População brasileira com conta bancária soma 86,3 milhões de pessoas

A parcela da população brasileira que tem conta em banco subiu 5  pontos percentuais este ano em relação ao ano passado, atingindo 64% do total, ou o correspondente a 86,3 milhões de pessoas, revela pesquisa da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) e Instituto Ipsos. A sondagem foi feita entre 12 e 26 de abril, com 1.200 consumidores em 72 municípios do país.

De acordo com a Fecomércio-RJ, é o maior percentual de bancarização registrado entre os brasileiros em nove anos. “É uma sequência de avanço na bancarização. Um avanço paulatino, que veio a reboque da formalização gradual do mercado de trabalho”, destacou hoje (8), em entrevista à Agência Brasil, o economista da Fecomércio-RJ, Christian Travassos.

Para ele, este é um ponto positivo no cenário atual de dificuldades na economia, porque não ocorreu de forma abrupta. “Veio desde 2007, avançando ano a ano”. A primeira pesquisa, feita em 2007, apontou apenas um em cada três brasileiros com conta bancária.

Travassos afirmou que o aumento da bancarização está relacionado também a projetos sociais das três esferas de governo (federal, estadual e municipal), que incentivaram a abertura de contas em bancos, e o avanço do crédito, a partir da maior concorrência entre as instituições bancárias. Por isso, o cenário, neste momento, ajuda o consumidor a passar por um período de maiores dificuldades, acrescentou.

Segundo o economista, a conta bancária funciona como um amortecedor de intempéries na economia, na medida em que dá ao consumidor condições de crédito. “Se você não tem conta bancária, fica muito difícil ter crédito.” Ele destacou que, apesar de a bancarização ter crescido de 2014 para 2015, não necessariamente a tomada de crédito pelo brasileiro acompanhou essa evolução. “Com mais acesso a banco, a possibilidade de tomar crédito é maior, mas não necessariamente se vai tomar [o crédito]”.

A pesquisa mostra que houve queda na parcela de consumidores com algum tipo de financiamento. A retração foi de 5 pontos percentuais, caindo de 39%, em 2014, para 34% este ano. O atual cenário econômico justifica a diminuição da procura por crédito, disse. “As pessoas se mostraram mais seletivas, o que é algo condizente com o cenário que se vê na economia, buscando manter o padrão de consumo ao longo do tempo. É um comportamento condizente com o momento que nós vivemos.”

De acordo com Travassos, o aumento da bancarização pode mostrar que o governo deve rever algumas medidas de arrocho, como o aumento dos juros, porque a inflação continua “forte” e o consumidor já freou o consumo. Esse quadro sinaliza que é necessário apostar em outras estratégias, como redução dos juros, da carga tributária e do gasto público e, de outro lado, dar incentivos às empresas, produtividade, competitividade e oferta, para ajudar a conter a inflação, em vez de ficar limitando só o consumo, avaliou o economista.

“É muito importante que o consumidor fique atento às taxas de juros, ao valor das parcelas no momento de recorrer ao crédito, para poder manter o seu padrão de consumo”, disse.

Da Agência Brasil

Mercado eleva projeção de inflação para 2015 e reduz previsão para 2016

Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) elevaram pela 12ª semana seguida a projeção para a inflação de 2015. Desta vez, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 9% para 9,04%. Há quatro semanas, a projeção estava em 8,46%. Para 2016, a estimativa caiu de 5,50% para 5,45%.

O próprio BC projeta inflação em 9%, este ano, muito acima do teto da meta (6,5%). O BC só espera alcançar o centro da meta (4,5%) em 2016.

Para tentar frear a alta dos preços, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC tem elevado a taxa básica de juros, a Selic. A taxa já foi elevada seis vezes seguidas e o BC tem sinalizado que o ciclo de alta continua. A próxima reunião do comitê está marcada para os dias 28 e 29 deste mês. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano e as instituições financeiras esperam que a taxa chegue a 14,5% ao final deste ano. No final de 2016, a Selic deve ficar em 12,06% ao ano de acordo com a mediana (desconsidera os extremos nas projeções) das expectativas.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.

Embora ajude no controle dos preços, o aumento da taxa Selic prejudica a economia, que atravessa um ano de recessão, com queda na produção e no consumo.

