OPINIÃO: Sou racionalmente contra a redução da maioridade penal

Por DANIEL FINIZOLA*

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aceitou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 171/93) que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. Partidos como PSDB e DEM seguiram sua tradição conservadora: os seus deputados votaram a favor da PEC. Em meio à discussão, o deputado Felipe Maia, do DEM, afirmou que esse seria um grande passo na redução da violência no Brasil. Será?

Para juristas como Dalmo Dallari, o artigo 228 da Constituição Federal, que fala sobre a inimputabilidade penal dos menores de 18 anos, é uma cláusula pétrea – portanto, só uma Constituinte poderia alterá-la. Mas há muitos outros argumentos além dos jurídicos e constitucionais para se opor à redução da maioridade penal.

É preciso entender porque uma parcela significativa da sociedade brasileira defende a redução da maioridade. A gênese desse fenômeno pode estar na forma como a mídia constrói as notícias dos atos ilícitos praticados por menores, algo que influencia diretamente a construção do senso comum. De modo geral, as matérias são sensacionalistas e, muitas vezes, passam a ideia de que a violência no Brasil está diretamente ligada aos atos praticados por menores. É a fórmula do jornalismo que faz da notícia uma mercadoria, não um instrumento de reflexão social, modelo onde facilmente se confunde justiça com vingança. Raramente os jornais analisam os motivos pelos quais nossa juventude está nas ruas envolvida com o crime. Não há um debate de como prevenir a violência, mas uma massificação da ideia de que colocar jovens na cadeia é a solução para reduzir a violência no Brasil.

Há vários estudos que comprovam que a adoção de medidas punitivas e repressivas não reduzem os índices de violência, ainda mais em se tratando de jovens. Nos EUA, país que tem um sistema carcerário bem diferente do nosso, aplicaram-se medidas punitivas previstas contra adultos a adolescentes e o resultado foi desastroso. A grande maioria dos jovens libertos voltou a delinquir com mais violência. Mas será que os deputados defensores da redução da maioridade têm noção desses dados? Será que eles sabem que o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê medidas socioeducativas para pessoas acima de 12 anos de idade que incluem a restrição de liberdade? Será que eles sabem que educar é melhor e mais eficiente que punir? É trágico ver que nossos deputados não estão preocupados em fazer esses questionamentos, estão preocupados apenas com os efeitos e não com a causa da violência.

Temos a quarta maior população carcerária do mundo, perdendo apenas para EUA, China e Rússia. Ainda assim, temos um déficit de pelo menos 181 mil vagas nos presídios, ou seja, há uma falência total do sistema carcerário brasileiro e eu não vi nenhum desses deputados falar em reforma do sistema prisional brasileiro. Pergunto: como esses deputados imaginam que nossa juventude vai sair dos presídios? Para quem esses senhores estão legislando?

Ao defenderem a redução da maioridade penal, os deputados assinam seu atestado de incompetência, pois, em vez de disputar essas vidas que o crime vem ganhando e articular políticas públicas para a juventude, preferem colocar nossos adolescentes na invisibilidade de nossas prisões. A onda conservadora que toma o Congresso tem visão social curta e está colocando menores como bodes expiatórios de um problema cuja raiz está na desigualdade social e na falta de estrutura educacional e familiar.

Nossos jovens precisam de arte, cultura, espaços de lazer e convivência. Uma educação que vá além das notas e do conteudismo que deixam nossas escolas pouco atrativas. Nossos adolescentes não necessitam de cadeia, mas de políticas que incluam socialmente os meninos e meninas da periferia, os que mais sofrem e são cooptados pela violência das ruas.

Seria mais digno, republicano (e constitucional) que os deputados concentrassem esforços para colocar nossos jovens nas escolas, não na cadeia.

*Daniel Finizola é educador, artista e vice-presidente do PT de Caruaru

Post atualizado dia 08/04, às 8h51.

Opinião: O foro privilegiado dos verdadeiros ladrões

Por Tiê Felix

Diz o ditado, toda a água corre para o mar.

Os privilégios e os privilegiados no Brasil nunca se escondem e estão descarados para quem quiser ver. No Direito, eles se manifestam através da ideia de “foro privilegiado” e das corregedorias lenientes que somente estão ai para serem demasiadamente compreensivas com os ladrões de todas as espécies.

