Atividade econômica registra queda de 0,51% em maio, diz BC

A atividade econômica registrou queda em maio. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) dessazonalizado (ajustado para o período) apresentou queda de 0,51%, comparado a abril, de acordo com dados divulgados hoje (14).

Na comparação entre maio deste ano e o mesmo mês de 2016, houve crescimento de 1,40%, de acordo com os dados sem ajustes já que são períodos iguais na comparação.

Em 12 meses encerrados em maio, a retração ficou em 2,23% e no ano, em 0,05%.

O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira e ajuda o BC a tomar suas decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic.

O índice incorpora informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária, além do volume de impostos. Mas o indicador oficial sobre o desempenho da economia é o Produto Interno Bruto (PIB) , calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Líder do PMDB diz que recesso não vai impactar votação de denúncia contra Temer

O líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (PMDB-SP), afirmou hoje (14) que o recesso parlamentar não deve ter impacto na votação da denúncia contra o presidente Michel Temer. A partir do próximo dia 18, o Congresso Nacional entrará em recesso e retomará suas atividades na primeira semana de agosto.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou a votação da denúncia em plenário para o dia 2 de agosto. Rossi está confiante de que até esta data a base governista agregará o número mínimo necessário de votos para vencer no plenário.

“Acho que nós tivemos uma vitória muito importante ontem na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), com 41 deputados votando contra a denúncia. E agora, marcado para o dia 2 de agosto, acho que o resultado da CCJ vai se refletir no plenário, com uma vitória também importante do governo no plenário. Acho que o recesso não interfere”, disse.

A oposição adiantou que não se esforçará para garantir o registro da presença em plenário. Já, o líder do PMDB garante que a base estará presente. “Não achamos que um assunto dessa importância pode ficar parado na Câmara. Nós estaremos aqui pra votar e temos certeza de que o governo terá no plenário uma vitória importante”, declarou Rossi.

De acordo com o regimento interno da Câmara, uma sessão deliberativa pode ser aberta com o registro de pelo menos 257 votos, mas o número é inferior ao mínimo necessário para autorizar o prosseguimento da denúncia. Pela Constituição Federal, uma denúncia contra presidente da República precisa ser autorizada por 342 deputados, o que representa dois terços dos 513 parlamentares da Câmara.

O impasse em torno do quórum alto deve ser discutido entre as lideranças durante o recesso. Mais cedo, o deputado Beto Mansur (PRB-SP), confirmou que nem a base, nem a oposição contam ainda com o mínimo de votos necessários para abrir o quórum.

Segundo Mansur, até o momento o governo conta com o apoio de 262 parlamentares, a oposição com 171 e 80 deputados ainda estão indecisos. “Nós temos que trabalhar e convencer os indecisos a votar conosco. A oposição como sempre quer ficar batendo nessa cantilena de corrupção, nós queremos aprovar reformas”, disse Mansur.

Oposição

Os oposicionistas acreditam que, durante o recesso, a pressão popular pode favorecer o convencimento dos indecisos em favor da denúncia.

“Vamos insistir na aprovação da denúncia aqui em duas semanas, com contato direto com a sociedade, muitos deputados vão sair da indefinição. Novas denúncias poderão vir nesse período, portanto o nosso interesse, através da pressão social legitima, é aprovar a denúncia do Procurador- Geral da República, [Rodrigo Janot]”, disse o deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ).

Ele disse ainda que os partidos da oposição farão um levantamento sobre as emendas parlamentares que foram prometidas pelo governo aos deputados em troca de votos na CCJ. Para os oposicionistas, a manobra “pode caracterizar corrupção ativa por parte do governo e corrupção passiva por parte dos deputados”. O líder do PMDB respondeu que a acusação não tem fundamento.

O parecer aprovado na CCJ pela não admissibilidade da denúncia pode ser lida no plenário da Câmara na próxima segunda-feira (17).

