AMEPE divulga nota de apoio ao juiz Luiz Rocha

A Associação dos Magistrados de Pernambuco (AMEPE) manifestou apoio ao juiz Luiz Rocha, titular da 1ª Vara Regional de Execuções Penais do Estado, e repudiou qualquer tipo de intimidação contra o magistrado que exerce sua função de acordo com as leis  e os princípios constitucionais vigentes.

A entidade também condenou as acusações assacadas por parte de instituições que não conhecem os problemas estruturais enfrentados pelos magistrados pernambucanos, e se arvoram em atacar de público a magistratura digna do Estado, notadamente se aproveitando de momentos de crise como o vivenciado nos últimos dias.

O problema da superlotação nos presídios de Pernambuco foi ocasionado ao longo dos anos, principalmente, pela ausência de investimentos por parte do Poder Público, quando se constata de forma evidenciada a não criação de novas vagas diante de uma política de encarceramento estabelecida para combater a criminalidade. Além disso, apesar dos significativos esforços empregados pelo juiz Luiz Rocha, é irracional delimitar mais de 16 mil processos para uma única Vara que não possui número de servidores suficiente para atender a demanda.

A AMEPE defende, ainda, a urgente implementação da Lei 12.714, sancionada em setembro de 2012, que determina sejam as informações sobre execução da pena, prisão cautelar e medida de segurança mantidas e atualizadas em um sistema informatizado, possibilitando a criação de um banco de dados que permitiria um melhor acompanhamento das penas pelos juízes das Varas de Execução Penal e, certamente, ajudaria na rapidez dos julgamentos dos benefícios.

OAB deve pedir providências disciplinares contra juiz

Da Folha de Pernambuco

A Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE) deve entrar com representação no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) pedindo providências disciplinares em relação ao juiz Luiz Rocha, titular da 1ª Vara de Execuções Penais do Estado. O magistrado é tido como um dos alvos da rebelião dos detentos no Complexo Prisional do Curado, antigo Aníbal Bruno, no bairro do Sancho, na Zona Oeste do Recife.

O documento, que deve ser encaminhado à Corregedoria do TJPE, até o final desta semana, contempla ainda pedido de designação de mais dois juízes auxiliares para a Vara. A decisão foi tomada na noite de ontem. No encontro, conduzido pelo presidente da Ordem, Pedro Henrique Reynaldo Alves, foi decidido ainda a realização de um mutirão da advocacia para se fazer o levantamento do número de processos pendentes de decisão judicial.

A falta de assiduidade, dificuldade de acesso para despachos e lentidão na apreciação das petições são as principais queixas dos advogados em relação ao magistrado. Ainda segundo a ordem, durante uma inspeção realizada pela Comissão de Defesa das Prerrogativas dos Advogados foi constatada a ausência do juiz de seu gabinete em diversas oportunidades.

Crimes vão além da Petrobras, afirma juiz da Lava Jato

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, considera que existem indícios de que os crimes de corrupção e propinas “transcenderam a Petrobras”. Ele demonstra perplexidade com a planilha de dados sobre cerca de 750 obras públicas, “nos mais diversos setores de infraestrutura, que foi apreendida com Alberto Youssef”.

Doleiro e alvo central da Lava Jato, Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa fizeram delação premiada e relataram a ação do cartel das empreiteiras na estatal petrolífera. A planilha que incomoda o juiz da Lava Jato foi apreendida no dia 15 de março, quando a operação saiu à caça dos investigados.

Na terça-feira, em Brasília, durante sessão da CPI mista da Petrobras, Costa afirmou que o esquema de propinas é generalizado no País. Funciona, segundo o delator, “nas rodovias portos, ferrovias e aeroportos”.

Opinião: Deputado pede mordaça contra juiz

Por LUIZ FLÁVIO GOMES

O deputado Henrique Alves, presidente da Câmara, se irritou e pediu abertura de processo (junto ao CNJ) contra o juiz Marlon Reis, um dos responsáveis pela iniciativa popular da ficha limpa (MCCE), porque teria praticado “ilícitos”, ofendendo a classe política inteira, com seu livro Nobre Deputado (editora Leya). Juridicamente seu pedido deveria ser arquivado de plano; politicamente, vejo equívoco na iniciativa.

No livro (de leitura imprescindível, desde o segundo grau) narram-se minuciosamente todas as tramoias e maracutaias que alguns (alguns!) parlamentares (ou candidatos) praticam para conquistar ou manter o mandato eletivo. Em nenhum momento acusou-se de corruptos “todos os políticos”. O picaretômetro do Lula, em setembro/93, falava em 300 congressistas! Nunca vamos saber ao certo, mas existem (daí a indignação popular).

O livro detalha os métodos mafiosos e criminosos empregados por alguns candidatos ou políticos moralmente não ilibados (cobrança de propina na liberação de emendas ao Orçamento, uso de ONGs fraudulentas para seu enriquecimento, caixa dois, caixa três etc.) para chegarem ao poder (ou para mantê-lo, se possível eternamente).

As afirmações do livro foram reiteradas em entrevista ao Fantástico (“Há entre os deputados pessoas que alcançaram seus mandatos por vias ilícitas”). O CNJ deu prazo de 15 dias para o juiz se defender. Do ponto de vista jurídico, o “processo disciplinar” deveria ser arquivado prontamente. Por quê?

Porque a CF/88 protege exaustivamente a liberdade de expressão, ou seja, a liberdade de informação, de imprensa e de manifestação do pensamento intelectual, artístico, científico etc. (veja CF, art. IVIXXIV e art. 220 e §§). Veda-se o anonimato assim como a censura prévia ou a posteriori. Providências “disciplinares” contra um livro configuram censura posterior.

