Maioria do TSE vota para reabrir ação que pede cassação de Dilma

Da Folha de S. Paulo

A maioria dos ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) votou na noite desta terça-feira (25) pela reabertura de uma das ações propostas pela oposição que pede a cassação dos mandatos da presidente Dilma Rousseff e do vice-presidente Michel Temer.

O julgamento, no entanto, voltou a ser suspenso após a ministra Luciana Lóssio apresentar um pedido de vista para ter mais tempo para analisar o caso. Se este cenário for mantido até o final do julgamento, o processo vai voltar a tramitar no tribunal e Dilma e Temer terão que apresentar defesa.

Em mais uma sessão tensa e com direito a bate-boca, com insinuação de posição pró-governo, os ministros Luiz Fux e Henrique Neves votaram pela investigação de irregularidades na campanha da petista. Eles acompanharam os ministros Gilmar Mendes e João Otavio de Noronha, que já haviam votado neste sentido.

Relatora, ministra Maria Thereza de Assis Moura, manteve seu voto para a rejeição da ação. Além de Luciana Lóssio, o presidente do TSE, Dias Toffoli, precisa apresentar seu voto.

Os tucanos pedem que o TSE investigue denúncias de abuso de poder econômico e político na campanha de Dilma e suspeitas de que recursos desviados pelo esquema de corrupção descoberto na Petrobras tenham ajudado a financiar a reeleição. Em sua defesa, o PT sempre ressalta que não houve irregularidades e que as contas da campanha foram aprovadas pelo tribunal.

Fux afirmou que acompanhava o voto do ministro Gilmar Mendes pela abertura da investigação. O ministro ainda propôs que o tribunal junte a tramitação dos quatro processos da oposição que pedem a investigação da campanha de Dilma. A principal diferença entre eles é que cada ação foi protocolada em momentos diferentes, antes ou depois da diplomação, e os casos foram distribuídos para três ministros diferentes.

O ministro disse ainda que as ações deveriam ficar sob o comando da ministra Maria Thereza, relatora de uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo. No entendimento do ministro, essa é a única ação que tem previsão constitucional para cassar um mandato.

A posição provocou embates. Noronha, que é o corregedor do TSE e relator de duas Aijes (Ação de Investigação Judicial Eleitoral), insinuou que o voto do colega tinha o objetivo de tirá-lo da relatoria do processo para agradar o governo. O mandato do corregedor termina em outubro.

BATE-BOCA

A posição provocou embates. Noronha, que é o corregedor do TSE e relator de duas ações, insinuou que o voto do colega tinha o objetivo de tirá-lo da relatoria do processo para agradar o governo. Ele deixa o tribunal em outubro.

“Ocorre que no caso concreto temos um fato. Hoje tem uma previsão que a Aije [ação] deve correr na Corregedoria. Muito simples, o ministro João Otávio não é de agrado do governo, da presidente Dilma, não é do agrado do vice-presidente. Faz como? Vamos tirar a competência. Nos ajuizamos uma Aime [ação]”.

Fux entendeu que Noronha fazia “ilações”. “Sem essas ilações, por favor, sem essas ilações”.

O presidente do TSE interrompeu o debate sobre reunir as ações e ponderou que isso só deveria ser decidido depois que o tribunal definisse se a ação será ou não desarquivada.

Gilmar Mendes e Maria Thereza também protagonizaram trocas de provocações. A relatora manteve a rejeição do pedido, assim como em decisão individual proferida em março. Ela argumenta que as acusações contra Dilma trazidas pelo PSDB foram subjetivas, sem comprovação.

O PSDB recorreu ao plenário contra o entendimento de Maria Thereza. Mendes apresentou elementos de irregularidades em empresas que prestaram serviços para a campanha e também fatos da operação Lava Jato, que investiga desvios na Petrobras.

Maria Thereza afirmou que as revelações são “gravíssimas”, mas que não estavam colocadas na época em que a ação foi apresentada ao tribunal e afirmou que não fez juízo político nem de mérito.

“Eu também quero país sem corrupção, que seja um paÍs melhor para nossos filhos e netos. Os fato são graves. Mas são supervenientes. Nem nós nem os autores tinham conhecimento quando a ação foi trazida a nós”, disse a ministra.

Gilmar Mendes chegou a falar, por duas vez, para a colega que “não estou disposto a confrangê-la” e rebateu a tese.

