Ao lado de Dilma, Humberto aposta na recuperação econômica em 2016

Ao participar da reabertura dos trabalhos do Congresso Nacional nesta terça-feira (2) ao lado da presidenta Dilma Rousseff e do presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que a expectativa para este ano é de melhora do quadro econômico e do ambiente político no país.

Segundo o parlamentar, as iniciativas tomadas pelo Governo Federal no ano passado para reequilibrar as contas públicas e retomar o crescimento, que contaram com o auxílio do Parlamento, irão começar a repercutir ao longo de 2016. “Acreditamos que a tensão política vai diminuir, pois o tema do impeachment não deverá seguir adiante no Legislativo. Com isso, a economia irá se fortalecer, principalmente a partir das ações já desenvolvidas”, declarou.

Humberto acredita que a união da base aliada ao Palácio do Planalto, que “está mais sólida no Senado e está se fortalecendo na Câmara”, é fundamental para a melhora do cenário político.

Ele considerou extremamente positiva a ida da presidenta Dilma ao Congresso para ler a mensagem do Executivo ao Legislativo na tarde de hoje. Segundo ele, a presidenta demonstrou claramente que quer dialogar, inclusive com a oposição, e trouxe propostas que podem tirar o país da atual dificuldade que atravessa. “A vinda dela aqui foi um gesto nobre e abre espaço para o diálogo”, comentou.

Para o congressista, o sentimento da bancada do PT no Senado é de que todos os brasileiros estão conscientes de que é necessário aplicar medidas para recuperar as finanças públicas. “O Governo vem fazendo a parte dele, adotando uma série de medidas e cortes orçamentários”, reiterou.

O parlamentar avalia que é preciso intensificar o debate sobre a recriação da CPMF e tratar da reforma da Previdência com profundidade, preservando conquistas e direitos, conforme defende o Planalto.

“Sabemos que, hoje, é difícil aprovar a volta da CPMF, mas, com o tempo e com a participação de governadores e prefeitos, creio ser possível convencer a sociedade da sua necessidade”, afirmou.

Em relação à reforma do sistema previdenciário, o líder do PT contesta as críticas feitas por setores da sociedade, pois as eventuais mudanças sugeridas só irão atingir as gerações futuras – e não a atual. “Há um grupo específico de autoridades que vai discutir e construir um projeto comum. Não vejo por que criam um ambiente de animosidade com o Governo”, disse.

Dilma e Temer se encontram nesta quarta

O encontro entre a presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer deve ocorrer nesta quarta-feira (20), segundo interlocutores do PMDB. A reunião estava prevista para esta terça-feira (19), mas as agendas da presidente e do vice atrapalharam este que será o primeiro encontro do ano.

Dilma e Temer terminaram o ano de 2015 com a relação estremecida, depois que Temer articulou com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), para destituir Picciani da liderança. O deputado fluminense é aliado de Dilma e e vinha trabalhando para derrubar o processo de impeachment na Comissão Especial. Outro episódio que deteriorou a relação entre a presidente e o vice foi a carta de Temer, tornada pública, no qual fazia uma lista de reclamações em relação a pedidos não atendidos pela chefe do Executivo.

Michel Temer dedica esta terça a sucessivas reuniões sobre os rumos do PMDB e deve continuar recebendo parlamentares e caciques do partido até o fim do dia. Em março, Temer, que é presidente nacional do PMDB, tentará ser reconduzido ao comando da legenda. O vice vem tentando resolver o impasse em torno da bancada peemedebista na Câmara. Parte dela quer reeleger Leonardo Picciani (RJ) para a liderança na Casa, enquanto a outra quer Leonardo Quintão (MG). (Do Jornal do Brasil)

Para Humberto, novo mínimo sinaliza governo Dilma mais à esquerda

Assinado nesta terça-feira (29) pela presidenta Dilma Rousseff, o decreto que define o novo valor do salário mínimo para 2016 demonstra que o governo está em sintonia com uma agenda mais à esquerda.

