Mortes em casa tiveram aumento de 32% durante a pandemia

Com o isolamento social, muitas pessoas estão apresentando problemas de saúde e mascarando os sintomas. Tudo isso para evitar a ida aos hospitais. Porém, um outro problema pode surgir: a chegada ao hospital com problemas graves de saúde.

Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) indicam que houve um aumento de 32% de mortes em casa, entre o período de março a maio. “Foram analisados os números de 2019 e 2020 e o crescimento foi considerável. Tudo indica que é o receio de procurar atendimento médico nos hospitais”, explica dr. Augusto, membro da SBC e médico do Departamento de cardiologia da Rede Mater Dei e do Hospital Belo Horizonte.

De acordo com ele, o ideal é procurar o hospital, caso desconfie de algo mais grave. “Apendicite supurada, infarto com dor torácica há dias, obstrução intestinal grave são alguns exemplos”, ressalta.

Para dr. Augusto Vilela, o isolamento social é necessário, mas em casos de doenças, principalmente as preexistentes, o paciente deve ficar atento aos sintomas. “Não se pode deixar de lado o indício de possíveis doenças que, não buscando um médico, pode ser tornar grave e levar ao óbito”, alerta.

IEL-PE oferece curso on-line com foco em estratégias para engajamento de equipes

Dando continuidade ao novo formato de capacitações, por meio de aulas online transmitidas ao vivo, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-PE) está com inscrições abertas para o curso Avaliação, Remuneração e Engajamento de Equipes, que será realizado nos dias 20, 21 e 22 de julho, no horário das 18h às 22h, pela plataforma Zoom.

A nova metodologia on-line permite a capacitação durante a pandemia, possibilitando aos inscritos mais comodidade e acesso ao conteúdo por diferentes dispositivos. Além disso, o formato ao vivo facilita a interação entre os participantes. É uma oportunidade de continuar se aperfeiçoando profissionalmente, especialmente nesse contexto de tantas mudanças no mundo corporativo.

Durante as 12 horas de carga horária do curso, o instrutor Kaique Dias Bento, com vasta experiência em consultoria organizacional, terá a missão de fazer com que o participante reflita sobre a implantação das avaliações de desempenho no seu ambiente de trabalho, os modelos de remuneração estratégica e o que pode tornar a equipe mais engajada, considerando o novo cenário gerado pela pandemia do coronovírus.

De acordo com a coordenadora de operações do IEL, Jullyenny Mary, a ideia de oferecer uma capacitação com essa temática é proporcionar subsídios aos empresários e gestores de RH para que possam motivar a equipe no atual momento. “Diante do cenário de pandemia, manter uma equipe engajada e motivada, disposta a vestir a camisa e enfrentar a crise, não é uma tarefa fácil, mas vale ressaltar a importância dos colaboradores para a sobrevivência de qualquer organização”, afirmou.

O instrutor Kaique Dias Bento é discente do Doutorado em Administração de Empresas (Universidade Presbiteriana Mackenzie), tem Mestrado em Gestão do Desenvolvimento Local Sustentável e draduação em Administração de Empresas, ambos pela FCAP/UPE. Possui vivência como consultor organizacional e como facilitador de treinamentos corporativos sobre gestão por competências e desenvolvimento humano para empresas multinacionais, de diversos segmentos e portes. Além disso, é docente de turmas de graduação e MBA na área de gestão de pessoas e de gestão humana e social.

As inscrições podem ser feitas através do e-mail: regional.agreste@sistemafiepe.org.br, do site www.ielpe.org.br ou do telefone (81) 99165-5684. O investimento é de R$ 199 e pode ser dividido em até 3x nos cartões. Indústrias contribuintes do Sistema FIEPE (SESI /SENAI) têm 10% de desconto, pagando R$ 179,10. Estudantes e idosos, mediante comprovação, têm 15% de desconto e a inscrição fica de R$ 169,15. Sindicatos patronais filiados à FIEPE e seus associados, colaboradores do Sistema FIEPE e empresas associadas ao CIEPE têm 20% de desconto e o valor fica de R$ 159,20.

Serviço
Curso Avaliação, Remuneração e Engajamento de Equipes
Datas: 20, 21 e 22 de julho
Horários: 18h às 22h
Formato: On-line, ao vivo, através da plataforma Zoom
Carga horária: 12 horas

Casos globais de covid-19 superam 10 milhões

exame coronavirus COVID-19

Os casos globais de coronavírus ultrapassaram 10 milhões nesse domingo (28), uma importante marca na disseminação da doença respiratória que já matou mais de meio milhão de pessoas em sete meses. A contagem é da Reuters.

