No Alto do Moura, Rua São Sebastião está com as calçadas em fase de conclusão

Dentro de poucos dias a rua São Sebastião, no Alto do Moura, terá um passeio padronizado e acessível, de acordo com o que indica a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). As obras se encontram na fase de acabamento nessa via e já avançam pela rua Mestre Vitalino. Além disso, um serviço de drenagem foi executado para acabar com o problema antigo de acumulo de água na rua São Sebastião.

Ao todo serão mais de 2km de calçadas dentro de um polo turístico e gastronômico, reconhecido mundialmente. “O Alto do Moura merece cada investimento e o Revitalino já é realidade”, enfatizou o secretário de infraestrutura, Bruno lagos.

Após processo de distrato, a empresa que ficou em segundo lugar na licitação do Lote II do Revitalino foi convocada para assumir as obras e os serviços nas Calçadas do Alto do Moura foram retomados no dia 15 de fevereiro deste ano.

Prefeitura constrói calçadas acessíveis na periferia

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A preocupação com a garantia do direito de ir e vir de todos é marca dessa gestão que se preocupou em projetar obras de calçamento para mais de 60 ruas, incluindo a construção de calçadas acessíveis. Hoje, existem 14 ruas passando por obras de pavimentação, em sete bairros diferentes, e todas ganharão um passeio com 1,20m no mínimo. “Na maioria delas está projetada a largura de 1,30m de calçada. Mas, existem ruas onde essa largura não será possível, por isso ficarão com 1,20m. Já temos outras que poderão ficar com 2m”, explicou o secretário de infraestrutura, Bruno Lagos.

A calçada de dona Lindalva Batista, na rua Olga Benário, no bairro Maria Auxiliadora, já tinha sido até reformada. Mas, agora o piso branco foi todo removido, para dar lugar a um passeio padronizado e dentro dos parâmetros estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Ela achou ótima a ideia. “Vou ter como ir até a padaria, por exemplo, pela calçada. Sem ter que subir ou descer degraus”, comentou a dona de casa.

Para o senhor Wagner Castro, residente na rua Tenente Costa e Silva, no bairro Luiz Gonzaga, onde as obras de calçamento foram concluídas e a das calçadas deverão ser iniciadas nos próximos dias, essa padronização do passeio é de suma importância para a mobilidade dos pedestres no bairro. “Ficará bem mais organizado e isso contribuirá com a limpeza pública, a localização de endereços, entre outras benfeitorias que um projeto desses nos dará”, completou.

Obstrução de calçadas é alvo de fiscalização da URB‏

A Empresa de Urbanização de Caruaru – URB tem atuado visando coibir a construção irregular em calçadas, objetivando garantir o direito de ir r vir de todos. Hoje (06), a ação está sendo executada na rua São Vicente de Paula, bairro Nossa Senhora das Dores, próximo do Pátio de Eventos Luiz Lua Gonzaga, onde moradores construíram varandas nas calçadas obrigando pedestres a dividirem espaço com os veículos.

“Notificaremos 10 imóveis com a mesma irregularidade nessa via. Os moradores terão um prazo para realizar a demolição das construções irregulares e assim liberar a calçada”, explicou o diretor de fiscalização, Júnior Tenório.

Caso o responsável pela construção não faça a demolição dentro do prazo especificado pela URB, a Empresa de Urbanização realiza. “Mas, o morador terá que arcar com os custos do trabalho”, completou.

Artigo: As ruas e as calçadas como medida da democracia das cidades

Por Marcelo Rodrigues

Em meio as discussões do Plano Diretor de nossa cidade, pouco se ouve falar nas diretrizes que estão sendo tomadas no âmbito do presente e do futuro das ruas e calçadas de Caruaru, fator esse de grande preocupação tendo em vista a precariedade, em particular, das calçadas em nosso Município, quando se sabe que constituem o espaço público por excelência, onde todos têm a garantia de ir, vir e circular. Para tanto, devem possuir as dimensões necessárias ao deslocamento com segurança e que sua conservação não comprometa a saúde dos pedestres com buracos, resíduos de todas as espécies e má conservação, uma vez que existe a gênese de achar que os espaços públicos são privados e, em sendo assim, podem sofrer todo tipo de intervenção particular. Alguns urbanistas afirmam que a “largura das calçadas são a medida da democracia de uma cidade”. Neste diapasão todos nós somos pedestres, podendo de forma transitória estar de bicicleta, em automóvel, no transporte público ou mesmo a pé.

Neste pensamento, faz-se mister traduzir para a realidade das ruas 3(três) princípios democráticos fundamentais no âmbito do Direito Urbanístico, e que devem estar inseridos nas plenárias para garantir o acesso às ruas e às calçadas: A liberdade de expressão, a alternância de poder e pluralidade.

