Protestos

Por Maurício Assuero, economista e professor

Neste domingo (15), ensaia-se uma mobilização popular contra o governo da presidente Dilma. Seu pronunciamento, no último domingo, 08.03, foi marcado por protestos em várias cidades (luzes apagadas e panelaço) e, embora, a presidente tenha tentado passar uma imagem de que tem tudo sob controle, a realidade mostra exatamente o contrário. A inflação não é uma “brincadeirinha” visto que a cada pesquisa de preços vemos as estimativas se modificarem, sempre para cima. A taxa de juros está fixada em 12,75% ao ano e isso serve de redutor para o investimento e para o consumo, fatos que afetam diretamente o PIB. Não bastasse tudo isso, o ministro Joaquim Levy chamou de “brincadeira” a desoneração da folha proposta pelo governo que previa redução na alíquota previdenciária. Enfim: todas as variáveis que justificam o protesto nacional estão postas.

O comportamento do dólar – que chegou a valer R$ 3,12 durante a semana – não é a última pá de cal. O dólar serve, além de moeda comercial – para justificar a falta de credibilidade dos investidores na condução da política econômica. Quanto mais alto o dólar, menor a credibilidade na política econômica. Mas, por um lado, a desvalorização do Real deveria provocar um impacto positiva na balança comercial, mas não é isso que se vê. Por outro lado é um transtorno para quem tem dívida em moeda estrangeira, para quem pretende viajar, para quem projetou comprar tecnologia, etc.

A sinalização é que, ao contrário do que prega a presidente Dilma, é maior dificuldade econômica nos próximos meses. Na verdade, não há um só indicativo de que economia vai melhorar no curto prazo, todavia, há inúmeros que mostram o nível do arrojo pelo qual vamos passar. Adicione-se, agora, dois ingredientes que servem como estopim da bomba: combustível e energia.

Nenhuma economia anda sem combustível. Associado a ele tem o preços dos produtos que dependem de frete, tem o transporte de pessoas; depois vem a energia. Nenhuma economia sobrevive sem energia. A produção industrial depende de energia (comércio, também) e se por um lado os governos estaduais irão comemorar porque o preço do combustível subiu (com ele sobe a arrecadação do ICMS), a população não consegue mais processar a razão de tanto aumento. Note-se que o governo ainda está acanhado em relação ao corte na própria carne porque preferiu cortar de questões importantes (como educação) e deixou outras passar ao longe (a Universidade Federal do Rio de Janeiro adiou por duas ocasiões o início do semestre letivo porque não tem verba para manter a instituição funcionando) despesas menos importante (a maioria afeta o setor privado).

O custo da geração de superávit primário está além da capacidade das empresas e das pessoas. O governo agiu de uma forma correta em tentar controlar os gastos, no entanto, trata-se de uma ação tardia porque antes preferiu uma solução contábil, isto é, mexeu na contabilidade para justificar-se. Finalmente, cabe lembrar que muitas vezes uma pessoa está na pior ganha um prêmio da MegaSena acumulada. Nem essa chance o governo tem e se tivesse precisaria de muitos prêmios.

Economia brasileira cresceu à taxa média anual de 3,7% entre 2000 e 2011

O crescimento econômico médio anual do Brasil entre 2000 e 2011 ficou em 3,7%, segundo revisão divulgada ontem (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IBGE revisou as taxas de crescimento desde 2000 devido à adoção de uma nova metodologia de cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país.

A taxa média calculada pela metodologia anterior era de 3,5%, ou seja, 0,2 ponto percentual abaixo da média calculada de acordo com a nova metodologia. As mudanças seguem recomendações do Manual Internacional de Contas Nacionais (SNA 2008), da Comissão Europeia, do Fundo Monetário Internacional, da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Banco Mundial.

“Em 2011, nós iniciamos um processo de revisão do sistema de contas nacionais, baseado no novo manual. Todos os países iriam se empenhar na sua implementação para que os sistemas de contas nacionais do mundo pudesse ser comparável. Hoje, finalmente, damos início à divulgação da nova série de contas nacionais”, disse a presidenta do IBGE, Wasmália Bivar.