Denúncia

No inquérito, Janot acusa Temer de ter se aproveitado da condição de chefe do Poder Executivo e recebido, por intermédio do seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, “vantagem indevida” de R$ 500 mil. O valor teria sido ofertado pelo empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS, investigado pela Operação Lava Jato.

A defesa do presidente Michel Temer argumenta que as provas contidas na denúncia não são concretas e que o presidente não cometeu nenhum ilício. Temer classificou a denúncia de “peça de ficção” e questionou a atuação de Janot.

Artigo: A esquerda, a inércia e o obscurantismo

Ayrton Maciel

É frustrante e obscura a inércia da esquerda brasileira – e me refiro aos partidos e seus líderes, aos sindicatos, centrais e suas lideranças, aos movimentos e organizações sociais e seus dirigentes – diante do que está passando o País.

Foram incapazes de impedir um golpe parlamentar e estão sendo ininteligentes, acomodados em seus postos e iniciativas e omissos no enfrentamento ao desmonte da estrutura social e trabalhista que um governo ilegítimo está executando sem qualquer resistência séria e significativa.

Por que as entidades sindicais não recorreram à Organização Internacional do Trabalho (OIT) contra o governo ilegítimo que ataca a regulamentação do trabalho no BR? Por que não recorrem ao apoio e solidariedade dos sindicatos e centrais europeus, dos EUA e da América Latina e Ásia, no sentido do governo ilegítimo e sua base congressual serem pressionados? Vão fazê-lo?

Por que as organizações e movimentos sociais não denunciam o desmonte do Estado social brasileiro – por um governo corrupto a serviço do capital mais descompromissado com o bem-estar social, herdeiros morais (governo e capital) dos escravocratas – nos fóruns internacionais?

Por que os partidos e seus velhos líderes não denunciam e recorrem ao apoio da esquerda internacional, na Europa, na Ásia, nas Américas? Não há manifestação do exterior em favor dos brasileiros, mesmo que a imprensa internacional faça a mais completa cobertura do que acontece no BR.

É frustrante e obscura essa inércia, salvo episódios isolados. É por isso que o País assiste, parte desolado e parte cúmplice, ao tratamento seletivo de fatos semelhantes em sua natureza.

O que diferencia os argumentos dos governistas para livrar Michel Temer da denúncia da PGR de corrupção passiva – “não há materialidade do crime” – dos argumentos do juiz Moro para condenar Lula, mesmo sem a materialidade de crime (não há um áudio, um vídeo, uma nota fiscal, um grampo, um e-mail, um recibo de compra e venda, um extrato bancário)? A política. Moro faz política, exerce a sua cidadania, mas não ocupa a toga. E passa impune nas instâncias superiores da Justiça, mesmo que seja transparente a falta de isenção.

Infelizmente o povo, passivo e alheio, está cúmplice. À direita, porque os objetivos eram o golpe e a chafurdação do PT. Por extensão, às demais esquerdas, buscando imputá-las a pecha de corrupta.

À esquerda, é resultado da falta de renovação dos seus quadros dirigentes, o que inibiu o surgimento de novas lideranças. Com isso, vieram os erros que geraram (em grande parte) essa grande decepção e apatia das massas. Quando a esquerda perde ou falha, a fratura é sempre na base.

Ayrton Maciel é ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco

Saiba os valores dos cachês no São João de Caruaru em 2017

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Do Blog do Mário Flávio

O blog teve acesso aos valores dos cachês pagos aos artistas que se apresentaram esse ano no São João de Caruaru. Os preços variam e alguns chamam atenção. Os shows mais caros no Pátio do Forró, principal polo da festa ficaram com os sertanejos. Gustavo Lima teve o valor mais alto com R$ 230 mil, seguido de Bruno e Marrone e Mateus e Kauã, que receberam R$ 200 mil em cada apresentação. As coleguinhas Simone e Simaria e o baiano Bell cobraram cachês de R$ 180 mil.

O mesmo valor foi pago ao DJ Aloc. Elba Ramalho recebeu R$ 175 mil, Alcimar Monteiro R$ 110 mil e Flávio José R$ 100 mil. No Polo Azulão, que foi uma das novidades da festa desse ano, os cachês também variaram. O mais caro foi do cantor Leninne, que cobrou R$ 107 mil.