A avaliação é do líder do PT no Senado, Humberto Costa, segundo quem a manutenção da política de valorização do salário mínimo é uma vitória contra uma corrente mais ortodoxa que existe no governo.

“Havia uma pressão para que abandonássemos os ganhos que os trabalhadores vinham tendo desde a gestão do presidente Lula, com aumentos reais no salário mínimo”, explica Humberto. “Mas Dilma não cedeu a isso, mostrou de que lado está e elevou, a partir de 1° de janeiro de 2016, o valor para R$ 880,00, em respeito a essa agenda social que mudou a realidade brasileira.”

A nova quantia é R$ 92,00 maior do que o piso pago em 2015, que é de R$ 788,00. A decisão beneficia cerca de 40 milhões de trabalhadores e aposentados, que atualmente recebem o piso nacional.

Para Humberto, Dilma inaugura nova etapa no governo

Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa, a presidente Dilma Rousseff (PT) está iniciando uma nova fase do seu governo. Segundo o senador, com a decisão do STF sobre o ritmo do processo de impeachment e a troca do comando no ministério da Fazenda, com a nomeação do ministro Nelson Barbosa para o cargo, a presidente ganhou novo fôlego para combater a crise e implementar uma agenda positiva.

O senador esteve ao lado da presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira (22), no município de Floresta, no Sertão do Estado, na inauguração da cerimônia oficial que marca o acionamento da 2ª estação de bombeamento do Eixo Leste do projeto de integração do rio São Francisco. “A gente tem vivido uma crise, mas a presidente Dilma não tem medido esforços para a gente superar este momento. E a prova disso é a melhoria da avaliação da presidente, a pesar da tentativa de golpe da oposição. A presidente está concertando os rumos, implementado uma nova agenda. Sabemos que temos um caminho grande pela frente, mas vamos seguir e derrotar o coro do quanto pior melhor, que a oposição insiste em fazer no Brasil”, afirmou o parlamentar.

Em seu discurso, a presidente Dilma garantiu a conclusão da obra da Transposição no ano que vem e disse que vislumbra em 2016 a chegada de “tempos melhores”. “Vivemos em um país democrático com um governo que tem um compromisso: o de superar a crise. Nada vai me demover desse caminho”, afirmou a presidente, que completou: “Eu tenho orgulho de ter um patrimônio: meu nome, o meu passado e o meu presente. A gente pode dar até uma envergadinha, mas não quebra”. Esta foi a quinta viagem da presidente, a Pernambuco, desde que assumiu o seu segundo mandato. Este mês, inclusive, Dilma participou de reunião de trabalho para lançar o plano de ação de prevenção e combate à microcefalia, doença causada pelo mosquito Aedes Aegypi. 

Relator da comissão temporária do Senado que acompanha as obras da transposição e revitalização do São Francisco, o senador ainda lembrou a importância da obra, que vai garantir a segurança hídrica e 12 milhões de nordestinos em 390 municípios de Pernambuco, do Ceará, da Paraíba e do Rio Grande do Norte. “A transposição tem sido uma grande prioridade do governo Dilma, que tem trabalhado para que os recursos para a obra sejam assegurados e a prova disso é que já tem mais de 80% de sua obra concluída. É o maior obra de infraestrutura hídrica do País”, disse o senador.

Em operação, a nova estação permitirá à água do Rio São Francisco avançar até o reservatório Mandantes, o terceiro do Eixo Leste, percorrendo 32,4 km. Ao todo, são dois conjuntos de motobombas instalados, com potência de 7,4 MW e vazão de 14 m³/segundo. Cada equipamento (bomba) pesa 85 toneladas, o equivalente a 85 veículos de marca popular. A estação vai elevar a água do rio em mais 43,1 m, altura comparada a um edifício de 14 andares.

