Quatro suspeitos são detidos em Gravatá com veículo de luxo roubado

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Três homens foram presos e um adolescente de 14 anos foi apreendido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), na noite do último sábado(15), na BR 232, em Gravatá, no Agreste de Pernambuco. O grupo escoltava um carro roubado e é suspeito de integrar uma quadrilha especializada em roubar veículos de luxo sob encomenda.

A abordagem foi realizada em frente ao posto da PRF de Gravatá, e contou com o a-poio do Grupo de Patrulhamento Tático de Garanhuns e de policiais rodoviários fede-rais de Recife. O adolescente estava ao lado do padrasto e dirigia um veículo de luxo que havia sido roubado na última sexta-feira(14), no bairro de Boa Viagem, na capital pernambucana.

Os outros dois suspeitos faziam a escolta em um automóvel que pertence ao pai de um deles. Um dos homens, de 29 anos, já foi preso duas vezes pelo mesmo crime, inclusi-ve havia sido detido no dia 30 de março deste ano.

O grupo havia ido buscar o carro em Recife e iria entregá-lo no Agreste, onde provavelmente seria clonado com placas de um automóvel idêntico e regularizado. O grupo foi encaminhado junto com os veículos à Delegacia de Polícia Civil de Gravatá, que irá investigar o caso.

“Só estou viva por causa do meu amor por ele”

Marcolino (14)

Pedro Augusto

Quem teve oportunidade de presenciar a relação de amor, carinho, afeto e proteção entre Luzinete Adelina Silva de Barros e Antônio Marcolino Barros Filho, certamente irá concordar que somente uma frase dita por apenas um deles seria muito pouco para descrever as suas histórias entrelaçadas de vidas. Durante pouco mais de 46 anos, mãe e filho, respectivamente, tiveram a oportunidade de dividirem o mesmo teto, os mesmos sonhos, conquistas e derrotas como se fossem uma única pessoa. Entretanto, como nada na vida é para sempre, o dia 16 de abril de 2016 foi a data escolhida pelo destino ou não para separar fisicamente os caminhos conjuntos do jornalista Marcolino Junior e de sua querida mãe Luzinete.

Depois de irem às compras no supermercado e almoçarem juntos já em casa, conforme ditava a tradição de um dia de sábado, eles iriam se ver pela última vez. “Após receber um telefonema, ele falou alto: eu vou… eu vou… Depois saiu daqui já por volta das 14h30 para não nunca mais voltar. Esses derradeiros passos dele jamais sairão da minha memória”, relembrou Luzinete de Barros.

Neste Domingo de Páscoa (16) completará um ano em que mãe e filho se viram pela última vez. Nem de longe, devido à vontade própria de ambos, mas sim por causa de uma atitude bárbara e covarde, que acabou chocando e pegando toda a população caruaruense de surpresa.

Após receber o telefonema citado, Marcolino acabou sendo morto a facadas durante a tarde, em um motel de Caruaru. Seu corpo só foi localizado na manhã do dia 18 abril, no distrito de Insurreição, na zona rural de Sairé, no Agreste do Estado. Passados todos esses meses, como não poderia ser diferente, os sentimentos que vêm norteando a vida de Luzinete têm se caracterizado em grande parte pela dor, a tristeza e a saudade. “Todos os dias eu choro. Tenho chorado tanto que às vezes nem lágrimas têm caído. Se não fosse o amor que tenho por ele, já teria morrido, porque ele me amava demais e não gostaria que desistisse da vida”, acrescentou Luzinete.

A aposentada ainda mantém intactos num dos quartos de seu imóvel os objetos que eram utilizados por Marcolino Junior. Devido ao seu estado avançado de decomposição, quando foi encontrado morto, Marcolino só pôde ser identificado, justamente, através do reconhecimento de alguns de seus objetos pessoais: uma pulseira e um anel. Encaminhado na ocasião para o Instituto de Medicina Legal do Recife, o corpo do jornalista acabou sendo reconhecido pela família, através da prima dele, Juciane da Silva Lima. Um ano depois do episódio, que acabou repercutindo nacionalmente, ela parece ainda não acreditar na partida do parente.

