Detran-PE promove blitz durante feriado de ano novo

O Diretor Presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco – Detran-PE, Charles Ribeiro, determinou a Diretoria de Engenharia e Fiscalização de Trânsito do Órgão que realize blitz itinerante na Capital, Região Metropolitana do Recife – RMR, Litoral Norte e Sul e no interior, com foco na fluidez do trânsito e no apoio a Operação Lei Seca – OLS, desenvolvida pela Secretaria de Saúde. A ação tem como objetivo reduzir acidentes durante o período do feriado de ano novo.

Para tanto, o Diretor de Engenharia e Fiscalização de Trânsito, Sérgio Lins, designou 150 agentes da Operação Trânsito Seguro – OTS, para atuarem nas blitz’s com realização de teste/bafômetros, ações fiscalizadoras exigindo documentação e equipamentos obrigatórios dos veículos, além disso, os agentes de trânsito também estarão participando da “Operação Rodovida”, coordenada pela PRF e que conta com a participação do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Batalhão de Polícia de Trânsito (Bptran), Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRV), Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), Diretoria de Trânsito e Transportes de Abreu e Lima (DTT), Serviço Móvel de Urgência (SAMU) e órgãos de trânsito municipal.

O principal objetivo da OR é reduzir a quantidade de acidentes graves nas vias públicas, através da integração entre os órgãos de trânsito do País. A Operação Rodovida integra, também, o Pacto Nacional pela Redução de Acidentes, criado em 2011, pela Organização das Nações Unidas (ONU). A meta prioritária desse pacto é reduzir em 50% o número de mortos e de feridos em decorrência de acidentes de trânsito.

ARTIGO — Você já está preparado financeiramente para 2016?

O ano de 2015 está no fim e, salvo algumas honrosas exceções, foi um ano terrível financeiramente para o país e para todos nós. A inflação real bate os 10% ao ano, a crise política se agrava e a perspectiva financeira para 2016, para a grande maioria, é mais sombria ainda.

Podemos aprender uma lição com o que o governo federal fez nos últimos anos. Ele “brincou com fogo” quando se trata de lidar com dinheiro. Ou, para nós aqui no “salão de baixo”, gastou mais do que devia e se deparou com o adágio popular “o dinheiro não aceita desaforo”. Se você não atenta pra isso, você dança.

O problema de se andar na beirada do precipício financeiro é que se acontecer algo ruim (desemprego, queda abrupta na renda, doença na família, acidente, autuação por impostos mal calculados etc) você é lançado para muito perto da borda fatal.

É fato que o governo federal não teve o profissionalismo de se precaver. Se você anda na beirada do despenhadeiro e ocorrem vários fatos negativos ao mesmo tempo (crise política, decisões econômicas péssimas, crise de confiança, etc) você é jogado pra dentro do buraco, onde é muito mais difícil sair.

Aprenda com o que está acontecendo no país e tire uma importante lição. Beirada de precipício financeiro é lugar para amadores e não é onde você deve estar nunca. Previna-se, pois as crises econômicas irão ressurgir de tempos em tempos e você deve, através da educação financeira, estar preparado para ficar longe da “borda” e dos seus perigos.

Para tanto, estude novos hábitos financeiros, use a criatividade, tenha pavor de desperdício, adote comportamentos defensivos de proteção do seu patrimônio, construa uma reserva financeira ao longo de meses ou anos, evite os caminhos da ostentação, reaproveite as coisas ao máximo e economize o que puder para ter dinheiro para investir.

Não ande com bajuladores (que nunca te dão bons e úteis conselhos ou avisos) e nem pessoas perdulárias. É mais fácil você afundar com elas do que mudar o comportamento dos perdulários para melhor. Quem gasta mais do que ganha vive num mundo de fantasia, quando a história acaba, ele descobre uma realidade terrível e mais difícil de se resolver. O ano de 2016 não será fácil para ninguém. Fique atento e defenda seu patrimônio. E não se esqueça nunca: o dinheiro não aceita desaforo.
Lélio Braga Calhau é Promotor de Justiça de defesa do consumidor do Ministério Público de Minas Gerais. Graduado em Psicologia pela UNIVALE, é Mestre em Direito do Estado e Cidadania pela UFG-RJ e Coordenador do site e do Podcast “Educação Financeira para Todos”.