“Os fatos já existiam, mas não tínhamos conhecimento. Mas já haviam indícios [..] de que a campanha poderia ter sido financiada [pela Lava Jato]. Isso era discutido”, provocou.

Na semana passada, Mendes pediu que a Procuradoria Geral da República e a PF investigasse indícios de crimes na campanha e doações de empresas investigadas por desvios na estatal. Os técnicos do TSE calcularam que empresas sob suspeita de participar do esquema doaram R$ 172 milhões ao PT entre 2010 e 2014. Mendes afirma que parte desses valores foi transferida pelo partido para os cofres da campanha de Dilma à reeleição.

Henrique Neves defendeu que não há elementos para arquivar a ação. “Eu entendo que nesse momento não há como dizer se fato caracteriza ou não caracteriza fraude, se caracteriza ou não caracteriza corrupção. Para que um fato possa ser caracterizado, tem que se saber as circunstâncias.

Nesse momento, a única análise é se inicial trouxe ou não elementos capazes de permitir o prosseguimento da ação”, disse Henrique Neves, que votou pelo prosseguimento. “O que está posto na inicial é suficiente para que ação desenvolva”, completou.

Qual é o tamanho do ajuste de Dilma?

Por CAROL BRITO
Da Folha de Pernambuco

No ano passado, as contas públicas tiveram o pior resultado de toda a série histórica do Tesouro Nacional. Em ano de eleição, o Executivo gastou mais do que arrecadou registrando um déficit primário de R$ 17,24 bilhões – o maior em 18 anos. Comas contas no vermelho, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, estabeleceu um forte ajuste fiscal para cumprir a meta de superávit primário – que garante o pagamento dos juros da dívida pública. A proposta gerou resistências no Congresso Nacional, sofreu diversas modificações e desgastou a imagem da presidente Dilma Rousseff (PT), que prometeu não mexer nos direitos trabalhistas durante a campanha e acabou voltando atrás. Contudo, o projeto tido como a tábua de salvação do governo ainda não gerou efeitos imediatos na economia.

Na última semana, o Senado aprovou a última medida do pacote de ajustes: o aumento da contribuição previdenciária para mais de 50 setores da economia. Agora, só resta a presidente sancionar o projeto. Até então, as medidas não foram suficientes para amenizar o cenário de crise na economia. Duas agências de classificação de riscos (Moody’s e Standard & Poor’s) rebaixaram a nota de crédito do Brasil, a arrecadação federal atingiu o pior resultado para o primeiro semestre em quatro anos, especialistas admitem uma inflação acima de 9% este ano, o dólar pode passar dos R$ 3,50 e o Produto Interno Bruto (PIB) dá sinais de retração.

O economista Djalma Guimarães avalia que, além das limitações impostas pela economia, a crise política vivenciada pelo País ajuda a ampliar as dificuldades econômicas. “Ao meu ver hoje, a crise é mais politica. Sema resolução da crise política não resolve a crise econômica. Precisamos de um cenário mais estável institucionalmente. Enquanto perdurar a instabilidade da crise do governo, a percepção positiva do mercado e consumidor serão receosos o que cria um cenário adverso para a economia”, avaliou.

Apesar dos efeitos limitados do ajuste, o estudioso reforça que as medidas eram urgentes e não poderiam ter sido evitadas pelo governo. “A situação seria muito pior se o governo não estivesse economizando. O Governo Federal, pelo menos, fez um esforço de economia. A situação teria sido pior sem o ajuste”, destacou. A própria presidente Dilma Rousseff admitiu ao jornal alemão “Handelsblatt” , na última sexta-feira, que o Brasil vive uma crise econômica grave e disse que a recessão no País ainda deve persistir por até 12 meses.

O doutor em Ciência Política, Elton Gomes, avalia que o governo paga um grande ônus político pelas decisões impopulares tomadas com o ajuste fiscal. “O governo se vê em uma situação delicada e vulnerável. O governo perde muitos aliados que não querem ser associados a imagem de corte, arroxo e restrições promovidas pela presidente. Isso contribui para fragilizar o governo” afirma.

Segundo o professor, os erros da política econômica do primeiro mandado afeta ainda mais a credibilidade da gestão. Outro agravante é o discurso da campanha eleitoral defendido pela presidente garantindo que não iria mexer nos direitos trabalhistas. “São medidas que são interpretadas pelo eleitor médio como medidas que sacrificam a população e a impressão é que população é penalizada pelos erros da administração. Para piorar, as declarações da campanha acabaram sendo utilizadas contra ela pela oposição”, avaliou.

