Governador acompanha início da moagem da Usina Pumaty

Após acompanhar, no último dia 15, a retomada das atividades da Usina Cruangi, na Mata Norte, o governador Paulo Câmara participa, às 11h desta quarta-feira (23), do ato que marca o início da moagem da safra 2015/2016 da Usina Pumaty, na Mata Sul. Localizada no município de Joaquim Nabuco, a unidade deve produzir 700 mil toneladas de cana nesse período.
 
Com as atividades paralisadas há dois anos em decorrência de um processo de recuperação judicial, a Pumaty moeu na última safra, encerrada em maio, 513 mil toneladas de cana. A produção resultou em um faturamento de R$ 50 milhões e gerou quatro mil empregos no campo e na indústria.
 

Comissão de Educação aprova projeto de Armando Monteiro

A Comissão de Educação aprovou nesta terça-feira (22) projeto do senador licenciado Armando Monteiro, atualmente ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, aumentando as punições para as torcidas organizadas que promoverem tumultos e atos de vandalismo. O projeto segue agora ao exame da Comissão de Constituição e Justiça, em caráter terminativo – ou seja, se aprovado, vai direto à votação da Câmara dos Deputados.

O PLS 28/2014 muda dispositivos do Estatuto de Defesa do Torcedor (Lei 10.671, de 2003). Aumenta para até quatro anos a pena de reclusão de integrante de torcida organizada que promover conflito, rixa, agressões e atos de vandalismo e determina a dissolução judicial da torcida organizada que liderar tumultos e violências no raio de até cinco quilômetros do local do jogo.

O projeto estende a pena de reclusão ao presidente e diretor da torcida organizada e proíbe a transferência às torcidas organizadas de recursos financeiros e verbas públicas de empresas estatais e de economia mista.

“O projeto de lei tem o propósito de criar instrumentos necessários ao banimento dos arruaceiros dos estádios, a exemplo do que ocorreu em vários países da Europa”, assinala Armando Monteiro nas justificativas da proposta. O senador Douglas Cintra (PTB-PE), que assumiu o mandato de Monteiro e é membro titular da Comissão de Educação, disse, ao votar, ser preciso “proteger as famílias que as boas condições dos estádios estão levando em quantidade cada vez maior aos jogos”.

TSE aprova criação do Rede Sustentabilidade, partido de Marina Silva

Marina

Do Congresso em Foco

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, em sessão realizada na noite de ontem (22), o registro do partido Rede Sustentabilidade, idealizado ex-senadora Marina Silva. Todos os ministros acompanharam o voto do relator, ministro João Otávio Noronha.

O partido teve o registro negado pelo TSE, em outubro de 2013, por não ter reunido o número mínimo de assinaturas exigido pela Justiça, de 484.169. Em maio deste ano, a direção do Rede entregou mais 56 mil assinaturas, chegando a 498 mil signatários.

O ministro Gilmar Mendes chegou a arrancar aplausos dos presentes durante a leitura de seu voto. Ele se referiu a Marina como “uma candidata que teve, por duas vezes, mais de 20 milhões de votos em eleições presidenciais”, mas o registro de seu partido foi negado, enquanto “legendas de aluguel logram receber esse registro, para constrangimento desse tribunal”.

Mendes criticou a decisão de 2013 do TSE e, sem citar nomes, falou na dificuldade de Marina se candidatar a presidente da República nas eleições de 2014, o que acabou ocorrendo após a morte de Eduardo Campos, de quem era candidata a vice-presidente.

“O partido sofrera um notório abuso e era preciso que nós reconhecêssemos e deferíssemos o registro naquelas circunstâncias. Tanto fizeram para evitar que essa mulher fosse candidata e ela acabou sendo candidata, em circunstâncias trágicas. Marina perdeu as eleições, mas ganhou a nossa admiração. Portanto, perdeu ganhando”, disse o ministro.

A votação serviu para motivar uma discussão sobre o sistema de criação de partidos no país e negociação de tempo de TV entre partidos durante campanhas eleitorais. O presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, lembrou que, com a criação da Rede, o Brasil conta com 34 partidos. Ele disse ainda que se o sistema não for rediscutido “cada deputado vai querer ser um partido político”.

