Projeto busca aumentar retenção de alunos em Escolas de Referência de Pernambuco

Aumentar a retenção de alunos em três escolas de referência de Pernambuco, esse é o objetivo do projeto “Alavanca na Escola”, vencedor do Educar para Transformar, 7ª Chamada Pública de Projetos do Instituto MRV. Desenvolvido pela Organização da Sociedade Civil (OSC) Somo Professores, a iniciativa irá acontecer em três municípios da Região Metropolitana do Recife – Paulista, Jaboatão dos Guararapes e Recife -, contemplando mais de dois mil estudantes da rede pública com idade média de 16 anos.

A proposta do projeto é identificar dificuldades e encontrar ferramentas e soluções para aprimorar o aprendizado dos estudantes nas Escolas de Referência do Ensino Médio: Professor Trajano de Mendonça, em Jardim São Paulo, no Recife, na Adelaide Pessoa Câmara, em Marcos Freire, em Jaboatão dos Guararapes, e de Paulista, no município mesmo nome. “Percebemos que, após cursar o primeiro ano do Ensino Médio, eles acabam optando por outra escola, até com qualidade inferior, por não conseguirem lidar com as diferenças de aprendizagem e realidades”, analisa Fernando Neves, coordenador do Alavanca na Escola.

A aproximação com os jovens já começou no ano passado, quando a ONG conversou com eles para ouvir os problemas enfrentados durante o processo de aprendizagem e, durante dois anos de execução do projeto, uma equipe multidisciplinar vai atuar em cada instituição. Ela será formada, a partir de janeiro, pelo consultor do projeto e a gestão da escola, com a presença de professores, diretoria e demais agentes interessados em contribuir para o ensino.

Após essa primeira etapa, o cronograma vai considerar outras, como a listagem dos problemas que interferem no aprendizado, coleta de dados que comprovem a interferência e encontrar as causas. “É um processo complexo e aprofundado porque todas as fases envolvem estudos, embasamentos teóricos e mensuração. Tudo articulado e desenvolvido pela equipe junto aos estudantes, que são o nosso foco”, afirma Fernando.

Após a definição do principal problema a ser resolvido, com investigação das possíveis causas, eles vão validar a hipótese com o uso de dados e desenvolver um projeto de melhoria em cada escola. “Além de resolver algo que esteja impedindo a permanência dos estudantes, temos a intenção de deixar como legado o entendimento de que cada instituição pode dar continuidade ao projeto de forma independente”, finaliza.

Educar para Transformar – Além do Alavanca, na 7ª edição do Educar para Transformar foram selecionados, por votação popular, outros nove projetos espalhados pelo Brasil para receber o apoio do Instituto MRV. Esse é o segundo projeto desenvolvido pela Somos Professores. Na edição anterior, a organização desenvolveu o “Programa Alavanca”, com o apoio de projetos de 15 professores de escolas municipais de Jaboatão dos Guararapes. Neste biênio 20/21, a ONG vai realizar pela primeira vez o “Alavanca na Escola” tendo como público-alvo o desenvolvimento dos alunos. O projeto irá receber capacitações em gestão, acompanhamento de sua evolução e um aporte financeiro de R$160 mil para o desenvolvimento das atividades durante dois anos. “Em um país com grande desigualdade social é gratificante ver o interesse das OSC’s e das escolas em fazer a diferença, em proporcionar inclusão e melhorar as condições de acesso à educação de crianças e adolescentes. Estamos felizes com o resultado e temos a certeza de que estarmos no caminho certo para o desenvolvimento de um Brasil com mais oportunidades”, afirma Eduardo Fischer, presidente do Instituto MRV.

Empresas demoram menos de dez segundos para filtrar currículos

O currículo é a porta de entrada de qualquer pessoa em uma empresa, e por isso é um dos documentos mais importantes na hora de conquistar uma vaga de emprego. Porém, muitos currículos são descartados logo no começo da avaliação. De acordo com um estudo realizado pela Catho, plataforma de recrutamento online, 30% dos recrutadores levam de 6 a 10 segundos, em média, para descartar ou decidir manter um currículo na disputa por uma vaga. Depois disso, cerca de 15 a cada 100 currículos são revistos com maior cuidado pelos profissionais.

