Estado esteve perto de romper contrato da Arena

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Por Ayrton Maciel do Jornal do Commercio

O Estado de Pernambuco esteve perto de rescindir, no começo deste ano, o contrato da Arena Pernambuco com o Consórcio Odebrecht.Um rumor de que a Odebrecht estava prestes a desistir da PPP, entregar “as chaves” do empreendimento e depois abriria processo de indenização na Justiça – devido à suspensão, desde outubro de 2014, dos pagamentos compensatórios (R$ 5 milhões/mês) por conta da frustração de receita operacional –, levou o Estado a correr para se antecipar e pedir a rescisão contratual.

O governo chegou a ir ao TCE discutir a possibilidade legal do rompimento, o que foi evitado pela negativa do Consórcio de que iria desistir da Arena.

O episódio é confirmado – na condição de anonimato – por um dos participantes da reunião no TCE. O Estado iria utilizar o argumento de descumprimento contratual pelo Consórcio Odebrecht.

É que, ao ganhar a licitação da Parceira Público Privada (PPP), o Consórcio aceitou a exigência de apresentar nomes de empresas com expertise em gestão de Arenas. Duas empresas que administram Arenas na Europa estão citadas no contrato. “Na prática, não estão atuando. Quem está fazendo a venda da Arena é a própria Odebrecht”, revela a fonte.

O TCE, por seu lado, procura se eximir de co-responsabilidade pela situação a que chegou a Arena. Em nota técnica do pleno sobre a fiscalização, de 13 de maio deste ano, o órgão afirma que “durante todo o processo deu conhecimento de seus despachos e deliberações aos responsáveis públicos e privados pelo empreendimento, à Procuradoria Geral do Estado, ao Consórcio Arena Investimentos S.A, ao Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministérios Públicos de Contas Federal e Estadual”.

O conselheiro-relator da auditoria realizada pelo Núcleo de Engenharia, Dirceu Rodolfo, apresentou cópia do ofício enviado ao então secretário de Planejamento estadual, Frederico Amâncio, em 8 de setembro, dando ciência das “pretensas irregularidades” apontadas no parecer.

As explicações não satisfizeram, segundo Dirceu, por isso fez o ofício ao governo, em 20 de novembro, alertando para “possíveis implicações advindas da omissão”, com prazo de 90 dias para apresentar os estudos sobre a viabilidade econômico-financeira da Arena.

Com a posse do atual governo, o vice-governador Raul Henry (PMDB) assumiu a coordenação das PPPs, manteve a suspensão dos repasses e passou a discutir com o TCE uma saída para a Arena.

Oposição quer saber quanto o governo ainda vai gastar com arena

O líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, deputado Silvio Costa Filho (PTB), vai encaminhar ao Governo do Estado um pedido de informação sobre os custos da Arena Pernambuco para os cofres públicos estaduais. Silvio quer que o Estado esclareça melhor porque reservou R$ 93,8 milhões do Orçamento de 2015 para pagar parcelas indenizatórias restantes da construção do estádio e a parte referente a seus custos de manutenção em 2014.

“Não se discute a importância da Arena Pernambuco para o nosso futebol, mas a principal pergunta que precisa ser feita é quanto os pernambucanos ainda vão pagar para a manutenção desse espaço, que poderia ter outras fontes de financiamento”, afirmou Silvio Costa Filho.

O parlamentar lembrou que o governador Paulo Câmara (PSB) tem dito que este não será um ano fácil e que “o povo de Pernambuco já começa a perceber o aperto orçamentário pelo qual o Estado vem passando, com dificuldades para pagar fornecedores na educação, na saúde, às empresas de terceirização, de construção civil, dentre outras áreas”.

“Com todos os problemas que está enfrentando, na saúde, na segurança, a crise nos presídios, entre outras questões, Pernambuco não pode se dar ao luxo de pagar R$ 93,8 milhões, depois de vários investimentos e contrapartidas que foram dadas a este projeto”, observou.

O deputado adiantou que solicitará uma reunião com representantes da gestão estadual para ter acesso a informações detalhadas sobre as obrigações contratuais do Estado e dos parceiros privados e se o Poder Executivo está tomando alguma medida para minimizar a necessidade de repasse de recursos futuros.