“Fui eu quem reconheceu o corpo, mas às vezes me pego sem querer acreditar no que fizeram com ele. O sentimento é de muita saudade. Sinto falta do Marcolino da infância, da adolescência, da época de juventude. Ele foi morto de uma forma muito brutal. Acredito que ainda restam muitas lacunas a serem preenchidas em relação ao seu caso. A própria promotoria do Ministério Público já chegou a levantar a possibilidade do envolvimento de uma terceira ou quarta pessoa na sua morte. Várias conversas já chegaram aos nossos ouvidos como a da tentativa de queimar Marcolino em seu próprio carro. Neste contexto, não se configuraria o latrocínio, conforme foi apontado no inquérito policial, mas, sim, perseguição, rixa ou outro motivo.”

Dos dois suspeitos que foram apontados e presos pela polícia como os responsáveis pela morte de Marcolino, atualmente apenas um encontra-se recolhido na Penitenciária Juiz Plácido de Souza. Trata-se de Rafael Leite da Silva, de 32 anos. De acordo com as investigações da Polícia Civil, ele teria se encontrado com o jornalista no início da tarde do dia 16 de abril e, em seguida, se dirigido com ele num automóvel para o motel onde a vítima foi executada. Lá, Rafael teria aplicado um golpe de jiu-jítsu desferindo posteriormente golpes de faca peixeira no pescoço dele. Para atrair Marcolino até o local, o suposto executor teria contado com a intermediação do comparsa Davi Fernando Ferreira Graciano, de 22 anos.

Este último, segundo a polícia, sabia que Marcolino Junior possuía interesse em relação ao Rafael e acabou intermediando o encontro entre eles. A vítima e o suposto executor chegaram até o motel por volta das 16h50 e mais de uma hora depois, precisamente às 18h, câmeras de videomonitoramento registraram quando o automóvel de propriedade do colunista deixou o local sob a condução do Rafael. O corpo de Marcolino foi colocado no porta-malas. Isso ficou comprovado através da perícia do IC. Também de acordo com as investigações, o cadáver foi levado pelo próprio Rafael até o distrito de Insurreição. A suposta dupla de comparsas teria cometido o crime para tentar se beneficiar financeiramente.

“Meu cliente é inocente. Ele deu três versões diferentes em relação ao crime, porque foi pressionado. A filha dele precisou passar uns tempos no Recife, porque estava sendo perseguida juntamente com a sua mãe. O Rafael também foi perseguido na prisão. Seu crime foi apenas ter aceitado a proposta de R$ 1 mil pela venda do automóvel da vítima”, disse o advogado de Rafael Leite, Cláudio Sales. Assim como Cláudio, o advogado de Davi Fernando, José Cordeiro, utilizou o espaço disponível na matéria para ressaltar a inocência de seu cliente. “O Davi nem deverá ir a júri, porque não existem elementos suficientes que determinem a sua participação. Ele não teve nenhum envolvimento com a morte do Marcolino.”

Enquanto o julgamento dos acusados não é realizado – até agora existe apenas a confirmação de que o Rafael terá de comparecer ao Tribunal de Júri –, os amigos de Marcolino vêm alimentando o desejo de justiça através das boas lembranças deixadas por ele. Colegas de trabalho do colunista por vários anos, a jornalista Léa Renata e a diagramadora Socorro Polycarpo, do Jornal VANGUARDA, relembraram as suas principais características.

“Marcolino era uma pessoa muito irreverente, feliz e de bem com a vida. Deixou muitas saudades”, destacou Léa. “Com certeza, a nossa redação ficou um pouco mais silenciosa após a sua partida, porque Marcolino era muito alegre e contagiava a todos com o seu bom humor”, acrescentou Socorro. Uma missa em memória do jornalista será realizada na terça-feira (18), às 19h, na Igreja da Natividade do Senhor, no Bairro Universitário.

Deliberativo do Central pode pedir impeachment de Lícius

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Diferentemente de sua participação no hexagonal do título, que toda a torcida já aguardava o seu fiasco dentro de campo, o futuro do Central para o restante da temporada vem se desenhando pelo menos neste momento como uma verdadeira incógnita. Apesar de na última terça-feira (11) ter anunciado a contratação de três jogadores: o goleiro Marcelo Bonan e os meias Luiz Henrique e Marco Morgon, além do técnico Álvaro Gaia, o atual presidente-executivo Lícius Cavalcanti, não sabe se continuará comandando os destinos do clube.