As manifestações agressivas que se veem na internet hoje em dia, não são mais do que o ódio manifesto a um país improdutivo. Trabalha-se demais, paga-se impostos caríssimos e suporta-se um desrespeito dos mais ridículos com aqueles que pagam caro por viver nas terras brasileiras. As manifestações agressivas são diretamente proporcionais ao quanto que é roubado do tesouro do povo, e ainda é pouco.

A pergunta é, porque alguém publico, representante do povo, se roubar sofre menos efeitos da lei que um civil qualquer quando ele tem mais responsabilidades que qualquer civil? Não seria isso um contrassenso moral numa democracia, ou seja, num governo do povo? Tudo isso demonstra claramente que se respeita demais os poderes ilegítimos constituídos – ilegítimos, pois não democráticos, já que são imorais – quando a lei deveria estar um pouquinho acima da moralidade publica.

A verdadeira exploração e espoliação no Brasil é feita pelo próprio governo que nem sequer procura ocultar tal pratica, sobretudo aos mais pobres, sua defesa classista e seu caráter direcionado em defesa daqueles que dominam é patente. Lula só venceu porque se submeteu às Aristocracias que existem dentro da nossa democracia.

Como dizia Sérgio Buarque a democracia no Brasil é um acaso inadequado, já que aqui somente predominam relações personalistas e antidemocráticas, ou seja, de privilégios aos mais íntimos.
A politica brasileira se tornou cínica, principalmente agora que se manifestam os sectarismos vazios num país em que a fome ainda é um mal presente, que a educação é defasada, para não dizer que toda a estrutura politica é falida. Ao invés de discutirmos a realidade ,discutimos mero posicionamento politico.

Este cinismo público se manifesta no incontestável Lula e a sua posição mítica onde está além do bem e do mal. Se Lula roubou com a sua trupe, pelo menos ajudou; é o velho ditado que a esquerda repete hoje tacitamente: “rouba, mas faz!”

Como os que promovem a lei são os mesmos que governam, é justo que o PT defenda que somente em seu governo tantas denuncias de assaltos foram divulgadas. Se daquilo que foi explicitado somente o foi pela politica anticorrupção do partido, imaginem vocês o que e quanto realmente foi roubado e talvez nem sequer apareça nas listas do procurador-geral por manipulação?

E se há quem acredite nas denuncias, pensando que todas eles são claras e verdadeiras,não se esqueça de que  os  que roubam,denunciam e governam são os mesmos.Dá pra acreditar em algum deles?

A dúvida no meio de tanta bagunça é tão grande que nem sabemos o que é e o que não é verdade.

São apenas 4 anos de desconfiança daqui pra frente, quando sabemos que todos os que falam em nome do governo são mentirosos,desde as eleições quando o Brasil ia de vento em popa. Bastou a virada e o barco virou.

 Tiê Felix é professor 

Opinião: Mães que matam ou abandonam os próprios filhos

Por Bernardo Campos Carvalho

Cresce no País o número de crianças abandonadas ou mortas logo após o nascimento. Ultimamente, os noticiários têm relatado inúmeros casos do gênero, o que choca a sociedade. Abandono ou assassinato de recém-nascidos pelas genitoras é uma espécie de crime especial, contendo instituto próprio (artigo 123 do Código Penal) e denominado infanticídio, já que somente pode ser praticado pela mãe, em estado agudo de depressão, durante o parto ou no pós-parto, face ao denominado estado puerperal, período compreendido entre a expulsão da placenta e a volta do organismo da mãe para o estado anterior a gravidez.

A mãe, em geral, no estado puerperal, apresenta um quadro crônico de depressão, não aceitando a criança, não desejando amamentá-la e, normalmente, também fica sem se alimentar, entrando em crise psicótica, podendo chegar a matar o próprio filho. O infanticídio tem tratamento diferente do homicídio comum, pois é diferenciado, principalmente, pela pena, já que no crime comum (artigo 121 do Código Penal) é de reclusão, de seis a 20 anos, ao passo que crime de Infanticídio (artigo 123 da Lei Penal) a pena é mais branda, com detenção de dois a seis anos.