“Uma vez não tendo sido alterado o nosso sistema eleitoral, o que vai ocorrer é que cada deputado vai querer ser um partido político. Com a distribuição do tempo de TV dessa forma, cada deputado vai querer ser um partido político e de 34 passaremos a 500”, disse Toffoli, referindo-se à “necessidade de reflexão” sobre o tema.

Congresso mantém veto a fator previdenciário e a outras 23 propostas

Do G1

O Congresso Nacional decidiu, na madrugada desta quarta-feira (23), manter o veto da presidente Dilma Rousseff ao texto que acabou com o fator previdenciário e estabeleceu a regra 85/95 para a aposentadoria. Se o veto tivesse sido derrubado, o gasto seria de R$ 132 bilhões até 2035, segundo cálculo do Ministério do Planejamento.

O veto ao fator previdenciário foi um dos 24 votados em cédula de papel – todos foram mantidos. Outros oito, que tiveram pedidos de destaque, estavam sendo votados um a um, no painel eletrônico, até a última atualização desta reportagem. Os oito destaques são vetos polêmicos, como o reajuste de até 78% a servidores do Judiciário.

Caruaru recebe campanha sobre mau hálito

A campanha “Mau hálito: você precisa estar bem informado”, idealizada pela Associação Brasileira de Halitose (ABHA), será realizada em Caruaru, com panfletagem e esclarecimentos à população, no shopping Difusora, com foco na orientação na higiene oral para evitar e tratar o problema que atinge 50 milhões de pessoas no Brasil. As atividades estão relacionadas ao Dia Nacional de Combate ao Mau Hálito, datado em 22 de setembro.

“Identificar as causas e medir a quantidade de mau hálito é o ponto de partida para o tratamento. E entender como ele se forma é fundamental para a prevenção da halitose e manutenção de um bom hálito”, explica Mario Silveira de Souza, dentista e membro da ABHA.

Geralmente, quem tem mau hálito não percebe, pois as células do nariz se acostumam com o cheiro. A halitose acontece em qualquer idade, tem mais de 60 causas e pode ser agravar com o uso de medicamentos, consumo de alimentos com enxofre, baixa produção ou qualidade irregular de saliva. Para identificação do problema é feita a sialometria, medição da saliva que verifica se a quantidade está de acordo com o padrão e se funciona como um detergente com ação antimicrobiana e de limpeza. A halitose bucal está caracterizada pela quantidade de bactérias com moléculas de proteínas, muco e fermentação de enxofre. Para o tratamento, a ABHA indica profissionais qualificados que podem ser localizados no site http://www.abha.org.br/.

Além disso, a ABHA também disponibiliza o SOS Mau Hálito, serviço gratuito, de utilidade pública que foi criado devido ao tabu que existe em relação ao mau hálito na sociedade em avisar uma pessoa que sofre com o problema. “Para a pessoa que tem mau hálito e é avisada, é como se estivesse atestando que ela não tem uma boa higiene bucal, mas nem sempre é esse fator que leva a pessoa a ter mau hálito e pela presença desse tabu há necessidade desse sistema”, explica Maria Cecília Aguiar, presidente da ABHA. Para conhecer o sistema, basta acessar: http://www.abha.org.br/sosmauhalito.

Festival de Literatura divulga programação

Escritores e ilustradores do Brasil e do mundo estarão reunidos de 15 a 18 de outubro, em Garanhuns, no Agreste pernambucano, para compartilhar, com crianças e adultos, suas experiências sobre o universo da literatura infantil. Além de palestras, oficinas e mesas-redondas, a 2ª edição do Festival Internacional de Literatura Infantil de Garanhuns (Filig 2015) traz novidades, como a participação de editores nos debates; intervenções literárias em espaços públicos da cidade e um projeto-piloto de requalificação de bibliotecas e salas de leituras.

Com o tema “Poesia, rima e prosa da fantasia”, o Filig é uma realização da Proa Cultural, em parceria com a Ferreira Costa, Prefeitura de Garanhuns e o Serviço Social do Comércio (Sesc) de Garanhuns. O lançamento da programação do Festival ocorreu na terça-feira (22), em Garanhuns, com a presença do prefeito Izaías Régis, da diretora da Proa Cultural, Camila Bandeira, da secretária municipal de Educação, Janecélia Marins. No mesmo horário do lançamento, foi promovida uma coletiva de imprensa com a presença do curador Luciano Pontes, na sede da Proa Cultural, no Bairro do Recife.

