Clássico das Emoções também na sétima rodada

Pedro Augusto

O primeiro Clássico das Emoções de 2018 será disputado neste sábado (17), a partir das 18h30, no Estádio do Arruda. Se em outras ocasiões, o encontro entre Santa Cruz e Náutico já valeria, por si só, a compra do ingresso, atualmente, com os dois rivais subindo de produção, um dos dérbis mais antigos do país acabou ganhando proporções ainda maiores. E nem poderia ser diferente, haja vista que um triunfo no clássico da vez garantirá as primeiras posições na tabela, tanto para a Cobra Coral como para o Timbu.

Em situação bem mais cômoda em relação ao arquirrival, o Náutico está na liderança isolada da competição, com 11 pontos, e, caso derrote o Santa, dará sequência à série invicta de jogos. A primeira e, até agora, única derrota do time de Rosa e Silva no Estadual, ocorreu no dia 21 de janeiro, quando foi goleado pelo Central por 3 a 0, no Estádio Luiz Lacerda. De lá para cá, o Timbu colecionou duas vitórias e dois empates, com destaque para o triunfo sobre o Sport por 3 a 0, na Arena de Pernambuco.

Vindo de um excelente resultado na Copa do Brasil, quando acabou eliminando o Fluminense de Feira de Santana ao batê-lo por 1 a 0, no Estádio Joia da Princesa, garantindo, assim, a vaga para a terceira fase, o Náutico pretende dar sequência à maré de bons resultados, mexendo o mínimo possível na equipe titular. Até o fechamento desta edição, o técnico Roberto Fernandes não havia dado muitas pistas em relação ao time que deverá entrar de frente, mas, caso ele repita a escalação da última quarta-feira, o Timbu será composto por: Bruno; Thiago Ennes, Breno, Camutanga e Kevyn; Negretti, Josa e Medina, Rafael Assis, Wallace Pernambucano e Fernandinho.

Santa Cruz

Pelas bandas do Arruda, ultimamente o clima também tem sido ameno, haja vista que o Santa conseguiu, enfim, emplacar duas vitórias consecutivas na temporada. A última delas ocorreu justamente no Estadual 2018. Com o gol de cabeça do zagueiro Augusto Silva ainda na primeira etapa, o Mais Querido acabou batendo o Afogados por 1 a 0, na última quarta-feira (14), no Estádio Vianão, pulando da vice-lanterna para a quinta colocação, agora, com seis pontos.

Apesar do pouco tempo de trabalho até enfrentar o Náutico, o técnico Júnior Rocha minimizou o problema. “Está assim para todo mundo, com calendário cheio, e isso é mérito de quem vem obtendo vagas nas competições. Os que jogaram diante do Afogados não treinaram na quinta (15). Na data, fizemos um trabalho de recuperação e, na sexta (16), realizamos um tático explicativo, sem intensidade. Caso contrário, sábado eles não aguentariam”, disse o técnico Júnior Rocha.

“Carol Summer” chega a Porto de Galinhas

A Óticas Carol, rede com mais de 1.100 lojas no país, chega a Porto de Galinhas nos dias 17 e 18 de fevereiro com a “Carol Summer”, uma Kombi estilizada que traz aos consumidores experimentação dos modelos mais vendidos e procurados da estação. O espaço oferecerá aos visitantes um display interativo para compartilhamento de gifs e wi-fi liberado.

A Kombi estará localizada na Praça das Esculturas e apresentará aos clientes os lançamentos e best-seller de renomadas marcas como Ray-Ban, Oakley, Polo, Ralph e Vogue Eyewear.

Bons motivos para alcançar a vitória

Central X Belo Jardim (17)

Pedro Augusto

Desde que chegou ao Lacerdão para treinar o Central, Mauro Fernandes nunca escondeu o seu principal objetivo na primeira fase do Campeonato Pernambucano: obter uma das vagas para as quartas-de-final entre os quatro mais bem classificados. O objetivo até agora vem sendo alcançado e poderá se aproximar ainda mais de ser concretizado, caso a Patativa derrote o Belo Jardim, neste domingo (18), a partir das 16h, no Luiz Lacerda. Em seis rodadas disputadas, o alvinegro caruaruense segue firme na terceira posição, com dez pontos, enquanto o Calango encontra-se apenas na vice-lanterna com quatro.

