Aprender a ler e a programar quase na mesma época. Esta será a realidade dos alunos do ensino médio e fundamental de nove escolas públicas da Cidade do Recife. Nomeado de Pernambucoders, o projeto surgiu através de uma parceria entre a Secretaria de Educação de Pernambuco (SEE) e o Porto Digital, junto com o CESAR, a UFRPE e a Softex.
O lançamento da iniciativa será no dia 27 de outubro na incubadora Jump e terá a presença do Governador do Estado de Pernambuco Paulo Câmara e do Secretário de Educação de Pernambuco, Frederico da Costa Amâncio, além do Presidente do Conselho do CESAR Geber Ramalho e também Francisco Saboya e Silvio Meira, respectivamente Presidente e Presidente do Conselho do Porto Digital.
Para a realização do projeto, durante três semanas o CESAR treinou 18 bolsistas – estudantes de graduação da UFRPE, todos da área de computação -, para que se tornassem monitores do projeto. Cada escola deverá contar com duas turmas por semestre, sendo cada uma com capacidade para 25 a 30 alunos, e para isso, serão necessários dois monitores por turma.
Segundo Felipe Furtado, Gerente de Projetos do CESAR, o objetivo do Pernambucoders é fazer com que os alunos da rede estadual possam aprender conteúdos de programação desde cedo promovendo melhoria da qualidade e aumento da quantidade de candidatos aos cursos de computação e consequentemente dos profissionais disponíveis pra trabalhar e empreender em TICs no estado de Pernambuco.
O método que será utilizado é o já conhecido Code Club, uma rede mundial de clubes de programação para crianças. “Pelas experiências anteriores, o resultado dessa incorporação é sempre positivo. Além de despertar o interesse dos alunos para a área, o projeto contribui para o desenvolvimento, nos estudantes, de atributos como raciocínio lógico, concentração, criatividade, capacidade de resolução de problemas, comunicação e trabalho em equipe, além de aumentar o desempenho nas matérias do ensino regular”, explica Furtado. Outro resultado importante observado é o aumento da adesão aos cursos universitários de programação.
Para verificar os efeitos do Pernambucoders, será criado um Núcleo de Coordenação e Estudos que acompanhará e analisará a evolução dos alunos, além de avaliar os impactos da iniciativa no aprendizado. Ao final de dois anos, tempo de duração do projeto, uma estratégia será proposta para que a SEE incorpore a iniciativa e ela seja conduzida de forma definitiva.
“Esse projeto já vem sendo implementado em diferentes lugares. Na Inglaterra, por exemplo, muitas crianças têm aula de programação a partir dos cinco anos de idade. Em San Francisco, nos Estados Unidos, foi criada a meta de oferecer disciplinas na área de computação, fazendo o assunto parte obrigatória do currículo até a oitava série. Sabemos que estimular as crianças ensinando programação desenvolve habilidades comportamentais e criativas relacionadas à inovação”, comenta Felipe.