Entre os nomes internacionais, participam este ano os escritores e ilustradores Miguel Tanco (Espanha), Anabella López (Argentina) e Anna Laura Cantone (Itália). Os convidados brasileiros são Leo Cunha (Minas Gerais) e os pernambucanos Rosinha Campos, Lenice Gomes e André Neves, que atualmente mora em Porto Alegre-RS.

Para falar sobre os desafios do mercado de livros infantis, o Filig convidou ainda os editores Annete Baldi (Editora Projeto – RS), Renata Nakano (Edições de Janeiro – RJ) e Peter O’Sagae (Dobras da Leitura – SP).

De acordo com o curador do Filig, Luciano Pontes, a ideia de trazer os editores para o festival é possibilitar que o público conheça o papel deles na produção literária. “É um trabalho pouco conhecido, mas de extrema relevância. Convidamos os editores para falar sobre o trabalho como críticos literários”, explica.

A expectativa dos organizadores do Filig é superar o público do ano passado, quando mais de 6 mil pessoas participaram das atividades programadas para os quatro dias de evento.

Após Mercosul, Humberto articula pauta da semana no Congresso

Terminada a XXXIV Sessão Ordinária do Parlamento do Mercosul (ParlaSul), em que representou o Congresso Nacional brasileiro, o senador Humberto Costa (PE), líder do PT no Senado, deixou Montevidéu com destino a Brasília, onde desembarca na tarde desta terça-feira (22). Humberto chega à capital federal e segue direto para o Senado, com a finalidade de discutir a pauta legislativa da semana com o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e demais líderes partidários.

Outro desafio importante do dia é a sessão do Congresso, marcada para 19h. A base governista está discutindo sobre como proceder em relação a ela, tendo em conta que está prevista a análise de vetos presidenciais com sérios impactos orçamentários. Os textos em questão referem-se a projetos da chamada pauta-bomba aprovados por deputados e senadores, que foram vetados pela Presidência da República diante das ameaças que oferecem às contas públicas. A estimativa é de que, se passarem, essas leis aumentem as despesas da União em mais de R$ 127 bilhões.

“Vamos trabalhar para que os vetos sejam mantidos. São matérias que podem causar danos irreparáveis ao equilíbrio fiscal. Não entro nem no mérito dessas normas vetadas, se são justas ou não. A questão é que o país não está em condição de dar sequência a pautas que aprofundem o desequilíbrio econômico. Nessa linha, contamos com que a oposição não aja de maneira irresponsável. Derrubar os vetos não é impor derrota ao governo, mas ao Brasil”, explicou Humberto.

ParlaSul – Em Montevidéu, onde esteve reunido desde domingo com parlamentares de Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, o líder do PT se somou à preocupação dos colegas com a crise síria, que já resulta na maior quantidade de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial. O tema tomou conta da Comissão de Direitos Humanos do ParlaSul porque o drama humanitário tem imposto aos países do bloco uma preparação para ajudar os sírios que migram para os integrantes do Mercosul.

“É uma questão de direitos humanos. Essa massa de refugiados tem de ser acolhida pelos Estados de todo o mundo. O Brasil já acolhe mais sírios do que muitos países europeus, como Itália e Espanha. Já demos refúgio a mais de dois mil deles, assim como a milhares de haitianos. Mas precisamos integrar melhor essa política intrabloco”, avaliou Humberto.

Os senadores e deputados do Mercosul também trataram de temas ligados a comércio, economia, meio ambiente, educação, cultura, ciência, tecnologia, esporte, moradia, saúde, meio ambiente e turismo.

O ParlaSul foi constituído em 2006 e é um órgão, por excelência, representativo dos interesses dos cidadãos dos Estados Partes do bloco: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A Venezuela, ainda em processo de adesão, e demais países associados, participam das sessões com direito a voz, mas não a voto.