Metade dos brasileiros pretende comprar roupas para passar o Ano Novo, diz pesquisa

Depois das festas de Natal, muitos comerciantes esperam pelas trocas dos presentes para tentarem aumentar suas vendas. A última semana do ano pode levar os brasileiros às lojas novamente e impulsionar o comércio com as compras de produtos para o Ano Novo. Um levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que metade dos consumidores (50,5%) pretende comprar roupas, calçados e/ou acessórios para usar na passagem de ano. Os gastos com essas compras e também com as comemorações serão, em média, de R$ 293,56.

De acordo com a pesquisa, seis em cada dez brasileiros (64,6%) ainda não sabem ou não definiram quanto vão gastar. Para o educador financeiro do SPC Brasil e do portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli, o alto percentual de indecisos se deve, em parte, à incerteza quanto ao cenário macroeconômico e aos limites do próprio orçamento. “Muitas pessoas ainda têm compromissos financeiros a cumprir, o que faz com que deixem para decidir mais tarde o quanto poderão gastar”, diz.

Os dados mostram também que no Ano Novo diminui de forma significativa o percentual de entrevistados que irão comemorar em casa ou em casa de parentes (40,4%), se comparado ao Natal (67,0%). “Embora estas ainda sejam as opções mais citadas, outras formas de comemoração de Ano Novo também se destacaram, como casas de amigos, viagens e festas em estabelecimentos comerciais”, avalia Vignoli. 21,7% dos entrevistados ainda não se decidiram.

63% acreditam que 2016 será um ano melhor para as finanças

Em relação à percepção sobre a situação financeira atual em comparação com o mesmo momento no ano passado, os entrevistados apresentaram opiniões bem divididas: 34% acreditam que a situação piorou, 34% avaliam que a situação financeira continua a mesma de 2014 e 31% que melhorou.

Ainda assim, 63% dos entrevistados avaliam que 2016 será melhor para suas finanças do que 2015, principalmente por acreditarem que a economia do país irá melhorar (45,3%), com destaque para os pertencentes às classes C, D e E. Outro motivo para 10,8% é manterem a esperança de conseguir um emprego. Já entre os que não se mantém otimistas com o próximo ano, 25,1% citam a deterioração do cenário econômico, enquanto 8,2% mencionam o medo de não conseguirem manter o padrão de vida atual.

Porém, o otimismo aparente dos brasileiros, apesar de relevante, não encontra respaldo na situação econômica vivida pelo país em 2015 e nem nas expectativas dos especialistas para 2016.

Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a queda da atividade econômica ao longo de 2015 resultou em um recuo do PIB de 3,2% no acumulado do ano, pior resultado da série histórica iniciada em 1996. “Para o ano que vem, as projeções se mantém pessimistas: de acordo com o Banco Central, a expectativa é de um recuo adicional de cerca de 2%”, explica Kawauti.

Metodologia

O SPC Brasil entrevistou 601 consumidores de ambos os sexos e de todas as idades e classes sociais nas 27 capitais brasileiras e no interior. A margem de erro é de no máximo 3,7 pontos percentuais para um intervalo de confiança a 95%. O objetivo da pesquisa foi avaliar a intenção de compras no Natal de 2015.

Prefeitura realizará festa de revéillon na Capital do Agreste

O Marco Zero aguarda de braços abertos mais uma comemoração de passagem de ano em Caruaru. A festa, que se tornou tradição desde 2009, contribui para a confraternização e convivência harmoniosa. O revéillon deste ano trará bons motivos para que 2016 inicie com o pé direito. A programação terá início a partir das 21h.

Como já é tradição, será realizado um show de luzes e cores no céu de Caruaru. As queimas de fogos serão realizadas em dois pontos da cidade: uma no Monte do Bom Jesus e a outra na parte superior do Hotel Center Plaza. Haverá também a apresentação da Orquestra Só Emoções. Serão cinco minutos de queima de fogos, que poderá ser vista de diversos pontos da cidade. Serão distribuídos kits festa aos que estiverem nas 120 mesas disponibilizadas e reservadas desde novembro. O evento é uma realização da Prefeitura de Caruaru, por meio da Fundação de Cultura e Turismo.

“É com muita felicidade que encerramos mais um ano, um ano difícil, que enfrentamos dificuldades. Temos convicção de tudo que fizemos por Caruaru, pela população e pela classe artística. É hora de renovar as forças e nos carregarmos de boas energias para que 2016 seja ainda mais produtivo que o ano que se encerra”, comemora a presidente da Fundação de Cultura e Turismo, Lúcia Lima.