A expectativa das instituições financeiras para a retração da economia, este ano, passou de 1,49% para 1,50%. Essa é a sétima piora seguida na estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Para o próximo ano, a projeção é de crescimento, mas de apenas 0,5%. Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve ter uma queda de 4,72%, contra 4% previstos na semana passada. Em 2016, a projeção de crescimento passou de 1,50% para 1,35%.

A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que subiu de 7,37% para 7,42%, este ano. Para o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a estimativa passou de 7% para 7,32%, em 2015. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) subiu de 8,58% para 8,60%, este ano.

A projeção para a cotação do dólar subiu de R$ 3,20 para R$ 3,22, ao final de 2015, e de R$ 3,37 para R$ 3,40, no fim de 2016.

Número de consultas ao SPC aumenta no varejo

Pedro Augusto

Durante a temporada junina, um dado interessante chamou a atenção da Câmara de Dirigentes Lojistas de Caruaru. De acordo com o gerente operacional Zezinho Borba, no intervalo do dia 1º até o último dia 24, o quantitativo de consultas realizadas junto ao SPC Brasil foi superior em 19,2% ao volume registrado no mesmo período do ano passado. Em números reais, o sistema contabilizou no comércio do município 25.117 consultas contra 21.068 computadas em 2014. Em entrevista ao Blog do Wagner Gil, na manhã da terça-feira (30), na sede da CDL, no Centro, o representante da entidade apontou alguns fatores que possivelmente influenciaram no avanço do procedimento.

“De início é preciso deixar claro que esse crescimento no número de consultas de nada tem a ver com o índice de vendas do comércio local. Ou seja, os dois dados não possuem qualquer relação. O que podemos afirmar com convicção e isso ficou evidenciado nos quantitativos apresentados é que houve sim um acréscimo na demanda pelo procedimento em relação ao mesmo período do ano passado. Isso provavelmente por conta do acréscimo da inadimplência ou até mesmo pelo maior interesse de compra do consumidor em relação a 2014. Se após a consulta ao sistema, a venda acabou sendo realizada ou não, não podemos precisar”, explicou Zezinho.

De acordo ainda com ele, o dado divulgado recentemente correspondeu apenas ao número de procedimentos feitos no varejo, ou seja, não fizeram parte deste montante as consultas promovidas na sede da CDL. “Elas foram computadas exatamente no momento em que os consumidores se deslocaram até as lojas e tentaram realizar as suas compras através do crediário. O interessante é que aos repassarmos esses números comparativos para o SPC Brasil verificamos que outras cidades do país também registraram aumento em relação ao mesmo período do ano passado”, acrescentou Borba.

Para o gerente, a Copa do Mundo de Futebol teria influenciado negativamente o volume de consultas de 2014. “Na verdade, o mundial foi um verdadeiro tiro no pé não só para o comércio de Caruaru, mas de todo o país. Já que, a população encontrava-se apenas com as atenções voltadas para os jogos, o movimento nas lojas diminuiu bastante e conseqüentemente a procura pelo procedimento caiu. O detalhe é que no comparativo com 2013, onde observamos um desempenho superior do comércio, o quantitativo de consultas acabou sendo menor em relação a 2015. Este ano a demanda foi surpreendente”, ressaltou Zezinho Borba.

Apesar de não contar com uma estimativa oficial, o gerente da CDL não deixou de avaliar o desempenho do comércio durante o São João de Caruaru. “Tivemos oportunidade de conversar com diversos lojistas. Alguns apontaram queda no movimento já outros conseguiram atingir as suas expectativas. O certo mesmo é que verificamos vários consumidores de outros municípios o que, com certeza, dinamizou a nossa atividade. Quanto à projeção de vendas para o segundo semestre, não podemos ser tão otimistas, já que essa crise vem atrapalhando todos os setores econômicos do país. Não deveremos ter prejuízos maiores, porém não será nada fácil”, finalizou Zezinho Borba.

Opinião: “Quando não é queda… é coice!”

Por Maurício Assuero

A expressão acima é usada quando atravessamos um período de dificuldades, de qualquer ordem. É usada para mostrar que tudo está saindo errado. É o que acontece agora na cenário da economia brasileira: ou cai ou apanha.