A transposição tem 477 quilômetros de extensão e inclui a construção de 14 aquedutos, 9 estações de bombeamento, 27 reservatórios e 4 túneis. Já foram investidos quase R$ 2 bilhões na obra, que tem previsão final de conclusão entre dezembro de 2016.

Eduardo Cunha anuncia que autorizou processo de impeachment de Dilma

Do G1

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, informou nesta quarta-feira (2) que autorizou a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O peemedebista afirmou que, dos sete pedidos de afastamento que ainda estavam aguardando sua análise, ele deu andamento ao requerimento formulado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior.

O pedido de Bicudo – um dos fundadores do PT – foi entregue a Cunha em 21 de outubro. Na ocasião, deputados da oposição apresentaram ao presidente da Câmara uma nova versão do requerimento dos dois juristas para incluir as chamadas “pedaladas fiscais” do governo em 2015, como é chamada a prática de atrasar repasses a bancos públicos a fim de cumprir as metas parciais da previsão orçamentária. A manobra fiscal foi reprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Na representação, os autores do pedido de afastamento também alegaram que a chefe do Executivo descumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal ao ter editado decretos liberando crédito extraordinário, em 2015, sem o aval do Congresso Nacional.

“Quanto ao pedido mais comentado por vocês, proferi a decisão com o acolhimento da denúncia. Ele traz a edição de decretos editados em descumprimento com a lei. Consequentemente, mesmo a votação do PLN 5 [projeto de revisão da meta fiscal de 2015] não supre a irregularidade”, disse Cunha em entrevista coletiva na Câmara dos Deputados no início da noite desta quarta.

Resposta de Dilma
A presidente Dilma negou, em pronunciamento, “atos ilícitos” em sua gestão e afirmou que recebeu com “indignação” a decisão do peemedebista. A declaração ocorreu no Salão Leste do Palácio do Planalto, que durou cerca de três minutos.

“Hoje [quarta] eu recebi com indignação a decisão do senhor presidente da Câmara dos Deputados de processar pedido de impeachment contra mandato democraticamente conferido a mim pelo povo brasileiro”, disse Dilma, em pronunciamento no Palácio do Planalto.

“São inconsistentes e improcedentes as razões que fundamentam esse pedido. Não existe nenhum ato ilícito praticado por mim, não paira contra mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público”, acrescentou.

Cassação no Conselho de Ética
O despacho do peemedebista autorizando a abertura do impeachment ocorreu no mesmo dia em que a bancada do PT na Câmara anunciou que vai votar pela continuidade do processo de cassação de Cunha no Conselho de Ética. Ao longo do dia, Cunha consultou aliados sobre a possibilidade de abrir o processo de afastamento da presidente da República.

À tarde, ele tratou do assunto, em seu gabinete, com deputados de PP, PSC, PMDB, DEM, PR e SD. Segundo parlamentares ouvidos pelo G1, Cunha queria checar se teria apoio dos partidos caso decidisse autorizar o impeachment.

Nos bastidores, aliados do presidente da Câmara mandavam recados ao Palácio do Planalto de que ele iria deflagrar o processo de afastamento da presidente se o Conselho de Ética desse andamento ao processo de quebra de decoro parlamentar que pode cassar o mandato dele.

Justificativa de Cunha
Ao justificar a decisão de abrir o processo de impeachment, Eduardo Cunha alegou que o argumento central que ele considerou foi o fato de Dilma ter editado decretos liberando crédito extraordinário, em 2015, sem o aval do Congresso Nacional. De acordo com o peemedebista, esses decretos, que não foram submetidos ao Legislativo, somam R$ 12,5 bilhões.

“Nesse particular, entendo que a denúncia oferecida atende aos requisitos mínimos necessários, eis que indicou ao menos seis decretos assinados pela denunciada no exercício financeiro de 2015, em desacordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias e, portanto, sem autorização do Congresso Nacional”, afirmou Cunha, na decisão de autorizar o processo de impeachment.

O presidente destaca, no despacho, que há indícios de participação direta de Dilma no suposto crime de responsabilidade, já que ela própria assinou a liberação de dinheiro não previsto no Orçamento de 2015.