Com a revisão, a taxa de crescimento do PIB em 2011, por exemplo, passou de 2,7% para 3,9%. A de 2010 passou de 7,5% para 7,6%.

A nova metodologia de cálculo considera classificações de diversos produtos e serviços, dados do Censo Agropecuário de 2006, da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008/2009, do Censo Demográfico de 2010 e a atualização da estrutura de impostos.

Os novos cálculos também provocaram uma mudança na participação das atividades econômicas no Produto Interno Bruto (PIB). A agropecuária, por exemplo, que em 2011 respondia por 5,5% do setor produtivo nacional, passou a representar 5,1%. A indústria também teve queda em sua participação em 2011, ao passar de 27,5% para 27,2% na nova série. Os serviços ganharam participação, ao passar de 67% para 67,7%.

Sob a ótica da demanda, o consumo das famílias e do governo passou a representar 79% em 2011, segundo a nova série. Na série antiga, eles respondiam por 81%. Os investimentos, que em 2011 tinham 19,7% de participação, passaram para 21,8%. As exportações passaram de 11,9% para 11,5%, enquanto as importações caíram de 12,6% para 12,2%.

Consumidores criticam preços dos ovos de Páscoa

Pedro Augusto

Os consumidores de Caruaru e região estão reclamando dos preços dos ovos de Páscoa praticados neste ano. Surpresos com a alta dos valores, que foi noticiada recentemente pela imprensa nacional, até o presente momento eles não vêm frequentando em massa as gôndolas dos supermercados. Os que têm se arriscado a circular por elas têm se mostrado insatisfeitos com o reajuste variando na casa dos 8% a 10%. Um exemplo disso é o representante comercial Magno De Lavor. Com várias contas a pagar, ele decidiu suspender em 2015 a compra do produto.

“Geralmente presenteava a esposa e os sobrinhos, mas agora com esses valores absurdos não vai ter jeito. Comemoraremos a Páscoa deste ano sem ovos de chocolate”, criticou Magno. O aumento dos preços, de acordo com os especialistas, foi provocado especialmente devido à cotação elevada do dólar, que influencia diretamente no preço do cacau – principal matéria-prima da guloseima. No Brasil, este último é boa parte importado da África. Outros fatores que determinaram os reajustes corresponderam ao acréscimo nos valores das embalagens e brinquedos.

Assustado com os preços do produto, o autônomo Marcelo Barbosa vai adotar uma tática diferente em 2015. “Sempre fiz questão de adquirir ovos de marca, mas neste ano mudei de ideia. Como os valores estão salgados demais e o dinheiro está pouco, entupirei a mala do carro com ovos caseiros. Além de serem mais baratos, possuem qualidade.”

Em pesquisa na manhã da última terça-feira (3), num supermercado da cidade, o comerciante Robson dos Santos também não gostou de nada do que viu. A alternativa, segundo ele, é reduzir neste ano o número de ovos presenteados. “Nunca deixei de comprar para toda família, mas este ano está difícil. Os ovos da linha infantil, por exemplo, subiram demais de preço. Ainda bem que pesquisei antes para não ser surpreendido depois. Quando for adquiri-los deixarei a criançada em casa, pois eles sempre escolhem os mais caros”, destacou Robson.

Cientes da atual realidade do mercado, algumas redes de varejo de Caruaru estão facilitando a aquisição do produto no intuito de atrair ainda mais consumidores. No Bonanza, por exemplo, segundo o seu gerente Márcio Silva, os clientes estão podendo parcelar a compra em até três vezes sem juros. “Apesar de os ovos estarem mais caros, devido a todos esses fatores citados, acreditamos que a nossa rede venderá em torno de 15% a mais em relação à Páscoa do ano passado. Até agora a demanda pelo produto encontra-se satisfatória, porém deverá aumentar ainda mais nas próximas semanas. Quem não quiser pagar à vista poderá dividir em até três vezes com parcela mínima de R$ 15.”