Na semana passada, fomos avisados – formalmente – pelo Banco Central de que a estimativa de inflação para 2105 era 9% ao ano. A meta para 2016/2017 seria 4,5% com uma margem 1,5% e o que mais me chamou a atenção nos inúmeros noticiários foi a forma como isso foi dito: “o Banco Central aceita uma inflação de 6% ao ano em 2017.” Eu deixei o termo em negrito para dar uma oportunidade do leitor não deixar despercebido. Seria muito bom se a inflação fosse um produto venal e alguém batesse às portas do Banco Central anunciando o preço. Não é assim. O Banco Central não pode aceitar uma inflação… ele tem que trabalhar, e muito, para a inflação não destrua moeda, emprego, renda, crescimento econômico e tudo mais.

O que se tem, de fato, é a constatação de que o período de recuperação da economia pode ser um pouco mais curto ou pode ser mais demorado. O primeiro caminho trilha pelo aumento, de forma simples e direta, dos impostos. O equilíbrio das contas, a manutenção do ajuste fiscal, etc. serviriam como um instrumento de correção de rumos, mas não se pode apenas definir dessa forma, ou seja, é preciso que haja outras políticas associadas. Por exemplo, o governo não pode ficar pensando apenas em salvar os programas sociais – eleitoreiros – em detrimento a políticas voltadas para a sustentabilidade da economia e isso só vai ocorrer através da recuperação dos empregos, do aumento do índice de confiança do consumidor e do empresário, etc..

Estamos no fim do primeiro semestre e não temos nem perspectiva do quão será ruim o segundo. Então, se isso for a queda, o coice vem com as tenebrosas revelações da Operação Lava Jato. Agora, o dinheiro desviado da Petrobras entrou na campanha política dos presidentes Lula e Dilma. Temos um governo com o mais baixo nível de popularidade da história do país (comparando-se ao governo Collor de Mello em 1992), que é apático para estancar a crise. O Brasil, não está no fundo do poço, ainda, porque ele continua caindo. O pior em tudo isso é que as pessoas que comandam não estão percebendo que isso pode desaguar numa situação social complicada, com consequências drásticas, inimagináveis.

O que devemos fazer? A impressão é que quanto mais pessimistas formos, mais estaremos contribuindo para intensificação da crise e não bem isso. Estamos pessimistas porque vimos nossos sonhos se transformarem em fumaça, tanto quanto estamos vendo nossos empregos sumirem. Isso é motivo para preocupação? Claro que é! Não há perspectiva de aumento de emprego para este ano e o início de 2016 deve trazer mais desemprego. Quanto ao fundo do poço, a gente espera para saber se o governo fica no ajuste fiscal ou se vai aumentar os impostos.

Governo adia metade dos pagamentos do abono salarial para o ano que vem

Cerca de metade dos trabalhadores com direito ao abono salarial de 2015 só receberão o benefício no próximo ano. O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) aprovou a extensão do calendário de pagamento. A mudança fará o governo economizar R$ 9 bilhões neste ano.

Em vez do cronograma tradicional de pagamento, de julho a outubro, o abono será pago em 12 meses, de julho deste ano até junho de 2016. Do total de R$ 19,1 bilhões previstos, R$ 10,1 bilhões serão desembolsados neste ano. A medida foi aprovada pelo conselho, que reúne representantes do governo, dos empresários e dos trabalhadores, em reunião na manhã de hoje (2).

Neste ano, o governo tinha tentado restringir a concessão do abono salarial, destinado ao trabalhador com carteira assinada, que ganha até dois salários mínimos e que trabalhou pelo menos 30 dias. O Congresso chegou a aprovar a Medida Provisória 665, que previa a concessão do benefício a quem tinha trabalhado pelo menos 90 dias, mas a presidenta Dilma Rousseff vetou o dispositivo, após acordo com os senadores. Parte dos parlamentares alegava que a restrição era inconstitucional.

A extensão do calendário de pagamentos ajudará o governo a reduzir os gastos para cumprir a meta de superávit primário – economia para o pagamento dos juros da dívida pública – de R$ 66,3 bilhões em 2015 (1,1% do Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no país).

Originalmente, o governo pretendia economizar R$ 16 bilhões com as novas regras do seguro-desemprego e do abono salarial. Com as mudanças no Congresso, a economia havia caído para R$ 5 bilhões.