Não existe um prazo matemático para a ocorrência ou para ficar patente o diagnóstico psicodinâmico de transtorno de estresse agudo no estado puerperal, tendo o Código Penal de 1940 transferido sabiamente à perícia médica legal a responsabilidade pela comprovação material desse delito, já que existem muitas correntes a respeito, umas delimitando o prazo de um dia e, em outras, estendendo em meses.

As variações psíquicas, decorrentes do estado puerperal, são tão intensas que os crimes cometidos sob esse estado são frios e cruéis, como, por exemplo, o ocorrido na Comarca de Guaratinguetá (SP), testemunhado por uma médica que relatou ter sido chamada para atender um caso hemorragia. De acordo com a médica, a mulher estava vestida com uma calça de lycra e não teria como saber se a roupa tinha elasticidade que possibilitasse a criança nascer e ficar sob o corpo dela. A médica pediu que a mulher tirasse a roupa para examiná-la e a criança caiu. A profissional comentou com a mulher que ela tinha dado à luz a uma criança e estava sentada sobre ela e a mulher respondeu que “a criança não era nem para ser nascida”.

Com esse caso para ilustrar, é preciso esclarecer que tanto o infanticídio, o homicídio, quanto o aborto, por força de lei são julgados pelo Tribunal do Júri, ou seja, são julgados pelo povo. É a forma mais democrática e limpa de fazer Justiça. Por isso, esta instituição é tão importante e ressalte-se, o jurado brasileiro, por ser leigo, é muito humano, mas em momento algum é omisso ou irresponsável. A verdadeira democracia, necessariamente, passa pelo Tribunal do Júri.

Bernardo Campos Carvalho é advogado criminalista. Especialista em tribunal do júri, participando dos casos “Champinha” e “Celso Daniel”, dentre outros de repercussão nacional.

Opinião: Desonestidade coletiva

Por Tiê Felix

As crises manifestam o verdadeiro funcionamento de uma sociedade. Victor Hugo, o gênio romântico francês, dizia que existe uma cumplicidade vergonhosa entre o governo que faz o mal e o povo que consente, ou seja, um governo corrupto que se mantém tem uma intima relação cultural com o seu povo. O olhar cientifico não quer ver que somos realmente um povo embusteiro. Em quase tudo o que se faz no Brasil está incluído um dedinho de má vontade, ou de vontade de transformar o certo em duvidoso. Isso não é algo exclusivo das classes mais pobres que vivem do imprevisível e no imprevisto com um salário de 780,00 R$ numa inflação que o consome quase todo.

Estes fazem as coisas de forma atada, ou seja, trabalha com o que tem porque é o que tem. O pior são os magnatas, os doutores, os sabichões que só sabem se aproveitam de um analfabetismo crônico que não condiz com democracia.Estes recebem salarios da ordem de 10,000 para cima e são aqueles que escrevem sobre a realidade nacional e explicam o que é o Brasil.O que será que eles tem a dizer?

Como é possível em plena crise de representação os representantes do povo votarem para que seus partidos recebam mais dinheiro? Talvez estejam já prevendo eles a inclusão de limites em investimentos partidários na reforma politica? Não se sabe o que se passa numa mente ignorante cheia de excrementos.

Definitivamente a politica nacional é uma piada de mal gosto, o que todo mundo sabe. Num país como o nosso critica politica é falar do funcionamento natural da sociedade. Os maiores críticos sociais são as pessoas no meio da rua falando aquilo que nenhuma teoria dá conta porque teorias são fundamentos de mentes ociosas e ricas. Somente aqueles que estão satisfeitos com o status quo é que acham lindo debater quem é direita ou esquerda, quem é golpista ou não.

Quero vos lembrar que golpe também é o nome dado a assaltos e coisas do gênero. Portanto estamos dentro de um golpe: o da espoliação de tudo aquilo que é composto por uma carga tributária de 45% em alimentos, por exemplo.

E ai brasileiro?

Tiê Felix é professor

Opinião: No lugar de atacar o doente, é preciso tratar a doença!

Por Daniel Finizola

Ao estudar a história do Brasil percebemos que a corrupção sempre fez parte dos bastidores da política e do nosso cotidiano. Muitos incutiram a ideia de que o Brasil é um país que não tem jeito, que está tudo perdido, que “não adianta reclamar, pois nada vai mudar”. No imaginário coletivo, políticos e política são vistos como algo sujo e ilegal. Associada a esse tipo de ideia vem a degradação das instituições democráticas e da própria Democracia, regime político que promove o convívio e o respeito às diferenças, seja de ordem partidária, de gênero, classe ou etnia.

