CCJ aprova PEC que criminaliza posse de qualquer quantidade de droga

23/06/2023 -  óleo de canabis, canabidiol, cbd, thc. Foto: Pfüderi/ Pixabay

A Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (13), por votação simbólica, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que inclui no artigo 5º da Carta Magna que “a lei considerará crime a posse e o porte, independentemente da quantidade, de entorpecentes e drogas afins sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”.

Apenas quatro senadores dos 27 da CCJ se manifestaram contrários ao texto.

O texto acrescenta que deve ser “observada a distinção entre o traficante e o usuário pelas circunstâncias fáticas do caso concreto, aplicáveis ao usuário penas alternativas à prisão e tratamento contra dependência”. O texto agora segue para análise no plenário do Senado.

O relator da PEC, senador Efraim Filho (União-PB), defendeu que o “fórum adequado” para discutir o tema é o parlamento brasileiro e argumentou que a possibilidade de se permitir a posse de alguma quantidade de maconha favorece o tráfico de drogas. A PEC aprovada foi apresentada no Senado em resposta ao julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que analisa se o porte de maconha para uso pessoal pode ser considerado crime.

O Supremo também busca definir critérios para diferenciar o traficante do usuário a partir da quantidade de maconha apreendida. O julgamento foi suspenso, na semana passada, por pedido de vista do ministro Dias Toffoli.

Para destacar a diferença entre usuário e traficante, o relator Efraim acatou a emenda do senador Rogério Marinho (PL-RN) e incluiu no inciso o trecho “pelas circunstâncias fáticas do caso concreto”, justificando que, assim, “garante-se constitucionalmente a necessidade dessa distinção no plano fático entre o usuário de drogas e o traficante, que é um dos temas que tem permeado essa discussão”.

Um dos argumentos dos ministros do STF é de que o sistema de justiça tende a considerar como traficantes as pessoas pobres e negras e, por isso, seria necessários critérios objetivos para definir quem é usuário e quem é traficante.

Durante a sessão, o relator Efraim argumentou que a lei não discrimina por cor ou condição social e que o Judiciário deve, nesses casos, tentar corrigir a aplicação da lei.

“Se há dificuldade na aplicabilidade da lei, se há erro na aplicabilidade da lei, e a lei é aplicada pelo juiz, pelo promotor, pela autoridade policial, cabe, por exemplo, ao CNJ [Conselho Nacional de Justiça] chamar os juízes para fazer seminários e orientar, aplicar de forma correta, tratar o usuário sem encarceramento, tratar o traficante com rigor da lei”, defendeu.

Debate

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) divergiu do relator por entender que a PEC não inova em relação ao que já existe na Lei de Drogas, não diferencia o traficante do usuário e que “estamos passando para a população uma falsa percepção de que o problema da segurança pública vai ser resolvido”. Para ele, haverá discriminação a depender da cor da pele e da origem social.

“[Se] ele [o usuário] for flagrado com cigarro de maconha, as circunstâncias fáticas ali vão ser a cor da pele e o local do crime, que ele vai ser atribuído como tráfico de entorpecente. Agora, nos bairros nobres, aqui no plano piloto em Brasília, aquele mesmo jovem, com a mesma quantidade, pelas circunstâncias fáticas, vai ser tratado como usuário de substância entorpecente”, disse.

Senadores favoráveis à PEC argumentaram que o julgamento do Supremo estaria “usurpando” as competências do Congresso Nacional, como expressou o senador Eduardo Girão (Novo-CE). “Existiu uma usurpação de competência, uma invasão na prerrogativa nossa aqui do parlamento brasileiro”, ressltou.

O senador Rogério Marinho, por outro lado, defendeu que os critérios para definir quem é usuário ou traficante devem ser das autoridades que estão na ponta do sistema de justiça. “A definição se é ou não posse, ou tráfico, é de quem faz de fato a apreensão. De quem está com a mão na massa e não quem está em um gabinete de ar refrigerado.”

Marinho ainda reclamou dos votos dos ministros do STF sobre a quantidade a ser apreendida que poderá ser considerada para consumo pessoal. “Países que liberaram a maconha estabeleceram uma quantidade de droga que, em média, são bem menores do que o voto médio que foi dado no Supremo Tribunal Federal”, disse.