Por enquanto, a ampliação do prazo de pagamento só vale para os benefícios de 2015. O calendário de pagamento do abono salarial de 2016 só será discutido pelo Codefat na reunião do próximo ano. O novo cronograma foi aprovado por 10 votos a 7. Os votos contrários vieram, na maior parte, dos representantes dos trabalhadores.

A decisão desagradou às centrais sindicais. Em nota, a Força Sindical criticou a extensão do calendário, classificando a mudança de retirada de direitos dos trabalhadores. “Não satisfeito com todas as dificuldades impostas à classe trabalhadora brasileira, como a redução de direitos trabalhistas e previdenciários, conquistados ao longo dos anos, o governo vem, agora, com outra pedalada para cima dos trabalhadores, penalizando, desta forma, milhares de trabalhadores de menor renda”, criticou a entidade.

Na reunião de hoje, o Codefat também aprovou o orçamento do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para 2016. No próximo ano, o fundo contará com R$ 76,4 bilhões, uma queda de 7,21% em relação ao orçamento de 2015 (R$ 82,4 bilhões). O valor leva em conta um aporte de cerca de R$ 4 bilhões do Tesouro Nacional ao fundo.

Formado por parte da arrecadação do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), o FAT custeia o pagamento do seguro-desemprego e do abono salarial e financia cursos de qualificação profissional.

O Codefat elegeu ainda o novo presidente, Virgílio Carvalho, da Federação Nacional de Turismo, seguindo a política de alternar representantes dos trabalhadores e dos patrões. Ele substitui, no cargo, o sindicalista Quintino Servero.

Em nota, o Ministério do Trabalho informou que a mudança no calendário foi necessária para garantir a saúde financeira do FAT e proteger o patrimônio dos trabalhadores. “Mais pessoas, nos últimos 12 anos, ingressaram no mercado de trabalho, saltando de 23 milhões para 41 milhões de formais. Isso passou a exigir um aumento progressivo e concentrado do desembolso do FAT para atender ao benefício”, informou a pasta.

Presidente do Banco Central espera que crescimento volte em 2016

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse ontem (1°) que o país deverá retomar o crescimento antes da convergência da inflação ao centro da meta, o que ele prevê que ocorra no próximo ano. Segundo Tombini, 2015 será ano de transição, em que o Brasil deverá se estruturar para um ciclo de crescimento equilibrado e ajustado à realidade local.

“Esperamos vivenciar a retomada do crescimento antes do fim do processo de convergência plena da inflação ao centro da meta [2016]. Nesse caminho, o ano de 2015 será de transição, no qual recomporemos nossos instrumentos anticíclicos e estabeleceremos as bases para um ciclo de crescimento mais equilibrado entre consumo e investimento”, disse, em evento na capital paulista.

Tombini reafirmou que a política monetária brasileira está voltada para garantir que a inflação retorne ao centro da meta no próximo ano. “Quero reafirmar que a política monetária no Brasil está e continuará vigilante para assegurar a convergência da inflação ao centro da meta em 2016, e sua estabilidade nos anos à frente”, disse.

O presidente do Banco Central ressaltou que o ajuste econômico em ação no país está dividido em três fases: a primeira, caracterizada pela contenção da atividade econômica; a segunda fase, pela retração da inflação; e a terceira, pela sinalização de um horizonte de estabilidade.

“A adoção de reformas estruturais levará à retomada da confiança, fundamental para o reinício de um ciclo virtuoso de crescimento econômico sustentável. Essas fases não ocorrem em sequência, mas se sobrepõem”.

CMN aumenta para 6,5% ao ano juros de financiamentos do BNDES

As empresas que contraírem empréstimos e financiamentos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vão pagar juros maiores. O Conselho Monetário Nacional (CMN) aumentou a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) para 6,5% ao ano. Com a elevação, taxa subiu para o maior nível desde meados de 2006, quando a TJLP estava em 6,85% ao ano.

A cada três meses, o CMN fixa a taxa para o trimestre seguinte. O conselho é formado pelos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, e pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

O reajuste da TJLP diminui as pressões sobre o Tesouro Nacional, que gastará menos para cobrir a diferença entre a taxa subsidiada e os juros de mercado. Em julho de 2012, a taxa estava em 5,5% ao ano, caindo para 5% em janeiro de 2013, como medida de estímulo à economia. A taxa voltou a 5,5% ao ano em janeiro deste ano e foi reajustada para 6% em abril.