A expectativa é que mais de 2 mil pessoas passem pelo Marco Zero durante os festejos de passagem de ano. É importante lembrar que todas as mesas disponibilizadas já estão devidamente reservadas. A produção do evento só guardará as mesas até às 22h30, após isso, as mesmas serão destinadas a quem estiver em pé.

Patrimônio cultural de Pernambuco tem novo Conselho

Com um pacote de três ações, o Governo do Estado deu mais um passo para preservação e valorização do patrimônio cultural de Pernambuco. O governador Paulo Câmara empossou, na última terça (29), o novo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural, além de lançar o Prêmio Ayrton de Almeida Carvalho de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco e o Prêmio Ariano Suassuna de Cultura e Dramaturgia. Juntos, eles contabilizam R$ 211 mil em premiações. O ato aconteceu no Palácio no Campo das Princesas, sede do Executivo estadual, ao som da orquestra de frevo do Clube de Alegoria e Crítica Homem da Meia-Noite, tradicional troça carnavalesca de Olinda.

Diante de representantes dos mais diversos segmentos do setor, o governador Paulo Câmara destacou a importância de manter a política cultural mais “viva” e “atuante” no Estado. “A cultura precisa estar muito bem trabalhada, pensando uma política que não seja só do agora. Mas uma política que preserve o antes, garanta o presente, mas, acima de tudo, que pense fundamentalmente o futuro. Para que ela fique viva para as novas gerações e esteja presente no cotidiano da população de Pernambuco e do Brasil”, defendeu o governador.

Composto por 14 membros, sendo sete representantes da sociedade civil e sete designados pelo Governo (ver lista completa abaixo), o Conselho tem entre suas atribuições a missão de deliberar sobre tombamentos de patrimônios, eleição para novos patrimônios vivos, além de outros assuntos relacionados à política para o setor. O processo que culminou na nova formatação, com uma composição paritária, teve inicio em 2013 quando o ex-governador Eduardo Campos determinou a adesão de Pernambuco ao Sistema Nacional de Cultura (SNC), que orientou as gestões estaduais e municipais a comporem um conselho neste formato.

O chefe do Executivo pernambucano enalteceu a qualificação dos membros que integram o Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural. “São pessoas experimentadas, com um currículo invejável. Muitos deles já nos ajudam, há muito tempo, a pensar a política de cultura do nosso Estado. Estamos confiantes de poder continuar trilhando o caminho de valorização do nosso patrimônio, de pensar o futuro da difusão da nossa cultura e de estar mais junto dos movimentos culturais”, afirmou Paulo.

Eleito para compor o conselho no segmento Movimentos sociais de urbanismo e meio-ambiente, o arqueólogo Plínio Victor classificou o ato como uma “conquista histórica”. “A questão da preservação no Brasil é muito séria. Você tem grandes monumentos ou partes interessantes das capitais ou das cidades mais importantes, mas é como se o cidadão que mora no Interior ou mesmo nas cidades grandes não percebesse isso. O estabelecimento desse Conselho é uma conquista histórica. Daqui para frente teremos mais conquistas com certeza”, comemorou.

À frente da pasta de Cultura, o secretário Marcelino Granja ressaltou que o ato é a culminância de um processo de luta de expressiva parte da sociedade civil pernambucana, que vem ajudando o Governo de Pernambuco na construção das políticas públicas voltadas para a cultura. “Esse processo de integração do desejo da sociedade civil com o Governo do Estado, a partir da gestão de Eduardo (Campos), fez com que a política cultural passasse para um outro patamar, tanto em relação aos recursos, quanto também em relação ao processo de pactuar com a sociedade a distribuição e aplicação dos recursos da política cultura”, arrematou Granja.

PRÊMIO AYRTON DE ALMEIDA – Instituído com o objetivo de reconhecer as ações voltadas à preservação, sobretudo, da memória cultural do estado de Pernambuco, com a ênfase na preservação dos patrimônios culturais tangíveis (materiais) e intangíveis (imateriais) do Estado, a iniciativa contabiliza R$ 60 mil em prêmios que contemplarão três categorias: Formação (ações educativas), Promoção e Difusão (comunicação e midi), além de acervos documentais e memória cultural.

Podem concorrer à premiação iniciativas consideradas bem sucedidas da sociedade civil, portadoras ou não de personalidade jurídica, voltadas à valorização, preservação e difusão dos patrimônios culturais de Pernambuco, por meio de diferentes técnicas, instrumentos metodologia, e que tenham sido desenvolvidas ou estejam em desenvolvimento no Estado até o ano corrente do certame.