O número representa cerca do dobro de casos de doenças por influenza severa registrados anualmente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.

A marca é atingida no momento em que muitos países duramente afetados estão afrouxando as restrições, ao mesmo tempo em que fazem fortes alterações em relação a trabalho e à vida social, que podem durar ao menos um ano até que uma vacina esteja disponível.

A América do Norte, América Latina e Europa respondem, cada uma, por cerca de 25% dos casos, enquanto a Ásia e o Oriente Médio têm cerca de 11% e 9% respectivamente, de acordo com a contagem da Reuters, que usa relatórios governamentais.

Há mais 497 mil mortes ligadas à doença até agora, o mesmo que o número de mortes por influenza relatado anualmente.

Saiba em quais lugares o contágio pelo novo coronavírus pode ser maior

Um estudo feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) tornou mais fácil identificar lugares onde, segundo pesquisadores, a chance de ser infectado pelo vírus SARS-Cov-2, responsável pela pandemia de covid-19, é bem maior. Os resultados parecem comprovar o que já é protocolo sanitário em todo o Brasil: a residência é o lugar mais seguro para as pessoas nesse momento.

A equipe de virologistas responsáveis pelo levantamento coletou amostras de lugares públicos de alta circulação na cidade de Belo Horizonte. O método utilizado foi parecido com os testes realizados para detectar a presença do vírus no organismo: o swab – um tipo de cotonete alongado que, quando friccionado contra superfícies, coleta o material em repouso – foi usado em pontos de ônibus, corrimãos, entradas de hospitais e até mesmo bancos de praças. Das 101 amostra colhidas, 17 continham traços do novo coronavírus.

“Para se avaliar o risco de um determinado local, levamos em consideração três elementos: o número de pessoas que podem portar a infecção, o nível de aglomeração esperado nos ambientes e a chance de haver pessoas com a infecção no local”, explicou o infectologista e professor de medicina da UFMG, Matheus Westin.

O médico lembra, ainda, que objetos também podem ter partículas infecciosas inertes. Frutas, verduras, caixas e outros itens que ficam expostos podem carregar o vetor de infecção. O estudo classificou as áreas de risco de acordo com os três pilares sanitários identificados pelos médicos. Veja o infográfico:

Infográfico mostra a escala de perigo de contaminação por covid-19.
Linha de frente

O estudo mostrou também que profissionais que trabalham na linha de frente de combate ao novo coronavírus estão muito mais suscetíveis ao contágio, já que a proximidade com infectados é inevitável.

“Todas as formas de assistência direta envolvem proximidade. Desde os cuidados primários, como administrar medicação ou conversar com o paciente, aos procedimentos invasivos, como ajustar o ventilador mecânico, aspirar as vias aéreas ou entubar o paciente, tudo isso cria um grande risco de transmissão”, argumenta Westin.

Segundo o médico e professor, o investimento em equipamentos de proteção individual (EPIs) de qualidade é crucial, e pode definir se o profissional médico será contaminado ou não ao tratar pacientes. “Boa parte desse equipamento é de uso único. A troca deve ser periódica. Mas não dá pra esquecer que o profissional de saúde, ao chegar em casa, deve lavar bem com água e sabão as vestimentas hospitalares para remover traços de contaminação das roupas”, informou.

Rodada do Carioca teve muitos gols e protestos

O Botafogo e o Vasco venceram e o Fluminense perdeu na quarta rodada da Taça Rio. Estádios vazios, protestos, medidas de prevenção e muitos gols marcaram esse domigo (28). Pelas redes sociais, as equipes também pregaram respeito no Dia do Orgulho LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e intersexuais).

O primeiro a pisar em campo foi o Botafogo, precisamente, às 11h, para enfrentar a Cabofriense. O alvinegro entrou para jogar, uniformizado com a mensagem “vidas negras importam” estampada na frente da camisa. Mas o que chamou a atenção era a faixa exibida pelos jogadores, “Protocolo bom é o que respeita as vidas”. A frase é uma crítica à Federação de Futebol do Estado Rio de Janeiro (Ferj), que liderou a retomada do Campeonato Carioca em meio à pandemia do novo coronavírus (covid-19).