Isso porque, uma reunião extraordionária do Conselho Deliberativo do Central, marcada para esta segunda-feira (17), a partir das 20h, no Estádio do Lacerdão, deverá definir se será aberto mesmo ou não o processo de impeachment contra ele. Na ocasião, o pedido de impedimento das funções do atual mandatário alvinegro será apresentado pelos sócios beneméritos Mario Afonso e André de Paula, bem como pelo ex-presidente Chico Noé. Para tal medida, eles estão se baseando no artigo 72 do estatuto do clube.

Para comentar tal possibilidade, a reportagem VANGUARDA tentou entrar em contato por telefone com Lícius durante a tarde da última quarta-feira (12), mas ele não atendeu as ligações.

ARTIGO — Insistir na carreira ou começar tudo de novo?

Por Eduardo Ferraz

Em algum momento da vida, você, certamente, já se fez a seguinte pergunta: “devo insistir em algo ou desistir e começar de novo?”. É preciso ser persisten­te, dedicado, comprometido e paciente quando se tem um bom processo em andamento – e isso vale para um relacionamento afetivo, aplicações financeiras, estudo, emprego, carreira e amizades. No entanto, também há o outro lado da moeda, o de insistir em apostas erradas para tentar recuperar o prejuízo.

Uma boa carreira costuma demorar pelo menos dez anos para dar resultados consistentes. Não se consegue um ótimo emprego sem merecimento e, quando conquistado, precisa de manutenção diária para gerar bons frutos (promoção, au­mento de salário, reconhecimento) no futuro. Mesmo um bom relaciona­mento afetivo demanda tolerância com as diferenças alheias e precisa ser construído aos poucos.

Agora, quantas vezes você já insistiu em algo só por teimosia, medo de ficar sem nada ou vergonha de admitir o erro? Às vezes, mantemos posições equivocadas para tentar reverter uma tomada de decisão infeliz, e continuar investindo tempo, dinheiro e energia em situações das quais deveríamos desistir só piora o prejuízo.

Falando especificamente da vida profissional, muitas vezes, o problema não está no emprego, pois a pessoa está na carreira ou profissão errada. Outras vezes, a carreira é ótima, mas o emprego é ruim. Em outras, ainda, a vida afetiva atrapalha tanto na carreira quanto no emprego.

Se gosta do que faz na carreira, tem perspectivas de evolução nos próximos anos, consegue usar seus talentos com frequência, está motivado para continuar aprendendo, não se vê fazendo outra coisa, você está no caminho certo, com uma carreira promissora, e deve investir toda sua energia para que fique ainda melhor.

Agora, se você odeia o que faz, tem pouca perspectiva de evolução, usa pouco seus talentos, seus pontos fracos atrapalham muito, acha a profissão desagradável, sente-se desmotivado a maior parte do tempo, seu dia a dia profissional é monótono, pensa com frequência em fazer outra coisa e nunca recebe novas propostas de trabalho, é hora de repensar sua carreira. O que está errado? É uma fase ruim (conjuntura, economia fraca, cansaço, emprego ruim) ou um problema mais grave? É possível melhorar alguns desses itens?

Ao analisar esses prós e contras, você pode ter entrado em um dilema ainda maior. Nesse caso, sugiro que concentre seus esforços na parte positiva e tente ajustar, dentro do pos­sível, a parte negativa. Mudança de carreira é coisa séria e complexa, por isso você deveria fazer o máximo para ajustá-la antes de tomar uma drástica decisão de mudar. Não existe carreira perfeita, pois sempre haverá dificulda­des, fases ruins, decisões equivocadas e gente desagradável. Mas também haverá fases ótimas, boas decisões, gente inte­ressante e resultados positivos.

Faz parte do jogo conviver com altos e baixos. Entretanto, tome cuidado com excesso de indecisão: é muito ruim ficar dividido por um tempo pro­longado, pois a dúvida paralisa, trava a tomada de decisões e prejudica os resultados. Logo, não fique em cima do muro. Siga em frente com sua carreira e melhore um pouco a cada dia ou desenvolva um plano B para começar em uma nova profissão, mais próxima de seus ideais.

