Crise mais fraca anima comércio local

Comércio (15)

Pedro Augusto

A tal “recuperação econômica”, que o Governo Federal vem afirmando em alto e bom som que tem ocorrido nos últimos meses no Brasil, parece estar provocando uma realidade diferente no comércio de Caruaru no comparativo de um fim de ano para o outro. Se em 2016 com a crise financeira ainda em alta martelando bastante as vidas dos consumidores, empatar com as vendas de dezembro de 2015 já estaria de bom tamanho, agora, com o país saindo do fundo do poço em termos econômicos – ao menos é o que vem afirmando categoricamente o presidente Temer -, a expectativa dos lojistas da Rua 15 de Novembro, no centro da Capital do Agreste, é de superar neste mês, mesmo que em percentuais pequenos, as comercializações feitas no intervalo equivalente de 2016.

De acordo com os varejistas entrevistados pelo VANGUARDA, na manhã da última segunda-feira (4), ainda é muito cedo para se afirmar que em 2017 a lucratividade será maior em relação ao fim de ano passado, porém se for tomado como parâmetro os desempenhos que as lojas vêm obtendo nestas últimas semanas, o setor econômico mais pujante de Caruaru deverá ter mais motivos para sorrir do que lamentar ao término do expediente do próximo dia 31. Segmentos como os de vestuários, calçados e eletrodomésticos, que tradicionalmente são bastante demandados nesta época, não têm economizado em novidades em termos de produtos e em mão de obra qualificada para tentar atrair ao máximo o maior número de compradores possível.

A Sapataria Muniz, que possui quatro lojas operando no varejo local, foi uma das redes a investir na contratação de trabalhadores temporários para este fim ano. Até agora, a aquisição, segundo um de seus gerentes, Demilton Holanda, tem sido compensatória. “Ao todo, 18 pessoas foram contratadas para a nossa unidade e não estamos tendo do que reclamar, haja vista que, até o presente momento, o volume de vendas se encontra bastante satisfatório. Nesta época do ano existe uma demanda natural por todos os produtos da rede, mas os campeões de vendas estão sendo, sem dúvidas, os calçados masculinos e femininos. Como muitos consumidores têm conseguido voltar a ter crédito, depois desse período longo de crise a maioria das vendas tem ocorrido nos cartões, haja vista que eles têm a opção de parcelá-las adquirindo também um número maior de produtos com valores mais elevados”, avaliou Demilton.

Pela primeira vez na história de Caruaru, a Feira da Sulanca se encontra funcionando aos domingos em uma época de fim de ano. Medida esta que também tem impulsionado, segundo a gerente da Benjamim Empório, Gisele Alves, as vendas de vestuários na Rua 15 de Novembro. “Estamos apenas no começo do mês e ainda não podemos afirmar uma estimativa certa de vendas para este fim de ano. Entretanto, até agora, o movimento tem sido bastante satisfatório ainda mais porque estamos abrindo a loja aos domingos, datas estas que também têm servido para abrigar as atividades da Sulanca. Após circular pelos bancos da feira, milhares de compradores, seja da cidade ou não, têm passado pelas lojas da Rua 15 e comprado bons volumes de roupas. Nossa loja só tem a comemorar”, observou Gisele.

De acordo com o gerente de vendas da Laser, Niéliton Barbosa, a procura por eletrodomésticos passou a ficar intensificada após o repasse da primeira parcela do 13º salário. “Graças a Deus e ao pagamento desta gratificação, observamos um movimento intenso no último fim de semana com uma procura muito grande por artigos da linha branca. A expectativa é de superarmos neste fim de ano em pelo menos 5% as vendas que foram contabilizadas em 2016. Devido à crise, os fabricantes decidiram congelar os preços de alguns produtos, muitos compradores passaram a consumir à vista e tudo isso está influenciando no acréscimo do nosso faturamento. Tentaremos aproveitar ao máximo este fluxo redobrado de compradores”, disse Niéliton.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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