Dentro das quatro linhas, os botafoguenses golearam, por 6 a 2, o time da Região dos Lagos. Pedro Raul marcou duas vezes, além de Cícero, Bruno Nazário Luis Henrique e Caio Alexandre. Aos dois minutos da partida, os alvinegros pararam a bola e se ajoelharam, repetindo o gesto antirracista que percorre o mundo, desde a morte do norte-americano George Floyd, em 25 de maio, asfixiado pelo joelho de um policial.

A vitória da equipe da estrela solitária coloca o Botafogo na briga pela segunda vaga do Grupo A, já que a primeira foi assegurada pelo Flamengo.

Quem também renasceu na competição foi o Vasco. Na estreia do técnico Ramon Menezes, o Cruz-maltino venceu o Macaé por 3 a 1, em São Januário. Todos os gols vascaínos foram marcados por Germán Cano. “Sempre sonhava poder marcar minha primeira tripleta (três gols), por sorte pude conseguir”, disse o argentino no canal do clube no youtube, já que entrevistas e coletivas, por enquanto, seguem proibidas. O resultado, somado à derrota de Madureira para o Resende (2 a 0), mantém a esperança do Vasco (5 pontos) de chegar às semifinais pelo grupo B. Mas quem está mais perto da vaga é o Volta Redonda (7 pontos), que surpreendeu o líder dessa chave, o Fluminense (9 pontos), com vitória de 3 a 0.

O tricolor não quis jogar no Maracanã, alegando desrespeito aos pacientes de covid-19 sob cuidados médicos no hospital de campanha, montado dentro do complexo esportivo do estádio. O jogo então aconteceu, às 19h, no Estádio Nilton Santos, com direito a faixa de agradecimentos aos profissionais da saúde na entrada do time. No retorno de Fred, o artilheiro não marcou e acabou substituído por Odair Hellmann no intervalo da partida. Quem balançou as redes foi o Voltaço, com Pedrinho e Saulo Mineiro, por duas vezes.

Todas as equipes voltam a jogar na próxima quarta-feira (1º) pela última rodada da Taça Rio.

Dezenas de pessoas são presas em Hong Kong durante protesto

Manifestantes participam de uma marcha do Dia dos Direitos Humanos no distrito de Causeway Bay, em Hong Kong   REUTERS / Laurel Chor

A polícia de Hong Kong prendeu pelo menos 53 pessoas nesse domingo (28), após tumulto durante protesto relativamente pacífico contra a nova legislação de segurança nacional a ser implementada pelo governo chinês.

A polícia antiprotestos estava presente quando várias centenas de pessoas se locomoveram de Jordan para Mong Kok, no distrito de Kowloon, realizando o que estava previsto para ser um “protesto silencioso” contra a lei de segurança.

No entanto, palavras de ordens foram dirigidas à polícia e o tumulto irrompeu em Mong Kok, levando os agentes a usar spray de pimenta para controlar parte da multidão.

A polícia de Hong Kong disse no facebook que 53 pessoas foram presas e acusadas de reunião ilegal, acrescentando que anteriormente alguns manifestantes tentaram bloquear ruas.

A nova lei de segurança nacional preocupa ativistas pró-democracia em Hong Kong e alguns governos estrangeiros. Para eles, Pequim está corroendo ainda mais a autonomia prometida quando a Grã-Bretanha devolveu o território à China em 1997.

“Os governos querem calar nossas bocas e nos expulsar”, afirmou o manifestante, Roy Chan, de 44 anos. “Precisamos permanecer de pé e derrubar todos aqueles que privam a liberdade das pessoas de Hong Kong”.

Covid-19: União Europeia discute relaxar restrições de entrada

Bandeiras da União Europeia na sede da Comissão Europeia em Bruxelas, Bélgica.

Os estados-membro da União Europeia, que tinham fechado o acesso de visitantes de países de fora do bloco em março, diante da pandemia do novo coronavírus, podem abrandar as restrições em etapas com o avanço da temporada de verão no Hemisfério Norte.

Embaixadores de países da União Europeia reuniram-se nesta sexta-feira (26) para discutir o assunto. Fontes diplomáticas dizem que visitantes de países como China, Coreia do Sul e Japão devem ser incluídos na primeira fase de abertura.