Conforme os votos proferidos até o momento proferidos no STF, há maioria para fixar uma quantidade de maconha para caracterizar uso pessoal, e não tráfico de drogas, que deve ficar entre 25 e 60 gramas ou seis plantas fêmeas de cannabis. A quantidade será definida quando o julgamento for finalizado.

Já o senador Humberto Costa (PT-PE) manifestou a preocupação pela possibilidade de se encarcerar usuários como traficantes, aumentando assim a mão-de-obra disponível para as facções criminosas.

“Alguém que foi preso porque estava portando uma quantidade mínima de drogas vai, a partir daí, ter que se tornar soldado do crime organizado para poder sobreviver na cadeia”, destacou.

Já o senador Marcelo Castro (MDB-PI), disse que a proposta é um retrocesso, uma vez que o mundo ocidental tem flexibilizado o porte e posse de maconha. Para Castro, o tema não é matéria constitucional.

“Estamos equiparando o usuário, ou dependente ou doente ou recreativo, ao traficante e ao criminoso. Estamos colocando na Constituição que todo aquele que for pego com qualquer quantidade de droga, com meio grama, ele é criminoso. Isso é aceitável? É razoável? Eu acredito que não.”

Entenda

O Supremo julga, desde 2015, a constitucionalidade do Artigo 28 da Lei das Drogas (Lei 11.343/2006), que cria a figura do usuário, diferenciado do traficante, que é alvo de penas mais brandas. Para diferenciar usuários e traficantes, a norma prevê penas alternativas de prestação de serviços à comunidade, advertência sobre os efeitos das drogas e comparecimento obrigatório a curso educativo para quem adquirir, transportar ou portar drogas para consumo pessoal.

A lei deixou de prever a pena de prisão, mas manteve a criminalização. Dessa forma, usuários de drogas ainda são alvos de inquérito policial e processos judiciais que buscam o cumprimento das penas alternativas.

No caso concreto que motivou o julgamento, a defesa de um condenado pede que o porte de maconha para uso próprio deixe de ser considerado crime. O acusado foi detido com três gramas de maconha.

Ato na Cinelândia lembra seis anos da morte de Marielle Franco

Rio de Janeiro (RJ), 14/03/2024 – Ato simbólico marca os seis anos do assassinato de Marielle Franco, nas escadarias da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Um ato em frente à Câmara dos Vereadores, na Cinelândia, no centro da cidade do Rio de Janeiro, lembrou os seis anos dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes. Os manifestantes, liderados pela viúva de Marielle, atualmente vereadora, Mônica Benício (PSOL), pediram Justiça.

Marielle e seu motorista foram assassinados na noite de 14 de março de 2018, quando o carro onde estavam foi fuzilado, no bairro do Estácio, na região central da cidade. Dois acusados dos homicídios, os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, foram presos em março de 2019, um ano depois do crime. Lessa é suspeito de ter efetuado os disparos e Queiroz, de conduzir o carro usado no assassinato.

Um terceiro homem, o ex-bombeiro Maxwell Simões Correia, foi preso no ano passado, depois de uma delação premiada de Queiroz, que o apontou como responsável por monitorar as movimentações de Marielle. Em janeiro deste ano, Edilson Barbosa dos Santos foi preso, suspeito de ajudar a se desfazer do carro usado no crime.

Outros suspeitos foram mortos no decorrer do inquérito policial. Os manifestantes, no entanto, exigem as conclusões das investigações, que poderiam apontar para as motivações do crime e possíveis mandantes.

“Além da tristeza, ainda permanece a indignação de chegar ao marco de seis anos de um assassinato como esse sem essa resposta, é dizer que esse tipo de violência ainda é aceito na nossa sociedade com outras Marielles”, afirmou Mônica. “Hoje é um dia de dor. Eu preferia estar na minha cama, chorando, com a minha saudade, mas a gente precisa levantar para produzir atos que não só lembrem a sociedade, mas que reivindiquem às autoridades a Justiça”.

Rio de Janeiro (RJ), 14/03/2024 – A vereadora Monica Benicio, durante ato simbólico que marca os seis anos do assassinato de Marielle Franco, nas escadarias da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.  Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Rio de Janeiro – A vereadora Monica Benicio, durante ato simbólico que marca os seis anos do assassinato de Marielle Franco – Foto Tomaz Silva/Agência Brasil

O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Polícia Civil fluminense. Em fevereiro do ano passado, a Polícia Federal (PF) abriu sua própria frente de investigação.

