Charlie Hebdo: as lições que ficam

Jason Tércio *

Após o repúdio mundial à chacina terrorista que vitimou os jornalistas do irreverente Charlie Hebdo, é hora de refletirmos: quais lições podemos extrair desse episódio?

A maioria dos comentários tem refletido basicamente uma visão etnocêntrica, focando o “fanatismo” selvagem dos terroristas, o fundamentalismo religioso irracional, culturalmente atrasado e defasado dos valores do mundo contemporâneo ocidental.

E a atitude dos países ricos, que são as principais vítimas, se resume a reforçar o aparato repressivo, diminuindo assim as liberdades democráticas dos cidadãos e trazendo mais paranoia. Quem mais aplaude essas decisões são os donos da indústria de armamentos, que lucra uma fortuna com a “guerra ao terror”. Seu lobby é poderosíssimo nos governos das potências ocidentais.

Mas, por esse e outros motivos, ninguém discute a sério a natureza do terrorismo árabe, as razões de sua existência, as motivações reais de seus militantes. Os muçulmanos (e os cristãos) sempre se envolveram em guerras no passado, mas esse tipo de violência que vemos hoje é um fenômeno recente na história. Começou basicamente na década de 1970 com a revolução no Irã que derrubou, em 1979, o Xá Reza Pahlevi.

Ironicamente, as organizações terroristas islâmicas foram estimuladas e armadas no Oriente Médio por Estados Unidos e Inglaterra, durante a guerra fria, para reforçarem a defesa contra a influência comunista da União Soviética na região. O feitiço virou contra o feiticeiro.

Marx, que tanto seduziu os radicais sul-americanos e europeus dos anos 60 e 70, foi substituído por Maomé, uma inspiração muito mais forte, porque originária de crenças espirituais ancestrais, não de teorias acadêmicas.

Mas não se trata de um problema apenas religioso. Na verdade, o terrorismo islâmico é um problema sobretudo político-ideológico, e só será erradicado quando esse aspecto receber a devida atenção dos líderes mundiais. A comunidade internacional não entra nessa discussão porque teria que rever sua própria estratégia econômica e geopolítica no Golfo, Oriente Médio e norte da África. Uma estratégia que tem funcionado à custa de bases militares, guerras ilegais, torturas, bombardeio de civis e exploração de petróleo sem redução da pobreza local. Esses são os motivos fundamentais do crescimento do terrorismo árabe.

Prova disso é que os países onde as organizações terroristas têm suas bases são os mais pobres da região. A renda per capita do Iêmen é de US$ 1,5 mil; Afeganistão, US$ 2 mil; Paquistão, US$ 1,3 mil; Síria, US$ 5 mil; Iraque, US$ 6,5 mil. Para comparação, a renda per capita brasileira está em torno de US$ 11 mil.

Se os países ricos, em vez de tratar esses países apenas como fonte de lucrativos recursos naturais, lançassem na região uma espécie de Plano Marshall, teriam chance concreta de reduzir o terrorismo no mundo a longo prazo. O Plano Marshall, como se sabe, foi uma ajuda econômica que os Estados Unidos forneceram aos países europeus após o fim da Segunda Guerra Mundial, para ajudar na recuperação e também para interromper a crescente influência dos partidos comunistas.

Iniciativa semelhante no Oriente Médio e norte da África (com o dinheiro sob controle de instituições internacionais, não a cargo dos governos corruptos da região) levaria desenvolvimento econômico e social, tornando as populações menos vulneráveis ao aliciamento por organizações terroristas. E financeiramente custaria menos do que os enormes gastos com armas e bombas.

A França deveria adotar a mesma atitude, lançando programas sociais específicos para sua população muçulmana, formada por imigrantes e descendentes, originários da Argélia, Marrocos, Tunísia e da África subsaariana. É uma minoria étnica pobre, marginalizada, sem perspectiva de inserção e ascensão social, portanto com um potencial explosivo de radicalização.