Governo de Pernambuco decreta ponto facultativo nos dias de partidas na Arena PE

O Governo do Estado publicou, na edição do Diário Oficial desta quarta-feira (28), decreto que estabelece ponto facultativo integral durante os dias 20, 23 e 26 de junho, datas em que serão realizadas partidas da Copa do Mundo na Arena Pernambuco.

O decreto é válido para os servidores estaduais das repartições públicas e entidades da administração direta e indireta localizadas na Região Metropolitana do Recife, com exceção para os serviços cujo funcionamento seja indispensável, a juízo do chefe de cada órgão.

Ainda de acordo com o decreto, nos dias de jogos da Seleção Brasileira, o expediente nas repartições públicas e entidades da administração direta e indireta estadual acompanhará o que for decretado pelo Governo Federal em relação às repartições públicas federais.

No dia 20 de junho (sexta-feira), às 13h, jogarão na Arena Pernambuco as seleções da Itália e da Costa Rica. Já em 23 de junho (segunda-feira), às 17h, acontecerá o jogo México contra a Croácia. E no dia 26 de junho (quinta-feira), às 13h, Estados Unidos e Alemanha.

Além destes jogos, a Arena Pernambuco sediará a partida entre Costa do Marfim e Japão, no dia 14 de junho (sábado), às 22h, e uma partida pela fase de oitavas de final, no dia 29 de junho (domingo), às 17h. Nessas datas, não haverá alteração.

Caruaru troca experiência sobre gestão participativa durante Arena da Participação

Durante a Arena da Participação Social, realizada de 21 a 23 de maio em Brasília, a Prefeitura de Caruaru também marcou presença, debatendo desafios para engajar cada vez mais a população através de ações como o Orçamento Participativo e Rodas de Diálogo.

Representando a Secretaria de Participação Social, o gerente de Decisões Orçamentárias, Lino Portela, responsável pelo Orçamento Participativo em Caruaru, e o gerente de Diálogos Sociais, Rafael Moreira, acompanharam de perto a assinatura do decreto que institui o Plano Nacional da Participação Social e o Compromisso Nacional pela Participação Social (CNPS) o debate sobre o MarcoRegulatório das Organizações da Sociedade CiviL(MROSC); além dos diálogos sobre os Objetivos do Milênio.

“Esse foi um dos eventos mais ricos dos quais participamos, pois reuniu a maioria das organizações da sociedade civil, governo, gestores municipais, acadêmicos, cientistas, estudantes, com o tema central da participação social. Desse evento, nós trazemos enriquecimento para acelerar o ritmo da política que o governo federal adotou como método de gestão”, explicou Rafael Moreira.

Nesse sentido, o presidente do Conselho Nacional das ONGs da Inglaterra, Oliver Herman, destacou que a Capital do Agreste está se diferenciando nas inciativas de Participação Social. “Caruaru está muito ativa na busca por formatos de participação social, tanto nos debates sobre orçamento público, quanto na mobilização nas mídias digitais, a exemplo do Gabinete Digital”, ressaltou.

Um desses formatos é o modelo do Orçamento Participativo na cidade. “Tivemos uma troca de experiências com representantes de diversas cidades que estão implantando o Orçamento Participativo. O governo quer saber como o cidadão pode interferir de forma mais efetiva, não só escolhendo propostas, mas entendendo como o orçamento municipal implanta ações de acordo com os recursos disponibilizados”, destacou Lino Portela.

Atualmente o Conselho do Orçamento Participativo de Caruaru reúne cidadãos para monitorar a implantação das 45 ações aprovadas no ciclo do OP 2013/2014. Essa experiência foi uma das ideias compartilhadas, por exemplo, com representantes da Escola Virtual do Orçamento Federa, que buscam sugestões de como os cidadãos podem exercer influência na administração municipal, a partir dos exemplos de participação vivenciados em cidades de médio e pequeno porte.

“É fundamental fortalecer essa ponte com o governo federal, para que se entenda que os municípios que estão na ponta dessa relação também investem para criar uma cultura participativa”, complementou Lino.

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