Presente ao ato, o deputado federal Henrique Vieira (PSOL-RJ) afirmou que a bancada de seu partido quer se reunir, em breve, com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para receber atualizações sobre as investigações.

“Desde o ano passado, com o [então ministro da Justiça] Flávio Dino, sentimos mais confiança no processo de investigação. Nos últimos meses, percebemos alguns avanços importantes, o que aumenta nossa confiança de que vamos saber quem e por quê”, disse Vieira.

A viúva, no entanto, apesar de esperar a conclusão da investigação, não tem muita esperança de que isso ocorrerá. “Vou me reservar o direito de não ter mais expectativas neste momento. Houve avanços significativos desde o ano passado, especialmente com a delação do Élcio Queiroz, que hoje é um réu confesso, mas a minha expectativa era de que a gente não chegasse ao marco de seis anos sem essas respostas”.

A PF respondeu que não comenta ou divulga informações sobre investigações em andamento. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que criou uma força-tarefa para acompanhar as investigações em 2021, informou que “avanços foram obtidos no último ano das investigações”. A Polícia Civil não respondeu à Agência Brasil até o fechamento desta reportagem.

Acic recebe visita de comitiva de representantes e empresários da cidade de Passira

A manhã desta quarta-feira (13) foi de fortalecimento das relações institucionais e troca de experiências entre Caruaru e Passira. Uma comitiva de representantes e empresários do município esteve na sede da Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (Acic) com o objetivo de conhecer a história centenária da Instituição para a criação de uma associação em Passira.

O prefeito e o vice-prefeito de Passira, Severino Silvestre e Ernandes Filho, respectivamente, estiveram presentes, além dos secretários de Governo, Eriston Alves, de Desenvolvimento Econômico, Cristian Viturino, e de Administração, Luana Gomes. Os empresários de Passira Braz Bento, Damião Fabiano e Rogério Silva também participaram da agenda. “A Acic nos dá um norte para que possamos ter um resultado positivo no nosso município e na nossa futura associação. Aqui, pudemos conhecer melhor os caminhos do associativismo e assim poderemos tomar decisões mais assertivas”, afirmou Severino Silvestre.

Vice-presidente da Associação, Danielle Lago enfatizou a satisfação da Acic em ser referência para outras iniciativas associativistas. “A Acic é a maior associação do Norte e Nordeste do País e isso traz grandes responsabilidades. Entre elas, a de contribuir com outros grupos de empresários, através da nossa experiência. Agradecemos à comitiva de Passira por ter nos escolhido para essa visita técnica e por esse diálogo produtivo que renderá bons frutos nas duas cidades”, disse.

O vice-presidente de Relações Institucionais, Jaime Anselmo, o vice-presidente para Assuntos de Câmaras Setoriais e Núcleo Especiais, Luiz Vicente, a gerente de projetos do Núcleo Gestor da Cadeia Têxtil e de Confecções em Pernambuco (NTCPE), Karen Benevides, a coordenadora administrativa da Acic, Laurenice Lopes, representando a Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Pernambuco (Facep), e o historiador, consultor cultural e curador patrimonial da Acic, Walmiré Dimeron, também estiveram presentes.

Rodrigo Pinheiro mostra força ao receber apoio do Podemos

Em um grande evento, realizado na noite desta quarta-feira (13), no Teatro Difusora, o partido Podemos, liderado em Caruaru por Anderson Luiz, garantiu o apoio à reeleição do prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB). Nomes de peso do partido estiveram no encontro, como o presidente estadual da sigla, Marcelo Gouveia, o vice Ricardo Teobaldo, o ex-senador Armando Monteiro e o ex-deputado estadual Wanderson Florêncio. O deputado estadual e líder do Governo do Estado, Izaías Régis, também esteve presente.

“Estamos montando uma chapa extremamente competitiva aqui, em Caruaru, para fortalecer o partido na Câmara dos Vereadores e garantir a reeleição de Rodrigo Pinheiro, que vem fazendo, em apenas dois anos, um excelente trabalho, com muita determinação, em prol de toda a população, da zona rural à zona urbana”, ressaltou o presidente municipal, Anderson Luiz.

Armando Monteiro ressaltou a boa parceria da governadora Raquel Lyra com Rodrigo Pinheiro em prol de Caruaru. “É tempo de esperança para Caruaru. Um jovem e competente prefeito e uma governadora que tem um olhar sobre todo o Pernambuco e o compromisso de fazer uma aliança administrativa com Rodrigo Pinheiro para garantir a Caruaru novas e importantes conquistas. Agradeço pela acolhida e digo que eu não tenho dúvida nenhuma de que vamos celebrar em outubro essa grande vitória. Conte conosco, conte com o Podemos”, falou.