No Brasil não temos conflito político-religioso, mas nota-se nos últimos anos o surgimento, na grande imprensa e nas redes sociais, de uma preocupante evangelicofobia. O discurso é o mesmo da islamofobia: colocam-se todos os evangélicos num mesmo saco, ignorando-se suas diferenças éticas e doutrinárias, para discriminá-los como ignorantes, supersticiosos, desonestos e, no Congresso Nacional, responsáveis por decisões conservadoras, como se os políticos católicos e os sem religião também conservadores não fossem muito mais numerosos.

A evangelicofobia ficou bem evidente durante a campanha presidencial de Marina Silva. Diversas notícias na grande mídia e nas redes sociais – por razões políticas e preconceito – fizeram insistentes críticas diretas e indiretas à sua condição de evangélica. Chegou-se a insinuar que, se eleita, ela poderia transformar o protestantismo em religião oficial do Estado. Uma insensatez tão absurda quanto o fanatismo.

Após a chacina no Charlie Hebdo a evangelicofobia teve novo surto. O cronista Gregório Duvivier escreveu, na Folha de S. Paulo (11.1.2015): “No Brasil, o fundamentalista prefere os meios oficiais: não usa metralhadoras, mas tem bancada no Congresso e milhões no exterior”. Arnaldo Bloch, em O Globo, comparou as igrejas evangélicas ao islamismo radical: “Neste mundo, o fundamentalismo religioso ataca em duas frentes. Uma, o Islã radical. (…) A outra frente são as chamadas igrejas neopentecostais, ou evangélicas, numa simplificação. (…) Núcleos radicais (alguns ligados a pastores importantes) que pregam o ódio aos praticantes de religiões africanas. Não será surpresa se, daqui a 20 anos, o Brasil for presidido por um pastor racista, ou pelo exército do Capitão Bolsonaro, armado até os dentes.”

É assim que se introduz o discurso do ódio, com incompreensão, ignorância, intolerância e preconceito em relação a comunidades diferentes nas crenças e valores. Devemos prestar mais atenção a essa perigosa tendência que ocorre no país.

Outra lição trazida pelo caso Charlie Hebdo envolve a liberdade de expressão. Na enxurrada de solidariedade e pesar pela morte dos cartunistas, foi unânime também entre nós a defesa (não raro hipócrita) da liberdade de expressão absoluta. É um ideal irrealizável.

Não existe e nunca existiu liberdade absoluta de expressão em nenhum país do mundo, nem na França (que no ano passado proibiu, como em ditaduras, manifestações de protesto contra o massacre israelense na Faixa de Gaza), nem no Charlie Hebdo, ao contrário do que se divulgou.

O jornal não era tão iconoclasta ao tratar de temas judaicos, até porque a França tem leis contra o antissemitismo bastante rigorosas. Em 2008, um de seus melhores cartunistas, Siné, foi demitido por ter publicado uma nota dizendo que o jovem Jean Sarkozy (filho do então presidente) “afirmou que pretende se converter ao judaísmo antes de se casar com sua noiva, uma judia e herdeira dos fundadores da Darty. Esse rapaz vai longe!”.

Só isso bastou para que Siné fosse acusado de antissemitismo pela Ligue Internationale Contre le Racisme et l’Antisémitisme. O editor do Charlie pediu uma retratação por escrito, Siné se recusou e foi demitido.

Devemos lutar, sim, pela liberdade de expressão ilimitada quando tratamos de fatos objetivos e de interesse público. Mas deve haver critério, respeito e limites quando for opinião pessoal sobre valores, símbolos e crenças.

Charlie Hebdo ultrapassou todos os limites éticos e, como um enfartado que insiste em comer feijoada e continuar fumando, acabou cometendo um hara-kiri, que aliás era o nome da primeira revista que o grupo fundou.