No ponto, as ruas devem proporcionar garantia a todos para que se manifestem livremente, falem o que pensam e ouvi a opinião dos outros sem medo de represálias. Nas ruas isso implica que os meios de transporte maiores devem zelar pela segurança dos menores e todos pela segurança do pedestre. Esse princípio está esculpido no CTB, vitória para a democracia.

O que se observa na cidade é que o mais forte tem o monopólio do uso da força sem alternância de poder e é por isso que nossa sociedade se engessou e não progrediu. Alternância de poder é adequar que diferentes fluxos (carros, ônibus, vans, bicicletas, motocicletas, pedestres) tenham garantido o acesso seguro às vias.  Cada um a seu tempo e respeitando a presença do outro, todos possam utilizar as ruas.

A discussão da mobilidade passa por uma cidade plural, e estas são sempre as melhores. Já está comprovado que as cidades onde existem uma enorme quantidade de opções de transportes, democratiza as escolhas, e aí depende de cada um a seleção em conformidade com suas condições financeiras. É importante que se afirme e que se diga que o transporte individual, seja bicicleta, motocicleta ou automóvel, tem vantagens em relação ao transporte público, mas não pode orientar políticas públicas de mobilidade urbana.

Portanto, os meios de transportes públicos como ônibus, metrô, trens, BRT, VLT, etc,   devem ser alternativas eficazes ao transporte individual e coletivo, e são as melhores maneiras de garantir que os cidadãos possam escolher como desejam se deslocar, mas que haja a possibilidade/viabilidade de integração entre os diferentes modais, ou seja, por exemplo, que o indivíduo possa se deslocar até certo ponto da cidade de bicicleta, estacionando em bicicletários seguros, e daí ir ao seu trabalho ou atividade em um transporte público de qualidade, diminuindo os impactos, seja financeiro, de trânsito ou favorecendo a economia do baixo carbono.

Na verdade, todos os princípios democráticos aplicáveis às ruas mencionados aqui já estão previstos em lei. O que falta aos gestores de um modo geral é coragem e a adoção da lei de mobilidade como instrumento urbano para desenvolver com sustentabilidade, com a aplicação da economia do carbono zero, mitigando os efeitos do combustível fóssil e suas implicações na saúde das pessoas e no enfrentamento das mudanças climáticas.

Infelizmente a realidade prática ainda não contempla uma democracia efetiva. As pressões e os interesses de grupos para adequar as cidades aos meios de transporte individuais e motorizados ainda seguem com um grande poder de influência, embora o rumo desta distorção deverá ser corrigida pelas necessidades climáticas e pela discussão no seio da sociedade, atendo as necessidades coletivas ao invés do egoísmo individual do consumo.

Marcelo Rodrigues, é advogado, professor universitário, exerceu o cargo de Secretário de Meio Ambiente da Cidade do Recife.

1° Caminhada nas Calçadas de Caruaru acontece neste sábado

Será realizada no próximo sábado, 30 de agosto, às 8h, a 1ª Caminhada nas calçadas de Caruaru.  O evento tem ponto de partida no Marco Zero da cidade e irá percorrer as principais ruas do centro com o objetivo de colher subsídios e contribuições para debater o plano de mobilidade de Caruaru.

O consultor e autor do livro “Calçada: o primeiro degrau da cidadania urbana”, Francisco Cunha irá guiar, juntamente com o historiador Walmiré Dimeron e o ambientalista Severino Montenegro, a caminhada. O evento reúne setores empresariais, acadêmicos e a sociedade civil contando com o apoio dos coordenadores: Vanderli Paes, Allyson Hildegard (Consultores) Hilda Leite, Helga Vieira e Swami Lima (Arquitetos).

A 1ª Caminhada nas calçadas de Caruaru irá percorrer as ruas do Expedicionário, João Condé, Cleto Campelo, Mestre Pedro, Travessa Rio Branco, Manoel de Freitas, Osvaldo Cruz, Visconde de Inhaúma , Rio Branco e terminando o percurso na Praça Teotônio Vilela.

Fórum debate impactos da mobilidade urbana em Caruaru‏

Discutir os impactos da mobilidade urbana em relação ao desenvolvimento sustentável das cidades é o objetivo do II Fórum de Gestão Sustentável, que acontecerá no próximo dia 18, no auditório da Acic. O evento terá ainda o lançamento do livro “Calçadas, o primeiro degrau da cidadania urbana” e palestra do arquiteto Francisco Cunha e do engenheiro Luiz Helvécio, autor e coautor, respectivamente, da publicação.

A obra faz um levantamento da situação das calçadas do Recife e de países da América Latina que podem servir de referência para as nossas. “Nós escrevemos esse livro para que o cidadão tenha consciência que, de fato, a calçada é importante”, disse Francisco Cunha.

O evento é organizado pela Acic, TGI Consultoria em Gestão e Estratégias e Resultados Consultoria. A entrada é gratuita e as inscrições devem ser feitas através do e-mail atendimento@acic-caruaru.com.br.