Isso depende, porém, de esses países continuarem mantendo a pandemia do novo coronavírus sob controle. É entendido que a União Europeia espera que o relaxamento das barreias à entrada seja recíproco. Alguns países podem ser removidos da lista provisória a depender de decisão dos membros do bloco europeu.

Estados Unidos e Rússia, que ainda estão enfrentando um grande números de novas infecções, foram excluídos.

A União Europeia planeja divulgar a lista na próxima semana. Alguns países-membros do bloco estão ansiosos para receber turistas, enquanto outros mostram-se mais cautelosos.

Novos relaxamentos no isolamento devem ser definidos na terça-feira pelo Governo do Estado

 (Leandro de Santana/Esp. DP Foto)Leandro de Santana/Esp. DP Foto

Vivendo um momento de relaxamento gradual das medidas de quarentena impostas pela pandemia de Covid-19, algumas regiões de Pernambuco podem ter novas liberações sendo concretizadas na próxima semana. Em primeiro momento, todos os protocolos devem ser mantidos até a próxima segunda-feira, mas, com a análise dos números desta semana, novas decisões podem ser tomadas, como indicou o secretário de Saúde, André Longo, em entrevista coletiva.

“A decisão do comitê de enfrentamento à Covid-19 é que nós vamos aguardar os dados da 26ª semana epidemiológica, que se encerra amanhã. Nós devemos ter os primeiros dados dela no domingo, essa avaliação deve estar completa na segunda-feira. Nós não não teremos o avanço automático para a quinta fase do plano de convivência na segunda-feira, nós vamos aguardar os dados para tomar essa decisão do avanço no início da próxima semana. Provavelmente na terça-feira, a gente deve estar fazendo o anúncio”, disse Longo.

O chefe da pasta da saúde também reforçou que o estado tem situações diferentes da curva epidêmica em suas regiões. Enquanto a Região Metropolitana tem um momento de flexibilização das medidas, diversos municípios de Zona da Mata e Agreste ainda vivem medidas mais rígidas, com Caruaru e Bezerros, dentro da Operação Quarentena. Também na entrevista, o secretário apontou a possibilidade de um pico de casos no Sertão no mês de julho.

“Neste momento, fica, na segunda-feira, como está, com aquelas medidas congeladas naqueles 83 municípios da Zona da Mata Sul, Zona da Mata Norte e Agreste. E a quarentena mais rígida em Caruaru e em Bezerros. E, no restante do estado, nós estamos na fase quatro, como nos encontramos hoje. Esse quadro poderá ser reavaliado com os dados da 26ª semana epidemiológica, na avaliação que será feita ao longo de domingo e segunda-feira”.

Diário de Pernambuco

Pernambuco confirma 1.018 novos casos e 43 óbitos pela Covid-19

 (Foto: KARIM SAHIB / AFP)
Foto: KARIM SAHIB / AFP

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) divulgou, neste domingo (28.06), 1.018 novos casos da Covid-19 em Pernambuco. Entre os confirmados, 876 (86%) são casos leves, ou seja, pacientes que não demandaram internamento hospitalar e que estavam na fase final da doença ou já curados. Outros 142 (14%) se enquadram como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Agora, Pernambuco totaliza 58.107 casos já confirmados, sendo 19.268 graves e 38.839 leves.

Além disso, o boletim registra 43 óbitos (sendo 20 do sexo feminino e 23 do sexo masculino). Os novos óbitos confirmados são de pessoas residentes nos municípios de Afogados da Ingazeira (1), Araripina (1), Carpina (1), Caruaru (6), Chã de Alegria (1), Condado (1), Feira Nova (1), Iguaraci (1), Ipojuca (2), Ipubi (1), Jaboatão dos Guararapes (11), João Alfredo (1), Joaquim Nabuco (1), Lagoa do Itaenga (1), Limoeiro (1), Palmares (4), Passira (1), Paudalho (1), Recife (3), Riacho das Almas (1), Tracunhaém (1) e outro Estado (1). Com isso, o Estado totaliza 4.751 mortes pela doença.

Do total de mortes registradas no boletim de hoje, 23 mortes (53,5%) ocorreram entre o dia 11 de maio e 24 de junho e 20 (46,5%) nos últimos três dias. Os pacientes tinham idades entre 35 e 101 anos. As faixas etárias são: 30 a 39 (4), 40 a 49 (3), 50 a 59 (5), 60 a 69 (12), 70 a 79 (7), 80 anos ou mais (12).