Pedido de investigação das contas de 2014 será questionado, diz ministro

Da Agência Brasil

A decisão do ministro Gilmar Mendes de pedir que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal investiguem eventuais crimes cometidos na prestação de contas do PT na campanha presidencial de 2014 será devidamente questionada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), informou, por meio de nota, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva.

Edinho lembra que a decisão se refere ao processo de prestação de contas da campanha da reeleição da presidenta Dilma Rousseff aprovada pelo plenário do TSE em dezembro do ano passado.

O ministro da Secretaria de Comunicação afirmou ainda que “que todos os recursos financeiros utilizados na campanha da presidenta Dilma Rousseff foram arrecadados de forma absolutamente legal e lícita. As contas de campanha da presidenta Dilma foram aprovadas por unanimidade pelo TSE, com parecer favorável do procurador eleitoral do Ministério Público Federal, após rigorosa auditoria.”

Edinho também destaca que há mais três processos em curso na Justiça Eleitoral desde o final do segundo turno eleitoral questionando, de alguma forma, o resultado das urnas. Um deles, do PSDB, pedia a auditoria do resultado das eleições – tendo sigo negado pelo plenário do TSE.

Ao pedir a investigação, Gilmar Mendes alegou que a decisão do TSE de aprovar as contas da campanha de Dilma não levou em conta as suspeitas de doações ilícitas a partidos investigadas na Operação Lava Jato.

Por meio de nota divulgada ainda na sexta-feira (21), quando da decisão do ministro do TSE, o PT informou que todas as doações que o partido recebeu foram realizadas estritamente dentro dos parâmetros legais e posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral.

Em vídeos, Lula e Dilma reconhecem dificuldades e prometem crescimento

Do G1

A presidente Dilma Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, reconhecem, em vídeos de 30 segundos da propaganda do Partido dos Trabalhadores, que começam a ser veiculados neste sábado (22), que há dificuldades na economia, mas prometem melhora do quadro e retorno do crescimento econômico.

“Sei que muita coisa precisa melhorar. Tem muito brasileiro sofrendo. Mas juntos vamos sair desta. Estamos em um ano de travessia e essa travessia vai levar o Brasil a um lugar melhor. Estamos atualizando as bases da economia e vamos voltar a crescer com todo nosso potencial. Tenho o ouvido e o coração dos que mais precisam e do que vivem do suor do seu trabalho. Esse é o meu caminho. Por ele seguirei”, declara a presidente Dilma Rousseff.

Lula, por sua vez, reconhece que “a situação não está fácil”, mas avalia que o Brasil é “muito grande para ficar assustado com uma crise econômica, por mais grave que seja”. E completa: “Já tivemos muitas crises, algumas bem piores do que a atual, e o povo brasileiro sempre soube vencê-las. Não tenho a menor dúvida de que venceremos mais essa. Com o esforço e a luta de todos, vamos controlar a inflação, gerar empregos e derrotar o pessimismo. Podem ter certeza, o brasil vai voltar a crescer”, afirmou ele.

INDICADORES ECONÔMICOS RUINS

Nesta última semana, foram divulgados vários indicadores econômicos, todos eles ruins. Na quarta-feira passada (19), o Banco Central divulgou a chamada “prévia” do PIB, que mostrou uma retração de 1,89% no segundo trimestre deste ano, após um recuo de 0,88% nos três meses de 2015 – o que aponta para um cenário que os economistas classificam de “recessão técnica”. O mercado financeiro, por sua vez, prevê retração da economia também em 2016.

Nesta sexta-feira (21), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a prévia da inflação oficial ficou em 0,43% em agosto, após avançar 0,59% no mês anterior. Apesar da desaceleração de julho para agosto, esse foi o índice mais alto para o mês desde 2004, quando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) chegou a 0,79%. Em 12 meses, a inflação somou 9,57% – o maior valor desde dezembro de 2003.

A arrecadação de impostos e contribuições federais, segundo dados oficiais do Fisco, continuou sofrendo, em julho, os efeitos da crise econômica e do baixo nível de atividade e teve queda – apesar do aumento de vários tributos autorizado no começo deste ano. Em julho, teve o pior desempenho, para este mês, desde 2010.

Com dificuldades no fluxo de caixa, o Tesouro Nacional informou que não realizará a antecipação da primeira parcela do décimo terceiro salário dos aposentados e pensionistas em agosto – algo que acontecia desde 2006. O governo dividirá essa antecipação em dois meses – em setembro e outubro.