Já o presidente estadual do partido falou da missão do Podemos na Capital do Agreste. “O Podemos está junto do desenvolvimento de Caruaru. Essa é a nossa missão, é a missão do partido. E viemos aqui fortalecer esse time, fortalecer essa batalha. Tenho certeza absoluta de que no dia 7 de outubro estaremos comemorando a vitória de Rodrigo Pinheiro para prefeito do município de Caruaru. Conte com o nosso partido”, disse Gouveia.

Por sua vez, o prefeito Rodrigo Pinheiro agradeceu o apoio do partido. “O Podemos foi o primeiro partido a nos apoiar. Política é feita de pessoas para pessoas. É dormindo tarde e acordando cedo que esse trabalho ainda vai render muitos frutos. Caruaru continuará a crescer transformando a vida das pessoas, que é a nossa missão desde 2017 junto à ex-prefeita e governadora Raquel Lyra. Gratidão a todos que fazem o Podemos. Boa sorte a todos os pré-candidatos”, ressaltou.

Além do vereador Maurício Caruaru, já filiado ao partido, também irão concorrer ao pleito e preencheram a ficha de inscrição os ex-vereadores Duda do Vassoural, Alison da Farmácia, Sérgio Siqueira, Heleno Oscar e Lairton Vieira e as lideranças Roberta Costa, Thiago Macaco e Emanuel Mendes. Chegaram ao partido, também, os vereadores Irmão Ronaldo, Carlinhos da Ceaca e Jorge Quintino.

Prefeitura de Caruaru lança consulta pública sobre programa “Afrobetizando”

O “Afrobetizando” está cada vez mais próximo de deixar de ser um programa se tornando de forma permanente em uma política pública de educação antirracista na rede municipal de ensino de Caruaru. Desenvolvida na rede desde 2022, quando foi lançada, e com fórum já realizado no ano passado, a iniciativa agora avançou para etapa de consulta pública, onde os interessados poderão contribuir com suas sugestões, para ampliação de práticas antirracistas no âmbito escolar.

“Essa integração com a população, por meio da consulta, é muito importante para avançarmos na adoção de ações que promovam, cada vez mais, o respeito às diferenças raciais nos espaços escolares da rede local. Convidamos a todos para participarem dela!”, destacou a secretária de Educação e Esportes de Caruaru, Aline Tiburcio.

Após esta etapa, a Prefeitura de Caruaru encaminhará projeto de Lei até a Câmara Municipal de Vereadores, com o objetivo de instituir o programa como política permanente. A consulta pública está disponível acessando o link: https://forms.gle/xRwC8zUtABNiLvwb8

Mais sobre o Afrobetizando

Ele objetiva promover o combate ao racismo nos espaços escolares, valorizando e difundindo a cultura Africana, Afro-Brasileira e Indígena contribuindo para o reconhecimento desses povos e sua identidade, e o respeito às suas culturas e etnias, com formações contínuas em toda rede de educação da cidade, desde o infantil até os anos finais e EJA, utilizando um conjunto de técnicas, métodos e estratégias de ensino de maneira ativa em todo ano letivo, não somente em datas comemorativas pontuais.

‘Liberdade atacada de forma virtual’, diz Moraes em centro de combate às fake news

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, inaugurou nesta terça-feira (12) um grupo voltado para combater fake news, discursos de ódio e antidemocráticos no âmbito das eleições. O Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia (Ciedde) funcionará no edifício sede da Corte e contará com o apoio de instituições públicas para garantir a integridade do pleito municipal de 2024.

Na ocasião, o magistrado afirmou que a “liberdade vem sendo atacada de forma virtual” por milícias digitais que tem o objetivo de distorcer a realidade.

“O TSE tem a missão de garantir a liberdade na hora da escolha da eleitora e do eleitor. E essa liberdade já desde as eleições 2018, passando por 2020 e as eleições de 2022. Agora, nas próximas eleições de 2024, essa liberdade vem sendo ataca de forma virtual. Por milícias digitais que, se aproveitando de notícias fraudulentas, de fake news, pretendem capturar a vontade do eleitor na hora de seu voto”, disse.