Agulha da anestesia bucal poderá ser substituída por fita adesiva

Uma das grandes preocupações dos pacientes na ida ao dentista é com a famosa anestesia. Atualmente, inúmeras são as formas para amenizar o desconforto no momento da aplicação da agulha anestésica. Bem recente foi publicado no Portal G1 que pesquisadores da USP de Ribeirão Preto (SP) desenvolveram uma fita adesiva que promete acabar com o medo da injeção vivido por pacientes no dentista.

O estudo feito pelos departamentos de Farmácia e de Odontologia da universidade apontou eficácia no uso de um dispositivo biocompatível e biodegradável que libera um anestésico aos poucos e substitui a temida agulha no consultório. Os testes realizados até agora confirmam que a tecnologia proporciona ao paciente um alívio por pelo menos 50 minutos, garantido, inicialmente, para procedimentos menos invasivos como a raspagem periodontal, microcirurgias e extração de dentes de leite em crianças, além da própria picada da agulha. A ideia é continuar desenvolvendo o adesivo para que ele também seja aplicado em intervenções mais profundas a exemplo de cirurgias de canal.

Os pesquisadores estimam de um a cinco anos para que a inovação chegue ao mercado e seja produzida em escala industrial. Parte da pesquisa foi publicada nas revistas Colloids and Surfaces B: Biointerfaces e Biomedical Chromatography. “Ele tem um efeito anestésico muito satisfatório, eliminando o uso de agulha. Outros procedimentos ainda vão se dar ao longo do desenvolvimento da pesquisa para a gente poder ter a certeza da utilização dessa fita adesiva com procedimentos mais invasivos”, afirma Paulo Linares Calefi, um dos pesquisadores da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) que participaram do estudo.

Curso de Análise de Desempenho no Futebol será realizado em Caruaru

Seguem abertas até este sábado (15) as inscrições para o 1º curso de Análise de Desempenho no Futebol. Com o tema “Enxergando o jogo em uma nova perspectiva”, a capacitação é a primeira do Interior do Estado voltada para o assunto. O curso será promovido no próximo fim de semana, em Caruaru. Ele será destinado para estudantes e profissionais que trabalham ou pretendem atuar direta ou indiretamente com o esporte, especialmente o futebol, com interesse em adquirir conhecimentos modernos sobre a análise de desempenho, e também para todas as pessoas que querem aprender mais sobre o futebol moderno.

A análise de desempenho é uma área que está consolidada no futebol europeu e aos poucos vem chegando ao futebol brasileiro, que trabalha com a perspectiva de resultados a médio e longo prazo. No curso, os participantes terão a oportunidade de aprender desde o perfil do negócio, a identificação do modelo de jogo, análise de desempenho, até como se constitui esta nova área que vem crescendo bastante a cada dia no mercado brasileiro.

A capacitação é uma iniciativa do Caruaru City Sport, em parceria, com o curso de Educação Física do Unifavip/Devry, com o apoio do Atlético Paranaense, que vai disponibilizar seus profissionais da área para ministrá-la. O valor da inscrição corresponde a R$ 389, com descontos de 50% para estudantes, dividido em até 3x no cartão.

As inscrições estão sendo realizadas pelo site www.caruarucity.com.br ou na coordenação do curso de Educação Física do Unifavip/DeVry, que fica localizado na Avenida Adjar da Silva Casé, nº 800, Bairro Indianópolis.

FUTEBOL: Atenções agora ficam para as semifinais

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Pedro Augusto

Com a despedida do hexagonal do título, que por sinal não deixou muitas saudades, agora as atenções da torcida ficarão voltadas para as semifinais do Campeonato Pernambucano. Sem muito tempo a perder, haja vista que o calendário do futebol brasileiro é bastante apertado, os jogos de ida desta nova competição serão disputados já neste fim de semana. Classificado em quarto lugar após ter sido derrotado pelo Náutico por 2 a 1 na última rodada do hexagonal, na segunda-feira (10), no Estádio do Arruda, o Santa Cruz recebe o Salgueiro, neste sábado (15), a partir das 18h30, também no José do Rêgo Maciel.