“Importante destacar que os seis decretos apontados foram assinados pela denunciada, o que significa dizer que já indícios suficientes da sua participação direta nessa conduta que, em tese, importa em crime de responsabilidade”, argumenta o peemedebista.

Eduardo Cunha destacou ainda que Dilma agiu, ao liberar o dinheiro, como se a situação financeira do país fosse de superávit (mais receita que despesa), sendo que depois enviou projeto pedindo para reduzir a meta fiscal.

“Também não ignoro ter o Poder Executivo enviado ao Congresso Nacional projeto de lei alterando a meta fiscal de 2015, porém, além de pendente de apreciação, mesmo se for aprovado, não altera a realidade dos fatos: Até o presente momento, o Poder Executivo, comandado pela denunciada, administrou o Orçamento de 2015 como se a situação fosse superavitária, quando o déficit estimado pode chegar a R$ 100 bilhões”, argumenta.

Cunha ressaltou ainda que não autorizaria um pedido baseado apenas nas “pedaladas fiscais” cometidas em 2014, porque, para ele Dilma não pode sofrer impeachment por atos cometidos num mandato anterior.

“Os fatos e atos supostamente praticados pela denunciada em relação a essa questão [atraso de pagamento a bancos públicos] são anteriores ao atual mandato. Assim, com todo respeito às opiniões contrárias considero inafastável a aplicação do § 4º do artigo 86 da Constituição Federal, o qual estabelece não ser possível a responsabilização da presidente da República por atos anteriores ao mandato vigente”, disse o presidente da Câmara.

Comissão especial
Com a ordem de Cunha, será criada uma comissão especial na Câmara com 66 deputados titulares e o mesmo número de suplentes. O grupo será responsável pela elaboração de um parecer pelo prosseguimento ou arquivamento do processo de impeachment. O relatório terá de ser apreciado pelo plenário principal da Casa.

Os parlamentares serão escolhidos de acordo com a proporcionalidade das bancadas na Câmara. Será obrigatório assegurar a participação de representantes de todas legendas e blocos que compõem a Casa.

Para ser aprovado, o parecer dependerá do apoio de, pelo menos, dois terços dos 513 deputados (342 votos). Se os parlamentares decidirem pela abertura do processo de  impeachment, Dilma será obrigada a se afastar do cargo por 180 dias, e o processo seguirá para julgamento do Senado.

Na entrevista coletiva desta quarta, Cunha confirmou que já havia autorizado a criação da comissão especial.

“Não falei com ninguém do Palácio. É uma decisão de muita reflexão, de muita dificuldade. […] Não quis ocupar a presidência da Câmara para ser o protagonista da aceitação de um pedido de impeachment. Não era esse o meu objetivo. Mas, repito, nunca, na história de um mandato houve tantos pedidos de impeachment como neste mandato”, ressaltou o peemedebista.

No despacho que determinou a criação da comissão especial, que se baseou nos termos do § 2º do art. 218 do regimento interno da Câmara, Cunha ressaltou que Dilma será investigada pela prática de suposto crime de responsabilidade

“Dilma facilita regras para aposentadoria”, afirma Humberto

unnamed (4)

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), declarou nesta quinta-feira (5) que a sanção feita pela presidenta Dilma Rousseff da lei que cria a nova fórmula para o cálculo da aposentadoria, conhecida como regra 85/95, é bastante positiva aos cofres públicos e facilita as regras aos trabalhadores brasileiros. A medida foi publicada na edição do Diário Oficial da União de hoje.

O senador explicou que, a partir de agora, o segurado que preencher os requisitos para a aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar pela não incidência do fator previdenciário no cálculo de seu benefício.

O parlamentar ressaltou que a nova regra é simples: o trabalhador vai se aposentar recebendo o valor previdenciário máximo se a soma da idade e do tempo de contribuição resultar em 85, no caso das mulheres, e 95, no caso dos homens.