Além de garantir a invencibilidade – até agora foram duas vitórias e quatro empates conquistados –, um triunfo diante do Belo Jardim poderá deixar o Central na liderança isolada da competição. Isso porque, caso o atual líder Náutico, com 11 pontos, não vença o Santa Cruz, neste sábado (17), a partir das 18h30, no Arruda, e a Patativa faça o seu papel dentro de casa, ela assumirá de vez a dianteira da tábua de classificação. Já o Vitória, que se encontra hoje na segunda colocação com os mesmos dez pontos, mas superando o time caruaruense pelos critérios de desempate, está de folga nesta sétima rodada e fatalmente perderá posições.

De fora da partida contra o América, quando o placar final marcou 1 a 0 para o Central, o volante Eduardo Erê está de volta à equipe titular. Ele retorna após cumprir suspensão automática. Em contrapartida, o volante Graxa e o meia Júnior Lemos, que também não enfrentaram o Periquito por estarem entregues ao departamento médico, voltaram a treinar fisicamente no decorrer da semana, porém eram dúvidas até o fechamento desta matéria. Caso sejam vetados, poderão ser substituídos mais uma vez por Issa e Paulinho Curuá.

Mais reforços

Esta semana, a diretoria alvinegra anunciou as contratações de mais dois reforços para o decorrer da temporada. Foram eles: o volante Ranieri e o lateral-direito Paulo Fernando. Ambos chegaram sob o aval do técnico Mauro Fernandes. Atualmente com 24 anos, Ranieri já defendeu as cores do Náutico, Santa Cruz e Internacional. Já Paulo Fernando, que também está com 24, vestiu as camisas do Mirassol, CRB, Portuguesa, dentre outras.

Outros jogos

Na sequência da sétima rodada, no sábado (17), o Afogados recebe o Pesqueira, a partir das 20h, no Estádio Vianão, enquanto no domingo o Salgueiro recebe o Flamengo de Arcoverde, a partir das 16h, no Cornélio de Barros. Já o Sport duela com o América, no mesmo horário, na Ilha do Retiro.

Registros de mortes aumentam durante período

De acordo com o levantamento da Polícia Rodoviária Federal, no Carnaval 2018, houve aumento no número de mortes contabilizadas nas rodovias que cortam o Estado em comparação com o ano anterior. Segundo os dados do órgão, cinco pessoas acabaram morrendo em acidentes contra três no evento de 2017 – um crescimento no quantitativo de ocorrências de 27,8%. O balanço foi divulgado na manhã da última quinta-feira (15).

Durante todo o intervalo da festa, a Polícia Rodoviária registrou 92 acidentes, com 46 feridos. Em 51 dos acidentes, não houve registro de vítimas. Em 2017, a PRF contabilizou 72 ocorrências, com 53 feridos e três mortes. A Operação Carnaval começou na sexta-feira (9) e seguiu até a Quarta-feira de Cinzas (14).

Os casos com mortes ocorreram todos no Interior neste ano. O mais grave, segundo a PRF, ocorreu na terça-feira (13), no quilômetro 75 da BR-408, em Paudalho, na Zona da Mata Norte, quando um homem de 46 anos, dirigindo uma ‘cinquentinha’, entrou na contramão da rodovia e bateu de frente em um carro, morrendo na hora.

Nacional

Em âmbito nacional, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou 249 acidentes graves e 87 óbitos nas rodovias federais desde a última sexta-feira (9). O números foram menores que os do ano passado, quando foram registrados 309 acidentes graves e 131 óbitos até a Terça-feira de Carnaval.