Sabedor das dificuldades que deverá encontrar pela frente, a equipe coral pretende enfrentar o Carcará – isso caso não haja nenhuma contusão de última hora – com força máxima. O respeito pregado ao adversário é bastante justificável, haja vista que nas duas vezes que o enfrentou no hexagonal do título, o Mais Querido obteve uma derrota e uma vitória. Do outro lado do campo, o time sertanejo tentará diante do Santa prevalecer o entrosamento de anos de seu elenco repleto de jogadores experientes. Líder soberano do hexagonal com cinco pontos de diferença em relação ao segundo colocado, o Náutico, o Carcará tem sido figura bastante frequente nos últimos anos nas semifinais do Pernambucano.

Ainda pelos jogos de ida da competição, o Sport duela com o Náutico, neste domingo (16), às 16h, no Estádio da Ilha do Retiro. Em seu último compromisso pelo hexagonal do título, o time da Praça da Bandeira acabou goleando o Central por 3 a 1, no domingo (9), no Arruda, terminando na terceira posição. Com um futebol mais convincente após a chegada do técnico Ney Franco, o Leão não terá desfalques para o clássico contra o Timbu e novamente apostará nas boas fases do meia-atacante Diego Souza e do atacante Rogério para tentar superar o arquirrival. Nas duas partidas em que fez contra o alvirrubro nesta temporada, o rubro-negro pernambucano colecionou um empate e uma derrota.

Tropeçando nos últimos anos sempre na semifinais, o Náutico tentará iniciar, a partir deste domingo, a sua caminhada para voltar a disputar uma final de Estadual, o que não ocorre desde 2014. Para isso, apostará novamente no talento do atacante Erick, que já está sendo apontado pela crônica esportiva como a maior revelação deste Pernambucano, bem como no comando arrojado e vencedor do técnico Milton Cruz. Mesmo com a possibilidade de terminar em quarto, caso perdesse ou empatasse com o Santa, o que evitaria o confronto contra o Sport nas semifinais, o Timbu não fugiu do páreo e derrotou o arquirrival atuando bem.

Final da Páscoa ainda deve incrementar lucros

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Pedro Augusto

Os consumos de peixes, vinhos e ovos de chocolate foram gigantescos nos últimos dias, em Caruaru, com o vivenciar da Quinta-feira e da Sexta-feira Santa 2017. Satisfeitos até agora com a alta demanda por produtos relacionados à Páscoa, os supermercados da Capital do Agreste também vêm apostando em boas vendas neste restante de feriado prolongado. Já tarimbados quanto aos efeitos provocados pela crise econômica, a maioria deles não só vem adotando estratégias novas para tentar lucrar ao máximo no período como também não tem deixado de colocar em prática as velhas e conhecidas táticas que costumam agradar bastante os bolsos dos consumidores: as tradicionais promoções.

Uma das unidades do supermercado Pagmenos, por exemplo, deverá utilizar o restante da Semana Santa para fazer queimas de estoque. “Em relação ao mesmo intervalo do ano passado, a demanda por peixes encontra-se 20% superior em 2017. Dentre os mais procurados estão o filé de polaca, a corvina, a sardinha e a cavalinha. Quanto aos ovos de chocolate, eles estão tendo uma saída satisfatória e a expectativa é de que façamos uma queima de estoque a partir deste Sábado de Aleluia (15) para incrementarmos ainda mais o nosso faturamento. Como já tivemos prejuízos devido à compra elevada de ovos, este ano decidimos adquiri-los em volumes menores”, destacou o gerente comercial, Márcio Marcionilo.

Consciente dos apertos orçamentários que ainda estão tendo de encarar os consumidores por conta da crise, o Hiper Bompreço está apostando nesta Páscoa na comercialização de tabletes de chocolate, que custam a partir de R$ 3,98. A empresa investiu em itens importados e exclusivos para a época e espera chegar até a este Domingo de Páscoa (16) ao crescimento de dígito duplo na venda deste tipo de produto sazonal em comparação com o mesmo período do ano anterior. Com o objetivo de aguçar ainda mais o desejo de consumo dos caruaruenses, o Hiper ainda está parcelando as compras de ovos de chocolate e vinhos em até seis vezes sem juros no cartão de crédito Hipercard.