Ele exemplificou que um homem com 60 anos de idade e 35 anos de contribuição tem direito a receber o valor integral da aposentadoria, assim como uma mulher de 55 anos de idade e 30 anos de contribuição.

“A nova fórmula garante a todas as trabalhadoras e todos os trabalhadores deste país acesso mais amplo ao benefício integral previsto pela Previdência Social. A medida visa garantir a sustentabilidade financeira da Previdência Social, deixando-a mais segura para as futuras gerações”, avalia.

A lei estabelece ainda a progressividade da pontuação 85/95, com a soma do tempo de idade e contribuição subindo em um ponto a cada dois anos a partir de 2018. O escalonamento vai até 2026, quando a soma alcançar 90/100. A regra foi instituída considerando o aumento da expectativa de vida da população brasileira. Humberto lembrou que o texto sancionado hoje foi uma contraproposta do Governo, negociada com as lideranças partidárias, para evitar a derrubada do veto presidencial ao fim do fator previdenciário, aprovado no Congresso Nacional.

O líder do PT ressaltou que a presidenta Dilma vetou alguns artigos da lei, entre eles os dispositivos que instituíam a chamada “desaposentação”, possibilidade de recálculo do benefício que seria dada a pessoas que continuam a trabalhar mesmo depois de aposentadas.

A possibilidade da “desaposentadoria” foi incluída pela Câmara, por meio de uma emenda, e geraria um rombo à Previdência Social de R$ 70 bilhões em 20 anos, segundo o Governo. Na justificativa ao veto, a presidenta afirma que a medida “contraria os pilares do sistema previdenciário brasileiro, cujo financiamento é intergeracional e adota o regime de repartição simples”.

Freire diz que impeachment de Dilma não morre com queda de Eduardo Cunha

Por Ayrton Maciel do Jornal do Commercio

Presidente Nacional do PPS, ex-parlamentar por Pernambuco e atual deputado federal por São Paulo, Roberto Freire afirmou, ontem (19), no Recife, que a luta da oposição (PSDB, DEM, PPS), na Câmara Federal, pela abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PPS) independe da permanência do deputado Eduardo Cunha (PMDB) na presidência da Casa e vai continuar no Congresso Nacional.

Após encontro dos pós-comunistas, em hotel da capital, Freire ressaltou que a abertura de um processo de impedimento tem relação com o cargo de presidente da Câmara, que é quem acata ou não o pedido, e não com quem o está ocupando. “É um problema da presidência da Câmara, cargo que não deixa de existir se Eduardo Cunha – investigado pelo STF por acusações de recebimento de propina no esquema do Petrolão – sair. Pode até não ser ele que abra o processo”, declarou.

O presidente do PPS acusou “o problema Cunha” de ter entrada na movimentação da oposição contra Dilma com o propósito de tirar o impeachment do foco das discussões. O debate estaria sendo usado, segundo Roberto Freire, pelo PT e defensores da presidente de forma a que o pedido de impeachment pareça uma questão de confronto entre Dilma e Cunha, a presidente da República e o presidente da Câmara.

“A Lava-Jato (investigação) comprovou o assalto ao Estado brasileiro, que podemos configurar como “tempos do Lula”. É um governo corrupto. O governo (Dilma)) praticou crimes de responsabilidade comprovados pelo Tribunal de Contas (TCU). As pedaladas (fiscais) de 2014 e de 2015, um crime continuado, e os decretos de autorização de despesas (sem consulta ao Congresso). Isso pode provocar o impedimento”, alegou Freire.

O deputado pós-comunista disse que a oposição, no Congresso, quer agora “o fora Dilma” e o “fora Cunha”, por considerar que a única diferença entre os dois é o fato do presidente da Câmara estar sendo investigado pelo STF, e “vai ser investigado se cometeu atentado ao decoro” pelo Conselho de Ética (da Câmara), enquanto o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não querer investigar Dilma por crime de  responsabilidade, sob alegação de não haver motivo para a abertura do procedimento.