“(Eles) Pretendem desvirtuar a verdade, o mercado livre de ideias com falsidades, com mentiras, com desinformação, com discurso de ódio, discurso antidemocráticos. Nós, do TSE, já vínhamos nesse combate e, agora, nós estamos dando um salto a mais na eficiência desse combate”, completou Moraes.

Devem compor o grupo representantes de redes sociais; de aplicativos de mensagens; da Procuradoria-Geral da República (PGR); do Ministério da Justiça e Segurança Pública; do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Punição

Alexandre de Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral não irá tolerar disseminação de fake news e que os responsáveis serão punidos. “Sem ódio, sem mentiras, sem um discurso antidemocrático. A Justiça Eleitoral não vai admitir discurso antidemocrático; a Justiça Eleitoral não irá admitir discurso de ódio; não irá admitir deep fake; e notícias fraudulentas”, disse.

Segundo ele, o grupo também tem a missão de levar formação às pessoas. No evento, ele agradeceu as instituições que estão participando do projeto. “Quero agradecer a esses parceiros que irão trabalhar nesse conjunto de troca de informações, troca de ideias, troca de estudos, para que nós possamos mais uma vez que garantir eleições tranquilas, transparentes, que garanta que o voto que o voto que o eleitor deposita na urna é o voto apurado”, destacou.

“Mas mais do que isso: tendo todas as informações verdadeiras. Ele [eleitor] não sofrerá um abuso de informações. Se isso ocorrer, aqueles que fizerem, serão responsabilizados. Inclusive, com a cassação do registro ou a cassação do mandato. É um momento muito importante para a Justiça Eleitoral”, concluiu.

O Ciedde vai trabalhar nas seguintes tarefas:

Cooperação entre instituições para garantir o cumprimento das regras aprovadas pelo TSE para a propaganda eleitoral no fim de fevereiro;
Troca de informações entre integrantes do grupo, para otimizar a atuação preventiva e corretiva;
Coordenar a realização de cursos, seminários e estudos para a promoção de educação em cidadania, democracia, Justiça Eleitoral, direitos digitais e combate à desinformação eleitoral;
Organizar campanhas publicitárias e educativas;
Sugerir aos órgãos competentes as alterações normativas necessárias para o fortalecimento da Justiça Eleitoral, assim como para o enfrentamento da desinformação e dos discursos de ódio e antidemocráticos no período eleitoral.

Parceria

Antes da inauguração, o ministro Alexandre de Moraes participou de uma reunião com presidentes dos 27 tribunais regionais eleitorais do país. Eles conversaram sobre os temas relativos às eleições deste ano. Em seguida, o presidente do TSE anunciou que os TRE’s serão, a partir de agora, responsáveis pela comunicação direta com o Ciedde para fake news.

“Hoje, na reunião com os 27 TRE’s, inclusive, cito o crédito, da sugestão do presidente do TRE-PR. Cada TRE já tem a sua comissão que cuida da desinformação, mas vai dar mais uma função para essa comissão. Vai ser o canal de ligação para o centro integrado de desinformação e defesa da democracia”, explicou Moraes.

“Vamos ter uma rede de 27 TRE’s em comunicação on-line e 24h por dia com o Ciedde para garantir a liberdade do eleitor na hora de votar, para garantir que as fake news e, principalmente, o mau uso da inteligência artificial e as deep fakes possam ser combatidas nessas eleições”, ressaltou.

Também estiveram presentes na solenidade: Ricardo Lewandowski (ministro da Justiça e Segurança Pública); Cármen Lúcia (vice-presidente do TSE); Edilene Lobo (ministra substituta do TSE); Vera Lúcia Santana Araújo (ministra substituta do TSE); Paulo Gonet (procurador-geral da República e procurador-geral eleitoral); Floriano de Azevedo Marques (ministro do TSE); André Ramos Tavares (ministro do TSE); Beto Simonetti (presidente da OAB); Carlos Manuel Baigorri (presidente da Anatel); Alexandre Espinosa (vice-PGE); ex-ministros do TSE; presidentes do tribunais regionais eleitorais e representantes das plataformas: Meta, tiktok e X (antigo twitter).

Confira as informações no Correio Braziliense.

Em crise, União Brasil decide, nesta quarta, se afastará Bivar

A Executiva Nacional do União Brasil se reunirá nesta quarta-feira, na sede do partido, em Brasília, para decidir se afastará o presidente da legenda, o deputado federal Luciano Bivar (PE). O comando da sigla é alvo de disputa entre o parlamentar e o presidente eleito, Antonio Rueda. O embate ganhou novas nuances com os incêndios em duas casas da família Rueda em Ipojuca, no litoral sul de Pernambuco.