A falta de requisitos básicos, como número de telefone e contato de e-mail, é um dos principais motivos para esse descarte rápido. Além disso, a falta de cumprimento de requisitos essenciais para a vaga, como inglês fluente ou formação específica, também estão entre os apontamentos da pesquisa.

Esses também são os principais problemas relatados pelo departamento de Recursos Humanos do Grupo A.Yoshii. Referência em construção civil há mais de 50 anos, o Grupo, que atua em todo país com obras corporativas e com obras residenciais no Paraná e São Paulo, está em processo de contratações em Campinas, onde anunciou a construção de empreendimentos de alto padrão.

Nesta primeira etapa na cidade, o Grupo vai gerar cerca de 1.200 empregos diretos e indiretos na construção do Le Rêve, um edifício residencial de alto padrão, localizado na Rua dos Alecrins, no Cambuí. Este será o prédio mais alto de Campinas – com 33 pavimentos.

O recrutamento de mão de obra para esse empreendimento começa em março, de acordo com o diretor do departamento de Recursos Humanos do Grupo A.Yoshii, Aparecido Siqueira. Segundo ele, muitos currículos que chegam até a empresa são filtrados e eliminados na fase de triagem por falta de informações básicas para atender a vaga ofertada, como escolaridade e conhecimento técnico.

“Organização e assertividade são essenciais para conquistar a vaga. Conhecer o próprio perfil e entender se você atende os requisitos e conhecimento para a vaga que está se candidatando é muito importante. Outras informações básicas, como contatos corretos e um breve relato das atividades desempenhadas nas experiências anteriores, também são pontos positivos”, afirma Aparecido.

Mercado financeiro reduz estimativa de inflação este ano para 3,58%

As instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) reduziram a estimativa para a inflação este ano. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA – a inflação oficial do país) caiu de 3,60% para 3,58%. A informação consta no boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central (BC) que traz as projeções de instituições para os principais indicadores econômicos.

Para 2021, a estimativa de inflação se mantém em 3,75%. A previsão para os anos seguintes também não teve alterações: 3,50% em 2022 e 2023.

A projeção para 2020 está abaixo do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4% em 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Selic
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente definida em 4,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

De acordo com as instituições financeiras, a Selic deve se manter em 4,5% ao ano até o fim de 2020. A manutenção da Selic, como prevê o mercado financeiro, indica que o Copom considera as alterações anteriores suficientes para chegar à meta de inflação.

Para 2021, a expectativa é que a taxa básica suba para 6,25%. E para 2022 e 2023, as instituições estimam que a Selic termine os dois períodos em 6,5% ao ano.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

Atividade econômica
A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – se mantém em 2,30% para 2020. As estimativas das instituições financeiras para os anos seguintes, 2021, 2022 e 2023 também continuam em 2,50%.

A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar está em R$ 4,04 para o fim deste ano e R$ 4,00 para 2021.

Agência Brasil

Carne, dólar em alta e FGTS: as causas da inflação que bateu recorde desde 2016

A liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a gripe suína na China, com reflexo no preço da carne no Brasil, em 2019, elevaram a inflação. Segundo dados divulgados pelo IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou dezembro em 4,31%, acima das expectativas previstas pelo mercado. Trata-se da maior inflação anual desde 2016, quando o índice ficou em 6,29%. A boa notícia é que como não haverá mais grande volume de dinheiro em circulação, como na época de fim de ano, e a tendência da China se recuperar na produção de carne, o impacto na inflação deve diminuir em 2020.

Segundo o professor de Finanças do Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais (Ibmec/SP) George Sales, o aumento foi pressionado, principalmente, pelo mês de dezembro, quando as pessoas recebem o FGTS e injetam mais dinheiro no comércio, com compras de Natal e Ano Novo. Além disso, ainda segundo o especialista, a crise de produção na China obrigou o país a importar carne do Brasil. “Isso não vai acontecer de novo para os próximos meses porque a China, que fez a importação em excesso do Brasil, teve problema e teve que importar. Como é [um país] muito populoso, causou esse efeito no Brasil, mas isso não vai acontecer mais. As matrizes vão se recompor e vão voltar a produzir carne. E também não terá mais dinheiro em excesso em circulação, como teve com o FGTS. Então, a gente tende a imaginar que os preços se estabilizem”, aponta Sales.