Durante todo o período momesco, as equipes da PRF fiscalizaram 144 mil veículos, com o objetivo de verificar as principais condutas irregulares, como ultrapassagens proibidas, excessos de velocidade, misturas de álcool e direção, além das faltas de equipamentos de segurança. Foram autuados 1.497 motoristas por embriaguez ao volante, número 22% menor do que no mesmo período do ano passado, quando foram flagrados 1.914 motoristas embriagados até a Terça-feira de Carnaval.

Fim do horário de verão: pessoas com rotina regrada são mais afetadas

Após quase três meses, os relógios devem ser atrasados novamente em uma hora na madrugada deste sábado para o domingo. A mudança, que marca o fim do horário de verão, também provoca alterações no organismo, as quais chegam a causar desconfortos. Segundo a clínica geral e geriatra do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Rossana Maria Russo Funari, quem possui uma rotina regrada tende a ser mais afetado.

Ter horários certos para se alimentar e dormir torna os processos de adaptação mais difíceis. Segundo a médica, essa quebra na rotina prejudica até mesmo o rendimento do indivíduo.

“Se a pessoa costuma acordar muito cedo para trabalhar, a mudança é mais perceptível. No fim do horário de verão, a tendência é dormir mais tarde, enquanto o relógio biológico está ‘programado’ para acordar mais cedo. Isso prejudica o rendimento”, explica.

Sintomas como sonolência, enxaqueca, dor de estômago e até alteração do apetite podem ocorrer durante o processo de adequação do corpo, que, em média, dura sete dias. Para evitar esses problemas, a especialista indica preparar-se para dormir no horário de costume e evitar o consumo de bebidas que tirem o sono, como café, refrigerante e alguns tipos de chá que contêm cafeína.

De acordo com a médica, não há correlação do fim do horário de verão com os efeitos de um “jetlag”, famosa fadiga de viagem ocasionada por mudanças no fuso. Rossana Maria Russo Funari explica que os efeitos são mais suaves e não causam tantas consequências para a maioria das pessoas.

“No caso do ‘jetlag’, temos uma condição menos fisiológica, que é uma consequência de alterações no ritmo circadiano (período de aproximadamente 24 horas), mais intenso em viagens longas em que há grandes mudanças de fuso horário.”

Inscrições abertas para mais de 4 mil vagas nas Escolas Técnicas Estaduais

O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Estadual de Educação (SEE), divulga o edital para o processo seletivo das Escolas Técnicas Estaduais (ETE) na modalidade subsequente. Ao todo, estão sendo ofertadas 4.410 vagas em 21 cursos técnicos em 35 unidades de ensino. Podem participar da seleção candidatos que já concluíram o Ensino Médio. As inscrições começaram no dia 15 de fevereiro e se encerram no dia 02 de março pelo site www.educacao.pe.gov.br.

As vagas ofertadas são para cursos como Enfermagem, Segurança do Trabalho, Administração, Logística, Redes de Computadores, Mecatrônica, Eventos, entre outros, distribuídos em ETEs da Região Metropolitana do Recife (RMR), Agreste, Zona da Mata e Sertão. O processo seletivo será realizado em etapa única, por meio de uma prova objetiva de caráter eliminatório e classificatório, que será realizada de 05 a 07 de março conforme agendamento no ato da inscrição. O resultado definitivo sai no dia 14 de março, e as aulas começam no dia 19 do mesmo mês.

ETE – Desde 2007, o Governo de Pernambuco vem realizando a expansão da rede de escolas técnicas no Estado, visando garantir não só uma melhor infraestrutura, mas uma melhor educação para os estudantes pernambucanos, com a oferta da formação profissional. Naquele ano, Pernambuco tinha apenas seis escolas técnicas e hoje conta com 41 unidades. Tudo isso para que a unidade federativa continue evoluindo na qualidade da educação pública.

SERVIÇO:
Secretaria Estadual de Pernambuco divulga edital para inscrições nas Escolas Técnicas Estaduais
Inscrições de 15 de fevereiro a 02 de março pelo site www.educacao.pe.gov.br
Mais informações: (81) 3183.9300

O aprendizado permanente nas políticas de Saúde

Por Marcus Pestana/Congresso em Foco

Em boa hora, a Câmara dos Deputados firmou Acordo de Cooperação Técnica com os governos espanhol e português para troca de experiências sobre a gestão de seus sistemas de saúde. Resultado disso foi o envio de uma delegação a Madri e Lisboa, para estudar os impactos da recente crise europeia na Saúde pública.