Além disso, o Brasil seguiu perdendo vagas com carteira assinada em julho. No mês passado, as demissões superaram as contratações em 157.905, segundo informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgadas nesta sexta-feira (21). O resultado de julho foi o pior para este mês desde o início da série histórica do Ministério do Trabalho para este indicador, em 1992.

Para Aécio, procuradoria deve investigar campanha de Dilma

Da Folhapress

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG), divulgou nota neste sábado (22) manifestando apoio à decisão do ministro Gilmar Mendes, um dos magistrados do Tribunal Superior Eleitoral, de pedir a investigação da campanha de Dilma Rousseff.

Mendes solicitou nesta sexta-feira (21) que a Procuradoria-Geral da República apure suposta prática de atos ilícitos para favorecer a então candidata do PT no ano passado.

“Seria extremamente grave se os fortes indícios de utilização de dinheiro proveniente de desvios da Petrobras na campanha de reeleição da atual presidente, corroborados por delação premiada, não fossem devidamente apurados!”, disse o tucano por meio de nota.

A oposição adotou a estratégia de tentar pressionar o Ministério Público a instaurar inquérito sobre o caso e aposta na investigação para corroborar a estratégia de patrocinar um processo de impeachment da presidente Dilma.

O PT, por sua vez, reage. Afirma que o TSE já aprovou as contas da campanha, na qual o próprio Mendes foi relator, e que o ministro tenta criar um fato a serviço do PSDB, pois é próximo a diversos integrantes da cúpula tucana.

“O Brasil confia que tanto a PGR quanto o TSE cumprirão seu papel constitucional, garantindo inclusive o amplo direito de defesa aos acusados, mas não se curvando a quaisquer tipos de pressão ou constrangimento.”

Em seu despacho, Gilmar Mendes sustenta que há vários indicativos de que “o PT foi indiretamente financiado pela sociedade de economia mista federal Petrobras [o que é proibido pela lei]. (…) Somado a isso, a conta de campanha da candidata também contabilizou expressiva entrada de valores depositados pelas empresas investigadas.”

Questionado sobre o pedido de Mendes, o ministro Edinho Silva (Comunicação Social), que foi coordenador financeiro da campanha de Dilma no ano passado, disse que “todas as contribuições e despesas da campanha de 2014 foram apresentadas ao TSE, que, após rigorosa sindicância, aprovou as contas por unanimidade”.

Gilmar Mendes pede investigação das contas de campanha de Dilma

Da Agência Brasil

O ministro Gilmar Mendes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou nessa sexta-feira (21) que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal investiguem eventuais crimes cometidos na prestação de contas do PT na campanha presidencial de 2014.

A decisão foi proferida no processo de prestação de contas da campanha da presidenta Dilma Rousseff à reeleição. Apesar de a prestação ter sido aprovada pelo plenário da corte em dezembro do ano passado, o ministro pediu que supostos crimes sejam investigados.

Segundo Mendes, a decisão do TSE que aprovou as contas não levou em conta as suspeitas de doações ilícitas a partidos investigadas na Operação Lava Jato.

“Importante ressaltar que, julgadas as contas da candidata e do partido em dezembro de 2014, apenas no ano de 2015, com o aprofundamento das investigações no suposto esquema de corrupção ocorrido na Petrobras, vieram a público os relatos de utilização de doação de campanha como subterfúgio para pagamento de propina”, diz o ministro.

Em nota, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, diz que “todas as contribuições e despesas da campanha de 2014 foram apresentadas ao TSE, que, após rigorosa sindicância, aprovou as contas por unanimidade”.

Em Pernambuco, Dilma investe no diálogo

Recife-PE, 21/08/2015. Presidenta Dilma Rousseff durante o Dialoga Brasil em Pernambuco. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Presidente Dilma Rousseff durante o “Dialoga Brasil”, realizado no Recife (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

A presidente Dilma Rousseff reforçou, nesta sexta-feira (21), a importância do entendimento para superar a crise política e econômica no país, durante evento de lançamento da plataforma “Dialoga Brasil”, em Pernambuco.

O evento reuniu lideranças políticas, como o senador Humberto Costa, líder do PT no Senado, representantes dos movimentos sociais, parlamentares e ministros de diversas pastas, além do governador do Estado, Paulo Câmara (PSB), e debateu novas propostas para o Brasil.