Saiba dos valores das atrações abaixo:

Pátio do Forró

Orquestra de Pífanos de Caruaru Maestro e Mozart Vieira – R$ 36.200

Fulô de Mandacaru – R$ 60.000

Alcymar Monteiro – R$ 110.000

Elba Ramalho – R$ 175.000

Joana Angelica – R$ 12.000

Saia Rodada – R$ 50.000

Jorge de Altinho – R$ 65.000

Xand Avião – R$ 140.000

Didi Caruaru R$ 10.000

Trio Nordestino – R$ 40.000

Cavaleiros do Forró – R$ 50.000

Dorgival Dantas – R$ 70.000

Israel Filho – 35.000

Elifas Júnior – R$ 22.000

Gabriel Diniz – R$ 80.000

Bell Marques – R$ 180.000

Batista Lima – R$ 50.000

Flávio Leandro – R$ 25.000

Luan Estilizado – R$ 40.000

Magníficos – R$ 70.000

Totonho – R$ 10.000

Wallas Arraes – 30.000

Sirano e Sirino – R$ 25.000

Flávio José – R$ 100.000

Assisão – R$ 10.000

Adelmário Coelho – R$ 45.000

Geraldinho Lins – R$ 50.000

Pedrinho Pegação – R$ 40.000

Iohannes – R$ 30.000

Caru Forró – R$ 10.000

Santana – R$ 65.000

Israel Novaes – 90.000

Vumbora – 30.000

Novinho da Paraíba – R$ 35.000

Silvério Pessoa – R$ 20.000

Nando Cordel – R$ 50.000

Gatinha Manhosa – R$ 50.000

Mestrinho – R$ 40.000

Márcia Felipe – R$ 100.000

Azulão – R$ 25.000

Simone e Simaria – R$ 180.000

Gusttavo Lima – R$ 230.00

Fim de Feira – R$ 15.000

Maciel Melo – R$ 40.000

Brasas do Forró – R$ 50.000

John Geração – R$ 15.000

Walmir Silva – R$ 12.000

DJ Alok – R$ 180.000

Petrúcio Amorim – R$ 50.000

Lucy Alves – R$ 80.000

Josildo Sá – R$ 17.000

Lucas Costa – R$ 10.000

Galã – R$ 40.000

Bruno e Marrone – R$ 200.000

Lia de Carvalho – R$ 20.000

Arreio de Ouro – R$ 40.000

Matheus e Kauan – R$ 200.000

Benil – R$ 15.000

Amigos Sertanejos – R$ 30.000

Jonas Esticado – R$ 60.000

Mano Walter – R$ 70.000

Alceu Valença – R$ 120.000

Polo Azulão

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Casas Populares da BR-232 – R$ 2,5 mil