Digo em boa hora porque a política brasileira tem andado mais perto dos constantes casos de corrupção, e mais distante daquilo que interessa a todos: a melhoria da qualidade de vida a partir de políticas públicas consistentes.

Vamos às semelhanças entre Brasil e Espanha. Os dois países ergueram sistemas de saúde gratuitos baseados no Estado de Bem Estar Social, lançando os dois pilares da organização da atenção à saúde: a universalidade (o acesso é para todos, sem restrições) e a integralidade (a carteira de serviços deveria cobrir integralmente as necessidades da população). A configuração dos dois foi expressão da transição para a democracia após ditaduras. A Espanha em 1978, já o Brasil com a Constituição de 1988.

Mas há diferenças importantes. Primeiro, os padrões de financiamento. Enquanto cada região autônoma espanhola tem para investir na saúde pública, em média, 1.300 euros por habitante/ano, no Brasil temos apenas 300 euros per capita. Em segundo lugar, na Espanha há uma carteira de serviços definida em um Decreto Real e por normas ministeriais. Um exemplo: aparelhos para correção de problemas de audição só são ofertados até os 16 anos. Resultado: não há judicialização como no Brasil. Outra diferença, somente 8% da população tem algum tipo de assistência privada.

Visitamos o Hospital Universitário Puerta de Hierro Majadahonda, referência para 380 mil pessoas, mas que também atende a outras regiões em segmentos de complexidade como transplante, oncologia e cirurgia cardíaca. Confesso que a estrutura arquitetônica me surpreendeu. Mais parece um shopping, tão espaçoso que é e tal a qualidade do acabamento. O modelo de construção e gestão é uma parceria com o setor privado. O setor público cuida de saúde, o setor privado de construir, “alugar” e prover serviços de apoio.

Fomos também ao Centro de Salud Fuentelarreina conhecer o fantástico trabalho de atenção primária. Lá, dez médicos e dez enfermeiros cuidam de 22 mil vidas. Interessante observar que os médicos espanhóis ganham, por sete horas de trabalho e dedicação exclusiva, de três mil a quatro mil euros, ou seja, R$ 12 mil a R$ 16 mil mensais.

Nem tudo são flores. A profunda crise espanhola de 2008 impactou a Saúde. Salários foram rebaixados, fornecedores enfrentaram enormes atrasos, carreiras profissionais ficaram congeladas. A principal medida foi o copagamento dos medicamentos. O cidadão banca até 60% do custo dos remédios, conforme a situação financeira individual. O restante continua gratuito.

O SUS, apesar de enormes avanços, no formato atual é insustentável e precisa de mudanças. E nada como conhecer experiências avançadas para não reinventar a roda a cada minuto.

ARTIGO — Quem dita as regras

Por Maurício Assuero

O Sistema Financeiro Nacional tem como mandante da política monetária o COPOM – Conselho de Política Monetária. No entanto, embora subordinado a tal política, o mercado dita regras e se move na direção do que é melhor para ele. A presença de Temer, por exemplo, na condução política do país é, simplesmente, ignorada. O que interessa, de fato, é a condução da política econômica e, neste sentido, se não agradar não há presidente que resista. Quando Sarney, então presidente, viajava Fernando Henrique Cardoso dizia “a crise viajou”. Posteriormente, disseram algo semelhante sobre ele.

Em 1989 Lula estava na disputa pela presidência com Fernando Collor. Em outro daquele ano, Mario Amato, então presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, declarou que uma possível vitória dele faria 800 mil empresários fugir do Brasil. Poderia ter sido uma ameaça vazia, ficou claro o que pensava o mercado.
Na perspectiva de uma vitória de Lula em 2002, o dólar se aproximou de R$ 4,00, em 2015, passou de nível. Em 2002, o mercado não sabia o comportamento de Lula presidente. Ele fez uma carta explicando aos investidores que não mudaria as regras do contrato, que moratória e auditória de dívida é figura de retórica e o mercado aceitou. No processo de impeachment de Dilma, cada vez que havia um movimento no sentido da permanência dela à frente do governo, o dólar aumentava. Agora, veio a condenação de Lula em segundo instância e o dólar caiu para R$ 3,12.