“Aqui nós fazemos o diálogo. São várias as coisas que nos unem.Todos que participam aqui têm dois compromissos: com o nosso país e com o nosso povo. Somos a favor da democracia, dos direitos sociais, do crescimento, de mais emprego, segurança pública e educação de qualidade”, disse a presidente.

Dilma afirmou ainda que acredita na rápida recuperação brasileira. “Aposto neste Brasil onde não temos intolerância, onde não fazemos perseguição religiosa, onde temos essa imensa alegria de viver”, disse. E completou: “Vamos alumiar, como dizem em Minas Gerais, a luz no fim do túnel e construir um país melhor sempre”.

A agenda do “Dialoga Brasil” foi o terceiro ato de Dilma em Pernambuco nesta sexta, que também participou de encontro com empresários na Fiepe e de inauguração da primeira estação de bombeamento do Eixo Norte da transposição do rio São Francisco, em Cabrobó, no Sertão. Segundo o senador Humberto Costa, a agenda faz parte de um novo momento para o governo Dilma. “A presidente tem feito um esforço para conseguir virar a pauta da crise e trazer a agenda positiva de que o Brasil precisa. E Pernambuco foi um marco nessa nova etapa”, afirmou o senador.

Durante o evento, a presidente também fez questão de ressaltar a importância do Estado para o Nordeste e para o Brasil. “Pernambuco representa um grande patrimônio cultural, político e intelectual para o país e isso faz com que o diálogo aqui seja extremamente rico”, destacou Dilma.

DIALOGA BRASIL

Com o objetivo de ampliar a participação popular, o governo Dilma lançou em julho o programa “Dialoga Brasil”, uma plataforma digital que possibilita uma maior interface entre a população e o governo. No site www.dialoga.org.br é possível conhecer mais sobre os programas governamentais e dar sugestões para melhorar as ações do governo federal.

Paulo: ‘Não vamos superar essa crise com intolerância de nenhum dos lados’

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Governador do Estado participa do seminário “Dialoga Brasil” com a presidente Dilma Rousseff (Foto: SEI)

O governador Paulo Câmara reforçou ontem, durante o seminário “Dialoga Brasil”, que Pernambuco não faltará ao país no tocante ao enfrentamento à crise. O evento, promovido pelo governo federal, no Recife, contou com a participação da presidente Dilma Rousseff. “Não vamos superar essa crise com intolerância de nenhum dos lados. Vamos superar essa crise dialogando, tendo a capacidade de ouvir, de dizer a verdade, ter a cabeça erguida e trabalhar muito. O Brasil, neste momento, exige isso: capacidade de superação e trabalho”.

De acordo com o governador, “Pernambuco não vai se eximir de dar a sua contribuição para que o Brasil volte a crescer, gerar emprego, melhorar a saúde, educação, segurança, e que tenha uma agricultura familiar que chegue a todos”. “Eu queria dizer mais uma vez à presidente Dilma, como disse no ato em Cabrobó e na reunião com empresários, que o momento exige a unidade nacional. Vamos trabalhar por um Brasil melhor”, arrematou Câmara.

Paulo também parabenizou a iniciativa do governo federal, formatada para ouvir as prioridades dos Estados. “Sou testemunha das conquistas que o Brasil teve nos últimos 30 anos, e não foram poucas. Redemocratizamos o nosso país, tivemos as conquistas econômicas e sociais, diminuindo as desigualdades, principalmente na região Nordeste. A partir de agora, temos que garantir essas conquistas. Por isso que é importante termos ferramentas como essa, de controle social, onde a população pode se expressar e, ao mesmo tempo, fazer com que todos nós, governantes, tenhamos o sentimento da população para agir mais”, argumentou.

Além do seminário, o governador participou, ao lado da presidente, de uma reunião com empresários pernambucanos de vários setores, na sede da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco. Pela manhã, em Cabrobó, no Sertão, Paulo participou da entrega da primeira estação de bombeamento do Eixo Norte da transposição do rio São Francisco, quando autorizou a implantação de 52 sistemas de abastecimento de água ao longo dos canais da obra.

Também participaram do “Dialoga Brasil” os secretários estaduais Antônio Figueira (Casa Civil), Thiago Norões (Desenvolvimento Econômico), Felipe Carreras (Turismo, Esportes e Lazer), Danilo Cabral (Planejamento), Marcelino Granja (Cultura), Fred Amâncio (Educação), André de Paula (Cidades) e Isaltino Nascimento (Desenvolvimento Social, Criança e Juventude).