Chris Mendes – R$ 3 mil

Isabela Moraes – R$ 5 mil

Riá Oliveira – R$ 7 mil

Colibri Brasil – R$ 5 mil

70mg – R$ 2 mil

Pablo Patriota – R$ 4,5 mil

Banda Dama do Rei – R$ 2 mil

Banda Sombra dos Anjos – R$ 2 mil

Almério – R$ 15 mil

Banda Hey John – R$ 2 mil

Tony Maciel – R$ 3 mil

Casa Prima – R$ 3 mil

Banda de Rodagem – R$ 3,5 mil

Rosário Apressado – R$ 3 mil

Kinto Karma – R$ 2 mil

Banda Vimana – R$ 2,5 mil

Casa de Ouro – R$ 3,5 mil

Mamulengos – R$ 5 mil

Eddie – R$ 18 mil

Jurema Preta – R$ 3 mil
Banda Old Pack – R$ 2 mil

Psych Acid – R$ 3 mil

Banda Alkymenia – R$ 7,5 mil

Devotos – R$ 15 mil

Nika Macedo – R$ 3 mil

Yngrid Bitencourt – R$ 3 mil

Thera Blue – R$ 6 mil

BandaVoou – R$ 6 mil

Junio Barreto – R$ 27 mil

Maria da Paz – R$ 10 mil

Rogéria – R$ 8 mil

Mozart Vieira – R$ 15 mil

Lenine – R$ 107 mil

Banda Zé do Estado – R$ 10 mil

Gabriel Sá – R$ 4,5 mil

Joanatan Richard – R$ 5 mil

Erisson Porto – R$ 10 mil

Orquestra Contemporânea de Olinda – R$ 12 mil

Chico César e Siba – R$ 60 mil

Armando propõe à Camex taxar em 17% etanol dos EUA

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O senador Armando Monteiro (PTB-PE) ocupou a tribuna do plenário para solicitar “sensibilidade” ao conselho de ministros da Camex (Câmara de Comércio Exterior) para aprovar, no próximo dia 25, recomendação do Ministério da Agricultura de taxar em 17% as importações de etanol de milho dos Estados Unidos. Segundo ele, a concorrência desleal do produto ameaça os empregos e a produção de álcool do Nordeste, especialmente de Pernambuco, num momento em que o País começa a sair lentamente da recessão.

Armando participou, em março passado, de audiência com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, solicitada pelo presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco, Renato Cunha, em que produtores de seis estados defenderam a taxação. Nota técnica do Ministério da Agricultura propôs à Camex uma alíquota de 17%.

No discurso em plenário, Armando citou dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo) para informar que as importações de etanol de milho cresceram quase 400% no primeiro semestre, comparativamente a igual período de 2016, atingindo 1,3 bilhão de litros. Tal volume corresponde, de acordo com ele, a 83% de toda a produção anual do Nordeste, da ordem de 1,6 bilhão de litros.

O senador enfatizou que ao solicitar a taxação não está defendendo reserva de mercado para os produtores nacionais de etanol, pois sempre foi favorável à abertura da economia, mas tão somente condições de igualdade na competição. Assinalou que o etanol de milho comprado dos EUA não cumpre obrigações de manutenção de estoques mínimos e outras exigências regulatórias cobradas do produtor nacional.

Armando Monteiro advertiu para “os impactos danosos” que a importação pode causar no emprego e na produção do parque sucroenergético do Nordeste, que representa a maior atividade agroindustrial da região, com 62 usinas, 25 mil fornecedores independentes de cana de açúcar e 250 mil postos de trabalho diretos.

Bezerros Moto Fest 2017: confira a programação

Realizado pela Máxima Comunicação em parceria com a Prefeitura de Bezerros, vem aí a 14ª edição do Bezerros Moto Fest. O encontro irá reunir milhares de motociclistas de todo o Brasil, confraternizando-se em um dos mais visitados paraísos ecológicos do país: Serra Negra, que entre outros atrativos, destaca-se por suas belezas naturais, clima ameno e ambiente propício à prática desse hobby. Como nos últimos anos, o evento promete contar com grande público, já que se consolidou no calendário turístico e festivo do município, gerando inclusive renda extra e aquecimento da economia local.

Confira abaixo a programação:
21/7 (sexta-feira)
10h – Abertura do evento (recepção aos motociclistas)
12h – Som mecânico
13h – Abertura dos stands
20h – Old Wine
23h – Érica França e Wanessa Gonçalves
22/7 (sábado)
8h – Recepção aos motociclistas
8h30 – Abertura dos stands
9h – Som mecânico
13h – Carlinhos Nova
16h – Visão Noturna
19h – The Madness
21h – Toninho de Olinda (Zé Ramalho Cover)
23h – Banda Hits
23/7 (domingo)
8h – Despedida dos motociclistas
10h – Trilha dos Amigos (Bezerros)
17h – Encerramento

Mais de 80% dos donos de pequenos negócios não demitirão

Nos próximos 12 meses, 81% dos donos de micro e pequenas empresas não pretendem demitir funcionários. Destes, 24,5% afirmam que vão contratar novos empregados. As informações constam da Sondagem Conjuntural dos Pequenos Negócios, pesquisa inédita feita pelo Sebrae, que concluiu sua primeira edição em junho e terá periodicidade trimestral para mapear as expectativas dos empresários em relação a economia brasileira e a própria empresa.