De acordo com a pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a tendência é de que em 2015 o número de ovos comercializados em todo o país fique no mesmo patamar da Páscoa do ano passado. Dentre os entrevistados, 55,8% disseram acreditar que as vendas ficarão no mesmo nível de 2014, enquanto 17,3% previram vendas mais fracas e 26,9% estimaram um resultado superior ao obtido um ano antes. Neste ano, o domingo de Páscoa cairá no dia 5 de abril.

Inflação oficial alcança 1,22% em fevereiro

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de fevereiro alcançou 1,22%, resultado próximo ao de 1,24% de janeiro. Considerando os dois primeiros meses do ano, o índice situa-se em 2,48%, acima do percentual de 1,24% registrado em igual período de 2014. O IPCA é o índice oficial de inflação utilizado pelo governo e serve de referência para o plano de metas fixado pelo Banco Central.

O IPCA mede a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, com rendimentos de 1 a 40 salários-mínimos, independentemente da fonte de rendimentos. O IPCA é usado pelo Banco Central como medidor oficial da inflação do país. O IPCA serve portanto como referência para verificar se a meta estabelecida para a inflação está sendo cumprida.

Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítica. Indicam que – nos últimos doze meses – a taxa chegou a 7,70%, a mais elevada desde maio de 2005, quando atingiu 8,05%. Em fevereiro de 2014, o IPCA ficou em 0,69%.

No mês o destaque individual foi a gasolina, cujos preços subiram 8,42%. Refletindo aumento nas alíquotas do PIS/Cofins, que entrou em vigor em 1º de fevereiro, a gasolina exerceu um impacto de 0,31 ponto percentual no IPCA do mês, sendo responsável, sozinha, por um quarto do IPCA, ou seja, 25,41%. Sob esta pressão, os gastos com transportes subiram 2,20%, grupo que apresentou o mais elevado impacto no mês: 0,41 pontos percetuais.

Ainda no grupo transportes, houve aumento também nas alíquotas do PIS/Cofins para o óleo diesel, que apresentou alta de 5,32%. Já os preços do etanol subiram 7,19%. Além dos combustíveis (7,95%), outros gastos importantes com transportes também apresentaram elevação: trem (3,10%), automóvel novo (2,88%), ônibus urbano (2,73%), metrô (2,67%), ônibus intermunicipal (1,68%), táxi (1,21%) e conserto de automóvel (1,20%).

Caso Lava Jato afeta meio milhão de empregos, diz advogado-geral da União

A cadeia econômica que tem no topo 23 grandes empreiteiras e empresas do setor de energia envolvidas diretamente no caso Lava Jato tem abaixo de si cerca de 50 mil empresas prestadoras e fornecedoras de produtos e serviços, totalizando quase 500 mil empregos. Juntas, elas correspondem a 13% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O cálculo é do ministro Luís Adams, da Advocacia-Geral da União (AGU), que hoje (5) se encontrou com empresários fluminenses na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

Adams acredita que a melhor saída para que a investigação dos atos de corrupção na estatal não acabem comprometendo a economia brasileira pode estar na efetivação de acordos de leniência, quando os grupos envolvidos assumem suas culpas e se comprometem a fazer uma série de medidas para pagar financeiramente pelos crimes cometidos e evitar futuros desvios de conduta, em troca da volta à condição de poderem fechar contratos com a área pública. O acordo passa pela AGU e pela Controladoria-Geral da União (CGU).

“Nós compreendemos que existe uma relação de produção muito grande entre as empresas, que não existem sozinhas. É um encadeamento de várias atividades que se relacionam. Nós fizemos um levantamento inicial que identificou que esse núcleo de produção representa de 12% a 13% da atividade econômica do país e tem uma relação que vai a 50 mil empresas, desde fornecedores [de produtos], de mão de obra, investidores e bancos. Como essas 23 empresas têm uma forte participação em várias áreas de investimento, não só petróleo, uma situação de quebra impacta negativamente e profundamente nesta realidade”, disse Adams, após a reunião, em entrevista a imprensa ao lado do presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvea Vieira.