Com certeza, se o jornal continuar sendo editado, será mais moderado nas charges sobre temas polêmicos, inclusive porque o estilo sensacionalista anterior era próprio do grupo que morreu. Se o jornal insistir na mesma linha, correrá o risco de sofrer outro atentado futuramente.

No Brasil, os mesmos que incensaram a liberdade de expressão do jornal francês esquecem que aqui as biografias são recolhidas ou censuradas por motivos estapafúrdios. Há muito tempo ninguém protesta contra a lentidão do Supremo Tribunal Federal e da Câmara dos Deputados em decidir a alteração da lei que permite essa situação prejudicial à cultura do país.

Portanto, não basta vestir uma camiseta “Eu sou Charlie” e sair por aí, imaginando-se um arauto da liberdade de expressão, quando na verdade está apenas aderindo a um modismo pop, fugaz e inconsequente.

Diretoria da Petrobras aprovou compra de sondas sem licitação, diz Cerveró

O ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró disse na última quinta-feira (15) à Polícia Federal (PF) que a compra de sondas de perfuração sem licitação teve a aprovação da então diretoria executiva da estatal, em 2006, recebeu parecer do setor jurídico e foi feita para atender a uma necessidade específica e imediata da estatal, mas não passou pelo crivo do Conselho de Administração, responsável pela definição do planejamento estratégico da empresa.

O ex-diretor prestou depoimento aos delegados na manhã desta quinta-feira, na Superintendência da PF em Curitiba, onde está preso. Ele confirmou que mantinha relação de amizade com o empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, acusado de receber propina para intermediar contratos com a Petrobras, mas negou que tenha recebido “vantagem financeira” durante as negociações para a assinatura dos contratos. Cerveró também afirmou que não tem contas no exterior.

Em depoimento de delação  premiada, o consultor Júlio Gerin de Almeida Camargo afirmou que pagou U$ 40 milhões a  Fernando Soares para intermediar a compra de sondas de perfuração para a Petrobras. No depoimento, o delator declarou que o valor foi repassado para Soares por meio de contas indicadas por ele no Uruguai e na Suíça.

Para fechar o negócio, Camargo disse que procurou o empresário “pelo sabido bom relacionamento” dele na área internacional e de abastecimento da empresa, dirigidas à época por Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, respectivamente.

Para tratar do negócio, o delator disse que participou de uma reunião na sala de Cerveró, na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, onde  também estavam presentes o então gerente executivo da área internacional Luiz Carlos Moreira, o então vice-presidente da Samsung, Harrys Lee, e o gerente da Mitsui no Rio de Janeiro, Ishiro Inaguage. O ex-diretor confirmou a realização da reunião no depoimento de hoje.

Cerveró disse à Polícia Federal que tem relação de amizade com Fernando Soares. O ex-diretor relatou que conheceu o empresário em 2000, quando ocupava o cargo de gerente executivo de Energia. Segundo Cerveró, Soares representava empresas do setor de energia térmica interessadas em atuar no mercado brasileiro. A Union Fenosa, representada por Soares, fechou um contrato a Petrobras. De acordo com o ex-diretor, posteriormente, o empresário continuou a frequentar a Petrobras, representando outras empresas, com atuação nas diretorias de Abastecimento e de Gás e Energia.

Sobre a acusação de tentar blindar seu patrimônio para evitar a apreensão dos bens, razão pela qual ele está preso, Cerveró disse que não adquiriu patrimônio de forma ilícita. Sobre as movimentações financeiras, o ex-diretor declarou que precisava pagar despesas pessoais com a filha.

De acordo com relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), no dia 16 de dezembro, Cerveró sacou R$ 500 mil em um fundo de previdência privada e transferiu o valor para sua filha, mesmo tendo sido alertado pela gerente do banco de que perderia 20% do valor. Em junho do ano passado, Cerveró havia transferido imóveis para seus filhos, com valores abaixo dos de mercado. Na intepretação do Ministério Público Federal (MPF), o ex-diretor tentou blindar seu patrimônio, e por isso, a prisão foi requerida.