Criada em 1994, a taxa é definida como o custo básico dos financiamentos concedidos ao setor produtivo pelo BNDES. De acordo com o Ministério da Fazenda, o valor da TJLP leva em conta dois fatores: centro da meta de inflação, atualmente em 4,5%, mais o Risco Brasil, indicador que mede a diferença entre os juros dos títulos brasileiros no exterior e os papéis do Tesouro norte-americano, considerados o investimento mais seguro do mundo.

 

Economistas recomendam reservar dinheiro

A reserva de dinheiro para emergências é uma opção para enfrentar o momento atual de crise na economia, com o aumento do desemprego e da inflação e, assim, fugir da inadimplência. A avaliação é da economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil, Marcela Kawauti. “As pessoas têm o costume de comprometer toda a renda com as parcelas. Quando vem o desemprego ou algum imprevisto, não tem para onde correr. É preciso antecipar um futuro não muito bom e fazer uma reserva financeira”, recomenda a economista.

Ela orienta que se façam cortes no orçamento familiar para fazer essa reserva, como reduzir a frequência em restaurantes, por exemplo. “Privilegie as compras à vista. Se não tiver dinheiro, espere dois ou três meses economizando”, sugere. Outro passo para evitar a inadimplência, segundo a economista, é trocar dívidas mais caras por mais baratas, como tomar crédito consignado – com taxa média de juros de 26,9% ao ano em abril, segundo o Banco Central -, para pagar o cartão de crédito, hoje com taxa do rotativo em 347,5% ao ano.

“Do mesmo jeito que o consumidor pesquisa os preços de uma geladeira antes de comprar, precisa pesquisar as taxas de juros mais adequadas”, destaca a economista. Outra solução é fazer a portabilidade de crédito, ou seja, levar o empréstimo de um banco para outro que ofereça taxas menores. “Se está em uma situação muito difícil, perdeu o emprego, é importante ser proativo na gestão da dívida. Existe uma maneira de renegociar. Pode parcelar por um período mais longo, negociar desconto de juros. Comece pelas dívidas mais caras, como cartão de crédito e cheque especial”, orienta o economista Alexandre Nobre, sócio da RCB Investimentos, empresa de aquisição e gestão de carteiras de crédito e recebíveis.

Marcela Kawauti também recomenda que o consumidor endividado venda algum bem, como o carro, para pagar uma dívida que esteja fora de controle. “É uma situação provisória. Depois, o consumidor pode comprar outro carro.” Os economistas destacam ainda que os principais fatores que levam à inadimplência atualmente é o desemprego e a alta dos preços. “A inflação come do bolso do indivíduo”, diz Nobre. E o desemprego, ressalta, tem atingido principalmente a indústria, em segmentos como da construção civil, petróleo e gás e veículos.

De acordo ainda com os economistas, somente no próximo ano se espera alguma melhora na inadimplência. “Não acho que a inadimplência esteja muito descontrolada, mas há uma piora gradual”, diz Nobre. Para o economista, a melhora deve acontecer em meados do primeiro semestre do ano que vem, com a economia se recuperando. Já para Marcela Kawauti, somente no segundo semestre de 2016 a inadimplência deve recuar e a economia vai mostrar sinais positivos.

De acordo com o SPC Brasil, mais de 2 milhões de brasileiros entraram para a lista de inadimplentes entre dezembro de 2014 e maio deste ano. No total, o SPC estima que em maio havia cerca de 56,5 milhões de inadimplentes.

Da Agência Brasil

“Vestir ainda mais a camisa está entre as dicas”, diz consultor

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Se a crise econômica vem estimulando o número de demissões no território nacional, o mesmo também pode ser dito em relação ao quantitativo de companhias fechadas. De acordo com o último levantamento da Boa Vista SCPC, no intervalo de janeiro a abril deste ano, o volume de falências decretadas no país cresceu 30,8% no comparativo com os quatro primeiros meses de 2014. Em entrevista ao Blog do Wagner Gil, o consultor e palestrante empresarial, Eugênio Sales, recomendou uma série de medidas que devem ser colocadas em prática pelas empresas no intuito de espantarem a crise.