Nas eleições do ano passado vimos absurdos nas ruas e nos espaços virtuais. As redes sociais passaram a ser o espelho amplificado da atual sociedade. O ódio, a arrogância, o desrespeito às diferenças viraram os principais elementos da disputa política. Vivemos um tempo onde o mal é propagado gratuitamente e é justificado com a frase “foi só uma brincadeirinha”. A cada brincadeira os preconceitos vão sendo reforçados e o diálogo vai dando espaço à intolerância que espancou um adolescente de quatorze anos no interior de São Paulo, por ter pais homossexuais.

O ódio propagado por muitos, nesse caso, tirou a vida de um adolescente e acabou com os sonhos de uma família. Todo meu amor aos pais desse adolescente. Essa é uma das consequências da disseminação dos discursos de religiosos e do ascenso de políticos fundamentalistas.

Hoje e no domingo teremos manifestações em todo Brasil. As de hoje têm como pautas a defesa da Democracia e do Plebiscito Oficial da Reforma Política. Vários movimentos sociais se articulam, pois entendem que a mudança do sistema político é fundamental e urgente para fortalecer a Democracia e ampliar a participação popular na vida política do país. A principal reivindicação dos que defendem a Reforma Politica é o fim do financiamento privado de campanha, afinal de contas, empresa não vota! Se a Democracia tem por base o conceito de “uma pessoa, um voto”, não se pode tolerar influências que desequilibrem o jogo. Sem dúvidas, esse é o maior câncer do nosso sistema. Em Caruaru, o ato em favor da reforma vai se concentrar em frente ao Grande Hotel, às quinze horas de hoje.

No domingo será a vez dos que têm como pauta o impeachment da Presidenta Dilma e o fim da corrupção. Dos que chamam a Presidenta de vaca e puta, alimentam o ódio ao PT e às conquistas sociais intermediadas pelo Estado (sim, intermediadas, pois sem luta, não há conquistas, mesmo quando o governo é progressista). Muitos dos que vão às ruas no domingo não têm como pauta as reformas (Tributaria, Política ou das Comunicações). Reafirmando que o objetivo maior da manifestação é retirar do poder uma Presidenta que foi eleita democraticamente e não de mudar as estruturas políticas, sociais e econômicas que acentuam e perpetuam as diferenças sociais no país.

O outro mote da manifestação é a corrupção, e nos últimos dias o panelaço virou símbolo da luta contra os corruptos. Mas eu não ouvi falar em panelaço quando saiu a lista do HSBC, nem tão pouco quando o Presidente do Câmara e do Senado foram citados na tal lista da Operação Lava Jato. Não ouvi panelaço quando saiu a lista das empreiteiras que participaram do esquema de corrupção na Petrobrás, nem quando se descobriu a sonegação de R$ 615.099.975,16 em impostos não pagos pela Rede Globo. Mas o que leva a essa seletividade da hora de manifestar-se contra a corrupção?

A operação Lava Jato deixou evidente que o sistema político brasileiro já entrou em colapso há tempos, infelizmente o que vemos nos meios de comunicação de massa não é um debate sobre a necessidade urgente da Reforma Política, mas a propagação do senso comum, onde um governo e um partido viraram sinônimos de corrupção. Bem, então quer dizer que sem o PT do governo não haverá mais corrupção? Óbvio que haverá! Houve antes, por que não, depois? O problema não é um partido ou pessoa, mas esse sistema, que alimenta e abre portas para a corrupção, independente da agremiação partidária no poder.

Não há como negar que por trás de todo esse discurso de ódio há também uma questão de classe e isso não é algo exclusivo do Brasil, mas da configuração do mundo que vem se constituindo desde dos tempos da Revolução Industrial. O genocídio da juventude negra, a discriminação cultural, de gênero, étnica e religiosa são algumas das consequências de uma sociedade que dita os valores morais, de mercado e de comportamento pela ótica de quem detém o poder econômico.

Disputar e expressar sua cor, seu jeito, sua música em determinados espaços, é sinal de subversão, foge à ordem. Há os que negam a sua categoria, classe, cultura e identidade em nome de uma pseudo inclusão. Outros resistem, ocupam as mídias alternativas, produzem estudos e ações que contrariam os interesses do mercado, mas que ampliam as possibilidades de um mundo com mais justiça social e respeito às diferenças.