Comércio entra no ritmo das liquidações

Pedro Augusto

Passado o ritmo intenso das vendas de fim de ano, agora as lojas do centro de Caruaru estão colocando em prática as tradicionais liquidações de janeiro. Se a intenção é renovar os estoques e incrementar os faturamentos numa época de férias pode-se dizer que elas vêm acertando em cheio. Haja vista o bom fluxo de clientes que foi observado nos estabelecimentos em plena manhã da última terça-feira (13). Com as vitrines abarrotadas de descontos, que têm variado na casa dos 10% a 50%, eles estão projetando crescimento nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. Um exemplo disso é a Sapataria Muniz.

De acordo com o gerente Demilton Holanda, a rede de calçados espera comercializar cerca de 10% a mais no comparativo com 2014. “Já é sabido no setor varejista que muitos consumidores têm preferido comprar após o mês de dezembro por conta das queimas de estoque. Ciente disso, a Muniz tem realizado com êxito a sua tradicional liquidação já há vários anos. Assim como hoje (última terça), nossas lojas deverão ter visitação redobrada até este dia 20, quando está previsto o término da promoção. Nos pagamentos à vista, o desconto na rede tem girado na casa dos 40%”, destacou Demilton.

Promovendo pelo segundo ano consecutivo a campanha Viva Linda, o Boticário também se encontra em ritmo de liquidação. De acordo com o gerente comercial Sávio Diniz, até o próximo dia 24 os consumidores poderão comprar produtos da rede com até 30% de desconto. “Com a campanha pretendemos atrair não só aqueles clientes que preferem comprar em janeiro, mas também os tradicionais consumidores de fim de ano. Até o presente momento esperávamos uma movimentação maior, porém ainda temos uma semana para superar o faturamento do ano passado. Projetamos um crescimento nas vendas de 10%”, avaliou.

Nas Lojas Rabelo, os produtos seguem até esta terça-feira (20) com até 50% de desconto. Segundo o gerente de vendas Luiz Henrique, a meta é comercializar 12% a mais em relação ao mesmo período de 2014. “Hoje, todas as seções da Rabelo encontram-se em liquidação. Para se ter idéia, uma TV de 32 polegadas que estava custando R$ 999 em dezembro, agora baixou para R$ 799. Em paralelo, um liquidificador e um refrigerador que estavam saindo a R$ 69,90 e R$ 999, até esta terça serão comercializados a R$ 39,90 e R$ 899. Se tomarmos como parâmetro o fluxo de clientes desta semana deveremos atingir a nossa estimativa de vendas”, comentou Luiz.

Atento as oportunidades do comércio, o advogado Gustavo Lopes, de 21 anos, é um dos consumidores a preferir fazer compras somente em janeiro. Para ele, a velha tática de consumo sempre dar certo. “Todas as vezes que deixo para comprar no início do ano acabo adquirindo mais de um produto. Com as liquidações, os preços de dois itens ficam na média de um da época de dezembro, então, o jeito é aproveitar”. Na companhia da mãe e da avó, ele comprou dois calçados. Outro a aproveitar as ofertas foi o aposentado Jorge Silva. “Consegui guardar o meu 13º Salário e agora estou aqui comprando aquele sofá que tanto desejava”.

PM promove mudanças em seus comandos

Pedro Augusto

Com atuação em 15 municípios da região Agreste, o 4º Batalhão da Polícia Militar passou a ser comandado nesta semana por um novo gestor. Trata-se do tenente-coronel Clenildo de Azevedo Nunes, que foi empossado no cargo em solenidade realizada na tarde da última quarta-feira (14), no Centro de Formação dos Servidores e Empregados Públicos de Pernambuco, no bairro Boa Vista, no Recife. Antes de assumir a unidade com sede em Caruaru, o tenente-coronel estava chefiando o 7º Batalhão Voluntários da Pátria, em Ouricuri, no Sertão do Estado.