Manifestantes protestam contra o governo Dilma em cidades do país

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Grande parte dos brasileiros foi às ruas neste domingo (16) pedir saída da presidente (Foto: Agência Brasil)

Do G1

Brasileiros foram às ruas neste domingo (16) em mais de 150 cidades em todos os estados e no Distrito Federal em protesto contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT).

Grande parte dos manifestantes pedia a renúncia ou o impeachment da presidente e protestava contra a corrupção, levando cartazes e bandeiras do Brasil e vestindo verde e amarelo. Também foram vistas faixas com referência à Operação Lava Jato e elogiando o juiz Sérgio Moro.

Pela primeira vez, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) discursou em um protesto do tipo – o deste domingo foi o terceiro do ano. “O Brasil despertou. É o povo na rua que vai permitir a superação da crise. Não é este governo, que não tem mais autoridade, nem credibilidade”, disse o senador e candidato derrotado na campanha presidencial de 2014. Falando em cima de um trio elétrico em Belo Horizonte, Aécio evitou responder a questões sobre o impeachment.

Algumas manifestações isoladas defendiam a intervenção militar no Brasil (o pedido de intervenção militar é uma atitude ilegal e frontalmente contrária à Constituição; em seu artigo 5º, a Constituição diz que “constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático”).

Fora do Brasil, cerca de 50 pessoas protestaram em Lisboa, capital de Portugal, relatou André Luis Azevedo, correspondente da TV Globo. O protesto foi na Praça Camões, no Chiado, tradicional local de manifestações e ponto turístico. Os manifestantes levaram bandeiras e muitos cartazes de “Fora PT”, “Fora Dilma” e “Fora Lula”. No fim, cantaram o hino nacional.

ATO PRÓ-PT

Em contraponto aos atos contra Dilma, militantes, centrais sindicais e movimentos sociais fizeram um protesto em frente ao Instituto Lula, na Zona Sul de São Paulo. Vestidos com camisas vermelhas, manifestantes gritavam palavras de ordem: “Não vai ter golpe”, “o Lula é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo” e “o povo na rua/ coxinha recua”. Eles foram recebidos com um churrasco.

Nardes diz que voto do TCU sobre contas do governo não está definido

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Ministro do TCU disse estar dando amplo direito de defesa, para não cometer nenhum equívoco (Foto: ABr)

Da Agência Brasil

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, relator do processo que julga as contas da presidente Dilma Rousseff, disse que seu voto ainda não está definido. Ele assistiu à manifestação contra o governo ocorrida em Copacabana, neste domingo (16), no Rio, e deu entrevista à Agência Brasil enquanto almoçava, em um restaurante das imediações. Ele destacou que não estava participando da manifestação e que estava apenas de passagem pelo Rio.

“Não posso dizer que há irregularidades de forma concreta ainda, porque são indícios, o governo tem que fazer sua defesa. Estou dando amplo direito de defesa, para não cometer nenhum equívoco. Eu não tenho o meu voto definido. O meu voto era pela rejeição, antes de dar direito à defesa. Agora tenho que analisar e depois é que vou me manifestar”, disse Nardes. Na última quinta-feira (13), o ministro anunciou que os gastos que apresentam indícios de irregularidades fiscais subiram mais R$ 26 bilhões, chegando a R$ 104 bilhões. Na última quarta (12), o tribunal, a pedido do Senado, deu um prazo de mais 15 dias para o governo se explicar sobre a prestação de contas.

Nardes contou que participou de uma reunião técnica em seu gabinete, na última sexta-feira (14), quando ouviu argumentações do governo sobre os gastos que estão sendo julgados, e que fará uma avaliação desse encontro na próxima semana.

“Eu estou dando amplo direito de defesa ao governo, para que possa pontuar os 13 itens, e agora mais dois itens, com mais R$ 26 bilhões que nossa equipe descobriu, de decretos sendo feitos sem a devida aprovação do Congresso Nacional.”

Sobre as manifestações deste domingo, Nardes considerou que são naturais dentro de um processo democrático.

“É o fortalecimento da democracia. Eu não estou participando, mas, como bom brasileiro, tem que saber avaliar os movimentos de rua e acho que o Brasil fortaleceu a democracia. Acho que é um momento importante para que cada um se manifeste. Quem ganha é a sociedade, que evoluiu.”