O advogado-geral da União ressaltou que o esforço do governo não é somente salvar as empresas, mas garantir e preservar a atividade econômica como um todo, mantendo o combate à ilegalidade.

“Preservar a atividade econômica não é incompatível com combater a corrupção. Temos institutos legais que viabilizam uma solução que permite o efetivo combate à corrupção com a submissão da empresa, mudança comportamental, colaboração, ressarcimento, associado à preservação. Mas nós não temos que transformar essas consequências em realidade traumática para 500 mil empregados e os milhares de investidores que apostaram nessa atividade econômica e que não têm nenhuma responsabilidade porque alguns agentes tiveram em relação à Lava Jato.”

Adams destacou que os acordos de leniência preveem uma série de requisitos, incluindo a participação direta de um integrante do governo dentro dessas empresas.

“Um dos elementos internacionais [dos acordos de leniência] é que há um tipo de monitoramento interno da empresa por parte de um agente indicado pelo Estado para acompanhar sua atuação e apurar se ela está efetivamente colaborando com a investigação. Esse é um desafio que a empresa terá que aceitar. Na medida em que há um acordo de leniência, impõe-se as condições mínimas para a própria empresa demonstrar que está procurando resgatar sua reputação junto à sociedade e ao Estado”, disse.

Outra medida obrigatória, segundo Adams, é o afastamento, ainda que temporário, até que se concluam as investigações, dos gestores das empresas acusadas.

“As próprias empresas – e o modelo mundial é este – precisam afastar aqueles, mesmo que temporariamente, que a estavam dirigindo e participaram desses crimes. Este é um elemento essencial à credibilidade do próprio acordo, que precisa ser consistente com seu objetivo, que não é salvar a empresa, mas combater a corrupção.”

O presidente da Firjan disse que a crise no setor petrolífero no Rio é muito grande, pois o estado é um dos principais produtores de petróleo do país, sediando os maiores estaleiros navais.

“Esta questão é da maior relevância em nível nacional e especificamente no Rio. Temos aqui metade do contingente do setor naval. Essa conversa com o ministro foi importante para que os representantes dessa cadeia produtiva – tivemos 25 pessoas em volta da mesa – mostrassem em detalhes essa crise que estamos passando. Evidentemente que a sociedade brasileira não aguenta mais a corrupção. Mas a atividade econômica é fundamental. Nós temos que preservar o conhecimento, a engenharia, a mão de obra e a renda que essas empresas têm. A Petrobras está parada e nós temos que descobrir uma forma que permita ela ir adiante. Não é porque a Petrobras tinha uma dezena de pessoas desonestas que a companhia vai parar”, destacou.

Erro Monumental

Por Maurício Assuero, economista

Já falamos, inúmeras vezes, que o governo cometeu erros primários na condução da economia fazendo o Brasil sair de uma relativa positiva de crescimento econômico para uma situação de estagnação econômica, com tendências a beirar o fundo do poço neste ano de 2015. A nova equipe econômica, com indiscutível capacidade técnica, propôs um controle fiscal, diga-se, inusitado para o governo do PT (Lula + Dilma). Qualquer medida nesta direção, obviamente, desagrada. Aumentar impostos, reduzir gastos são, e sempre serão, medidas absolutamente impopulares para qualquer governo e o Ministro da Fazenda propôs sabendo que sem este ajustr fiscal, não tem acreditar no governo.

As novas regras para o seguro desemprego são coerentes. Não podemos agir sempre com paternalismo. O país não vai crescer se não tiver um choque de aumento de produtividade, sem não houver capacitação da força de trabalho. Modificar as condições da previdência deveria ser prioritário porque não como se trabalhar com um déficit monstruoso nesta pasta e com forte consequência para a sustentabilidade econômica de várias cidades do interior por duas razões: grande parte da economia dessas cidades se sustenta com as transferências do governo; segundo, as prefeituras não gozam de condições financeiras para arcar com o pagamento do salário (cada vez que o salário mínimo sobe, a folha dos inativos vai junto).