Com vasta experiência na Polícia Militar, oriunda de seus mais de 20 anos de carreira, Clenildo Nunes terá a responsabilidade de tentar inibir o crescimento dos índices de violência em sua nova área de operação. Além dele, também assumiram cargos na Diretoria Integrada do Interior 1 os tenentes-coronéis Lindjohnson Félix da Silva e Marcos Campos de Albuquerque bem como os majores Hercílio da Fonseca Mamede, Silvestre Silva Dantas e Edvaldo Heleno do Oliveira. Os dois primeiros passaram a comandar respectivamente o 2º BPM e o 9º BPM.

Já os demais agora estão responsáveis pelo 21º BPM, o 5º BPM e o 8º BPM. Na semana passada, a Secretaria de Defesa Social havia empossado os novos gestores da Dinter 1 e 2. Elas já estão sendo chefiadas pelo coronel José Roberto Tenório e pelo coronel Abel Ferreira Junior. Denys Soares de Lima, que conduziu as ações do 4º BPM no último semestre, passou a gerir a Diretoria Integrada Metropolitana. O coronel retornou para a capital pernambucana após meses de atuação no interior.

Todas as mudanças realizadas têm como principal objetivo atingir as metas do programa Pacto pela Vida. Em seu discurso de posse, no início deste mês, no Quartel do Comando Geral da PM, no Recife, o novo comandante da Polícia Militar, coronel Antônio Francisco Neto, destacou o novo momento da corporação. “A partir de agora, o juramento que realizamos no início da carreira, em defesa da vida alheia da liberdade, igualdade e propriedade norteará ainda mais as nossas ações. Trabalharemos para reduzir a violência em Pernambuco”.

Antônio Francisco está sendo auxiliado pelo novo subcomandante, o coronel Ilídio Ferreira Vilaça Neto. Já os cargos das chefias do Estado Maior agora estão sendo ocupados pela tenente-coronel Érica Cristina Melo de Castro (1ª seção) e pelo tenente-coronel Eduardo Henrique Costa (3ª seção). De acordo com os dados da PM, ao todo, 28 cargos tiveram alterações promovidas nas unidades da Diretoria Integrada Metropolitana, da Diretoria Integrada Especializada, da Diretoria Integrada do Interior I e II e de duas chefias do Estado Maior. As passagens dos novos gestores são por tempo indeterminado.

Caixa sobe juros de financiamentos da casa própria com recursos da poupança

Os mutuários que pretendem financiar a compra da casa própria com recursos da poupança podem preparar o bolso. A Caixa Econômica Federal reajustará os juros das operações contratadas por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). A justificativa foi o aumento na taxa Selic (juros básicos da economia), que subiu nos últimos meses e está em 11,75% ao ano.

As novas taxas valem para financiamentos concedidos a partir de domingo (19). De acordo com a Caixa, os mutuários que já assinaram contrato não terão mudança. Os imóveis financiados com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou pelo Programa Minha Casa, Minha Vida também não sofrerão alterações.

No Sistema Financeiro da Habitação (SFH), apenas a taxa para quem não é correntista da Caixa não mudou, sendo mantida em 9,15% ao ano. Para os correntistas do banco, os juros subirão de 8,75% para 9% ao ano. Os mutuários com conta na Caixa e que recebem salários pelo banco passarão a pagar 8,7% ao ano de juros, em vez de 8,25% ao ano.

Para os servidores públicos, a taxa aumentará de 8,6% para 8,7% ao ano para os correntistas. Para os servidores com conta na Caixa e que recebem salário pelo banco, os juros passarão de 8% para 8,5% ao ano.