Estas oscilações são sinais contundentes que o mercado emite. Qualquer ameaça se reflete num processo de defesa natural. E foi isso que o mercado demonstrou após a condenação de Lula. Esgotadas e desgastadas as relações entre Lula, de modo mais amplo o petismo, e o mercado, a condenação em segunda instância o faria, definitivamente, da possibilidade de governar o país. Se não fosse condenado ou tivesse chance de reformar a sentença a taxa do dólar teria aumentado.

Alguns se perguntam o motivo dos impactos das ações políticas sobre o preço do dólar. A questão é relativamente simples:a principal defesa dos investidores é por ativos reais e líquidos. Então quando os investidores se sentem ameaçados, eles cobram dólares. Poderiam comprar outros ativos como imóveis, por exemplo, mas esse tipo de ativo não tem a liquidez desejada. Agora, a oscilação cambial traz transtornos para a economia porque mexe com o crescimento do produto interno.

Assim, qualquer que seja o candidato a presidente ou presidente em exercício, se não tiver as bênçãos do mercado, as chances de sucesso ficam reduzidas.

Ibovespa tem maior alta global neste ano

Agência Estado

A Bolsa brasileira foi a que mais subiu neste ano entre os principais mercados internacionais, apesar do recente aumento da volatilidade, que fez os índices de ações caírem ao redor do mundo desde o começo de fevereiro. O Brasil e outros emergentes também vêm sofrendo com o aumento do nervosismo dos investidores nas últimas semanas, mas menos que os países desenvolvidos.

O Ibovespa acumulava ganho de 5,9% até o dia 13, superando o desempenho de mercados como China, Índia, Turquia, África do Sul e todos da América Latina, de acordo com dados do The Wall Street Journal, que considera o desempenho das bolsas em moeda local.

Os números com a variação em dólar também mostram o Brasil com valorização acima de outros mercados, segundo levantamento da Economática, que leva em consideração o desempenho dos índices até terça-feira(13). O Ibovespa acumula alta de 6,72% na moeda americana, bem maior que a da Colômbia (+3,21%), do México ( 2,51%) e da Bolsa argentina (-6,58%).

O ganho da Bolsa brasileira na comparação mundial deve se ampliar ainda mais com o desempenho registrado nesta quarta-feira(14). O principal índice da Bolsa paulista avançou 3,27% e acumulava alta de 9,35% no ano. O resultado do Ibovespa em 2018 é influenciado, sobretudo, pelos números de janeiro, quando a Bolsa bateu sucessivos recordes puxados pelo apetite de investidores estrangeiros. Em fevereiro, o Ibovespa acumula queda, mas menor que seus pares internacionais.

Boa parte das bolsas mundiais acumula queda no ano e em fevereiro, sobretudo os índices americanos, segundo os números do The Wall Street Journal, por causa da mudança de expectativa dos agentes de mercado sobre a política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). A avaliação é de que o BC dos EUA pode ter de subir o juro mais rapidamente do que o anteriormente previsto por causa da aceleração da inflação.

Emergentes. Especialistas avaliam que a perspectiva para as economias do Brasil e dos emergentes em 2018 segue favorável. A consultoria Capital Economics destaca que a melhora de indicadores da conta corrente de diversos mercados, sobretudo o Brasil, indica que os emergentes ficaram menos vulneráveis aos choques externos.

“Com a exceção da Argentina, as economias da América Latina estão mais bem preparadas agora do que há alguns anos para uma deterioração global do apetite por risco e/ou para aumento dos custos dos empréstimos”, ressalta o economista da consultoria para a região, Edward Glossop.