O governo cometeu um erro crasso ao acreditar que estava imune à crise e adotar uma politica monetária expansionista ao longo desses doze anos de governo. Deveria ter pensado no longo prazo e começado, aos poucos, ajustar as contas, mas a permanência no poder falou mais alto e o sacrifício cabe, agora, para a sociedade. No entanto, cabe dizer que o governo está na linha de cometer um segundo erro e este mais drástico: a necessidade de aumentar receitas através do aumento de impostos, modificando os percentuais de desoneração da folha de pagamento da empresa, vai trazer como consequência desemprego e, sem exagero, desemprego ampliado.

Vamos lembrar que em janeiro passado tivermos a maior redução no número de empregos já observada nestes doze anos. Desempregar num momento de crescimento baixo, ou seja, quando o nível de produção já está sendo empurrado naturalmente para baixo, significa simplesmente acelerar esta queda (é como se paraquedas não abrisse num salto livre). Como resultado disso, certamente, teremos uma inflação menor, mas observe em que momento isto vai acontecer: no momento em que as novas regras para o seguro desemprego estão valendo. Assim, pessoas contratadas a um ano, por exemplo, não terão qualquer benefício de manter enquanto buscam um novo emprego. Este quadro é a pá de cal que o Brasil precisa.  Imagem uma pessoa que recebia Bolsa Família e que conseguiuum emprego de carteira assinada há um ano. Se ficar desempregada agora, nem Bolsa Família, nem seguro desemprego.  O governo está em passos largos no sentido de implantar o caos!

 

Setor de segurança movimenta R$ 2,5 bilhões

Os altos índices de violência, insegurança crescente entre as pessoas, e regulamentações governamentais sobre segurança e proteção está pavimentando o caminho para o desenvolvimento do mercado de segurança. Segundo o SIESE-SP (Sindicato das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança do Estado de São Paulo), o setor de segurança cresceu em média 10% no estado de São Paulo em 2014 e movimentou a ordem de mais de US$ 900 milhões, ou seja, R$ 2,5 bilhões. O aumento nas vendas nos últimos anos se deve ao acesso às novas tecnologias e maior divulgação do setor.

Somente para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 o Ministério da Justiça investirá cerca de R$ 350 milhões em segurança, e o Governo do Rio de Janeiro mais R$ 400 milhões. Deste valor, R$100 milhões foram gastos na aquisição de equipamentos, ferramentas de treinamento e melhoria de ambientes para capacitação. A estimativa é que o mercado da segurança privada movimente R$ 75 bilhões em todo o País, com equipamentos, vigias e seguros. Esse valor é seis vezes maior que orçamento do ministério da Justiça para todo ano de 2015; R$ 12 bilhões.

Apostando no aquecimento do setor, novidades tecnológicas em sistemas de segurança estarão na maior feira da América Latina, a 10ª ISC BRASIL – Feira e Conferência Internacional de Segurança, que será promovida de 10 a 12 de março, no Expo Center Norte, em São Paulo, organizada pela Reed Exhibitions Alcantara Machado.

Em três dias são mais de 300 lançamentos por 150 marcas nacionais e internacionais em segurança, Equipamentos de Proteção Individual (EPI), prevenção e combate a incêndio. A expectativa de público é de 10 mil pessoas.

Ministro diz que governo manterá modelo de horário de verão

A adoção do horário de verão, que termina neste domingo (22), não deve sofrer modificações pelo governo. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga,apesar de o horário de maior consumo de energia ocorrer no início da tarde, ainda vale a pena manter a mudança de horário no país.

“O horário de verão continua representando um descasamento na ponta de carga e uma economia de energia. No período, voltamos para as residências ainda com a luz do dia, o que gera uma economia energética para o país. Portanto, é válido o horário de verão”, avaliou.

O principal objetivo do horário de verão é aproveitar melhor a luminosidade natural do dia, reduzindo o consumo de eletricidade no fim da tarde, quando ocorria o chamado pico de consumo. Recentemente, o pico tem sido registrado no início da tarde, principalmente por causa do aumento do uso de aparelhos de ar condicionado.