O SFH financia até 90% de imóveis de até R$ 650 mil. Em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Distrito Federal e em Minas Gerais, o valor máximo de avaliação do imóvel corresponde a R$ 750 mil. As linhas do SFH tem custo efetivo máximo limitado a 12% ao ano. O custo efetivo máximo engloba juros e impostos sobre a linha de crédito, mas exclui gastos com seguros e taxas de administração.

No Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), que segue regras de mercado e não tem limite de valor para os imóveis, a taxa para quem não tem vínculo com a Caixa subirá de 9,2% ao ano para 11% ao ano. Para os correntistas do banco, os juros passarão de 9,1% ao ano para 10,7% ao ano. Quem tem conta no banco e recebe salário pela Caixa passará a pagar 10,5% ao ano de juros, em vez de 9% ao ano.

No caso dos servidores públicos, os juros também subirão de 9% ao ano para 10,5% ao ano. Para servidores com conta na Caixa e que recebem salário pelo banco, os juros saltarão de 8,8% ao ano para 10,2% ao ano.

Brasileiro condenado por tráfico de droga será executado neste domingo

A Indonésia vai executar neste domingo (18) o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, condenado por tráfico de drogas, informou hoje (16), em comunicado, a organização não governamental (ONG) Human Rights Watch. Ele está preso desde 2003.

“O governo indonésio está preparando um pelotão de fuzilamento” para executar Moreira e cinco outros prisoneiros condenados à morte por tráfico de droga,  disse a organização. De acordo com a ONG, a defesa de Moreira disse que o governo indonésio negou as solicitações do governo brasileiro para extraditar o preso, para que possa cumprir a sua pena de prisão no Brasil.

O Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas e peritos da ONU já expressaram preocupação pela aplicação da pena de morte em um caso de tráfico de droga, segundo a Human Rights Watch.

O presidente indonésio Joko Widodo apoia a pena de morte para os traficantes de droga e negou clemência para os prisioneiros, considerando que os traficantes destroem “o futuro da nação”.

Em 2013, o governo indonésio acabou com uma moratória não oficial da pena de morte que durou quatro anos. No mesmo ano, as autoridades indonésias executaram um cidadão do Malaui acusado de entrar com um quilo de heroína na Indonésia.

A organização de defesa dos direitos humanos qualifica de odiosa a aplicação da pena de morte pelo governo indonésio e apela ao presidente para aboli-la no país.

Aparelhos da Praça do Convento serão recuperados

A URB iniciou a manhã de ontem (16) retirando brinquedos e aparelhos de ginástica da Praça do Convento, do Parque das Rendeiras e do Baraúnas para recuperá-los ou substituí-los. O prazo para recolocação desse material é de cerca de 90 dias.

Segundo o Superintendente de Meio Ambiente, Guilherme Guerra, esses aparelhos foram danificados pelo mau uso. “Fizemos a manutenção na Praça do Convento, por exemplo, em dezembro do ano passado. Agora já é necessária outra revitalização, porque existe o ataque de vândalos nessa área. Pedimos que a população ajude a preservar esses espaços e em casos de movimentação estranha acionem a polícia”, alertou.

Todos com a Nota disponibiliza 15 mil ingressos para amistoso

O Programa Todos com a Nota (TCN), da Secretaria da Fazenda de Pernambuco (Sefaz-PE), abre a Temporada 2015 de Futebol em grande estilo, com a disponibilização de 15 mil ingressos para o amistoso internacional entre o Sport Clube do Recife e o Nacional, do Uruguai. O cidadão que já possui o cartão do Programa pode, a partir desta quinta-feira (15), adquirir as entradas de três formas: pelo telefone 2121.8181 (a partir das 7h); acessando o site www.todoscomanota.com.br; ou através do aplicativo do Todos com a Nota, disponível para as versões Android e IOS (a partir das 7h30).  O evento acontece no sábado (24/01), às 18h30, na Arena Pernambuco, e vale a taça Ariano Suassuna.