“Há uma investigação no TSE por utilização de dinheiro da propina do Petrolão na campanha, mas isso não resolve (se comprovada, sairiam Dilma e o vice Michel Temer, do PMDB). A grande solução passa pelo Congresso Nacional, que é o poder que constitucionalmente pode investigar ilícito da presidente da república”, avaliou Freire.

O presidente nacional do PPS ressaltou que a oposição quer, apenas, que a presidência da Câmara – seja Eduardo Cunha ou outro –, decida ser aceita ou não abrir o processo de impedimento de Dilma. Caso não acate, a oposição recorrerar ao plenário – estratégia inicialmente montada com Cunha – que definirá se abre o processo ou arquiva o pedido.

“Fizemos isso com (Fernando) Collor. O PT pediu o impeachment de Fernando Henrique Cardoso (FHC), Michel Temer (então presidente da Câmara) rejeito, os petista recorreram ao plenário que arquivou o pedido”, relembrou.

Freire disse que o fato de pedaladas fiscais terem ocorrido nos governos FHC e Lula, e ambos não terem sido punidos por crime de responsabilidade, não é justificativa para não punir a presidente Dilma e passar a punir a partir de agora (os governantes) pelo mesmo motivo. “Não se pode deixar de punir, agora, porque antes não se puniu.

Esse é um argumento que diz que se outros (governos) roubaram este pode roubar”, rebateu o deputado. O pós-comunista contestou, ainda, argumentos de4 governistas de que a oposição trabalha para derrubar Dilma sem se preocupar com o risco de desestabilização da democracia. “O Brasil só tem a ganhar no enfrentamento da crise, econômica, moral e política se der fim ao governo Dilma. Esses petistas não alegaram esse risco no impeachment de Collor”, disparou deputado.

Justiça Federal vai investigar campanhas de Lula e Dilma, diz O Globo

teorizavaski

Do Congresso em Foco

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki encaminhou ao juiz Sérgio Moro documentos relacionados à suspeitas de arrecadação ilegal por parte das coordenações de campanha de Lula em 2006 e de Dilma em 2010. A informação é do jornal O Globo.

Na semana passada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou pedidos de investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra as campanhas do ex-presidente Lula de 2006 e da presidente, Dilma Rousseff, de 2010 e 2014. Eles tomam como base a delação premiada do dono da UTC, Ricardo Pessoa, que afirmou aos investigadores que fez doações para o PT como parte do pagamento de propina por obras obtidas junto à Petrobras.

Em 2006, Lula tinha como tesoureiro o ex-deputado e ex-secretário de Saúde da Prefeitura de São Paulo José de Filippi Júnior; já em 2010, quem exercia a função era João Vaccari Neto, que está preso no Paraná acusado de participação no esquema da Lava Jato. Em 2014, quem era o tesoureiro da campanha presidencial é o ministro Edinho Silva.

Pelo fato de Filippi e Vaccari não ter foro privilegiado, o ministro Teori Zavascki determinou que a investigação fosse encaminhada à 13ª Vara Federal de Curitiba. Como Edinho tem foro privilegiado, a investigação contra ele tramitará no STF.

Pelas informações de O Globo, Pessoa afirmou que a campanha de Lula em 2006 contou com repasses de dinheiro em espécie e sem registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O dinheiro foi proveniente de um consórcio com obras no exterior, integrado pela UTC e entregue no comitê de campanha petista.

Já em 2010, existe uma suspeita de que recursos desviados da Petrobras foram utilizados na campanha da presidente Dilma.

Comissão de deputados vai a Paraíba pedir atenção de Dilma para o semiárido

Os deputados Miguel Coelho, Rodrigo Novaes e Claudiano Filho viajam para João Pessoa, nesta quinta-feira (03), para uma reunião com representantes das assembleias legislativas de outros estados do Nordeste. O encontro tem por objetivo definir um documento preliminar com as prioridades para o desenvolvimento do semiárido. O material será entregue no dia seguinte à presidenta Dilma Rousseff, que cumpre agenda na Paraíba na sexta-feira (04).