Seja hoje ou domingo, todos têm o direito de expressar sua opinião satisfação ou insatisfação em relação a governos e ao Brasil. Acreditamos que todas as manifestações vão correr dentro na legalidade, respeitando o espírito e os valores democráticos. Sendo assim, a oposição já pode aproveitar a energia das manifestações pra organizar uma plataforma de governo, pois daqui há três anos e alguns meses, teremos eleição pra Presidente. O Brasil já deu seu voto. O momento é de cobrar que os remédios sejam ministrados. No lugar de atacar o doente, é preciso tratar a doença!

Reforma Política, quando? Já!

Daniel Finizola – Educador, artista e Vice-Presidente do PT – Caruaru.

Opinião: Para o PT

Tiê Felix

Trabalhador é aquele que paga impostos, altos inclusive.

Trabalhador é aquele que vai ao SUS quando precisa de médico e se depara com aproveitadores.

Trabalhador é aquele que precisa de justiça e quando faz uso dela somente enxerga um túnel sem fim.

Trabalhador de verdade é aquele que acorda cedo, porque sua função é realmente importante e não se limita a alguns dias da semana. Ele é quem sustenta tudo inclusive os beneficiários e programas sociais.

Na verdade o trabalhador mesmo não está nem um pouco preocupado com a política. Ela não foi feita para ele e não o escuta, porque aquilo que o trabalhador quer é por demais revolucionário.

Trabalhador não tem tempo de pensar muito. Nem sequer pode estudar obviamente. Seu corpo foi feito para o trabalho. Talvez não tenha condições de se limitar a questionar o mundo corrupto que o cerca e de zelar por uma doutrina.

Infelizmente o PT e todos os outros partidos fazem de conta que sabem disso, mas somente cria beneficiários e aproveitadores.

Hoje o Brasil não valoriza o trabalhador, simplesmente porque o que ele tem a dizer é por demais perigoso e é melhor cultivar beneficiários.

São beneficiários tanto aqueles que vivem da coisa pública quanto aqueles que recebem uma mísera quantia pra se manter vivo na ferocidade desse país.

O PT e todos os outros partidos são apenas aproveitadores ocos que se fazem de representantes. Não sabem de nada porque governam por teorias ou por eles mesmos, não por um país.

Tiê Felix é professor

Opinião: Para além das flores e chocolates

Por Daniel Finizola

Quando chega o 8 de Março é comum a gente ver mulheres recebendo flores e chocolates. O gesto pode até ser bonito, mas a leveza das flores e a doçura do chocolate não condiz com a luta que todos os dias e travada pela mulheres em todo Brasil e no mundo. O Patriarcado resiste e invade nossa sociedade com piadas e gestos machistas que inferioriza, coisificando a imagem e o papel social da mulher. Vários estudos já comprovaram estatisticamente que a mulher ganha cerca de 30% menos que o homem, desempenhando atividades e funções idênticas. Essa distinção vem da gêneses da revolução industrial, onde era preferível contratar mulheres e crianças, já que se pagava menos, justificado pela  fragilidade de direitos que ainda permeia o nosso cotidiano. É assim que, historicamente, vai se forjando a imagem da mulher.

Sua participação, na maioria das vezes, foi negligenciada por aqueles que fazem a historiografia, como demonstram boa parte dos livros de história do ensino médio. Esses mesmos que ajudam a orientar nossos/as adolescentes,  evidenciam a ausência narrativas da contribuição das mulheres na organização política e seu protagonismo, como por exemplo, a Comuna de Paris e a Revolução Francesa. Na contramão desse estereótipo, a mulher ao longo da história desenvolveu diversas estratégias, a exemplo da arte e literatura, para contar seu protagonismo nos grandes acontecimentos no mundo.

A organização do Movimento Feministas a nível global, mais especificamente a partir dos anos 70, redimensionar a luta das mulheres no mundo. Importante afirmar que o feminismo não luta pela superioridade das mulheres frente aos homens, mas pela igualdade de direitos e contra a violência física e simbólica que se estabelece contra a mulher, sistematicamente. Basta analisar peças publicitárias, filmes, músicas e a própria língua para identificar como o sexismo é um marcador das relações sociais, assim como o próprio Estado.