Sabe-se que as liberdades não são absolutas. Encontram limites nos direitos de personalidade (direito à vida, ao próprio corpo, ao cadáver, à honra, à imagem, à privacidade etc.). O entrechoque conduz à ponderação (princípio da proporcionalidade). Qual deve preponderar? Tudo depende da análise do caso concreto, guiada por vários critérios.

Quais critérios? O ministro Luís Barroso os sintetetizou: veracidade (subjetiva) do fato ou da opinião, licitude do meio empregado para a obtenção da informação, personalidade pública ou privada da pessoa afetada, local e natureza do fato ou da opinião, interesse público na divulgação da ideia, eventuais sanções a posteriori etc. Todos favorecem e amparam a publicação do livro Nobre Deputado (que se fosse exorbitante ensejaria reparação civil, nunca punição ao autor).

O juiz não é um eunuco intelectual. Pertence a uma instituição, mas tem liberdade científica, artística e intelectual. Quem exerce um direito (que se transforma em devercívico quando se trata de criticar os políticos corruptos) não gera risco proibido (Roxin). Logo, não há nenhum ilícito a ser censurado ou punido.

A conduta permitida por uma norma (sobretudo constitucional) não pode ser proibida por outra (Zaffaroni, tipicidade conglobante). O regime democrático é um “mercado” de livre circulação de fatos, ideias e opiniões. Quando houver abuso, cabe indenização (como asseverou Ayres Britto na ADPF 130, que declarou não recepcionada a Lei de Imprensa). Opino pelo arquivamento imediato do procedimento disciplinar que tramita no CNJ contra o juiz Marlon Reis (um guerreiro do Movimento Contra a Corrupção Eleitoral).

LUIZ FLÁVIO GOMES, jurista e diretor-presidente do Instituto Avante Brasil.

Câmara é notificada e vereadores voltam aos cargos

Presidente Leonardo Chaves sendo notificado

Presidente Leonardo Chaves sendo notificado

No fim da tarde de hoje, o presidente da Câmara de Caruaru, Leonardo Chaves(PSD), foi notificado pelo Juiz da Vara da Vara da Fazenda, José Fernando dos Santos Souza, para que os cinco vereadores sejam reempossados. Os cinco vereadores afastados em decorrência da Operação Ponto Final (deflagrada em 18 de dezembro do ao passado), serão reintegrados a partir das 17h, desta terça-feira (22).

O ato vai ocorrer na secretaria da Casa Jornalista José Carlos Florêncio. Serão reintegrados: Eduardo Cantarelli (SDD), Sivaldo Oliveira (PP), Jaílson Soares, o Jajá (PPS), Cecílio Pedro (PTB) e Louro do Juá SDD).

Os outros cinco foram indiciados pela Polícia Civil na Operação Ponto Final 2 e ainda precisam de uma decisão do TJ, para retornarem à vereança. São eles: Val de Cachoeira Seca (DEM), Evandro Silva (PMDB), Neto (PMN), Pastor Jadiel e Val das Rendeiras, ambos do PROS.

Deflagrada no ano passado, a Operação ponto Final 1, teve objetivo de apurar denúncias de que os edis estariam cobrando propina para aprovar os projetos do Executivo, mas especificamente, o projeto do BRT- Buss Rapid Transit, onde a prefeitura tentava na época, contrair empréstimo de R$ 250 milhões, junto ao Banco do Brasil. O projeto foi aprovado no dia 17 de dezembro e no dia seguinte a Operação foi deflagrada, com dez vereadores sendo presos e levados à Penitenciária Juiz Plácido de Souza.

Já a Operação Ponto Final 2, foi deflagrada em janeiro deste ano e cinco vereadores são acusados de corrupção ativa e passiva, para aprovar a CPI da CGU, que tinha como objetivo investigar a gestão do prefeito José Queiroz.

Com a volta dos cinco edis, hoje, a expectativa é que a sessão ordinária que vai ocorrer a partir das 20h, tenha a galeria da Casa Legislativa, lotada. Com à volta dos cinco vereadores já citados,cinco  suplentes deixam o cargo. São eles: Rosimery da Apodec (DEM), Nino do Rap (DEM), Alecrim (PSD), Carlinhos da Ceaca (PPS) e Jaélcio Tenório (PRB).

Vereadores declaram voto de repúdio à Federação Pernambucana de Futebol

Na sessão ordinária de ontem, na Câmara Municipal de Caruaru, dois vereadores usaram a tribuna para declarar voto de repúdio ao árbitro Luiz Claúdio Sobral, que comandou a partida entre Central e Santa Cruz, no último domingo (30), no estádio Lacerdão.

Segundo os parlamentares Jaelcio Tenório (PRB) e Rozael do Divinópolis (Pros), o placar do jogo foi alterado devido à má conduta do juiz. “Declaro aqui meu voto de repúdio, pois o jogo foi totalmente conduzido de forma errada. Nós caruaruenses não merecemos aceitar esse tipo de trabalho”, justificou Jaelcio.

Rozael também completou as palavras do colega, afirmando que foi uma vergonha o que aconteceu em campo no domingo. “Foi vergonhoso o que vimos. Aquele juiz veio com a clara intenção de prejudicar o Central. Tanto é que os próprios torcedores do Santa Cruz que se encontravam nas cadeiras se sentiram incomodados com os erros da arbitragem. Apresentamos aqui o nosso voto de repúdio não só para esse cidadão que se diz árbitro, mas também à FPF que não oferece a mínima condição de um clube do interior lutar pelo título pernambucano”, criticou.