Os encargos trabalhistas, a complexidade da legislação e o custo do salário mensal foram citados como sendo os maiores entraves para que os empreendedores contratem novos empregados. “Chama a atenção o fato de que, apesar dessas dificuldades relatadas, quatro de cada dez donos de pequenos negócios pretendem aumentar o quadro de funcionários. Isso demonstra a importância das micro e pequenas empresas na geração de emprego e renda no país”, ressalta o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.

Além da intenção de contratação nos próximos 12 meses, a Sondagem Conjuntural dos Pequenos Negócios também analisa a perspectiva de faturamento e a avaliação da situação econômica. De acordo com o resultado apresentado, cerca de 55% dos empresários acreditam que a situação econômica vai permanecer como está ou melhorar e 33% acreditam que terão um aumento de faturamento.

Para a realização da pesquisa, foram ouvidos 2.859 microempreendedores individuais (MEI) e micro e pequenos empresários, optantes ou não do Simples Nacional, das cinco regiões brasileiras.

Consumo de água em frigoríficos de pescado pode cair até quase 50%

Pesquisa da Embrapa em parceria com instituições públicas e privadas mediu o uso de água em diferentes indústrias de processamento de pescado do País. O trabalho mostrou que é possível reduzir significativamente a quantidade de água utilizada. Isso depois de mudanças físicas e da adoção de medidas de minimização desse consumo. Em uma das indústrias destinada ao processamento da tilápia, o consumo hídrico caiu quase pela metade.

“Nos entrepostos que apresentam a etapa de depuração previamente ao processamento, é possível a redução do uso de água fresca em grande percentual”, explica Danielle de Bem Luiz, engenheira de alimentos da Embrapa Pesca e Aquicultura (TO) e coordenadora da pesquisa. A especialista ressalta, no entanto, que esse resultado não ocorre em todas as empresas, como é o caso das que processam peixes oriundos da pesca, por exemplo. “Nesses casos, mesmo que em menor proporção, a redução ainda pode ser significativa de, no mínimo, 10%”, informa.

No caso da indústria que processa tilápia, antes do processamento há uma fase de depuração, quando se usa água potável para eliminação de odores ou sabores desagradáveis. A empresa analisada apresenta produção diária média de filé de peixe fresco ou congelado de 7,6 toneladas, representando um rendimento de cerca de 30% do peso total dos peixes, considerado dentro dos padrões. Os números referem-se ao período de junho a novembro de 2014.

Após o pré-processamento e depois da depuração, seguem-se as fases de insensibilização com gelo, sangria, lavagem, descamação, descabeçamento / evisceração, filetagem, remoção da pele, embalagem e expedição. Foram propostas intervenções de ordem física nas estruturas de processamento e sugeridas possibilidades de minimização do uso de água em diferentes fases. Várias dessas recomendações foram adotadas. Um exemplo empregado na fase de sangria foi a troca do fluxo contínuo de água pelo uso por determinado período, sistema conhecido por batelada. Outra medida implementada foi a instalação de bicos dosadores de pressão no salão de processamento e limpeza interna.

O consumo hídrico diário da indústria de pescado estudada caiu de 457 m³ para 386 m³, após as intervenções físicas, e poderia chegar a 235 m³, caso fossem empregadas outras possibilidades de minimização sugeridas. Em porcentagem, são 15,5% de economia com a execução das intervenções e 48,6% menos gastos com a adoção das demais recomendações dos pesquisadores.

Um dado que chama atenção refere-se à fase de depuração. Está em andamento uma tese de doutoramento na Universidade Estadual Paulista (Unesp) em que se estuda a possibilidade de tratar 100% do efluente dessa fase, o que levaria a seu total reúso, eliminando-se, assim, gastos com água na depuração.