Quando Dilma assumiu a presidência, surgiu todo um debate quanto ao termo “Presidenta”. Apareceu quem achasse o termo um absurdo, algo descabido para língua. É preciso entender que a língua reproduz padrões que obedecem a lógica das estruturas de poder de uma sociedade e frente a isso, deve ser dinâmica e estabelecer a comunicação de acordo as demandas apresentadas pela sociedade. Quem não aceita a forma feminina dessas palavras, indiretamente,  reafirma o patriarcado, o sexismo existente na construção dessas expressões. Há trabalhadoras e trabalhadores, secretário e secretária, ministros e ministras, deputados e deputadas e presidentes e presidentas. Não é simplesmente uma estrutura linguística e/ou gramatical, é lugar de disputa. Não há problemas nisso! Às vezes fico me perguntando qual o medo que permeia a imaginação das pessoas frente a construção de um termo feminino de uma função que está sendo exercido por uma mulher. Isso tem a ver com a sociologia da língua e com as pequenas revoluções que a luta das mulheres têm provocado ao longo do tempo.

A internet vem se constituindo como um espaço que amplia o direito à comunicação das minorias. Uma mídias onde os movimentos sociais encontram um lugar para fazer a disputa de ideias, e nesse contexto é sempre bom ver as feministas fazendo um debate qualificada que vai muito além da discussão sexista da linguagens. Blogueiras Feministas – De olho na Web e no Mundo – é um dos blogs que recomento a leitura. Lá você encontra textos que discutem a autonomia da mulher, violência contra a mulher, representação política entre outros temas.

No âmbito local quero destacar a colunista Bárbara Vasconcelos. Sempre atenta as movimentações do universo feminista, estabelecendo questionamentos sobre a sociedade contemporânea e a reprodução do patriarcado. Vale muito a pena acompanhar as reflexões dessa menina que faz a diferenças.

É importante que possamos cada vez mais refletir e debater sobre o sexismo, o patriarcado e o machismo. Que a voz da mulher não seja apenas amplifica no dia 8 de marços, porque todo dia é dia da mulher, é dia de ampliar seu espaço, de protagonizar grandes transformações sociais no Brasil e no mundo.

Daniel Finizola é Educador, artista e vice-Presidente do PT – Caruaru.

Artigo: Como emagrecer comendo? Confira os segredos da alimentação que ninguém divulga

Por Vinícius Possebon

O que a mídia divulga em peso é que, se você quer emagrecer, precisa ingerir menos calorias do que gasta. A princípio, isso faz muito sentido, pois se você ingere menos alimento do que seu corpo precisa, ele usaria a reserva de gordura para gerar energia e continuar funcionando normalmente.

Porém, nosso corpo não é uma máquina e existe uma infinidade de coisas que são mais importantes do que a queima de calorias. Ele nos avisa quando estamos com fome e qual é a hora de parar de comer. O problema é que hoje em dia temos uma infinidade de alimentos industrializados, processados e com sabores muito acentuados, que estragaram o mecanismo automático que nos mantém no peso ideal. Como ele foi alterado, surgiram essas dietas malucas de 1.200 kcal que vemos por aí.

Isso que dizer que, se você tem uma alimentação ruim, é melhor que você coma menos dessa comida pouco nutritiva para que o impacto seja menor. Ou seja, se você come veneno todo dia, o melhor é diminuir essa quantidade de veneno para que ele não seja tão nocivo.

Você percebe o quanto isso é ridículo? O sistema de 1.200 kcal até faz com que as pessoas percam peso, porém, o preço pago por isso é muito alto: elas sofrem, passam fome e ficam o dia todo pensando em comida. Além disso, esse tipo de dieta não resolve o problema do emagrecimento para sempre.

Contar calorias não fará com que você emagreça definitivamente

Isso ocorre porque este tipo de sistema é muito cansativo, nem um pouco prazeroso e estressa bastante as pessoas.

O segredo é focar na qualidade

Quando se foca na qualidade e a quantidade é deixada de lado, começamos a restabelecer o sistema automático do corpo de se manter no peso ideal. Isso que dizer que, quando nos focamos em ingerir os alimentos certos, aqueles que são naturais, nutritivos de verdade, nosso corpo cuida das calorias por conta própria, mesmo que você coma além da conta. Desta forma, você se mantém sempre no peso ideal.

