Do Poder Online
Ao conseguir filiar a ex-senadora Marina Silva com a ideia de uma chapa casada com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, o PSB viu a chance de elevar o passe em colégios eleitorais estratégicos e endurecer as negociações. Mas, por trás da ameaça de uma ruptura de parte dos acordos já engatilhados, interlocutores do governador pernambucano reconhecem que não há interesse em romper de imediato a estratégia casada que vinha sendo traçada com o PSDB do senador mineiro Aécio Neves (PSDB). A diferença é que agora o PSB passa a ter mais peso na equação, na avaliação do time próximo ao pernambucano.
Em São Paulo, onde o PSB é tido como aliado estratégico do governador Geraldo Alckmin, o recado foi entendido rapidamente. Desde o fim de semana, o tucano teve pelo menos duas conversas ao telefone com o deputado Márcio França, encarregado das negociações para a eleição em São Paulo. Avisou que está ciente de que o PSB ganhou musculatura com a filiação de Marina e que, mais do que nunca, será tratado como prioridade na montagem da coligação.
Uma proposta colocada foi acelerar o desenho de um acordo entre os dois partidos. França ouviu de Alckmin que, diante do novo quadro, não há como o PSDB não se comprometer em assegurar ao PSB uma posição na chapa majoritária. Ou seja, ou o partido indicará o vice ou ficará com a vaga ao Senado. Ao menos na conta do time alckmista, a tese é de que não há abalo real na aliança.
Na seara socialista, já se fala em aguardar um aceno do PSDB também em Minas. Afinal, o partido tem como trunfo o nome do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda. Mas uma definição clara sobre o que será feito neste e em outros estados só será tomada mais adiante, quando as mudanças no cenário eleitoral se consolidarem.
Aécio e Eduardo Campos não trocaram um telefonema sequer desde sábado, quando veio a público a notícia sobre a filiação de Marina. Dos dois lados, entretanto, a expectativa é de que os dois voltem a conversar assim que a poeira baixar.