Danielle relaciona uso de água à geração de resíduos, citando práticas da chamada “produção mais limpa” como importantes na redução de impactos ambientais nas indústrias processadoras de pescado. “Como efluente é um resíduo que deve ter sua emissão reduzida, devem-se aplicar práticas para minimizar o uso de água no processamento sem comprometer a qualidade do produto final”, recomenda a especialista. Entre essas boas práticas, a engenheira de alimentos enumera as de manipulação, de fabricação e de higiene do ambiente, o reúso e a reciclagem de água e mudanças no processo produtivo, buscando usar menos água ou mesmo eliminar seu uso, como no caso da evisceração a vácuo.

Processamento industrial

A professora Elisa Ponsano, da Faculdade de Medicina Veterinária da Unesp, campus de Araçatuba, que participou da pesquisa frisa a importância do trabalho. “Qualquer processo só pode ser melhorado se for conhecido. Por isso, este primeiro estudo com tilápias feito no Brasil tem uma importância fundamental, pois permitiu caracterizar o processamento industrial dessa espécie no que se refere aos pontos de geração de efluentes, às quantidades geradas e à sua composição. A partir daí, será possível o estudo de formas de minimização da geração dos efluentes, que poderão ser alcançadas a partir de práticas de otimização do processamento e de reutilização das águas residuárias”, ressalta.

A equipe da Unesp ficou responsável pela caracterização do efluente gerado por um dos frigoríficos participantes, localizado na cidade de Promissão (SP) e processa tilápia. “A quantificação do efluente produzido nas atividades de abate e processamento foi realizada no estabelecimento e a caracterização do material foi feita no Laboratório de Análise de Alimentos da faculdade”, conta Elisa. Além da professora, participaram alunas de iniciação científica e doutorado.

A Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) também participou do trabalho. Na Unidade fluminense, sob a coordenação de Angela Furtado, pesquisadora da área de processamento térmico de alimentos, foram feitos estudos em um entreposto comercial de pescado situado naquele estado. Normalmente, não há caracterização dos efluentes gerados em cada etapa do processamento; nessa pesquisa, porém, foram estudados os efluentes em todas elas. “Destaque pode ser dado aos efluentes da filetagem do salmão eviscerado fresco para obtenção de filé. Por conterem elevados teores de nitrogênio, demanda biológica de oxigênio e sólidos voláteis, indicativos de alta carga proteica, esses efluentes são uma potencial fonte para aproveitamento”, relata Angela.

Outra ação promovida no Rio de Janeiro foi a coleta de dados quantitativos referentes a resíduos sólidos gerados no processamento de duas espécies: a Salmo salar L. (salmão do Atlântico) e a Coryphaena hippurus (dourado-do-mar). Características físico-químicas e nutricionais passaram por análise buscando uma possível futura aplicação. Angela explica que, “no caso da utilização dos resíduos sólidos do processamento de pescados como coprodutos, as empresas interessadas devem estar conscientes da necessidade da implantação de linhas específicas para o seu processamento e de um rigoroso programa de boas práticas de fabricação, de rastreabilidade e de análise de perigos e pontos críticos de controle de forma que seja garantida a segurança no seu consumo.”

Publicações

Danielle de Bem relata que o projeto gerou dissertações e teses, além de diversas publicações técnico-científicas. “O ‘Plano de gestão hídrica e de resíduos para indústrias processadoras de pescado – foco em peixe’ apresenta modelo de gerenciamento hídrico industrial e de resíduos de processamento de peixe aplicável a entrepostos brasileiros de todos os portes”, afirma a especialista, anunciando a possiblidade de o plano ser publicado em formato de livro.

Outra publicação programada é o ‘Processamento sustentável de peixes’. Segundo a engenheira de alimentos da Embrapa, “[Esse documento] apresenta um diagnóstico do processamento de pescado no Brasil, técnicas de produção mais limpa e estudos de caso no projeto para distintas espécies (atum, sardinha, tilápia, salmão, dourado, tambaqui e pintado) aplicando o modelo de gerenciamento hídrico e de resíduos proposto no documento anterior”, revela.