Um dos principais partidos do país, o União Brasil tem a terceira maior bancada da Câmara, com 59 deputados; conta com uma parcela bilionária do Fundo Partidário; e emplacou três ministros no governo: Juscelino Filho (Comunicações), Celso Sabino (Turismo) e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional).

Em meio à acirrada disputa para comandar a sigla, os Rueda acreditam que os incêndios foram um “atentado motivado por questões político-partidárias” e apontam Bivar como o principal suspeito. Os políticos concorriam à cadeira da presidência. Em 29 de fevereiro, os integrantes do partido decidiram por unanimidade que Rueda deve assumir o cargo. A atual gestão termina em 31 de maio.

“Desde 26 de fevereiro, uma série de ameaças têm sido perpetradas por parte do deputado Luciano Bivar contra Antonio Rueda. Esse cenário de disputa inicial se dá em um contexto de disputa partidária. E, num primeiro momento, há a gravação que mostra que o deputado Bivar ameaça diretamente Antonio Rueda e seus familiares”, afirmou o advogado de Rueda, Paulo Catta Preta. “No dia 28 de fevereiro, um dia antes da convenção partidária (eleição), comunicamos a existência dessa gravação à Polícia Civil do Distrito Federal.”

A denúncia, anterior ao incêndio, foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), por haver parlamentares envolvidos, mas ainda não foi analisada. O advogado informou que vai incluir a investigação do incêndio no pedido ao Supremo. “Embora não se possa assegurar a autoria do incêndio, naturalmente a suspeita inicial vai ser de quem vem ameaçando, há 10 dias, a vítima”, afirmou Catta Preta.

Bivar, por sua vez, negou relação com os incêndios. “Tudo é ilação, é mais um factoide. O que tenho conhecimento é que eram duas casas antigas, que estavam com estruturas físicas comprometidas, e acho que caberia investigar se tinha seguro para esses danos e se houve incêndio”, frisou, em evento no Palácio do Planalto.

Ele também refutou ter ameaçado o rival. “Não existe nenhuma ameaça velada. Mesmo porque, homem não ameaça, homem faz”, acrescentou, dizendo que houve ameaças à sua família.

O deputado rebateu o adversário também com acusações. “A mulher do presidente (Rueda) foi ao meu apartamento e roubou meu cofre. Eu tinha um valor significativo.”

O parlamentar sustentou que a eleição da legenda que consagrou Rueda foi “fajuta”. O União Brasil na Câmara se reuniu nesta terça-feira e, como o Correio apurou, a bancada estuda levar Bivar ao Conselho de Ética da Casa.

“Acho que ele (Bivar) tem que ser convocado no Conselho de Ética do partido e no da Câmara. No partido, porque ele não tem condições de conviver com os colegas em relação a esse comportamento. Na Câmara, porque não podemos ter um deputado agindo de forma leviana, expondo pessoas, causando suspeição sobre o conjunto partidário”, argumentou o deputado Danilo Forte (União-CE).

Horas antes, em coletiva de imprensa, Bivar disse ter recebido três denúncias contra Rueda envolvendo o uso de um laranja para desvio de verbas do partido.

“Repudio qualquer ilação que tenha com relação a esses últimos acontecimentos. Isso é fruto de uma represália em função de denúncias que estamos apresentando hoje (nesta terça-feira) ao Conselho de Ética do partido”, enfatizou.

Em seguida, o advogado da sigla Raphael Souto afirmou que as denúncias são do prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho (União-RJ), alegando que Rueda usou o nome do partido para “negociatas diversas no Rio”, e outras duas de suspeita de uso irregular do fundo partidário, feitas pela senadora Soraya Thronicke (MS) e pelo suplente de deputado federal Júnior Orosco (SP). Não foi informado o valor dos supostos desvios.

Caiado

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), reforçou a ofensiva contra Bivar. Ele classificou os incêndios nas casas da família Rueda de “crime político” e um “atentado contra o União Brasil”. “Fato inaceitável e que não ficará impune”, ressaltou.

“O partido fará uma representação junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o caso seja investigado. Também será pedida a cassação do mandato do deputado federal Luciano Bivar”, diz a nota divulgada pela Secretaria de Comunicação do governo goiano.