O que impede as pessoas de emagrecer?

Eu fiz essa pergunta para meus alunos e sabe o que a maioria respondeu? Que um dos maiores empecilhos para se chegar ao peso ideal era a compulsão por doces. Isso estava atrapalhando as pessoas, mesmo que elas estivessem fazendo os treinos corretamente.

De fato, se você gosta muito de doces, é bastante estressante ter que abdicar de todo e qualquer doce para conseguir o corpo desejado. Porém, a dieta focada na qualidade dos alimentos não impede você de comer os doces que gosta, ou de tomar uma cerveja no fim de semana, por exemplo. O estilo de vida alimentar perfeito precisar proporcionar também liberdade.

A mídia não mostra, mas o que a ciência divulga é que uma vez que seu sistema hormonal está funcionando corretamente, seu corpo começa a queimar o excesso de gordura naturalmente para que o peso ideal seja atingido. Isso porque o objetivo do organismo é manter o corpo saudável para que ele sobreviva.

Quando posso comer as coisas que gosto?

Como já foi dito antes, você não precisa abrir mão dos doces, da cerveja ou da pizza. O que importa é que a maior parte da sua alimentação seja composta por alimentos que equilibrem o seu sistema hormonal.

Isso quer dizer que, se você quer separar um dia da semana para comer as coisas que “engordam”, como brigadeiro, massas e sanduíches, tudo bem. Mas você também pode comer um pedacinho de doce todos os dias, desde que o restante da sua alimentação seja equilibrada.

Uma dica para comer chocolate sem culpa

Se você ama comer chocolate e não consegue largar o vício, lembre-se de que essa delícia pode ser uma comida saudável, desde que você coma o chocolate de verdade, não aquela “pasta de açúcar” do supermercado. Essa “pasta de açúcar” é aquele chocolate ao leite, que quase não tem manteiga de cacau e é uma verdadeira bomba de açúcar. Então, se você ama chocolate, prefira o de verdade, que seja, no mínimo, 70% cacau. Isso porque a manteiga do cacau é uma gordura saudável para o organismo e a presença do açúcar nesse tipo de chocolate é bem menor.

Seguindo um sistema de alimentação correto, sua vontade de comer esses doces carregados de açúcar desaparecerá gradualmente, pois você se acostumará ao sabor real da comida.

Esse é o sistema de alimentação que realmente emagrece. Ele não funciona apenas para perder peso naquele momento, mas sim, para a vida inteira, pois você não vive com restrições e reeduca seu organismo comendo os alimentos realmente nutritivos, sem se preocupar com quantidade.

Vinícius Possebon é personal trainer, palestrante e criador do Sistema de Emagrecimento Queima de 48 Horas. Facebook: https://www.facebook.com/queimade48horas

Opinião: A eleição é logo alí, mas ainda não é aqui!

Por Lino Portela

Nos últimos dias, a cidade foi tomada de fora a fora por discussões das mais diversas. Entrevistas, debates, reuniões, encontros e diálogos que trouxeram de forma antecipada e, na nossa  opinião, de forma precoce, a partida do processo eleitoral de 2016 em Caruaru.

Observamos o tom dos discursos e respostas, que, oscilaram, indo do construtivo ao messiânico, passando pelo personalismo, com retoques sutis de aplicação de estratégias já repetidas outras vezes de um tempo que já não existe mais.

O que não ouvimos em nenhum desses momentos foi a busca da sintonia com a opinião da sociedade. Para muitos dos que freqüentaram os microfones  locais e jornais, nos parece neste momento pouco importar o que o futuro eleitor tem pra dizer.

E uma frase tradicional ecoa novamente: “ ao povo a gente informa depois que decidir! “

Chamamos a atenção de que: com certeza a eleição é logo ali, mas ainda não é aqui!

Pois quem acredita que o que se diz atualmente é o que vai acontecer? E quem acredita no que se diz ?

Candidatos (as) postos, chapas prontas, mandatos antecipados, na leitura fria que olha pra você e diz: “ você é liderança, portanto seja candidato(a) ”.