As inscrições podem ser realizadas até o dia 31 de março de 2016. Mais informações podem ser obtidas junto a Gerência de Preservação Cultural da Fundarpe, de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h, ou através dos telefones (81) 3184-3061/3062/3068 ou do endereço eletrônicopremioaacarvalho@gmail.com.

Funcionamento da Prefeitura de Caruaru no dia 1º

A Secretaria de Administração e Gestão de Pessoas de Caruaru informa que no dia 01 de janeiro não haverá expediente na Prefeitura, o mesmo acontecerá com as atividades da Ciclofaixa, que só retomam no dia 03 de janeiro.

Os serviços de caráter essencial, como a Policlínica do Salgado, UPA do Vassoural, Hospital Manoel Afonso, Hospital do Coração e Maternidade Casa de Saúde Bom Jesus estarão com as urgências funcionando normalmente. Já os ambulatórios e PSFs fecham.

Feira do São Francisco será antecipada

Em decorrência do feriado do Dia Mundial da Paz, vivenciado em 1º de janeiro, a feira de frutas, verduras e legumes do bairro São Francisco, que comumente acontece nas sextas, será antecipada para a quinta, 31, a partir das 5h. As feiras do Agamenon, Rosanópolis, Parque 18 de Maio; Salgado; Cohabs I e II; São João da Escócia e Rendeiras serão realizadas normalmente, nos dias e horários de costume, sem nenhuma alteração.

Portaria regulamenta dispensa de vistos para a Olimpíada

O Diário Oficial da União publicou ontem (30) a portaria conjunta dos Ministérios do Turismo, da Justiça e das Relações Exteriores que regulamenta a dispensa unilateral de vistos para turistas no período dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. A medida vale exclusivamente para australianos, canadenses, americanos e japoneses, que venham ao Brasil para fins de turismo, no período de 1º de junho a 18 de setembro de 2016.

A dispensa terá validade de 90 dias, contados a partir da primeira data de entrada no país. Estão excluídos do âmbito da portaria os cidadãos das nacionalidades mencionadas acima que venham ao Brasil com o objetivo de exercer atividades remuneradas ou assalariadas, participar de atividades de pesquisa, estágios, estudos e trabalhos de caráter social ou voluntário, entre outros.

O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, avalia que a dispensa temporária de vistos é uma medida que pode ter forte impacto no turismo brasileiro durante o Ano Olímpico. “Nossa expectativa é receber 20% de turistas das nacionalidades contempladas a mais nesse período e convidá-los ao esporte de descobrir e conhecer o Brasil. É uma vitória para o setor, que agradeço à presidenta Dilma Rousseff. Ela teve sensibilidade para perceber a importância desse pleito para a ampliar a promoção do Brasil no exterior e, consequentemente, atrair mais turistas e recursos para o nosso país. Registro meu agradecimento, também, ao Congresso Nacional. Foi lá onde tudo começou, com a aprovação unânime da lei autorizativa”, afirmou.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, destaca que a dispensa dos vistos não interfere no esquema de segurança pública organizado para o mundial. “A medida se une à estratégia de promoção da Olimpíada e não interfere na proteção dos indivíduos. Já estão em curso todas as medidas necessárias para que a segurança durante os jogos atenda aos mais rigorosos padrões internacionais”.

O Ministério das Relações Exteriores entende que a medida tem por objetivo facilitar o fluxo turístico durante os Jogos Olímpicos. O critério de reciprocidade no que se refere à isenção de visto continua, porém, a ser a norma geral aplicável.

Para definir os países beneficiados com a dispensa temporária de vistos por ocasião dos Jogos Olímpicos foram considerados uma série de fatores, entre os quais: elevado fluxo emissivo internacional, histórico positivo no envio de turistas ao Brasil, países que mais gastam no Brasil, forte tradição olímpica, baixo risco migratório e de segurança.

Governo pode perder R$ 116 bilhões com desoneração

Do Estadão Conteúdo

O Brasil que não conseguiu cumprir as metas de superávit primário prometidas pelo governo – e que por isso perdeu o grau de investimento em duas das três principais agências de classificação de risco – é o mesmo que encerrará 2016 com cerca de R$ 116 bilhões em renúncia fiscal.