As informações são do Correio Braziliense.

Alta dos alimentos pressiona popularidade de Lula

Em meio à crise envolvendo as ações da Petrobras, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) corre atrás de solucionar um outro problema que tem impactado a vida dos brasileiros e, consequentemente, a percepção sobre o governo: a alta no preço dos alimentos.

Dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados nessa terça-feira (12/3), mostram que o custo da alimentação em casa registrou um aumento de 1,12%, puxado pela alta nos preços da cebola (7,37%), da batata-inglesa (6,79%), das frutas (3,74%), do arroz (3,69%) e do leite longa vida (3,49%).

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o aumento é consequência de evento climáticos, como as temperaturas elevadas e o maior volume de chuvas, que diminuiu a colheita de parte desses produtos.

Confira a matéria completa no Metrópoles.

Ministro comemora 13 milhões de pessoas fora do mapa da fome

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, comemorou a queda de 13 milhões no número total de pessoas que passam fome no país. Dados do Instituto Fome Zero apontam que o total de pessoas em situação de insegurança alimentar grave no Brasil passou de 33 milhões em 2022 para 20 milhões em 2023.

“Tudo isso resultou numa orquestra positiva que comemoramos hoje. E temos que comemorar mesmo porque, historicamente, é a maior queda. Você tirar assim, em um ano de arrumação da casa, 13 milhões de pessoas do mapa da fome”, disse, em entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

“Essas pessoas estão nas cidades médias e grandes. Em situação de rua, que é ainda um quadro que estamos cuidando porque é muito grave”, destacou. “Quando a gente fala de fome grave é fome que mata. Assim como matou Yanomami e morreram crianças. Estamos falando disso”, completou.

Wellington Dias destacou que, ao incluir a fome moderada, o estudo aponta que 20 milhões de pessoas saíram dessa condição em 2023 no Brasil. “Poder comemorar que já foi dado um passo grande, com 13 milhões a menos do mapa da fome, mostra o tamanho da nossa responsabilidade. Vamos seguir trabalhando para alcançar outros que ainda não chegamos”.

Com 20 mortes, Rio Grande do Sul decreta emergência por dengue

Após confirmar 20 mortes por dengue, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, declarou situação de emergência em saúde pública no estado. Em nota, a Secretaria de Saúde informou que a medida visa o controle, prevenção e a atenção à saúde diante do risco epidemiológico à população pela epidemia de doença, atualmente presente em 94% dos municípios gaúchos.

“Com a declaração de estado de emergência, o governo estadual poderá destinar recursos para combater a dengue com mais agilidade, sem os trâmites demorados e burocráticos de uma licitação, por exemplo. O decreto permite um processo ágil e célere na compra de insumos, como medicamentos e vacinas, entre outros, facilitando o enfrentamento da dengue”, destacou o comunicado do governo.

Na última segunda-feira (11), a Secretaria de Saúde lançou uma plataforma para manejo clínico de casos de dengue, permitindo a identificação do estado de saúde e do tratamento dispensado a cada paciente por meio de características, sinais e sintomas. Também foi assinada uma nota técnica conjunta com o Conselho Regional de Enfermagem que autoriza profissionais da área a requisitarem exames, sobretudo hemogramas, em casos suspeitos de dengue.

Principais sintomas
“A Secretaria da Saúde reforça a importância de que a população procure atendimento médico nos serviços de saúde logo nos primeiros sintomas. Dessa forma, evita-se o agravamento da doença e a possível evolução para óbito”, concluiu a nota. Os principais sintomas da doença, conforme relacionado no comunicado, são:

– Febre alta (39°C a 40°C), com duração de dois a sete dias

– Dor atrás dos olhos

– Dor de cabeça

– Dor no corpo

– Dor nas articulações

– Mal-estar geral

– Náusea

– Vômito

– Diarreia

– Manchas vermelhas na pele, com ou sem coceira

Números
Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde apontam que o Rio Grande do Sul registrou – desde 1º de janeiro – 27.752 casos prováveis de dengue. Além dos 20 óbitos confirmados pela secretaria, há sete em investigação. O coeficiente de incidência da doença no estado é de 255 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.

Outros regiões
Além do Rio Grande do Sul, oito unidades da federação já decretaram emergência em saúde pública por conta da explosão de casos de dengue. São eles: Acre, Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais. De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, há ainda 288 decretos municipais – a maioria em Minas Gerais.