Municípios de Pernambuco podem se inscrever no Selo Unicef

As inscrições para a o Selo UNICEF – Edição 2017-2020 estão abertas. Podem se inscrever 2.278 municípios do Semiárido e da Amazônia Legal Brasileira até 31 de julho. A iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) estimula que os municípios implementem políticas públicas para garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes.

Os documentos para a inscrição podem ser acessados em www.selounicef.org.br. Nos próximos quatros anos, os municípios inscritos deverão investir em ações para melhorar a oferta e a qualidade de serviços de saúde, educação, assistência social e participação, visando produzir impactos reais e positivos na vida de crianças e adolescentes.

Na edição anterior, 37 municípios que realizaram ações de prevenção ao trabalho de crianças e adolescentes; 48 municípios implementaram ações de atenção ao pré-natal e 38 municípios realizaram busca ativa para identificar crianças fora da escola. Em 2016, como resultado dos investimentos em políticas de garantia aos direitos de crianças e adolescentes, 35 municípios de Pernambuco foram certificados com o Selo UNICEF. Para o lançamento desta edição, o ator Lázaro Ramos, embaixador de boa vontade do UNICEF, convoca os prefeitos, em vídeo, para aderirem o Selo UNICEF.

O Selo UNICEF é uma certificação internacional com objetivo de mobilizar a sociedade, poder público e parceiros em reconhecimento aos avanços registrados pela infância e adolescência. “O UNICEF capacita os gestores municipais e define os indicadores que ajudarão a monitorar os resultados das ações. Mas esses resultados só aparecem em consequência de um trabalho intersetorial no município”, diz o representante do UNICEF no Brasil, Gary Stahl.

Quem pode se inscrever
Podem aderir ao Selo os municípios localizados em nove Estados do Semiárido (Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e nos nove Estados que compõem a Amazônia (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins). Na edição 2013-2016, o Selo UNICEF recebeu 1.745 inscrições de municípios na Amazônia e no Semiárido.

Prêmio Petrobras de Jornalismo tem novo recorde de inscritos

O Prêmio Petrobras de Jornalismo (PPJ) 2016 bateu com sobras o recorde de inscritos das edições anteriores: foram 1.784 trabalhos recebidos entre os dias 25 de abril e 29 de junho de 2017. Na premiação anterior, o PPJ recebeu 1.255 reportagens. A primeira e a segunda edições tiveram, respectivamente, 1.179 e 1.104 inscrições. A categoria com mais inscritos foi Sustentabilidade, com 236 reportagens. Telejornalismo, que estreia este ano, também teve grande adesão: 232 trabalhos.

“O grande número de inscrições demonstra que o Prêmio Petrobras de Jornalismo já está consolidado como uma das mais importantes premiações do Brasil. Esse recorde de inscrições nos enche de orgulho e é a prova de que ainda há muito espaço na imprensa para as grandes reportagens”, comemora a gerente de Comunicação Interna e Imprensa da Petrobras, Carolina Rocha.

As reportagens agora serão avaliadas em duas etapas. Na primeira, uma Comissão de Pré-Seleção, composta por oito jornalistas, avaliará todas as matérias recebidas. As 10 melhores de cada categoria seguirão então para a próxima etapa e serão julgadas por uma comissão composta por outros seis profissionais. Os jornalistas que participam das duas comissões têm reconhecia experiência no exercício da profissão.

Três finalistas de cada categoria temática e regional terão seus nomes divulgados em setembro de 2017. Os vencedores serão conhecidos na cerimônia de entrega dos troféus, que será realizada no Rio de Janeiro. Todas as reportagens inscritas concorrem ao Grande Prêmio Petrobras de Jornalismo e à categoria especial de Inovação. A edição deste ano do Prêmio Petrobras de Jornalismo concederá prêmios individuais que variam entre R$ 10 mil e R$ 40 mil (valores brutos), em 13 diferentes categorias.