O valor, de acordo com especialistas consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, é parecido com o previsto para este ano, de R$ 112 bilhões, acrescido de inflação de 7% esperada para 2016 e considerando um Produto Interno Bruto (PIB) negativo em 3%.
Até novembro, as renúncias fiscais do governo federal somavam R$ 95,4 bilhões, valor 7,65% superior aos R$ 88,6 bilhões de janeiro a novembro de 2014, a preços correntes. O que os cofres públicos deixam de embolsar corresponde a desonerações que vão da folha de pagamentos (R$ 22,1 bilhões no ano até novembro), responsável por 23% do total das renúncias, até Vale Cultura, com R$ 679 milhões. No mesmo período de 2014, as desonerações da folha somaram R$ 17,9 bilhões.
O ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy chegou a dizer em fevereiro, quando defendia a medida provisória que revertia, em parte, a desoneração da folha de pagamentos: “Essa brincadeira nos custa R$ 25 bilhões por ano, e vários estudos nos mostram que isso não tem protegido o emprego. Tem de saber ajustar quando não está dando resultado. Não deu os resultados que se imaginava e se mostrou extremamente caro.”
À época, Levy se referia apenas à desoneração da folha de pagamentos, mas a lista é grande. Quando perguntados se a redução das renúncias ajudaria a engordar a meta de superávit primário, analistas não entram em consenso. Para alguns, dada a avançada deterioração da política fiscal, o impacto não seria tão importante e o governo enfrentaria dificuldade em reverter as renúncias. Para outros, reduzir as renúncias seria valioso.
Em novembro, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, também comentou as desonerações. Disse que o governo pecou por excesso. “Não foi por falta de política ativa de apoio ao setor produtivo. Se pecamos, foi por excesso.”
“Concordo com o ministro. Foi enorme o pecado por excesso porque a desoneração da folha custou R$ 22 bilhões este ano, segundo conta preliminar da Receita Federal”, afirma o especialista em contas públicas José Roberto Afonso, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) e professor do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).
Segundo ele, é provável que, quando for apurado o resultado definitivo, a perda seja maior. O benefício, segundo Afonso, foi criado a pretexto de estimular a contratação de trabalhadores, mas hoje há um quadro generalizado e intenso de demissão. “Logo, o governo está pagando para trabalhadores serem demitidos.”
Renúncia fiscal, segundo Fábio Klein, especialista em contas públicas da Tendências Consultoria Integrada, é o nome dado a perda de receita em razão de subsídio, auxílio ou taxa subsidiada de que o governo abriu mão para beneficiar algum setor. Mas, de acordo com ele, o governo já tem feito a reversão desses subsídios tanto em 2015 quanto para 2016, segundo algumas intenções da Fazenda.
Klein cita como exemplos de reversão de renúncias o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – para carros, linha branca -, PIS/Cofins, para alguns casos, e a volta da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre combustíveis.
PILAR – Octavio de Barros, diretor do Departamento de Pesquisas Macroeconômicas do Bradesco, diz não ter dúvida de que a redução das renúncias fiscais é um pilar importante do ajuste fiscal. Mas ressalta que essa questão já teria, em parte, sido abordada pelo governo. Um programa emblemático que sofreu alterações este ano e vai colaborar com a redução da renúncia fiscal, segundo ele, é o da desoneração em folha de pagamento.
Com a alteração aprovada este ano, continua Barros, o governo deverá conseguir uma receita de cerca de R$ 10 bilhões em 2016. “Porém, tenho destacado em algumas oportunidades que o principal problema das contas públicas brasileira hoje é a rigidez das despesas. Atualmente o governo consegue mexer (sem a necessidade do Congresso) em apenas 10% da despesa total. Além disso, temos um grave problema de indexação das principais despesas do País ao reajuste do salário mínimo.”
O economista Bruno Lavieri, da 4E Consultoria, entende que as desonerações são outro fator negativo para a arrecadação. Ele destaca que a renúncia fiscal passou de R$ 78 bilhões em 2013 para R$ 104 bilhões no ano passado. Ele reconhece que houve algum avanço, como no caso da “reoneração” parcial da folha de pagamento de setores da economia. Mas, para ele, porém, o esforço é insuficiente.
“A falta de convicção do governo em reverter desonerações é o principal fator impeditivo (de alta da receita). Já que pela recessão não se consegue fazer muito milagre, o caminho natural, que seria de reverter desoneração, não foi feito.” Para 2016, ele avalia ser difícil o governo reverter de maneira acelerada as desonerações.