O déficit da conta corrente do Brasil, que chegou a superar 4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, batendo recorde histórico, fechou o ano passado em 0,48%.

O Credit Suisse destaca em relatório esta semana que as bolsas e moedas de países emergentes têm demonstrado força, mesmo com as quedas registradas pelo índice S&P 500 da Bolsa de Nova York durante a última semana. Melhora das contas externas, inflação comportada e expectativa de crescimento do PIB ajudam a manter um cenário positivo para os emergentes, segundo o banco.

Ministério da Saúde alerta para a necessidade de ampliar a cobertura vacinal de febre amarela

O Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação da população dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo durante a campanha contra febre amarela. Dados preliminares dos dois estados apontam que, até a quinta-feira (15), 3,95 milhões de pessoas foram vacinadas, sendo 3,6 milhões com doses fracionadas e 356,8 mil com doses padrão. O número corresponde a 19,3% do público-alvo previsto no Sudeste. A recomendação é que os estados continuem vacinando até atingir alta cobertura.

“A vacina é a medida mais eficaz para combater a doença e evitar casos e mortes. Por isso é necessário que toda a população que vive nos municípios onde a campanha está ocorrendo procure se vacinar. O vírus da febre amarela tem acometido pessoas que vivem em regiões próximas a matas e que nunca se vacinaram contra a febre amarela, ou seja, suscetíveis para a doença”, alertou o ministro da Saúde Ricardo Barros.

A previsão é que sejam vacinadas 20,5 milhões de pessoas no Sudeste, sendo 10,3 milhões em 54 municípios de São Paulo e 10 milhões em 15 municípios do Rio de Janeiro. Devido à baixa procura da população para a vacinação contra a febre amarela, o estado do Rio prorrogou a campanha. No estado, 1,22 milhão de pessoas foram vacinadas (12%), sendo 963,5 mil com a fracionada e 257 mil com a padrão. Em São Paulo, a previsão para o término da campanha é neste sábado (17), quando acontece o Dia D de Mobilização. O estado vai avaliar a necessidade de prorrogação da campanha após essa data. No total, 2,7 milhões de paulistas foram vacinados, o que representa 26% do público-alvo, sendo 2,6 milhões de pessoas com a fracionada e 99,8 mil com a padrão.

Na Bahia, a campanha de fracionamento da vacina de febre amarela terá início na próxima segunda-feira (19). O estado pretende vacinar 3,3 milhões de pessoas em 8 municípios. Para auxiliar os estados e municípios na realização da campanha, o Ministério da Saúde repassou aos estados R$ 54 milhões. Desse total, R$ 15,8 milhões para São Paulo; R$ 30 milhões para Rio de Janeiro e R$ 8,2 milhões para a Bahia. Para atender exclusivamente à demanda da campanha de fracionamento, o Ministério da Saúde distribuiu 14,9 milhões de doses da vacina de febre amarela aos estados do Rio de Janeiro (4,7 milhões), Bahia (300 mil) e São Paulo (9,9milhões). Também foram enviadas 15 milhões de seringas aos estados, sendo 5,2 milhões para o Rio de Janeiro, 500 mil para a Bahia e 9,3 milhões para São Paulo.

Para a coordenadora substituta do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Ana Goretti, as pessoas que mais precisam da vacina são as que acabam não procurando as unidades de saúde. “O que percebemos em relação à resistência na vacinação é o que acontece com outras vacinas que é a dificuldade do homem, adulto jovem, que mora perto de matas, em buscar uma unidade de saúde para se vacinar. É fundamental que essas pessoas, que são mais vulneráveis, se vacinem para aumentar as coberturas vacinais e garantir uma população devidamente protegida contra o vírus da febre amarela”, concluiu Ana Goretti.

A adoção do fracionamento das vacinas é uma medida preventiva e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) quando há aumento de epizootias e casos de febre amarela silvestre de forma intensa, com risco de expansão da doença em cidades com elevado índice populacional. A dose fracionada tem apresentado a mesma proteção que a dose padrão. Estudos em andamento já demonstraram proteção por pelo menos oito anos e novas pesquisas continuarão a avaliar a proteção posterior a esse período.