Monitoramento feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) aponta recuo no preço da carne bovina desde dezembro. Nos principais mercados, a queda foi de cerca de 9%. Em Mato Grosso, a arroba do boi passou de R$ 216 para R$ 197 na mesma semana. Na Bahia, caiu de R$ 225 para R$ 207 e, em Mato Grosso do Sul, a arroba, antes cotada a R$ 220, passou a custar R$ 200. Para George Sales, a carne não pode ser apontada como a única vilã do aumento do IPCA. “O item alimentação, de forma geral, teve um aumento considerável, mas também teve o disparo do dólar e isso, consequentemente, afeta produtos brasileiros porque competem nas exportações. A carne foi a vilã que mais chamou atenção, mas não foi a única”, completa.

Cesta de produtos

O IPCA é um índice que mede a variação de preços de mercado para o consumidor final no segmento de transporte, alimentação e itens de casa, por exemplo. Engloba quem consome de um a 40 salários mínimos e é medido em 11 regiões metropolitanas no Brasil, o que atinge cerca de 70% da população. Baseado no que aconteceu nesses segmentos, o governo utiliza o IPCA como registro de meta de inflação e decide se aumenta ou diminui a taxa básica de juros por meio do Banco Central.

Dólar

Em novembro do ano passado, o dólar fechou em alta e atingiu o maior valor nominal da história sobre o real. A moeda norte-americana subiu 0,5% e fechou o dia a R$ 4,21. Já o dólar turismo terminou o dia vendido perto de R$ 4,40, sem considerar os impostos. No ano todo, o avanço registrado até novembro foi de 8,74%.

Carne

A peste suína chegou à China em 2018. No ano passado, o país chegou a ficar com os estoques de carnes congeladas na reserva. Quatro cidades ou províncias chinesas – que abastecem cerca de 130 milhões de pessoas – teriam diminuído seus estoques de carne congelada para colocar mais produtos no mercado. O aumento da demanda pelo alimento nacional elevou os preços nos açougues do Brasil.

FGTS

O FGTS é uma poupança feita pela empresa em nome do trabalhador que funciona como uma garantia para protegê-lo em caso de demissão sem justa causa. O depósito é feito todo mês pela empresa e equivale a 8% do salário. A conta do FGTS rende juros e correção monetária no final do período de um ano. O governo mudou as regras de saque em 2019 e permitiu que os trabalhadores que tinham contas ativas e inativas pudessem sacar até R$ 500 no fim de ano.

Cresce o consumo de antidepressivos no Brasil

O Brasil é um dos países engajados na campanha Janeiro Branco, dedicada a colocar os temas da saúde mental em evidência no mundo, em nome da prevenção ao adoecimento emocional. A principal estratégia é sensibilizar a mídia, o governo e o setor privado sobre a importância do investimento em políticas públicas no setor. Segundo especialistas ouvidas pelo Correio, a mobilização ganha ainda mais importância diante do aumento do consumo de medicamentos indicados para tratamento psiquiátrico e psicológico por pessoas acometidas por transtorno de ansiedade e depressão.

Na semana passada, um estudo da Funcional Health Tech — empresa líder em inteligência de dados e serviços de gestão no setor de saúde — revelou que, de 2014 a 2018, o consumo de antidepressivos cresceu 23% no Brasil. Realizado junto a 327 mil clientes da companhia, de todas as regiões do país, o levantamento concluiu que o maior consumo desse tipo de medicamento está entre mulheres na faixa de 40 anos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em escala global, o número de pessoas com depressão aumentou 18,4% nos últimos 10 anos. São 322 milhões de indivíduos, ou 4,4% da população da Terra. Na América Latina, o Brasil é o país mais ansioso e estressado. Cerca de 5,8% dos brasileiros sofrem de depressão, e 9,3%, de ansiedade.

O desemprego e as dificuldades econômicas estão entre as principais causas desses problemas de saúde. “Houve um aumento expressivo de pacientes que me procuraram com transtornos de ansiedade ou depressão. Foram cerca de 150 pacientes em 2019, a maioria com esta demanda, o triplo do verificado em 2017”, disse ao Correio a psicóloga e mestre em psicologia Karyne Mariano Lira Correia, de Joinville (SC).

