderia ser divertido não fosse trágico: revela a completa incapacidade da presidente de elaborar um parágrafo com lógica. Após ter um presidente que se expressava muito bem (sem levar em conta os erros gramaticais, claro), ainda que fizesse questão de alardear sua ojeriza à leitura, o Brasil agora tem uma mandatária que não diz coisa com coisa.

Segundo o autor, “o que choca em Dilma não é a oratória em si. (…) O problema de Dilma sempre pareceu mais complexo. A forma primitiva da fala, da saudação à despedida, já traía na candidata o primarismo do pensamento e um desprezo generalizado”.

O prefácio, do grande estudioso da linguagem Dionísio da Silva, não deixa dúvidas sobre o conteúdo das 200 páginas: “Os dicionários já estavam desatualizados quando surgiu o dilmês, o português da Dilma. E a coisa piorou. Até a dicção da presidente dificulta a busca das palavras nos dicionários. Não adianta procurar. Sua sintaxe é quase insolente”

É mais um livro que deixa registrada a herança maldita do lulopetismo. Agora que Dilma é passado, teremos a oportunidade de estudar esse idioma sem lógica, sem conteúdo e sem sintaxe. O pior é que, além de um idioma incompreensível, Dilma e o PT nos deixam de herança 13 anos perdidos, com o fisiologismo, o populismo irresponsável e um país que prometia ser grande completamente quebrado.

Até a próxima semana.

Câmara premia com mordomias a imoralidade

Do Blog do Magno

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Existem políticos piores e melhores. Mas ficou mais difícil distinguir uns dos outros depois que a Lava Jato comprovou que a política virou apenas mais uma ramificação do crime organizado. Há dez dias, o STF afastou Eduardo Cunha do mandato e da poltrona de presidente da Câmara. Fez isso porque, “além de representar risco para as investigações penais” abertas contra ele, o deputado tornou-se “um pejorativo que conspira contra a própria dignidade da Câmara”.

A Suprema Corte concluiu que a presença de Cunha no comando feria os “princípios de probidade e moralidade que devem governar o comportamento dos agentes políticos.” O que fez a Câmara? Bem, a mesa diretora da Casa acaba de baixar uma resolução concedendo à improbidade todas as mordomias que o dinheiro —do contribuinte— pode pagar.

Mesmo sem trabalhar, Cunha receberá salário integral. Coisa de R$ 33.763 por mês. Continuará morando na residência oficial da Câmara, assentada à beira de um lago, no bairro mais caro e elegante da Capital. Ali, Cunha terá cama, comida e roupa lavada com verbas públicas. Manterá também a prerrogativa de usar carro oficial com motorista, avião da FAB, seguranças, e até R$ 92 mil para pagar os salários dos funcionários de um gabinete cujo titular o STF suspendeu por tempo indeterminado.

Tudo foi feito em perfeito desacordo com a opinião dos técnicos da Câmara, que opinaram a favor da supressão de regalias de Cunha. O primeiro-secretário da Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), alegou que, na falta de melhor critério, os deputados que dirigem a Casa decidiram que Cunha deveria receber as mesmas regalias concedidas à presidente afastada Dilma Rousseff.

Seria injusto dizer que a decisão da Câmara representa mais um caso de corporativismo. Já não se trata de mero espírito de corpo, mas de espírito de porco. Se os resíduos mentais que inspiram esse tipo de decisão fossem concretos, não haveria esgoto que bastasse.

Temer quer ser lembrado como quem “arrumou o país”

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“Quero botar o país nos trilhos”

O presidente interino Michel Temer admitiu nesta sexta-feira 13, em sua primeira entrevista na presidência da República, que tem como ambição ser lembrado como alguém que “arrumou o país”.

“Quero que, ao deixar a Presidência, olhem para mim e digam ao menos: ‘Esse sujeito arrumou o país'”, disse ele ao jornalista Diego Escosteguy, da Época.

O peemedebista admite que “ainda não caiu a ficha” sobre o fato de ter assumido o lugar da presidente afastada Dilma Rousseff e declarou que não vai “fazer milagres em dois anos”.

Temer defendeu também que “precisamos mudar a cultura política do país”. “Ninguém lê mais a Constituição. Digo isso no sentido de que há um desrespeito profundo pelas leis e pelas instituições. É necessário resgatar o valor desse livro sagrado para a nossa democracia”, disse.

Nesta quinta, a presidente Dilma denunciou um “golpe” contra ela, em seus discursos de despedida.

Lewandowski assina ato para começar prazo de defesa de Dilma Rousseff

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, assinou nesta quinta-feira (12) mandado de citação para a presidente da República afastada, Dilma Rousseff, apresentar sua defesa no processo de julgamento do impeachment no Senado. Depois de notificada, ela terá 20 dias corridos para apresentar sua defesa.

A partir de agora, Lewandowski será o presidente no Senado para julgar o processo de impeachment. A participação do presidente do STF será diferente nas duas próximas fases do processo.

Na primeira fase, chamada fase da pronúncia, ele irá dar a decisão final de eventuais recursos contra determinações do presidente da comissão especial. Durante essa etapa, serão produzidas provas, inquiridas testemunhas e haverá debate entre acusação e defesa.

Na última fase, o julgamento em si, Lewandowski preside a sessão final, no Plenário do Senado, em que Dilma será definitivamente julgada pelos senadores, que vão decidir se cassam o mandato da presidente afastada.

Amplitude
Para Lewandowski, o processo de impeachment deverá ser restrito à abertura de créditos suplementares sem autorização do Congresso e às chamadas pedaladas fiscais em 2015, como foi definido pelo então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, em dezembro do ano passado. “Nós tivemos uma acusação que veio da Câmara circunscrita a determinados temas. Nesta primeira fase, também houve uma circunscrição da acusação a esses mesmos temas e eu acredito que a comissão especial deve se ater a esses temas também”, disse.

Lewandowski afirmou, porém, que a amplitude dos temas a serem analisados deve ser definida pela comissão especial. Para o presidente do colegiado, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), a decisão deverá vir depois de uma reunião administrativa na próxima terça-feira (17) entre ele, Lewandowski e o relator na comissão especial, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que já se manifestou contra a ampliação.