Além dos tradicionais bolos de The Bakery, de fabricação própria, outra novidade do Hiper Bompreço na Páscoa 2017 está se referindo ao panetone Di Páscoa. Em paralelo, para o consumidor que vem buscando economizar sem abrir mão de surpreender o ente querido, a dica do Hiper está sendo montar a sua própria cesta, com pelúcias, e potes temáticos a partir de R$ 6,90. Já no que diz respeito aos peixes, o bacalhau seco está sendo a principal aposta da empresa, que neste ano deve alcançar um crescimento nas vendas de 8% ante o mesmo período do ano passado.

Acostumada a sempre antecipar a compra de produtos para a Páscoa, a aposentada Marília Xavier não descartou a possibilidade de retornar ao supermercado neste Sábado de Aleluia. “Em cada Páscoa sempre fazemos uma projeção de consumo, mas às vezes acabamos utilizando um pouco mais de um ou outro produto na Quinta e na Sexta-feira Santa e precisamos voltar aos supermercados. No Domingo de Páscoa sempre há em casa o tradicional almoço de família, o que acaba incentivando a compra de novos itens. Então, certamente terei de retornar a uma unidade neste fim de semana”, comentou.

Falência de lotéricas é responsabilidade da Caixa Econômica

As lotéricas, que atuam como importantes correspondentes bancários por todo o País, responsáveis em 2016 por 66% das transações da Caixa Econômica estão ameaçadas de extinção. Isso ocorre por conta de grande defasagem no repasse que a CEF faz para cada transação bancária que as lotéricas realizam, deixando-as no no vermelho. Hoje, o valor deveria ser, pelo menos, 63% maior. Em média, uma lotérica tem 60% de seu atendimento concentrado em serviços de grande apelo social, as transações bancárias: pagamento de contas, saques, depósitos, etc. E, em lojas localizadas no interior dos Estados ou em regiões mais pobres, esta média cresce para até 80%.

Somente no ano de 2016 foram 500 lotéricas fechadas, o que gerou 2 mil desempregados. “Não queremos brigar. Queremos atenção e uma solução da Caixa para nosso problema. Lotéricas estão fechando, funcionários sendo demitidos e a população mais carente sente isto também, pois é na lotérica que eles podem recorrer para serviços bancários. Temos um papel social também ao levar serviços bancários às pessoas”, afirma Adriana Domingues, Diretora de Comunicação da ALSPI – Associação dos Lotéricos.

Para protestar e tentarem ser ouvidos, mais de 2 mil lotéricos, de todo o Brasil se reuniram no dia 30 de março na Avenida Paulista, em São Paulo, para reivindicar uma solução. Na data, uma comissão da Associação dos Lotéricos entregou as reivindicações dos empresários lotéricos a representantes da Caixa Econômica, que não se manifestou a respeito até o momento.

Números
Em 2016, as lotéricas foram responsáveis pela maior parte das transações bancárias da CEF (66% da quantidade de transações e 55% do valor transacionado, o que representa 5,8 bilhões de transações bancárias), no entanto, as lotéricas estão trabalhando no vermelho e falindo.

Os repasses para cada transação bancária são 63% menores do que o necessário para que a lotérica cubra os custos da operação. Atualmente, para cada transação, a CEF repassa em média R$ 0,54, enquanto o valor deveria estar na ordem de R$ 0,88. O reajuste, acontece a cada 20 meses, sempre abaixo da inflação do ano.

Além disso, a Caixa não arca com o custo do carro forte para transporte do dinheiro que é da própria CEF, o que causa mais um déficit para as lotéricas.

ARTIGO — Estado emocional alterado aumenta em quase dez vezes risco de colisões no trânsito

por Beatriz Souza

Motoristas, motociclistas, pedestres, passageiros e ciclistas estão no trânsito se deslocando para diferentes destinos e com objetivos igualmente diversos: retorno do trabalho, ida a um compromisso importante ou apenas a passeio. Porém, todos se deparam com situações estressantes, como sinfonia de buzinas, congestionamentos e desrespeito às leis de trânsito. Não raro, esse ambiente democrático torna-se hostil e se revela ideal para a troca de afrontas entre os usuários. Para que acidentes não agravem esse cenário, manter a paciência e a calma são determinantes. Conforme estudo inédito do Instituto de Transportes da Virginia Tech, associadas à direção, raiva, agitação e tristeza aumentam em quase dez vezes os riscos de colisões. Para entender em que momento dirigir passou a ser encarado como um ato estressante, a Perkons ouviu alguns especialistas.