Terapeuta cognitivo-comportamental, ela observa que o aumento da procura por atendimento vem sendo registrado desde 2014, ano em que a economia do país começou a mergulhar em uma grave crise econômica. A psicóloga, no entanto, atribui a elevação também a uma maior conscientização da sociedade sobre a importância dos cuidados com a saúde mental.

“Ainda há muito preconceito; as pessoas costumam não levar a sério quem diz que está com depressão. Dizem que é coisa de quem não tem o que fazer. Fazem brincadeiras”, afirmou a especialista. “Uma prova disso é que a campanha Janeiro Branco é bem menos conhecida do que a do Outubro Rosa, voltada à prevenção ao câncer de mama, e a do Novembro Azul, que busca conscientizar os homens sobre a importância da prevenção do câncer de próstata.”

Karyne Correia explicou que costuma receber pacientes que já usam medicamentos indicados por psiquiatras. Sobre os resultados da pesquisa da Funcional Health Tech, ela frisou que o aumento do uso de antidepressivos no país pode ser atribuído, ao mesmo tempo, a um maior número de pessoas que buscam atendimento e também a pacientes que se automedicam, sem orientação médica.

“A automedicação é altamente perigosa, porque é um caminho para a dependência química e para efeitos colaterais que podem gerar outros problemas de saúde”, alertou a psicóloga. “De nada adianta a pessoa se automedicar, porque ela acaba se tornando refém da medicação e deixa ainda mais distante a possibilidade de solução para o sofrimento mental.”

Conscientização
Já a psiquiatra Helena Moura, de Brasília, afirmou que a campanha Janeiro Branco é altamente necessária para a conscientização não só das pessoas, mas também dos governos, sobre a importância da saúde mental. “Principalmente nos países mais pobres, onde apenas 10% da população, em média, têm acesso a atendimento nessa área da medicina, enquanto, nos países desenvolvidos, esse percentual é de 70%”, ressaltou a especialista, que é preceptora de residência psiquiátrica do Instituto Hospital de Base. Segundo ela, por trás dessa defasagem, estão fatores como falta de informação e preconceito.

Quanto à prevenção, Helena Moura aconselhou que as pessoas procurem, além do atendimento médico, uma dieta adequada, a exemplo da mediterrânea, fundamental, segundo destacou, para evitar doenças que podem abrir caminho para problemas como transtorno de ansiedade e depressão. “Enfermidades como hipertensão e diabetes podem ter relação com esses problemas de ordem mental”, afirmou a psiquiatra, acrescentando que noites bem-dormidas também são importantes.

Década passada foi a pior para PIB no Brasil

A economia brasileira bateu no fundo poço e registrou a menor taxa de crescimento desde 1900 na última década encerrada em 2019. Entre os anos de 2010 e 2019, o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no País, cresceu a um ritmo de 1,39% ao ano.

O dado consta de estudo do economista Roberto Macedo, da Universidade de São Paulo, ex-secretário de Política Econômica e que foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O levantamento considera que cada década se inicia nos anos terminados em zero e vai até os anos que terminam em nove.

“A década de 2010 foi a pior para o crescimento do PIB entre as 12 analisadas”, afirma Macedo. O desempenho médio anual do período foi menos da metade do registrado na década anterior, iniciada em 2000 (3,39%). Até então, o pior resultado anual era de 1,75% nos anos 90 – época marcada por crises externas e planos fracassados de estabilização.

A crise fiscal, segundo Macedo, foi o principal fator que levou o País à recessão, que começou no segundo trimestre de 2014 e terminou no quarto trimestre de 2016. Desde então, a recuperação tem sido a passos lentos, com avanços do PIB que não saem da casa de 1%.

O fraco desempenho da economia brasileira nos anos 2010 – bem abaixo do crescimento médio do PIB de 155 economias emergentes e em desenvolvimento, que avançaram 5,11% ao ano no mesmo período de acordo com o estudo – mostra sua face mais cruel no número de desempregados e subempregados.

No trimestre encerrado em novembro, a taxa de desocupação era de 11,2%, ou de 11,9 milhões de pessoas, segundo a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE.