Os pernambucanos vem buscando, desde março, formar uma articulação com as bancadas estaduais para o fortalecimento de um movimento para estabelecer uma política permanente voltada ao semiárido. A aliança recebeu o nome de União pelo Nordeste e já contabiliza o apoio de governadores, senadores, deputados federais, estaduais e a atenção de ministros e do superintendente da Sudene.

“Esse documento foi construído a muitas mãos, inclusive, de especialistas em políticas sociais e econômicas para o Nordeste. Queremos construir uma agenda comum de prioridades para a presidenta que contemple as maiores necessidades dos estados do semiárido nordestino. Sabemos que não dá para a presidenta fazer tudo o que se pede em nossa região, mas pelo menos as ações de interesse comum dos nove estados precisam ser priorizadas”, defende o deputado Miguel Coelho.

O passo seguinte à entrega do documento à presidenta será a realização de um fórum aberto à sociedade, que reunirá lideranças políticas e sociais do Nordeste. No encontro, as sugestões colhidas serão incorporadas ao documento, que será transformado num programa de políticas públicas para o semiárido. “Depois do fórum, vamos solicitar uma audiência com a presidenta para entregar e discutir esse programa. Não se trata de um pacote de obras ou conjunto de paliativos, mas uma política estruturada e com visão de futuro para o semiárido”, explica Rodrigo Novaes.

“Pelo hub, Dilma autoriza cessão de base aérea”, diz Humberto

Humberto Costa foto

A conversa foi longa e produtiva no gabinete presidencial, localizado no 3º andar do Palácio do Planalto. Recebido, na tarde dessa quarta-feira (26), para uma reunião a sós com Dilma Rousseff, o líder do PT no Senado, Humberto Costa, encontrou a presidenta motivada, cheia de energia e com um conhecimento muito claro sobre a conjuntura nacional e de Pernambuco.

Os dois passaram em revista o cenário político e econômico atual e trocaram impressões sobre a situação da base aliada no Congresso, especialmente, no Senado. Como resultado do encontro, Dilma acatou sugestão de Humberto e já convidou para um jantar, na semana que vem, a bancada de senadores do PT com a finalidade de afinar o diálogo entre Executivo e Legislativo.

Quando o assunto chegou a Pernambuco, Dilma demonstrou entusiasmo. Humberto expôs a disputa pelo hub da Latam em que Pernambuco entrou contra o Ceará e o Rio Grande do Norte e disse à presidenta ser essencial ceder o terreno da Base Aérea do Recife à Infraero para dotar o Estado de mais competitividade. “Ela já estava muito inteirada do assunto e disse que é questão resolvida: a FAB está instruída a passar a área para a Infraero. Isso coloca Pernambuco com novo gás na briga pelo centro de operações aéreo”, afirmou o senador.

Humberto discutiu longamente a questão hídrica no Estado – onde Dilma inaugurou, na última sexta-feira (21), a primeira Estação de Bombeamento do Eixo Norte da transposição do rio São Francisco, em Cabrobó – e pediu empenho do governo para a conclusão da Adutora do Agreste. Em seguida, o líder do PT formalizou o convite para que Dilma esteja na abertura do Estilo Moda Pernambuco, que acontece em Santa Cruz do Capibaribe, de 5 a 9 de outubro próximo.

“A presidenta tem um carinho especial pelo nosso Estado e quer muito estar lá nesse evento. Na nossa conversa, ela fez planos, inclusive, para chegar às cinco da manhã em Santa Cruz, Caruaru, Toritama, quer acompanhar o trabalho cotidiano do pessoal desde o início, ver de perto como tudo funciona. Estou torcendo para que haja espaço na agenda, mas, no que depender dela, nós a teremos aqui em outubro que vem”, falou Humberto.