Este ano, o governo chegou a estudar uma prorrogação da vigência do horário diferenciado, por causa da falta de chuvas, que prejudica os reservatórios das hidrelétricas. “Chegamos à conclusão de que o custo-benefício não valia a pena. Portanto, não fomos adiante na ideia”, explicou Braga.

Segundo o ministro, os relatórios finais sobre a economia de energia no período devem ser concluídos semana que vem. Dados preliminares podem ser divulgados pelo governo amanhã (20).

No início do horário de verão deste ano, a estimativa do governo era uma economia de R$ 278 milhões, com geração de energia térmica no horário de pico. Na edição anterior, a economia chegou a R$ 405 milhões.

Alta da inadimplência é menor na região Sudeste, aponta SPC Brasil

A região Sudeste apresentou, em janeiro desse ano, um crescimento de 1,38% na quantidade de pessoas com dívidas em atraso, em relação a janeiro do ano passado. Apesar do aumento, o resultado representa o menor avanço registrado entre as cinco regiões pesquisadas. O dado é do Indicador Regional de Inadimplência do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

De acordo com o indicador, o aumento no número de devedores foi mais expressivo na região Centro-Oeste (4,72%), seguida da região Norte, onde a alta foi de 4,33%. Em seguida aparecem as regiões Nordeste (3,09%), Sul (3,0%) e Sudeste (1,38%), as únicas que registraram crescimentos abaixo da média do Brasil, que em janeiro foi de 3,12%.

Assim como ocorreu nos meses anteriores, o Sudeste, em janeiro, concentrava a maior fatia de devedores no país (39,76%), seguido pela região Nordeste, com participação de 26,23% no total de pessoas com dívidas em atraso. Em terceiro e quarto lugares aparecem o Sul (13,03%) e o Norte (8,95%). Por último, o Centro-Oeste, que concentra 7,90% dos consumidores negativados.Por outro lado, as regiões que mais contribuíram para alta nacional de 3,12% do indicador foram o Nordeste (0,81 ponto percentual) e o Sudeste (0,56 ponto percentual).

“Apesar de essas duas regiões apresentarem crescimentos abaixo da média Brasil, ao mesmo tempo respondem pelas duas maiores fatias do total de consumidores inadimplentes no país”, explica Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.

Comunicação lidera dívidas na maior parte das regiões


O número de dívidas em atraso cresceu em todas as cinco regiões pesquisadas. No país como um todo, a alta foi de 2,40%. A abertura dos dados por setor credor da economia mostra que o segmento de Comunicação (telefonia, internet, TV a cabo, entre outros serviços) lidera o crescimento no número de dívidas no Brasil. Em janeiro de 2014, a quantidade de dívidas com empresas do segmento cresceu 9,84% na média nacional, em relação a janeiro de 2014. A segunda maior variação ficou por conta das concessionárias de Água e Energia Elétrica (8,35%). Também merece destaque o setor de Comércio, com retração de 0,54%.

De acordo com o indicador regional, Norte e Nordeste foram as regiões onde as dívidas do setor de Comunicação mais avançaram: 36,17% e 18,59%, respectivamente. Foi também no Nordeste que o setor de Comércio sofreu a maior retração no número de dívidas, de 3,50%.

Concentração das dívidas por setor

Já o setor de Bancos concentra a maior parte das dívidas em todas as regiões do país, com exceção do Norte, onde o setor que mais agrega dívidas é o comércio. No Sudeste, o setor bancário abrange 56,85% das dívidas em atraso. “É um dado muito expressivo. Mais da metade das dívidas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro estão nas mãos dos bancos”, afirma Kawauti.

Fábrica da Fiat será inaugurada no dia 28 de abril

A FCA (Fiat Chrysler Automobile) confirmou na última terça-feira (17) que a fábrica construída no Estado de Pernambuco para produzir o novo Jeep Renegade será inaugurada no próximo dia 28 de abril. Além da planta, a mais moderna de todo o grupo, o investimento da FCA inclui um CPD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento) e a rápida multiplicação de concessionárias da Jeep no País, o que transformará o Brasil em uma peça-chave da expansão mundial da marca.