Antropólogo e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Bernardo Conde enxerga o trânsito brasileiro como um retrato de traços culturais específicos, como a hipervalorização da emoção. “As pessoas manifestam suas vontades individuais também em espaços públicos, como o trânsito, onde o esperado é se agir com a razão. Por isso sorrimos ao pedir vez a outro motorista, pois assim, demonstramos emoção. Da mesma forma, agimos emocionalmente quando ao invés de nos planejarmos para sair uma hora antes para percorrer determinado trecho, saímos com atraso de 30 minutos e a mesma expectativa. O resultado é a frustração e, por consequência, o estresse”, elucida. Segundo ele, as oscilações de humor também respingam nas interações entre os usuários, que, em sua maioria, se tratam com distanciamento. “Somos um povo muito cordial e solidário com o que nos comove, mas não com os desconhecidos, como é o caso do motorista ao lado”, completa.

Conforme Conde, mesmo em meio ao sentimento de intolerância generalizada que se alastrou pelo país nos últimos tempos, a falta de gentileza no trânsito não se originou na contemporaneidade, mas veio se consolidando há décadas. “O trânsito está mais caótico e nós menos tolerantes. O estresse traz consequências e agora, com mais informação e divulgação do que acontece no dia a dia, a sensação é de que tudo está pior. Não se pensa no bem comum. Não consigo perceber que sou tanto quem tem pressa dentro do ônibus, como quem está no ponto raivoso com o motorista que não parou”, analisa.

Dominar as próprias emoções pode garantir um trânsito harmonioso
Apesar de decisiva, a abordagem emocional do trânsito ainda é recente e, conforme o vice-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), Mauro Gil, perde espaço para pontos também vitais, como a importância do cinto de segurança e os riscos de associar ao volante celular ou bebida alcóolica. “Estamos predispostos a reagir de maneira agressiva em situações desconfortáveis e embora essa tendência não seja exclusividade do trânsito, costuma ser transportada para ele com frequência. O perigo é o carro ser visto como válvula de escape, mesmo sendo uma arma”, ressalva.

Perceber o trânsito como um espaço democrático, compartilhado e que exige respeito e reciprocidade é, para Gil, o primeiro passo para impedir que as emoções aflorem de maneira nociva. “As pessoas pensam que ditam as regras do trânsito, quando, na verdade, o que acontece é o contrário. Se não houver esse discernimento, os acidentes continuarão a ocorrer. É preciso refletir e questionar as próprias condutas”, aconselha.

Recomendações como essas são a premissa básica do Programa de Educação Emocional no Trânsito (PEET), dirigido pelo educador de trânsito Rodrigo Ramalho. Ele explica que a associação entre estresse e volante remonta à década de 1990 e é conhecida como fenômeno road rage (raiva no trânsito). Mas foi no ano de 2006 que países como Brasil, Rússia e Estados Unidos passaram a apresentar casos mais recorrentes de conflitos violentos no trânsito. Na análise do educador, uma das razões que corroborou para a difusão desses embates foram os recordes de congestionamentos registrados em algumas capitais a partir da década de 2000. E a cada ano, os recordes são superados. “A falta de espaço e de tempo tornaram o ambiente do trânsito muito mais competitivo na década de 2000 do que nos anos 80 e 90. Soma-se a isso, um universo de celulares e outros dispositivos de registro de imagens que flagram esses conflitos”, ressalta.

Sejam os suscitadores da raiva os engarrafamentos ou a postura dos demais usuários, Ramalho acredita ser possível reverter um cenário a priori agressivo em um espaço de convivência pacífica e harmoniosa. “Ter domínio do próprio comportamento e relacionar-se com mais inteligência emocional é um passo importante para o sucesso na vida pessoal, profissional e também no trânsito”, salienta. Para equalizar as emoções e evitar que o estresse interfira na saúde física e mental, ele orienta o desenvolvimento da empatia, o controle da raiva e a aplicação de técnicas de comunicação positiva.