“O aumento do número de moradores de rua é uma consequência esperada, com a situação da economia se agravando e o desemprego altíssimo”, observa Macedo. Esse é o caso de Francisco Eduardo Lopes, de 28 anos, que veio do Ceará e há dois anos vive nas ruas da capital paulista. Ele, que cursou até a 7.ª série do ensino fundamental, prestava serviços de pedreiro e pintura e tirava R$ 2 mil por mês com as reformas. Mas desde 2018 não consegue serviço e acabou indo parar num albergue. “Existe preconceito contra quem vive em albergue e é complicado se recolocar, por não ter um endereço fixo.”

Michel Lopes Kiill, 52 anos, ex-bancário que cursou faculdade de Comunicação e não concluiu, enfrenta problema semelhante. Hoje, ele deve R$ 38 mil para bancos e financeiras e vive num centro que acolhe moradores de rua. “Quando você diz que mora em abrigo dificilmente alguém te dá emprego.” Em 2015, último censo da Prefeitura apontou que eram 15,9 mil pessoas na rua.

Na última quinta-feira, dia 9, Kiill e Lopes eram dois dos cerca de 50 moradores em situação de rua em um café da manhã comunitário oferecido na Paróquia de São Miguel Arcanjo, no bairro paulistano da Mooca, na zona leste. Há mais de 30 anos oferecendo a primeira refeição do dia para quem vive na rua, o padre Júlio Lancellotti, vigário da paróquia e da pastoral de rua da Arquidiocese de São Paulo, diz que a maior parte deles é jovem e busca trabalho.

Sem ascensão

“Essa estagnação prejudicou muito as gerações recentes. Percebi que nas gerações passadas havia muita ascensão social, ou seja, o status social dos filhos superava o dos pais. Hoje, isso se inverteu, com os filhos tendo dificuldade de até mesmo manter o status social dos pais”, diz Macedo.

Para o coordenador de Economia Aplicada do Ibre/FGV, Armando Castelar, a retomada de investimentos do País ainda depende da criação de “um ambiente de negócios favorável, no qual os empresários tenham confiança em colocar dinheiro no País”. “O problema maior é a insegurança jurídica, a estrutura tributária muito custosa e incerta. Também a infraestrutura é ruim, do ponto de vista do investidor privado”, afirma.

Colega de Castelar no Ibre/FGV, o economista Samuel Pessôa afirma que, após anos marcados pelo intervencionismo do governo, o País “tomou o caminho certo”. “Hoje, estamos infinitamente melhor do que em 2014. Só que o caminho certo é doloroso. Por isso, a lentidão para ganharmos velocidade no crescimento”, diz ele. “Estamos arrumando a casa sem destruir a macroeconomia. Isso é muito saudável e dá mais solidez.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão Conteúdo

Empresa parou de custear tratamento, diz advogado de Débora, vítima de acidente com kart

O advogado de Débora Oliveira, que perdeu o couro cabeludo em acidente de kart, afirmou que o Grupo BIG, ex-Walmart, não pagou pelo tratamento da jovem, que seria realizado a partir do dia 6 de janeiro deste ano, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Especialista em casos indenizatórios, Eduardo Barbosa afirmou que o Grupo BIG condicionou a continuidade do tratamento à renúncia de responsabilidade da empresa no acidente, o que não foi aceito.

O acidente ocorreu em uma pista localizada no estacionamento de uma loja do grupo, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, em 11 de agosto do ano passado. “O tratamento iria ocorrer em janeiro e então eles não pagaram mais, queriam que ela assinasse um documento renunciando os direitos indenizatórios que ela possui. Então nós vamos tomar as medidas judiciais cabíveis. Não vou especificar por uma estratégia jurídica”, afirmou Barbosa, por telefone. “Eles assumiram o tratamento, têm obrigação, causaram este dano e tem que pagar”, acrescentou.

Em nota, o Grupo BIG afirma que presta assistência à Débora “desde o primeiro momento em que ocorreu o acidente” e “recebeu com surpresa” o que tem sido afirmado por ela. “Vale assinalar que a equipe médica responsável pelo caso recentemente apresentou o novo cronograma, que prevê a realização de aproximadamente 10 procedimentos ao longo de 2020”, diz um trecho da nota.

Outra parte do texto afirma que Débora tem pedido “despesas que extrapolam em muito qualquer relação com a questão médica e saúde dela”, como o custeio de uma ida aos Estados Unidos e outras despesas que não foram citadas na nota.