Governo prevê queda de 2,44% no PIB e inflação de 9,29% em 2015

Da Agência Brasil

O governo federal prevê, para este ano, uma queda maior do PIB (Produto Interno Bruto, soma dos bens e riquezas produzidos em um país) do que anteriormente. Em lugar da retração de 1,49%, a equipe econômica trabalha com uma possível contração de 2,44%. A previsão de inflação para 2015 também foi alterada de 9% para 9,29%.

As mudanças estão no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do quarto bimestre, divulgado ontem (22) pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. O relatório, publicado a cada dois meses, traz atualização das previsões de arrecadação, gastos e metas do governo, além de revisão das projeções para os principais indicadores econômicos.

O documento é encaminhado ao Congresso Nacional e passa a servir de base para o acompanhamento da execução do Orçamento.

As projeções do mercado financeiro para os indicadores econômicos em 2015 são mais pessimistas que as do governo. Analistas e investidores preveem queda de 2,7% do PIB e inflação em 9,34% ao fim deste ano. As previsões estão no mais recente boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central junto a instituições financeiras do país.

Dia “D” de combate e prevenção aos acidentes de trânsito acontece em Gravatá

Nesta quarta-feira (23) será realizado o dia “D” de combate e prevenção aos acidentes de trânsito. Pela manhã a partir das 09h na quadra da Escola Estadual de Referência em Ensino Médio Professor Antônio Farias (EREMPAF) será realizada uma palestra com equipe do DETRAN, Guarda Municipal, Educação em Saúde e SAMU.

Na ocasião, eles também irão apresentar um simulado de acidente de trânsito com vítimas, para que os alunos possam ver como procede o serviço das equipes durante as ocorrências. No período da tarde as equipes irão visitar os mototaxistas e taxistas do centro da cidade.

Durante essa semana, no período de 21 a 25 de setembro, Gravatá vivencia a SEMANA NACIONAL DO TRÂNSITO. Ações educativas desenvolvidas em conjunto entre as equipes de Educação em Saúde, Programa Saúde na Escola (PSE), Guarda Municipal de Gravatá e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) são realizadas nas escolas e centro da cidade.

Paulo Câmara defende Estado equilibrado

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, afirmou, hoje, em Brasília, que o pacote anticrise apresentado pelo seu governo foi elaborado em cima de uma estratégia: a de garantir empregos, não afetar os mais pobres e se precaver para superar 2016, que promete repetir a recessão atual no país.  “E nós precisamos tomar conta. O que eu não posso deixar é o Estado desequilibrado, ter que fechar serviços públicos, de saúde, educação e segurança em momentos como esse. A responsabilidade de todo governante exige medidas e eu estou tomando medidas em favor do meu Estado”, declarou o governador, em entrevista ao radialista Geraldo Freire, na Rádio Jornal, na manhã desta terça-feira (22.09.15). O governador criticou o fato de o Governo Federal anunciar um conjunto de ações “sem sentido”, como a proposta da recriação da CPMF. Paulo destacou que a recessão já consumiu 70 mil empregos em Pernambuco e que está defendendo o Estado desta crise. Na entrevista, ele falou ainda sobre honrar o seu Programa de Governo tão logo a receita do Estado permita, mas que a prioridade é a manutenção dos serviços já existentes.  “E eu vou trabalhar muito, ao longo do meu mandato, para que tudo aquilo que foi devidamente pactuado, em favor do Estado e da melhoria qualidade de vida do povo e dos serviços públicos, seja efetivado. A responsabilidade de todo governante exige medidas e eu estou tomando medidas em favor do meu Estado”.  
 
 
Geraldo Freire – Ah! O senhor está em Brasília nesse momento. Adianta nesses tempos ir à Brasília, governador?
 
Paulo Câmara –  Olha Geraldo, a gente precisa estar sempre aqui. Primeiro, para conversar com a bancada federal. A gente tem temas importantes no Congresso que precisam devidamente ser debatidos e sempre tem um assunto a resolver nos ministérios, algum convênio que está enganchado ou alguma liberação de recurso que precisa de um trabalho mais de perto. Então, está no nosso ofício estar sempre junto dos ministérios, buscando realmente equalizar questões financeiras que podem ajudar o Estado de Pernambuco. 
 
