Do Blog do Jamildo
O governador João Lyra Neto (PSB) revelou, no final da manhã desta quinta-feira (16), em entrevista à Rádio Jornal, que o Estado de Pernambuco vai investir menos da metade dos R$ 3.07 bilhões que estavam previstos para 2014, em função do atraso na liberação de empréstimos porque o governo federal ainda não renovou o Programa de Ajustamento Fiscal (PAF) pernambucano. Para conseguir a liberação dos empréstimos, o Estado precisa estar com o PAF renovado.
Sem a liberação federal, o Estado deixou de captar R$ 500 milhões com o Banco Mundial e outros R$ 629 milhões do BNDES. Outros R$ 400 milhões restantes de um outro empréstimo do BNDES também atrasou por causa de questões burocráticas e só devem ser liberados em novembro. Os recursos devem ficar em caixa para a gestão do governador eleito Paulo Câmara (PSB).
Apesar da dificuldade de liberação federal, Lyra não credita o impasse à uma possível retaliação política pelo fato de o PSB ter migrado para a oposição e lançado a candidatura do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, falecido em agosto, para disputar contra a presidente Dilma Rousseff (PT).
“Isso não foi uma política descriminatória com Pernambuco”, garantiu o governador, ao ser questionado sobre o assunto. Um dia antes, o secretário estadual de Planejamento, Décio Padilha, afirmou, durante uma audiência na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), que a falta de dinheiro é o preço pago pela saída do PSB da base aliada da presidente Dilma Rousseff (PT).
Para João Lyra, porém, o problema de contenção de recursos federais ocorreu em todo o Brasil, não só em Pernambuco, por causa da dificuldade de arrecadação no Planalto. Lyra disse ter conversado com outros cinco governadores de diversos partidos e regiões do País e nenhum deles teve o PAF renovado.
“Percebi claramente que era uma dificuldade de recursos do Tesouro Nacional, não uma retaliação”, afirmou o governador pernambucano. A meta para a renovação do PAF é até o dia 31 deste mês.
TRANSIÇÃO – João Lyra comentou ainda o processo de transição da sua gestão para a de Paulo Câmara, que vai iniciar a partir da próxima segunda-feira (20), com a instalação do escritório para a transição. Lyra, que ainda não anunciou quem serão os três representantes do governo atual que irão compor a equipe, acredita que o processo será totalmente pacífico.
“Paulo Câmara conhece a máquina do governo tanto quanto eu”, afirmou. “Não vou deixar nenhum pepino para ele”, garantiu.