Além da partida, outras atividades recreativas serão realizadas visando à interação e o entretenimento do público, como por exemplo, apresentações de bandas musicais no intervalo do jogo, entrada lúdica dos jogadores, atividades em campo para os torcedores e exposição de troféus e dos uniformes de momentos históricos do Sport.

Todos com a Nota Esportivo – O Todos com a Nota Esportivo foi implantado em 2007. A cada R$ 100 reais em notas fiscais, o cidadão troca por um ponto (creditado no cartão digital utilizado para os jogos da Capital) ou por um vale-cidadão (nas partidas do interior), dando direito a um ingresso. Depois, basta ligar ou acessar o site (www.todoscomanota.com.br) e efetuar reserva do ingresso para a partida desejada. Atualmente, na Região Metropolitana do Recife (RMR) já existem 420 mil cartões cadastrados no Programa, sendo 200 mil de torcedores do Sport.

Verão legal dá dicas de economia de água

Verão, praia, calor. A combinação é perfeita para garantir a diversão, sobretudo no mês das férias, mas também acende o alerta para o uso racional da água. Isso porque o consumo costuma aumentar nesse período em que os veranistas aproveitam para curtir sua praia favorita. Para que todos possam usufruir das belezas do Litoral sem desperdícios, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) está promovendo campanhas de conscientização do consumo de água nas praias de Tamandaré e Porto de Galinhas, no Litoral Sul. A ação faz parte do programa Verão Legal, que já está em sua 7ª edição.

O objetivo do Verão Legal é fazer com que as pessoas revejam seus hábitos e aprendam a cuidar melhor da água para que ela não falte. Segundo a assessora de Responsabilidade Social da Compesa, Fabíola Coelho, é comum que, por estarem em seu período de descanso, as pessoas deixem de observar práticas que podem elevar o custo da conta de água e ainda desperdiçá-la. “Como o calor é grande, é normal ver gente querendo se refrescar e esquecendo o chuveirão aberto, por exemplo. São hábitos assim que podem ser evitados sem que isso prejudique o lazer”, observou.

Uma dica importante para quem tem casa na praia é fazer uma manutenção nas instalações hidráulicas antes de aportar com a família e os amigos. “Como são residências que ficam fechadas durante muito tempo, costuma haver ressecamento de canos, o que gera vazamentos. Bóias de reservatórios e caixas d’água também podem estar quebradas, o que estimula o desperdício”, explicou a assessora.

Em Tamandaré, a programação teve início no último fim de semana e continua nos próximos sábado (17) e domingo (18). Uma estrutura foi montada na orla, nas proximidades da Igreja de São José, para atender os banhistas. Além de informações, há atividades lúdicas para as crianças. Já em Porto de Galinhas, será feita panfletagem no Centro e nas casas de veraneio nestas quinta (15) e sexta-feira (16).

Interior
Também os municípios do interior onde há grandes eventos e maior fluxo de visitantes nesta época do ano estão recebendo as ações do Verão Legal. Em Ouricuri, no Sertão, agentes da Compesa levarão informações sobre o consumo consciente de água aos freqüentadores da Festa de São Sebastião. A abordagem aos participantes ocorrerá entre os dias 26 e 31 de janeiro, no pátio de eventos. Em Petrolina, também haverá conscientização no centro comercial da cidade e na orla.

Dicas para economizar água neste verão

– Se for tomar banho de chuveirão, seja breve e feche-o assim que terminar;

– Não use mangueiras para molhar ruas e calçadas. Se a poeira subir, prefira usar baldes com água usada no banho ou da piscina;

– Não deixe crianças brincando com chuveiros e mangueiras;

– Quando encher a piscina, não deixe a água transbordar;

– Verifique as condições das descargas dos vasos sanitários da sua casa de veraneio. Vazamentos nesses aparelhos costumam ser vilões do consumo doméstico;

– Faça uma manutenção nas torneiras, chuveiros e bóias para eliminar riscos de vazamentos e desperdício.