Geraldo Freire – No caso de São Paulo, é alguma coisa de finança também?
 
Paulo Câmara – Não. É um debate que eu já fui convidado há um certo tempo, há cerca de 90 dias pelo Movimento Brasil Competitivo do Dr. Gerdau. E aceitei ser o palestrante hoje, junto com três governadores de outros estados da federação. Vamos debater um pouco o momento atual que passa o Brasil e vermos soluções conjuntas que possam ajudar a todos a superar essa difícil crise. 
 
Geraldo Freire – Esses aumentos nos tributos que estão chegando agora, decisão do Governo do Estado e sua decisão, se juntando, talvez, com alguns aumentos que a gente possa ter de Brasília, não vai ser ruim para gente não?
 
Paulo Câmara – Desde o início do ano nós estamos fazendo um amplo processo de corte nas nossas despesas. Cortei, já no início da gestão, 10% dos cargos comissionados, fizemos todas as revisões de contratos terceirizados, contratos de aluguel, viagem, diárias. Fizemos um amplo esforço de redução de despesas, temos que cortar algo em torno de R$ 900 milhões de despesas em 2015, diante da frustração nas receitas. Porque o Brasil está em uma recessão. Recessão essa que chegou a Pernambuco, afetando o emprego principalmente. E, diante de um quadro ainda muito indefinido para 2016, onde todas as projeções levam a crer que o Brasil, pelo segundo ano consecutivo,  terá recessão. Ou seja, vai continuar diminuindo o seu PIB. Então,  nós precisamos também nos precaver, a partir de medidas que englobam o aumento de receitas, para que 2016 seja um ano que possa ser superado. Vamos continuar diminuindo despesas em todas as nossas áreas, esse trabalho é contínuo e permanente. Mas estamos diante de um dilema: nós não sabemos o que vai acontecer com o Brasil. Nós não temos nenhuma sinalização de melhoria do cenário econômico. A União não tem nos ajudado, nem tem mostrado condições de poder ajudar os Estados e municípios. Então, nós nos debruçamos sobre números e sobre o que nós podíamos fazer em relação às receitas que nós temos controle, que é o ICMS, IPVA e ICD, e fizemos um conjunto de ajustes. Alguns (ajustes) que buscam a empregabilidade, a geração de mais emprego; e outros (ajustes) que buscam trazer uma maior justiça fiscal; e outros que buscam incrementar a receita. Receitas essas que também vão ficar nos cofres do Estado, mas vão ser dividas com os municípios. Eles também estão em sufoco muito grande. Nós sabemos que o momento é difícil, mas nós temos que tomar decisões e ações que não façam com que os serviços públicos tenham queda. Principalmente, a saúde que é hoje um dos grandes desafios nossos. Nós estamos em um desafio muito grande de regularizar o pagamento dos fornecedores. Vamos fazer isso até o final do ano. Mas precisamos, em 2016, ter receitas que garantam a manutenção desses serviços, porque isso é fundamental para a nossa população. É fundamental para a melhoria da saúde, para que a educação mantenha um padrão mínimo, para que a segurança possa ter redução de homicídios e que possamos gerar mais emprego e renda para a nossa população. 
 
Geraldo Freire – O que senhor está sentindo da crise até agora já é o suficiente para dizer: Bom, o meu programa de governo eu vou modificar. Aquilo que eu prometi a vocês não será feito nisso e naquilo. Por exemplo, o Hospital do Sertão… Essas coisas podem ser esperadas?
 