Construída na cidade de Goiana, situada a cerca de 60 km ao norte de Recife, a nova unidade é “o maior projeto industrial na história do grupo”, explicou à Agência Efe o diretor-executivo de Manufatura da FCA, Stefan Ketter.

— Será a planta mais eficiente e avançada, com capacidade de produzir 250 mil veículos ao ano, e parte de um projeto no qual investimos mais de R$ 7 bilhões. É a primeira fábrica da Jeep na América do Sul.

Ketter explicou que o grupo escolheu Pernambuco porque o estado registra “o maior crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no País, tem um dos maiores ‘Vale do Silício’ do Brasil, e o porto de Suape é um dos mais modernos e mais ao leste (do território nacional)”.

A unidade também é a primeira da FCA montada seguindo um novo conceito que agiliza a produção e incorpora as últimas novidades em termos ambientais e de desenvolvimento social.

— O conceito da fábrica é chave porque permite muita eficiência, já que queremos uma unidade muito comunicativa, rápida em decisões. Para fazer isso, colocamos no coração da planta o centro de comunicações. Nossa filosofia é que o gerente da fábrica esteja no centro de comunicações (um conceito aberto no qual não há escritórios) e, em 2 ou 3 minutos, seja capaz de ver fisicamente toda a unidade.

A nova fábrica deverá empregar até 2016 cerca de 3.000 pessoas. Porém, junto com o CPD de Recife e os funcionários administrativos, a FCA espera gerar 4.500 novos postos de trabalho em Pernambuco. O CPD de Recife será especializado em engenharia de motores para todo o grupo da FCA, contando com 500 engenheiros, 70% deles contratados no país. Além disso, a empresa também instalará no estado um centro de software para produzir programação de controle dos motores.

— É realmente um polo automotivo. Junto à nova unidade, a FCA construiu dois parques onde estão se instalando fornecedores como Magneti Marelli, Denso, Pirelli ou Lear, que produzem componentes para a montagem do Renegade.

O primeiro parque de fornecedores será ocupado por 16 empresas que devem empregar 4.000 pessoas, proporcionando 40% das peças necessárias para a produção do Renegade. Ketter destacou que 80% das autopeças do veículo serão nacionais e que o objetivo da Jeep é aumentar essa porcentagem o máximo possível.

— Estrategicamente é o correto. A princípio é muito complicado, mas para o futuro proporciona segurança à fábrica. Algumas partes fundamentais não podem ser produzidas no Brasil, mas estamos no processo de desenvolver fornecedores para esses componentes.

Na construção da unidade e no primeiro parque de fornecedores, a FCA empregou cerca de 9 mil pessoas, a maior parte delas de Pernambuco e procedentes do setor agrícola.

— Oferecemos a todos a possibilidade de serem candidatos as vagas abertas na fábrica ou no parque de provedores.

O diretor-executivo de Manufatura expressou sua admiração pelo espírito e a criatividade dos trabalhadores, citando como exemplo que antes mesmo do início do funcionamento da unidade de Goiana, os operários que estão sendo capacitados já foram capazes de melhorar os processos de produção.

— Goiana tem uma ‘miniplanta’ onde capacitamos os operários e melhoramos os processos antes de implementá-los à linha. Não se pode esquecer que eles nunca tinham produzido um veículo antes. Eram agricultores ou peões. Eles não só montaram o carro, mas fizeram mais de 1.000 propostas para melhorar a fábrica. As ideias estão sendo enviadas à unidade de Pomigliano (Itália), onde o Renegade é produzido para a Europa.

Pensando também no lado social, a FCA montou um programa na cidade de Igarassu para ampliar a escolarização infantil em uma reunião onde há um elevado problema de faltas e reprovações. Um hospital também está sendo construído em outro município. Com relação ao meio ambiente, a FCA e a Jeep iniciaram um projeto de reflorestamento prestando atenção à biodiversidade original de Pernambuco.

— A cana de açúcar destruiu a biodiversidade da região, que ficou reduzida a 20% do original. Evitamos mudas que não são nativas e optamos por 50 plantas e árvores que estão em perigo crítico de extinção.