Aeronáutica: falha humana causou morte de Campos

Uma sequência erros do piloto Marcos Martins levou à queda do avião que matou, em agosto de 2014, o então presidenciável do PSB e ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e outras seis pessoas em plena campanha eleitoral. Falhas como ausência de treinamento para conduzir a aeronave acidentada, um Cessna 560XL, e a opção por atalho para acelerar os procedimentos de aterrissagem estão entre as razões da tragédia, que aconteceu em Santos (SP) e mudou os rumos do pleito presidencial no ano passado, colocando a ex-ministra Marina Silva (PSB-Rede) no páreo.

É o que mostram investigações da Aeronáutica a serem divulgadas no início de fevereiro, mas adiantadas em manchete de capa do jornal O Estado de S. Paulo desta sexta-feira (16). Assinada pela jornalista Eliane Cantanhêde, a matéria revela que o “resultado decisivo” que levou à queda do avião foi a tentativa de abortar o pouso e arremetê-lo abruptamente, quando Martins teria deixado de operar os instrumentos devidos de acordo com recomendações do fabricante do Cessna.

Essa situação, provocada pela falta de perícia do piloto, levou-o a sofrer o que é tecnicamente chamado de “desorientação espacial”, quando o piloto perde a noção referencial entre aeronave e solo. Ou seja, o piloto passa a ignorar a posição do avião – se está inclinado para cima ou para baixo, se suas asas estão na vertical, se está emborcado, ou mesmo se o avião simplesmente mantém a normalidade do voo.

“Essa conclusão sobre a ‘desorientação espacial’ baseou-se em informações sobre os últimos segundos do voo, no momento em que o avião embicou num ângulo de 70 graus e em potência máxima, como se o piloto acelerasse pensando que estava em movimento de subida, quando na verdade estava voando para baixo, rumo ao solo”, diz trecho da reportagem, lembrando que, além de Campos, morreram quatro de seus assessores e os dois tripulantes – além de Martins, o copiloto Geraldo Magela Barbosa.

Sem simulação

Segundo a reportagem, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Aeronáutica, debruçou-se sobre as causas do acidente em cerca de cinco meses de trabalho. Nesse período, traçou todo o perfil psicológico, pessoal e profissional dos pilotos, listou a sequência de erros de Martins e chegou à conclusão de que o acidente foi exclusivamente provocado por falha humana – o piloto não passou por simulador de voo do Cessna, aeronave “sofisticada e nova”, diz o Estadão.

“Não foi encontrado nenhum indício de falha técnica ou de operação do sistema aeronáutico. As duas turbinas foram detalhadamente analisadas e estavam em perfeita condição de uso, mas a caixa preta de voz não foi útil para as conclusões. Ela simplesmente não estava ligada, não gravou as conversas durante o voo”, registra outro trecho do texto.

O jornal informa ainda que piloto e copiloto não tinham bom relacionamento, e que aquele provavelmente seria o último voo conjunto da dupla, mesmo se o acidente não lhes tivesse abreviado a vida. O Cenipa registrou um histórico de desentendimentos entre os dois, inclusive um pedido de Magela para não voar mais com o piloto. Além disso, “circunstâncias objetivas” se somaram ao despreparo do piloto e à falta de sinergia da tripulação na cabine de comando: o tempo chuvoso e a conhecida complexidade de pouso, mesmo para pilotos experientes, na pista da Base Aérea de Santos.

“Apesar de todos esses agravantes, e talvez por excesso de autoconfiança, Martins cometeu, segundo os investigadores da Aeronáutica, o erro que deflagrou todo o desfecho trágico: ele desdenhou a rota determinada pelos manuais para o pouso na Base de Santos, não fez a manobra exigida para aquela pista e tentou pousar direto, de primeira”, explica a reportagem.