Paulo Câmara – Bom Geraldo, nós não vamos iniciar nada novo sem darmos regularidade às coisas que já existem. Isso é uma responsabilidade que eu tenho que ter como governante e eu vou fazer. O fundamental nesse momento é mantermos a qualidade dos serviços públicos já existentes. Eu tenho plena consciência que o meu programa de governo, que foi apresentado à sociedade pernambucana e foi aprovado pela ampla maioria dos pernambucanos, é um programa de governo em favor de Pernambuco e vai melhorar as condições de vida dos pernambucanos. E eu vou trabalhar muito, ao longo do meu mandato, para que tudo aquilo que foi devidamente pactuado, em favor do Estado e da melhoria qualidade de vida do povo e dos serviços públicos, seja efetivado. No momento, não é possível. Isso está muito claro e nós não estamos aqui para enganar ninguém.  Em 2016, tudo indica que será um ano tão desafiador ou até pior que 2015. Diante da instabilidade que se encontra em nosso país, uma falta de confiança, uma crise política e uma crise econômica que vai para o seu segundo ano de recessão. Isso só aconteceu, Geraldo, em 1930 e 1931. Mas eu vou continuar trabalhando, junto com a nossa equipe e com os pernambucanos. Porque o nosso programa de governo, tudo aquilo que nós nos comprometemos na campanha política, é em favor de Pernambuco e a população sabe disso. E tão logo tenhamos condições, nós vamos começar a tirar isso do papel. 
 
Geraldo Freire – O PSB de Pernambuco já tem posição firmada. Já é oposição ao Governo Federal?
 
Paulo Câmara – Nós temos uma reunião hoje com a bancada federal, junto com a direção. Eu tenho plena consciência dos desafios. Mas, independente de qualquer governo, nós temos que nos preparar para um grande ajuste fiscal. A presidente Dilma apresentou ao Congresso um ajuste, que precisa ser melhor debatido, precisa ser melhor apresentado. Ele ainda não foi oficialmente para o Congresso e então isso precisa ser trabalhado também. Agora, ajustes precisam ser feitos em todas as esferas do Governo, tanto no âmbito Federal, nos Estados e nos municípios. Eu vou continuar a trabalhar em favor de Pernambuco com independência, criticando o Governo Federal naquilo que nós entendemos que é para se criticar, e buscando alternativas de defesa em questões que são importante também para o Brasil. Eu tenho, hoje, junto à bancada federal, um grande debate sobre as questões que estão no Congresso. Temos aí esses vetos que a presidente fez, que vão aumentar e muito as despesas dos entes federativos, principalmente da União. Esse é um debate que precisa ser feito. Nós não podemos também, em virtude da nossa posição de independência, não defender questões da governabilidade e questões que atinjam diretamente os cofres públicos.
 
Geraldo Freire – Porque que o senhor é contra que a presidente aumente os tributos dela e o senhor aumenta os seus?
 
Paulo Câmara – Nós estamos fazendo todo esse processo de aumento do ICMS, buscando garantir o emprego e não afetar a população mais pobre, inclusive estamos aumentando as áreas de isenção do ICD. Estamos diminuindo (imposto) em setores que geram emprego, como a indústria e o setor sucroalcooleiro. E nós temos uma estratégia, na verdade, de sobrevivência. Tão logo nós tenhamos condições de diminuir os impostos, nós vamos diminuir. Agora, o que nós vemos no Governo Federal é um conjunto de ações, principalmente de criação, como a CPMF, que não diz o seu sentido. Não diz o que vai fazer. Se é para a Previdência, tem que ter uma medida estrutural. Porque não são quatro anos de CPMF que vão resolver o problema da Previdência. Precisa ter uma reforma estrutural. Então, se for apresentada uma reforma estrutural e nesse período de quatro anos for preciso novos recursos, como a CPMF, é óbvio que nós vamos defender. Agora, simplesmente apresentar uma CPMF e dizer que mais na frente vai se fazer as reformas estruturais não adianta. E no nosso âmbito não. No nosso governo não. Nós estamos defendendo o Estado de um grande recessão que vai continuar em 2016, que já fez com que desaparecesse 70 mil empregos no nosso Estado. E que nós precisamos tomar conta. O que eu não posso deixar é o Estado desequilibrado, ter que fechar serviços públicos, de saúde, educação e segurança em momentos como esse. A responsabilidade de todo governante exige medidas e eu estou tomando medidas em favor do meu Estado.
 
Geraldo Freire – Pronto governador, o avião já está lhe esperando faça uma boa viagem. O senhor volta hoje ainda?
 
Paulo Câmara – Pretendo voltar hoje à noite. Amanhã nós temos muitas ações a fazer e muito trabalho. Inclusive, amanhã vamos reabrir a Usina Pumaty, para também gerar emprego e renda na Mata Sul.