E sem uma discussão responsável,  mais uma vez se repete o estratagema que forma a velha e conhecida “cauda eleitoral ”, que estará a mercê dos personalismos e divindades, muitos desses ressuscitados das cinzas para propor a salvação e a redenção da cidade, substituindo a discussão política das idéias pela simples paixão, ou coisas como um rosto bonito ou um cabelo bem cortado ou ainda uma voz eloqüente.

Que a sociedade também se apresente, para a margem do que está posto, trazer à luz sua opinião sobre o que quer e como quer o seu futuro, pois a margem de erro vai se aproximando de zero.

Que a sociedade utilize os espaços democráticos que serão disponibilizados ao longo do ano para discutir seu desenvolvimento, sua sustentabilidade, sua cultura, sua identidade e seu amanhã, participando, colaborando efetivamente e construindo um tempo que ainda há de vir, pois a cidade somos todos nós e não apenas alguns!.

Pra finalizar, opinamos que talvez não seja o novo o que a sociedade busque, mas com certeza deve ser algo mais inteligente, e que, tranquilamente pode ser ou não combinado com a novidade, pois, se pra cada tempo existe um povo, a atual geração de caruaruenses talvez não mais esteja disposta a acreditar nas histórias da carochinha, pois que, sem trabalho e responsabilidade social não há futuro nem pra você e nem pra Caruaru!

Lino Portela é Presidente do diretório municipal do PCdoB em Caruaru.

Coluna: 50 tons de sadismo

Por Menelau Júnior

As apaixonadas por Christian Grey dirão que estou morrendo de inveja, que este artigo é fruto de “recalque” e que os homens não entendem a alma feminina. Tudo bem, cada uma pode pensar o que bem entender – isso em nada muda minha opinião sobre o megassucesso 50 Tons de Cinza.

Vamos pelo começo: Jamie Dornan, o ator que interpreta o bilionário Christian Grey, é mesmo muito bonito. Grey seduz a virgem Anastasia Steele (a sexy-não-tão-bela Dakota Johnson) e a introduz no mundo do sadomasoquismo.

Pronto, a história é isso e nada mais. Baseado numa trilogia (essa é a primeira parte) que vendeu mais de 100 milhões de livros ao redor do mundo, 50 Tons de Cinza é, como se propõe a ser, uma adaptação bem fiel à obra original.

Os livros foram avidamente devorados por mulheres sedentas de algum ritual amoroso. Na falta de romantismo de verdade, passaram a acreditar que humilhação e pancadas são, sim, atitudes românticas. Pra quê chocolates e flores se você pode apanhar, não é mesmo? E, obviamente, a beleza de Grey e os prazeres que seu dinheiro pode oferecer acabaram por justificar a máxima de que “um tapinha não dói”.

Mas dói – e muito. Grey submete Anastasia a humilhações sem fim – sempre justificando que isso dará prazer a ela. A moça, inexperiente, deixa-se encantar pelo jovem podre de rico (mas a riqueza é só um “detalhe”, ok?) e, na tentativa de descobrir sua própria sexualidade, faz o papel de submissa nos moldes exigidos por Grey. Quando ela foge à regra, recebe um “castigo” – chicotadas e pancadas cujo som chega a lembrar o flagelo de Jesus em “A Paixão de Cristo”.

É claro que existem pessoas adeptas do sadomasoquismo. Não julgo preferências sexuais. Entretanto, na maioria dos casos, há uma espécie de reciprocidade nos rituais de algemas, correntes, chicotes e “palmadas”. No caso de 50 Tons, só existe uma moça totalmente manipulada que, em busca da descoberta do prazer, se deixa envolver por um jovem bonito e podre de rico (mas a riqueza, repito, é só um “detalhe”, ok?). Ganhar computador, TV, voo de helicóptero e um carrão novo não fazem nenhuma diferença.

Não sei se Christian Grey arrancaria tantos suspiros se fosse feio e pobre. Não sei se tanta gente o defenderia – apesar de seus traumas. Será que os rituais teriam o mesmo efeito quase hipnótico em mulheres sedentas de alguma coisa diferente? Não me cabe responder. A mim, Grey pareceu apenas um menino mimado, mal-amado, prepotente, arrogante e psicótico – e que tenta justificar tudo com base em seu “passado obscuro”.

Ah, claro, ele é mesmo lindo, charmoso e podre de rico. Mas todo o mundo sabe que isso nunca fez diferença, não é mesmo?

Menelau Júnior é professor