Dos 43 pacientes que vieram a óbito, 30 apresentavam comorbidades confirmadas: diabetes (17), doença cardiovascular (16), hipertensão (11), obesidade (5), doença respiratória (3), doença renal (2), tabagismo/histórico de tabagismo (2), câncer (1) – um paciente pode ter mais de uma comorbidade. Cinco pacientes não apresentavam comorbidades e os demais estão em investigação pelos municípios.

Também foram confirmadas 39.956 pessoas curadas da Covid-19 no Estado. Desse total, 9.182 são de casos graves e 30.774 casos leves. Os casos graves confirmados da doença estão distribuídos por 177 municípios pernambucanos, além do Arquipélago de Fernando de Noronha e da ocorrência de pacientes em outros estados e países.

Com relação à testagem dos profissionais de saúde com sintomas de gripe, em Pernambuco, até agora, 15.503 casos foram confirmados e 18.624 descartados. As testagens abrangem os profissionais de todas as unidades de saúde, sejam da rede pública (estadual e municipal) ou privada. O Estado foi o primeiro do país a criar um protocolo para testar os profissionais da área da saúde.

Pesquisa mostra aumento da violência contra pessoas trans no Brasil

Rio de Janeiro - Manifesto realizado na praia de Copacabana lembra as vítimas da transfobia no Brasil.  (Tomaz Silva/Agência Brasil)

No primeiro semestre deste ano, 89 pessoas transgênero foram assassinadas no Brasil, quantidade que supera em 39% a registrada no mesmo período de 2019, de acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Para a entidade, os números escancaram como a omissão de autoridades governamentais tem contribuído para que estejam no centro de um contexto amplo de vulnerabilidade, que inclui agora efeitos da pandemia de covid-19.

“Os dados não refletem exatamente a realidade da violência transfóbica em nosso país, uma vez que nossa metodologia de trabalho possui limitações de capturar apenas aquilo que de alguma maneira se torna visível. É provável que os números reais sejam bem superiores. Mesmo com essas limitações, os dados já demonstram que o Brasil vem passando por um processo de recrudescimento em relação à forma com que trata travestis, mulheres transexuais, homens trans, pessoas transmasculines e demais pessoas trans. O que reforça a importância do nosso trabalho de monitoramento, incidência política e denúncias a órgãos internacionais”, escreve a Antra, que acrescenta que, em tentativa de suprir uma lacuna deixada pelo Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em junho de 2019, tratar os casos de transfobia com base na Lei nº 7.716/1989, na qual são tipificados os crimes de preconceito contra raça e cor.

Em nota, ao comentar os homicídios, a Antra antecipou respostas obtidas em entrevistas feitas para o projeto TransAção, de apoio a travestis e mulheres trans do Rio de Janeiro, a fim de elucidar como a suscetibilidade desse grupo populacional ocorre. A maioria (87,3%) das entrevistadas apontou como uma de suas principais necessidades a conquista de um emprego capaz de garantir seu próprio sustento. Além disso, 58,6% declararam pertencer ao grupo de risco de covid-19 e 94,8% que sofreram algum tipo de violência motivada por discriminação devido a sua identidade de gênero.

Ainda segundo a entidade, estima-se que cerca de 60% da população trans não conseguiu ter acesso ao auxílio emergencial concedido pelo governo federal ou benefício semelhante. Desenha-se, portanto, uma situação preocupante, tendo em vista que 29,3% das participantes do TransAção afirmaram sobreviver com uma renda média de até R$ 200; 39,7% com uma de valor entre R$ 200 e R$500; 27,6% com até um salário mínimo (R$1.045) e 3,4% com renda entre R$ 1.045 e R$ 3.135. Nenhuma delas declarou receber acima de três salários mínimos. Ou seja, mesmo quando têm uma fonte de recursos, a quantia é, majoritariamente, baixa, o que faz com que parte delas busquem ajuda de familiares, que, em alguns casos, as subjugam a agressões dentro da própria residência.

No comunicado, a Antra também destaca que não há, até o momento, levantamentos abrangentes sobre as dificuldades enfrentadas pela comunidade LGBTI+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, intersexo e outros) durante a crise sanitária, produzidos por iniciativa das diferentes esferas de governo. Para a Organização das Nações Unidas (ONU), os LGBTI+ estão entre as parcelas populacionais mais expostas à pandemia, motivo pelo qual, defende, se deve reivindicar aos governos políticas específicas de proteção social.