O advogado da jovem, no entanto, argumenta que a ida para os EUA seria para o futuro e teria como objetivo o seu tratamento. “Perguntaram o que ela queria, ela disse que queria continuar o tratamento em um centro de excelência, mas ela não iria para os EUA agora, o tratamento cortado é em Ribeirão Preto, aqui no Brasil. Mas, no momento que ela iria para lá, eles negaram por ela não querer assinar uma ‘quitação’ com eles, esse é o fato. Em dois meses, ela já passou por mais de 20 cirurgias, uma moça de 19 anos que tinha uma vida saudável e plena. As sequelas e procedimentos vão seguir por anos”, afirma Barbosa.

Leia a íntegra da nota do Grupo BIG, ex-Walmart:
Desde o primeiro momento em que ocorreu o acidente na pista de kart no estacionamento da loja em Recife (PE), a prioridade do Grupo BIG foi a de prestar toda a assistência para Débora Stefany Oliveira, apesar do fato ter acontecido em uma área alugada para um terceiro, sem qualquer responsabilidade da companhia.

A empresa arcou com todos os custos financeiros do tratamento – centro cirúrgico/hospitalar, equipe médica, medicamentos, além do custeio de passagens aéreas, estadia, refeições, inclusive de acompanhantes de sua escolha. Até agora, o tratamento foi realizado com sucesso no Hospital Especializado de Ribeirão Preto, referência no Brasil em cirurgias de alta complexidade no campo de microcirurgias reconstrutivas plásticas.

Diante desse histórico, o Grupo BIG recebeu com surpresa as declarações de Débora Oliveira, pois mantém integralmente o seu compromisso de assumir todas as despesas com o tratamento dela. Vale assinalar que a equipe médica responsável pelo caso recentemente apresentou o novo cronograma, que prevê a realização de aproximadamente 10 procedimentos ao longo de 2020.

O que está sendo questionado, portanto, não é a continuidade do tratamento. Mas o seu pedido para que a empresa arque com os custos da sua ida aos Estados Unidos e outras despesas que extrapolam em muito qualquer relação com a questão médica e saúde dela.

O Grupo BIG reitera que sua prioridade sempre foi a plena recuperação da saúde de Débora Oliveira e não tem medido esforços para assegurar que o tratamento seja bem sucedido e está à disposição para chegar a um bom entendimento com ela.

Folhape

Em 2019, preço da cesta básica subiu em 16 das 17 capitais

O preço da cesta básica subiu em 16 das 17 capitais brasileiras analisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 2019.

Segundo a supervisora de preços do Dieese, Patrícia Lino Costa, os dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos mostram que os alimentos são o principal gasto das famílias.

“É um resultado que preocupa por conta do peso que estes alimentos têm para as famílias de baixa renda. A gente observou um crescimento do preço da carne bovina, que a gente já vem noticiando isso ao longo dos últimos meses, mas que auxiliou nesse aumento da cesta anual, quando se compara dezembro com dezembro, e também o feijão. Mais uma vez o feijão, principalmente o grão carioquinha, impacta no valor da cesta básica”, comenta.

A única capital analisada em que o custo da cesta básica caiu foi Aracaju, onde o acumulado em 12 meses foi negativo (-1,89%).

A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente, revelou que as altas mais expressivas entre dezembro de 2018 e dezembro de 2019 ocorreram em Vitória (23,64%), Goiânia (16,94%), Recife (15,63%) e Natal (12,41%). Já a menor alta foi registrada em Salvador, onde o preço da cesta subiu 4,85%.

Segundo o Dieese, com base na cesta mais cara do país, o valor do salário mínimo em dezembro, necessário para suprir as despesas de um trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, seria de R$ 4.342,57, ou seja, 4,35 vezes o mínimo em vigor no ano passado, que era de R$ 998.

SPC Brasil disponibiliza aos empresários consulta ao Cadastro Positivo

O Cadastro Positivo, novo banco de dados que reúne o histórico de pagamento dos consumidores, entrará em operação na próxima quarta-feira, dia 15. A partir dessa data, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) disponibilizará ao mercado o acesso ao banco de dados. Isso significa que instituições financeiras, comerciantes e demais empresas que trabalham com concessão de crédito poderão consultar o sistema do Cadastro Positivo para subsidiar a análise de seus clientes.