Pedro Augusto

Dicas

“Ao longo dos anos, o brasileiro sempre teve de superar algumas crises no país, entretanto todas elas são diferentes. A atual vem causando diversos efeitos negativos, em todos os setores econômicos, porém não é o momento de se desesperar. Ministro várias palestras para as empresas do setor varejista local e recomendaria a elas a uma dose a mais de injeção de ânimo. Não adianta tratar o funcionário mal, tampouco assustá-lo com a possibilidade de demissão, já que isso não vai levar a nada. O que tem de se fazer mesmo é estimulá-lo ainda mais para que ele o ajude a superar da melhor maneira possível essa situação.”

Investimentos

“Essa crise está forte e demorará certo tempo para acabar. Sendo assim, é importante que os comerciantes procurem adotar algumas ações que possibilitem o acréscimo nas suas lucratividades. Uma das formas mais eficazes se refere à realização de treinamentos, até porque na medida em que os trabalhadores são estimulados através do repasse de mais conhecimento, eles tendem a render ainda mais. Promoção de encontros motivacionais e a estipulação de metas mensuráveis também costumam ajudar. Em paralelo, o atender bem ao cliente continua sendo uma das principais armas para o comerciante obter êxito em sua atividade.”

Projeções

“Não adianta cortar tudo, ou seja, realizar demissões, não investir em novos produtos, deixar de fazer campanhas de marketing, pois os resultados não irão surgir. Para se obter resultados diferentes, necessita-se ter atitudes diferentes. O Brasil retomou um pouco do fôlego após o primeiro balanço da Petrobras e deve colher saldos mais animadores neste segundo semestre. Desta forma, é importante que os lojistas mantenham o foco em todos os aspectos já citados e continuem de mãos dadas com os seus funcionários. Até porque, mesmo com a crise, observamos que várias empresas têm faturado alto no cenário local, enquanto que outras estão à beira da falência. Isso porque, estas últimas não têm tentado fazer o diferencial.”

Trabalhadores

“Tivemos a oportunidade de recomendar algumas dicas às empresas, agora faremos o mesmo com os funcionários. Neste momento de turbulência, o ‘vestir a camisa’ está exercendo um papel ainda mais importante. Atender bem o cliente, manter o bom relacionamento com os demais colegas e tentar sempre manter-se otimista são outros aspectos que precisam ser adotados. De forma alguma se pode abaixar a cabeça.

Palestras

Como o cenário está difícil em todo o país, atualmente estamos rodando por todas as regiões, com palestras para tentar superar a crise. Uma delas corresponde ao “Atendimento de Alto Impacto”, que visa demonstrar a importância do cliente para o sucesso da empresa. Todos os proprietários e funcionários precisam respirar as suas necessidades. Quem tiver interesse de contratar os nossos serviços deverá entrar em contato pelos telefones (081) 3723-8256, 99936-7126 ou 99417-0454.

Governo fixa meta central de inflação em 4,5% para 2017, mas diminui teto

O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu ontem (25) fixar a meta central de inflação em 4,5% para o ano de 2017, segundo resolução publicada pelo Banco Central. Trata-se da mesma meta central adotada pelo governo federal desde 2005.

O intervalo de tolerância em relação à meta central, porém, caiu de dois pontos percentuais (para cima e para baixo em relação ao objetivo central) para 1,5 ponto percentual. Na prática, isso significa que o piso será de 3% e que o teto será mais baixo: de 6% em 2017 sem que a meta seja formalmente descumprida.

Se o intervalo de tolerância anterior de dois pontos percentuais fosse mantido – o que não aconteceu – o teto, em 2017, seria de 6,5% (patamar que vigorou entre 2006 e 2016).

Um teto menor para a meta de inflação em 2017, teoricamente, poderia, portanto, gerar uma política de definição dos juros, pela autoridade monetária, mais restritiva (juros mais altos) para tentar conter os avanços dos preços.

Metas de inflação
A meta central de inflação, teoricamente, é um objetivo no qual o Banco Central deveria mirar, por meio da definição da taxa básica de juros da economia brasileira. As decisões sobre a taxa de juros são tomadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) da instituição, em reuniões a cada 45 dias.

Ao subir os juros, o BC atua para conter a demanda da população por produtos e serviços e, deste modo, para tentar impedir a escalada dos preços. Quando baixa a taxa Selic, é porque acredita que a trajetória da inflação está consistente com as metas pré-determinadas pelo CMN.

Do G1