O Ministério da Saúde, no ano de 2017 até o momento, encaminhou às Unidades da Federação o quantitativo de aproximadamente 64,5 milhões de doses da vacina. Para os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia foram enviados cerca de 54,3 milhões de doses, com objetivo de intensificar as estratégias de vacinação, sendo 22,7 milhões (SP), 12 milhões (MG), 12 milhões (RJ), 3,7 milhões (ES) e 3,9 milhões (BA).

PESQUISA – O Instituto Evandro Chagas (IEC), vinculado ao Ministério da Saúde, conseguiu detectar o vírus da febre amarela em mosquitos Aedes albopictus (popularmente conhecido como Tigre Asiático). Os mosquitos, que vivem em áreas rurais e urbanas, foram capturados em 2017, em áreas rurais próximas dos municípios de Itueta e Alvarenga, em Minas Gerais. Novos estudos são necessários para confirmar agora a capacidade vetorial (transmissão) do Aedes albopictus, pois o encontro do vírus no mosquito não significa necessariamente que ele adquiriu o papel de transmissor da doença.

O Ministério da Saúde está apoiando o IEC e o Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), que também participou da pesquisa, na nova fase do estudo que culminará em novas capturas de mosquitos e avaliação do potencial de transmissão da doença.

“O encontro do vírus no mosquito Aedes albopictus não significa necessariamente que ele adquiriu o papel de transmissor da febre amarela. Por isso é preciso voltar a essas áreas para uma nova coleta de mosquitos e avaliar a capacidade de transmissão deles”, explicou o diretor do IEC, Pedro Vasconcelos, que concluiu descrevendo o cenário do Brasil com a febre amarela. “O que está ocorrendo no Brasil é que os casos de febre amarela estão ocorrendo em áreas onde não era recomendada a vacinação, portanto as pessoas estão suscetíveis porque não eram vacinadas. Por isso a importância de se vacinarem nessa campanha e evitarem casos e mortes pela doença”, concluiu.

O Ministério da Saúde reitera que não há registro confirmado de febre amarela urbana no país e também não há registro de mosquitos Aedes aegypti infectados com o vírus da febre amarela. Todos os casos de febre amarela registrados no Brasil desde 1942 são silvestres, inclusive os atuais, ou seja, a doença foi transmitida por vetores que existem em ambientes de mata (mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes). Além disso, o que caracteriza a transmissão silvestre, além da espécie do mosquito envolvida, é que os mosquitos transmitem o vírus e também se infectam a partir de um hospedeiro silvestre, no caso o macaco.

A probabilidade da transmissão urbana no Brasil é baixíssima por uma série de fatores: todas as investigações dos casos conduzidas até o momento indicam exposição a áreas de matas; em todos os locais onde ocorreram casos humanos, também ocorreram casos em macacos; todas as ações de vigilância entomológica, com capturas de vetores urbanos e silvestres, não encontraram presença do vírus em mosquitos do gênero Aedes; já há um programa nacionalmente estabelecido de controle do Aedes aegypti em função de outras arboviroses (dengue, zika, chikungunya), que consegue manter níveis de infestação abaixo daquilo que os estudos consideram necessário para sustentar uma transmissão urbana de febre amarela. Além disso, há boas coberturas vacinais nas áreas de recomendação de vacina e uma vigilância muito sensível para detectar precocemente a circulação do vírus em novas áreas para adotar a vacinação oportunamente.

CASOS – De 1º de julho de 2017 a 15 de fevereiro deste ano foram confirmados 407 casos de febre amarela no país, sendo 183 em São Paulo, 157 em Minas Gerais, 68 no Rio de Janeiro e 1 caso no Distrito Federal. Também foram registrados 118 óbitos em todo o país, 44 em Minas Gerais, 46 em São Paulo, 27 no Rio de Janeiro e uma morte no Distrito Federal. No mesmo período do ano passado, 532 casos e 166 óbitos foram confirmados. Os dados são preliminares e um novo boletim será divulgado nesta sexta-feira (16).