Neste primeiro momento, o mercado poderá consultar cinco tipos de informações: score de crédito do consumidor (pontuação utilizada pelas empresas para avaliar a probabilidade de pagamento), índice de pontualidade de pagamento, índice de comportamento de gastos e índice de consultas que o CPF do consumidor tem por segmento de empresas. Também haverá a possibilidade de a empresa credora acessar o histórico consolidado de compromissos financeiros assumidos pelo consumidor, como valores e datas de pagamento das faturas de cartão de crédito, crediário, financiamentos e empréstimos – desde que haja consentimento do próprio consumidor.

As informações do Cadastro Positivo servem, exclusivamente, para auxiliar o processo de análise de crédito e só podem ser acessadas por empresas nas quais o consumidor busca crédito. O banco de dados não inclui dados sobre quais bens foram adquiridos, nome do estabelecimento ou instituição em que o consumidor contraiu crédito e nem informações de saldo em conta corrente ou investimentos, que nem mesmo serão enviadas aos gestores do banco de dados.

Rua São Sebastião recebe obras após mais de 40 anos

Wagner Gil

Considerada uma das vias mais importantes do centro da cidade, a Rua São Sebastião começou a receber obras de requalificação. Os investimentos da Prefeitura de Caruaru se aproximam de R$ 1 milhão e o prazo de conclusão é de 90 dias. Os melhoramentos estão divididos em três eixos.

O secretário de Obras, Rodrigo Miranda, explicou: “A via será dividida entre início, meio e fim, com o objetivo de não atrapalhar o fluxo diário da rua, que é de grande fluxo”, disse. Segundo ele, a cada trecho concluído, um novo será iniciado, o que inclui piso intertravado, calçadas mais amplas, padronizadas e acessíveis, iluminação em led, paisagismo, espaço para carga e descarga e vagas de estacionamento.

Rodrigo lembrou ainda que, durante os finais de semana e à noite, algumas equipes irão trabalhar. “Temos uma meta que é 90 dias para concluir essa obra. Nessa primeira semana, avançamos bastante e tenho certeza que nosso cronograma será cumprido”, afirmou o secretário. Segundo ele, até o início de abril as obras serão finalizadas.

A reportagem VANGUARDA ouviu também alguns comerciantes e clientes do setor. “Um sonho está sendo realizado. Sem falar de nenhum prefeito que já passou, mas é a primeira grande reforma que a Rua São Sebastião recebe”, disse Erivaldo Soares. “Vai melhorar muito para os compradores e também para nós vendedores, pois teremos locais disciplinados para carga e desgarga”, completou Ivan Silva.

A obra, que também faz parte do conjunto de melhorias do Centro, inclui ainda as ruas 15 de Novembro, 7 de Setembro e adjacências. “Realmente uma grande obra. A Rua São Sebastião tem dezenas de estabelecimentos comerciais e parecia uma rua morta, sem vida”, destacou o aposentado Sebastião Alves de Lima.

“Essa via tem a cara da Feira de Caruaru quando era no Centro. Muitas lojas vendem produtos do nosso dia a dia há décadas. É impossível ir na Feira de Caruaru e não passar na São Sebastião”, destacou a dona de casa Elisa Santos.

PRIMEIRA ETAPA EM FASE FINAL

As obras de requalificação do Centro da cidade tiveram início em abril deste ano e contemplou drenagem, recapeamento asfáltico e construção de três novos pontos de ônibus, com alguns já finalizados. Serão mais de R$ 4 milhões investidos e um retorno garantido, já que essa requalificação atingiu vários setores, incluindo a retirada dos ambulantes e a construção de algumas áreas como o Comércio na Praça e a Alameda de Alimentação.

A prefeita Raquel Lyra destacou a importância das obras para melhorar a fluidez do trânsito, o fluxo das pessoas e, consequentemente, mais geração de empregos. “O que estamos fazendo aqui foi tudo pensado, planejado e discutido com os próprios comerciantes. Os projetos que foram apresentados por nossa equipe tiveram alteração por sugestão dos comerciantes. Já está dando certo”, disse Raquel.